sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Pitoco ditando filosofia

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Cura do Autismo - Jornal Nacional

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Pitoco negociando o tipo de sanduiche

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Crianças autistas apresentam melhoras com tratamento baseado em experiências cotidianas

Tratamento se dá por meio de atividades como passeios, lanches
e brincadeiras em grupo
     Na ambientoterapia, profissionais estimulam o desenvolvimento e a socialização infantil

     Um tratamento baseado nas experiências com o próprio ambiente está trazendo alívio para crianças e familiares que transitam no enigmático universo autista: a ambientoterapia, na qual profissionais estimulam o desenvolvimento e a socialização infantil. Os benefícios da técnica foram avaliados na pesquisa realizada de uma clínica especializada e apresentados no Congresso Internacional de Autismo, em Curitiba, no fim do mês passado.
     — Temos tido resultados eficazes. Em vez do tratamento convencional, em que há um profissional para cada criança, há várias crianças e vários profissionais interagindo constantemente — explica a psicóloga Fabíola Scherer Cortezia, responsável pelo Espaço Dom Quixote, de São Leopoldo, que fez o estudo.
     Seis crianças foram acompanhadas por um ano, duas vezes por semana, três horas por dia, de forma transdisciplinar por psicóloga, psicopedagoga, terapeuta ocupacional, psicomotricista, fonoaudióloga e musicoterapeuta.
     A pesquisa aponta que as seis crianças demonstraram, após dois meses, maior tempo de troca de olhares com os profissionais estimuladores, incremento no vocabulário, maior tolerância ao barulho e menor agressividade. Após seis meses, foi possível perceber também maior tolerância à mudança de rotina e sinais de troca e interação social espontânea entre as crianças do grupo. Depois de 12 meses, os benefícios continuaram.
     — Buscamos estimular a interação da criança com outros colegas e não apenas a interação com o terapeuta. Há também a vantagem de que simulamos o ambiente com os pacientes, preparando-os para o convívio social por meio de atividades usuais do cotidiano, como passeios, lanches, brincadeiras em grupo, atividades pedagógicas e motoras — explica Fabíola.

Lívia Meimes
Foto: Miro de Souza / clicRBS














quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Menino autista é encontrado nos EUA graças a música de Ozzy Osbourne



"No More Tears" foi tocada por policiais para atrair Joshua Robb, de 8 anos, que estava desaparecido desde a última segunda, 12

Joshua Robb, um menino autista de 8 anos, foi tirado de uma floresta em Twin Peaks, Califórnia, após policiais do condado de San Bernardino tocarem músicas do cantor Ozzy Osbourne.

Joshua foi encontrado a cerca de 2,5 km de sua escola em Twin Peaks, quase 24 horas após ter desaparecido na última segunda, 12, pela manhã. O resgate tocou as músicas preferidas do menino - "No More Tears", de Ozzy Osbourne, e "Good Time", de Alan Jackson - para atraí-lo para fora da floresta, onde ele foi encontrado se escondendo atrás de um arbusto.

Desde então, Robb está sob cuidados de sua professora, segundo o site ABC News. Seus pais estão enfrentando acusações de abuso de menores, por supostamente amarrá-lo com uma corda em sua casa. "Tudo que ele conhece é a gente", disse o pai de Joshua, Ron Robb. "Nós nunca tiramos os olhos do meu filho desde que ele nasceu. Nós sabemos que é por causa disso que ele escapou: porque estava tentando nos achar."


Fonte:
http://rollingstone.com.br/

Projeto APADEM - Autismo & Inclusão

     APADEM (Associação de Pais de Autistas e Deficientes Mentais), de Volta Redonda – RJ lançou um projeto no início de 2011, chamado “Autismo, Inclusão nas Escolas”. Este projeto é gratuito e visa orientar professores sobre o Autismo, desmistificando o assunto.

     A presidente da APADEM, Claudia Moraes, tem recebido muitas propostas para levar o projeto às escolas da região. A primeira delas foi à escola Jardim de Infância Albert Einstein. Para Claudia, esse processo será possível com “a busca do conhecimento”. O projeto também oferece informações sobre a síndrome, divulga os serviços ofertados na APADEM tanto para pais, crianças e educadores.
     “A APADEM vai às escolas falar sobre o Autismo: o que é, as características, sintomas, etc… para que o professorado conheça um pouco mais sobre a síndrome. O que falamos em relação a inclusão é que eles conhecendo um pouco mais sobre a síndrome, terão mais condições de incluir o autista com dignidade. A orientação que eu e a terapeuta comportamental Erica Lacerda damos aos profissionais é sobre o assunto autismo”, completa Claudia.
     A Associação também tem outros projetos chamados: Oficina Pedagógica de Materiais Estruturados para Autistas, para pais e profissionais, e Autismo Inclusão nas Igrejas.

Interessados em solicitar palestras,
conhecer os projetos ou agendar visita à
Sede da APADEM
podem entrar em contato com através do
e-mail
apademvr@gmail.com






Direito dos deficientes intelectuais reconhecido na Espanha .


    Como observadora das ações travadas em todo o mundo em prol dos direitos de pessoas com deficiência intelectual como nosso filho Ricardo, que hoje tem 55 anos, acompanhamos com interesse notícias vindas de países nos quais ventos sobre esse direito já foram realizados, como a Declaração de Salamanca, iniciativa da UNESCO de reunir na Espanha em junho de 1994 educadores de muitos países.

     Desta vez, Inclusion Europe, o braço europeu de nossa organização maior, INCLUSION INTERNATIONAL vem a nosso encontro informando sobre decisão da Suprema Corte da Espanha à qual devemos dar toda atenção:

O reconhecimento da Suprema Corte espanhola diz o seguinte:

     “*Pessoas com deficiência intelectual têm o direito de freqüentar a escola com outras crianças. As escolas públicas devem dar apoio a crianças com deficiência intelectual. Um tribunal na Espanha afirmou que crianças com deficiências têm direito de conseguir o apoio da escola.”

     *A sentença surge depois de queixa apresentada por pais de uma criança autista contra o governo regional de Valencia por negligenciar as necessidades de seu filho numa escola pública.

     *“Nosso membro espanhol, a FEAPS, considera a determinação do Supremo Tribunal de Justiça da Espanha como um passo adiante para a obtenção de boa educação inclusiva em escolas públicas. Esta sentença fornece uma estrutura legal para a reclamação por melhorias em nível regional. Na Espanha os governos regionais são a autoridade competente para a implementação de leis educacionais.

     *A sentença reconhece que a falta de apoio educacional contraria os direitos fundamentais destas crianças. O direito à educação na Constituição Espanhola é reforçada por um dispositivo legal que estabelece a remoção de todas as barreiras que impedem que cidadãos com deficiências exercitem seus direitos em base igualitária com os demais.

     *Setores sociais da Espanha recentemente apresentaram reclamações sobre a crescente dificuldade de se conseguir educação de crianças com necessidades educacionais especiais, em decorrência de cortes orçamentários e falta de serviços de apoio.

     *A educação deve ser compreendida como um meio de desenvolver habilidades e capacidades e como um primeiro passo para alcançar independência pessoal. A educação inclusiva permite que crianças com deficiência estudem junto com outras crianças e se sintam parte da sociedade e dá às crianças sem deficiências a oportunidade de superar preconceitos em relação a seus colegas com deficiências.

      INCLUSION EUROPE acolhe com satisfação a sentença do Supremo Tribunal da Espanha porque estabelece o precedente para pedir mais melhorias quanto ao direito à educação de crianças com deficiência intelectual na Espanha.

     Temos notícias recentes de casos de crianças com características autísticas que não estão sendo aceitas nas chamadas classes inclusivas da rede pública de São Paulo.

     Não somos especialistas em educação, e sabemos, como todo mundo sabe, dos desafios que crianças e jovens com autismo trazem a suas famílias. Educar crianças autistas não é uma tarefa fácil.

     Em nossas classes superlotadas, com professores que não foram devidamente preparados em seus anos de formação pedagógica para lidar com a diversidade humana, parece-nos natural que haja relutância em aceitar alunos com autismo ou outros tipos de deficiências. Mas, se outros países estão enfrentando esses desafios com coragem e decisão, por que permanecermos simplesmente opositores?

     Daí a importância de que nossas APAEs, que são mais de 2.000, espalhadas por todo o território nacional, e que são frequentemente criticadas como segregadoras, acompanhem com cuidado e atenção o que ocorre em outros países. O mundo de hoje exige de cada um de nós uma tomada de consciência que nos permita ver cada um de nós, sem levar em conta raça, credo religioso ou tradições culturais herdadas de nossos antepassados, como cidadãos do mundo.

Traduzido do inglês por Maria Amélia Vampré Xavier em 11 de setembro de 2011 em São Paulo, Assessora da Diretoria de Assuntos Internacionais da FENAPAEs, Federação Nacional das APAEs, membro integrante da REBRATES (Rede Brasileira do Terceiro Setor), da Associação Carpe Diem, SP, Associação Sorri Brasil, SP, Membro honorário vitalício de Inclusion International.

Fonte: Rede Saci

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Filho Idealizado e o Ideal Social – Do Luto à Luta


* Fausta Cristina e sua filha Milena.
     Durante nove meses, dia após dia, a gestante sonha, respira e se alimenta de esperança. Uma nova vida se inicia e o filho que está sendo gerado, na grande maioria das vezes, é sinônimo de expectativa e projeto de uma pessoa bem-sucedida e feliz.
     Nenhuma mãe concebe a ideia de que está gerando alguém que um dia será um viciado ou um marginal, ninguém deseja uma criança que apresente problemas de saúde, ou de caráter. No imaginário da mãe está o filho médico, artista, engenheiro, poliglota, aquele que vai se destacar pela inteligência acima da média, pela doçura, pela educação. Seu companheiro ou companheira, fonte de alegrias e orgulho.
     Nesta época em que a mulher é toda emoção e a vida esperança, a notícia de que aquele sonho sonhado não irá se concretizar pode representar a abertura de um abismo escuro e a dor de abandonar o filho idealizado precisa ser compreendida em toda a sua dimensão. Os pais precisam de apoio neste momento para que possam se reestruturar internamente e seguir na semeadura do terreno de um futuro melhor para aquela criança.
     O racional vai indicar o caminho, afinal quem pode garantir o futuro de alguém? Um filho pode mesmo ser capaz de satisfazer desejos que não são seus? É justo que uma criança já venha ao mundo tendo como obrigação a impossível tarefa que é fazer outra pessoa feliz? Se todo ser humano tem problemas e desafios a serem superados, uma criança com autismo, com deficiência, síndromes ou dificuldades terá também os seus.
     Nesta fase, torna-se possível enxergar o horizonte para além do obstáculo e os pais mais uma vez se alimentam de esperança e iniciam a jornada da superação. É comum que estudem, leiam, se informem e se tornem verdadeiros especialistas da problemática que enfrentam. E para alguns destes obstinados pais, é necessário dar um passo a mais e dividir o que aprendem, democratizar o que conquistam para seus filhos, é preciso compartilhar.
      E surgem as Associações de Pais, carregando também seus desafios. Reúnem-se pessoas traçando objetivos e missões, lutam pela obtenção de recursos, pela formalização e administração da entidade jurídica e as poucas horas destinadas antes ao descanso são empregadas nesta nova empreitada. O trabalho voluntário destes familiares, fomenta pesquisas, pressiona o poder público a implementar leis e atendimento, conquista reconhecimento e espaço na sociedade para a pessoa com deficiência.
     Tenho tido a honra de conviver com pais que dão de si para mais que o bem-estar do próprio filho. Se dão assim, além da conta e de forma extraordinária, superam a dor e ampliam o próprio campo de batalha (ou plantio), corajosamente expõem suas vidas ainda mais a problemas de toda ordem. Não são simplesmente a borboleta vencendo a escuridão do casulo, são pássaros plenos de vontade de voar com asas fortes e uma determinação imbatível.
     A todos eles, o meu afeto e minha gratidão por fazerem surgir em mim um sentimento de inexplicável dimensão: o orgulho de ser humano! Capaz de absorver, processar, superar e transformar dor em ação.      Pela capacidade de compartilhar e de tornarem possível a mudança de um paradigma social baseado na exclusão.
     Juntos, somos mais fortes!

     Autora
   * Fausta Cristina
Divulgado na Lista:
Autismo no Brasil
Publicado originalmente em setembro de 2011 no site
VIDA MAIS LIVRE
com link para o Mundo da Milena






domingo, 11 de setembro de 2011

Uma cura para o autismo



Biólogo brasileiro testa remédio contra a doença, que pode ser consequência de um cérebro superativo
Imerso em pesquisa, o biólogo Alysson Muotri em seu laboratório na
Universidade da Califórina
 onde estuda drogas  que podem reverter o autismo.
Saber mais sobre como os neurônios se comportam ao longo de nossa vida sempre fascinou o biólogo Alysson Muotri. Depois do doutorado em genética na USP e uma passagem por Harvard, Muotri passou 6 anos no Instituto Salk, na Califórnia, que já abrigou prêmios Nobel como o inglês Francis Crick, um dos descobridores  da estrutura do DNA. Nesse período, se aprofundou em como neurônios surgem no cérebro adulto. Os estudos na área o levariam a uma explicação inédita e uma possível cura para o autismo — que atinge uma a cada 110 crianças norte-americanas. “Conseguimos abalar um dos grandes dogmas da neurociência, aquele de que doenças mentais não têm cura.”

A grande revelação científica de Muotri, já professor do Departamento de Pediatria e Medicina Celular e Molecular da Universidade da Califórnia, foi descobrir que, em cérebros autistas, novos neurônios se formam com mais  facilidade devido a uma mutação genética. Em pessoas comuns, o surgimento desses neurônios na fase adulta é possível porque nosso cérebro possui células-tronco (capazes de se diferenciar em diversas estruturas de nosso corpo) adormecidas.

Quando estimuladas , por exemplo por novas experiências e aprendizados, elas se transformam em neurônios. “Isso acontece graças à ativação de determinadas nsequências de genes, chamadas de elementos transponíveis.”
Na maioria das pessoas, exercitar a mente, seja lendo um livro, jogando xadrez ou aprendendo a tocar um instrumento, desperta os tais elementos transponíveis.

Porém, os autistas não precisariam de tanto exercício. Segundo a pesquisa de Muotri, eles já possuem esse sistema naturalmente mais ativo do que gente saudável. Em tese, isso seria bom, já que um cérebro dinâmico pode gerar habilidades extraordinárias, como uma supermemória ou destreza em cálculos matemáticos.

Mas isso também multiplica a chance de mutações que tornam os neurônios autistas defeituosos. Por exemplo, são menores e têm menos capacidade de completar sinapses, as regiões de comunicação entre as células cerebrais.

O pesquisador e sua equipe retiraram células da pele de pacientes autistas e saudáveis, depois fizeram com que elas voltassem a ser células-tronco e as submeteram a um ambiente similar ao do cérebro, usando vitaminais e sais minerais. “Assim, conseguimos que essas células se comportassem como neurônios”, diz Muotri. Acompanhando sua evolução, o grupo observou o surgimento dos defeitos nos neurônios autistas. Com o tempo, eles se atrofiavam. O passo seguinte foi testar várias substâncias para reverter o problema. Duas delas — o hormônio Insulin Grow Factor 1 (IGF1) e o antibiótico Gentamicina — provaram ser eficazes. “Em tese, curamos o autismo, mas ainda há vários testes para que essas drogas possam chegar ao mercado.”

Em caráter experimental, uma equipe de médicos do Children´s Hospital, em Boston, nos EUA, já usa as substâncias em um grupo de 10 crianças autistas. No entanto, os efeitos colaterais ainda não são completamente conhecidos. “Pode haver perda de memórias e até de conhecimentos adquiridos por conta da reconfiguração cerebral provocada pelos medicamentos”, diz Muotri. Se essas barreiras forem ultrapassadas, os autistas não devem ser os únicos beneficiados. “No futuro, talvez possamos ampliar a inteligência e a criatividade ao acelerar o desenvolvimento de neurônios em um cérebro adulto.”

TESTE DE LABORATÓRIO
Os experimentos que revelaram uma das causas da síndrome.
E como eliminá-la.
(Para melhor visualização da imagem, clique sobre ela)

Créditos:
Gustavo Heidrich
Postedo por http://priscilaspiandorello.wordpress.com/ em 09/08/2011
Crédityos à Revista Galileu Edição nº 2401 de julho 2011





quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A Síndrome da Simpatia

Cientistas estudam como a ausência de alguns genes causa as manifestações físicas e comportamentais da
Síndrome de Williams,
doença rara marcada pelo excesso de sociabilidade

ATENÇÃO

Maira ajuda o filho, Felipe, a se concentrar nos estudos
     Eles são falantes, sorridentes e demonstram uma sociabilidade excessiva. São os portadores de uma desordem genética rara, a síndrome de Williams. Ela atinge uma entre 15 mil pessoas e é caracterizada por uma combinação peculiar de sintomas. Além de muito amigáveis, os indivíduos podem ter alterações renais e cardiovasculares importantes, como estenose da válvula aórtica (defeito no funcionamento dessa estrutura cardíaca). Simultaneamente às dificuldades de aprendizagem na escola e hiperatividade, podem também revelar um talento musical impressionante, habilidade para idiomas e sensibilidade auditiva.
     Descrita em 1961, a síndrome é causada pela falta de 22 a 28 genes em um dos pares do cromossomo 7 (ao todo, são 23 pares de cromossomos, estruturas do DNA pelas quais se distribuem os genes). Até agora foram identificados os sintomas ligados a 20 desses genes ausentes. Para avançar no conhecimento da doença, o governo americano liberou, há três meses, US$ 5,5 milhões para custear as pesquisas de um grupo multi-institucional de cientistas reunidos no Instituto Salk de Estudos Biológicos. “Nosso foco é entender as ligações entre os comportamentos e as bases genéticas e neurobiológicas da doença”, disse    Ursula Bellugi, pesquisadora que lidera o grupo.
     No Brasil, a Universidade de São Paulo e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) conduzem pesquisas. “Estudamos quais genes faltam em cada paciente e comparamos com as manifestações da síndrome em cada um”, explicou o geneticista Danilo Moretti-Ferreira, da Unesp. O objetivo é identificar as funções de genes cujo impacto ainda não foi descrito na doença.
     Pouco conhecida, a doença é subdiagnosticada, o que pode gerar problemas sérios. “Cerca de 60% dos bebês com a síndrome nascem com problemas no coração, como a estenose da válvula aórtica. Precisam ser diagnosticados para ter acompanhamento”, afirma Jô Nunes, fundadora e presidente da Associação Brasileira da Síndrome de Williams (ABSW). Mãe de Jéssica, portadora da doença, Jô foi a mais de uma centena de médicos até obter o diagnóstico, feito quando a menina completou 7 anos. Jéssica submeteu-se a três cirurgias cardíacas, entre elas um transplante. “Seu caso foi pioneiro e abriu as portas para outras crianças receberem o transplante. Mostrou também que, se tiverem o suporte adequado, as crianças com Williams terão boa qualidade de vida”, diz Jô. A garota, que estagiava em um hotel, morreu em 2010, aos 19 anos, em consequência de uma infecção. Mas há pacientes com idade avançada.

SOM
Como outros portadores, Juliana tem muito talento musical

     Muitos pais repetem a perambulação por consultórios. “Meu filho só foi diagnosticado aos 5 anos”, diz Maira Zamorano, mãe de Felipe, 10 anos. “Ainda bem que ele já fazia sessões de fonoaudiologia e fisioterapia para auxiliar seu desenvolvimento”, diz. Após o diagnóstico, Maira foi à escola para propor adaptações na rotina do filho. Por exemplo, deixá-lo sair da aula quantas vezes quisesse para ir ao banheiro.     
     “Crianças com Williams pedem para fazer xixi várias vezes num curto espaço de tempo. Em geral, as professoras não entendem essa necessidade”, esclarece a geneticista Adriana Bührer Nascimento, diretora-científica da ABSW.
      A ex-dona de escola Belinha Lacerda deixou o trabalho para cuidar da filha Juliana, 30 anos. “Ela se desenvolveu muito e mostrou uma musicalidade impressionante”, diz. Belinha procura incutir na filha o cuidado com estranhos. “Ela fala com todos e fica exposta a riscos.”
     A ABSW está numa cruzada para tornar os sintomas da doença mais conhecidos. Uma das metas é conscientizar os pediatras para a necessidade de medir a pressão arterial dos bebês. “É um meio de identificar a síndrome e vários outros problemas”, diz a geneticista Adriana. Outra reivindicação é tornar realidade as consultas com geneticistas na rede pública. Hoje, o SUS não as oferece, apesar de a contratação desses especialistas ter sido aprovada há cinco anos.

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Medicina & Bem-estar
ISTOÉ Edição: 2182 - 02.Set.11