quarta-feira, 31 de julho de 2013
terça-feira, 30 de julho de 2013
Livro VIDA DE AUTISTA... E Eles Cresceram (Lançamento)
Sinopse:
O que está escrito neste “Vida de Autista... E Eles
Cresceram”, não escorrega para dentro de um vale de lágrimas, como quando a
síndrome nos obriga a profundas transformações. É um reencontro das condições
de vida de um filho autista, face a face, onde deixamos transparecer tudo o que
sentimos em algumas décadas, principalmente quando ocorreram desequilíbrios das
nossas emoções.
O cotidiano da existência de quem estava destinado a ser
eternamente criança pela existência de preconceitos a respeito dos autistas e
das pessoas com deficiência, aqui não encontrou abrigo como querem aqueles que,
além de não terem compromisso com a diferença, tentaram nos levar para o
imaginário social, do “não pertencimento”, ao grupo das “pessoas negadas” sem
abertura à tolerância, porque “Eles Cresceram”.
Neste livro, você vai sentir que está em sua casa, que é o
seu lugar de interações, troca de experiências, construção de significados
compartilhados, comportamentos, atitudes com êxito, fracasso, rejeição e
interação, lembrando que o seu filho continua revisando o autismo para servir o
progresso da humanidade e da ciência como modelo emergente.
SITE:
sábado, 27 de julho de 2013
Veja 20 filmes sobre o autismo:
Adam – 2009
Adam, um rapaz com síndrome de asperger, é apaixonado por
astronomia, e passa a morar sozinho após a morte do pai. Tem um único amigo
para apoiá-lo, Harlan. O filme trata do seu relacionamento com uma nova
vizinha, a professora Beth. Foi escrito e dirigido por Max Mayer, que teve a
ideia quando ouviu uma entrevista de um homem que sofria da doença. Foi
premiado no Sundance Film Festival e no Method Fest Independent Film Festival
do ano seguinte
Um Amigo Inesperado – 2006
História de um menino frágil que sofre de autismo. Seus pais
fazem de tudo para tentar se comunicar com ele, até que um cachorro chamado
Thomas consegue criar uma relação com o menino, que o ajudará a escapar do seu silêncio
Um Time Especial – 2011
Baseado no livro The Legend of Mickey Tussler, o filme conta
a história de um técnico de uma liga juvenil de beisebol que chama um garoto
com autismo para ser seu lançador. Os dois terão que vencer preconceitos e a
rejeição de alguns jogadores do time para seguir em frente
A Mother's Courage: Talking Back to Autism – 2009
Narrado por Kate Winslet, este inspirado filme mostra a
busca de uma mulher para desbloquear a mente de seu filho autista. Margret
encontra os principais especialistas e advogados no assunto e se conecta com
várias outras famílias tocadas pelo autismo. À medida em que se depara com
terapias inovadoras, Margret encontra a esperança de que seu filho possa ser
capaz de se expressar em um nível que nunca pensou ser possível
Ben X: A Fase Final – 2007
Ben é um jovem que sofre da síndrome de asperger e que se
isola em sua própria realidade no mundo de Archlord, um jogo virtual. Seu modo
de vida causa estranheza em seus colegas de classe, que o julgam e não o
aceitam
Ressurreição – 1998
O Nome dela é Sabine – 2007
A atriz Sandrine Bonnaire narra a história da irmã Sabine,
que é autista, através de imagens filmadas ao longo de 25 anos. Sandrine
testemunha o momento atual de Sabine, que depois de uma estadia infeliz em um
hospital psiquiátrico, passa a viver em uma estrutura adaptada a ela. E, dessa
forma, numa casa na região de Charente, na França, reencontra a felicidade. A
partir desse episódio, o documentário mostra a penúria e o despreparo de
algumas instituições especializadas e as dramáticas conseqüências que podem
causar aos doentes
O Menino e o Cavalo – 2009
Mary e Max: Uma Amizade Diferente – 2009
Uma história de amizade entre duas pessoas muito diferentes:
Mary Dinkle, uma menina gordinha e solitária, de oito anos, que vive nos
subúrbios de Melbourne, e Max Horovitz, um homem de 44 anos, obeso e judeu que
vive com síndrome de asperger no caos de Nova York. Alcançando 20 anos e 2
continentes, a amizade de Mary e Max sobrevive muito além dos altos e baixos da
vida. Mary e Max é exploram a amizade, o autismo, o alcoolismo, de onde vêm os
bebês, a obesidade, a cleptomania, a diferença sexual, a confiança, diferenças
religiosas e muito mais
Código Para o Inferno – 1998
Experimentando a Vida – 1999
Elisabeth Shue interpreta Molly, uma jovem autista que sai
do período de internação e fica sob os cuidados de seu irmão, Buck (Aaron
Eckhart). Ele permite que a irmã inicie um tratamento experimental. Molly se
transforma em um gênio, com inteligência superior, para a surpresa de Buck. Mas
esse progresso acaba sendo relativo, já que Molly não se livra completamente da
sua extrema concentração autista. Buck e sua irmã enfrentam agora outro grande
desafio
Loucos de Amor – 2005
Donald Morton (Josh Hartnett) e Isabelle Sorenson (Radha
Mitchell) sofrem da síndrome de asperger, uma espécie de autismo que provoca
disfunções emocionais. Donald trabalha como motorista de táxi, adora os
pássaros e tem uma incomum habilidade em lidar com números. Ele gosta e precisa
seguir um padrão em sua vida, para que possa levá-la de forma normal.
Entretanto, ao conhecer Isabelle em seu grupo de ajuda tudo muda em sua vida
Rain Man – 1988
Testemunha do Silêncio – 1994
Não há pistas, nem motivos, nem suspeitos. E a única
testemunha ocular sabe que nem tudo poderá ser dito. Ele é uma criança autista
de nove anos cujas memórias do brutal massacre de seus pais estão seladas
dentro dele, a não ser que um determinado e carinhoso psicólogo infantil possa
acessá-las
Um Certo Olhar – 2006
Temple Grandin – 2010
Sei Que Vou Te Amar – 2008
Uma Viagem Inesperada – 2004
Quando Corrine descobre que seus dois filhos gêmeos são
autistas, ela fica inconformada, mas acaba aceitando o veredito. Ela então
conta ao marido sobre o fato, e ele lhe diz que não quer lidar com o problema
do autismo. Por isso, Corrine o abandona, e passa a criar os meninos sozinha.
Ela os coloca numa escola e não informa sobre problema dos meninos. Mas a
atitude estranha das crianças faz com que os professores a acusem de maus
tratos e, quando Corrine conta a verdade, eles a mandam procurar outra escola
À Sombra do Piano – 1996
Franny luta por mais de trinta anos para dar apoio e
respeito a Rosetta, sua irmã mais nova, que é autista. Ela acredita que Rosetta
tenha uma intensa vida emocional e intelectual escondida sob o seu rosto
impassível. O principal obstáculo é a mãe, Regina, uma cantora lírica que
abandonou a carreira para se dedicar à família e agora, amarga e ressentida, é
obcecada por controle e carente de adulação.
Gilbert Grape: Aprendiz de Um Sonhador – 1993
Na pequena cidade de Endora, Gilbert cuida de seu irmão
autista Arnie e de sua mãe extremamente obesa. A cidade é calma e a vida segue
seu rumo, até que Becky aparece, e Gilbert se apaixona por ela. Agora ele terá
que lidar com a problemática família ao mesmo tempo em que quer aprender os
segredos da moça.
O Enigma das Cartas (1993)
O Enigma das Cartas (1993)
Quando o marido de Ruth Matthews (Kathleen Turner) morre em
uma queda, quando à noite fazia escavações arqueológicas em umas ruínas maias,
a caçula do casal, Sally (Asha Menina), reage à morte do pai de maneira muito
estranha, pois ao voltar para sua casa não profere uma só palavra. Quando o
comportamento de Sally piora, Ruth se vê obrigada a deixar que Jacob T.
Beerlander (Tommy Lee Jones), um especialista em crianças autistas, examine sua
filha. Jacob tenta tirar Sally da sua desordem mental por métodos tradicionais,
mas Ruth tenta de outra maneira, ao reproduzir em grande escala um castelo de
cartas que sua filha tinha construído. Por mais estranho que seja, Ruth crê que
só assim terá Sally de volta.
Em ''Amor à Vida'', Bruna Linzmeyer interpreta Linda, uma jovem que tem autismo
Um dos temas de Amor à Vida, o autismo é
retratado pela atriz Bruna Linzmeyer, que interpreta a personagem Linda, uma
menina que gosta de brincar no computador, é sensível, carinhosa e afetuosa.
Filha de
Amadeu (Genézio de Barros) e Neide (Sandra Corveloni), que, com medo das
reações da jovem, a superprotegem do mundo, Linda ainda tem que lidar com os
maus tratos da irmã, Leila (Fernanda Machado). A secretária de Pilar (Susana
Vieira) não gosta de dividir o quarto com Linda, faz bullying com a menina e
ainda a critica a todo tempo por não conseguir realizar tarefas consideradas
simples, como arrumar a própria cama e não fazer xixi enquanto dorme.
Para alívio de
Linda, seu irmão, Daniel (Rodrigo Andrade) é um fisioterapeuta disposto a
ajudá-la a conquistar sua liberdade. O assunto ainda promete render emoções e
boa sequências na novela das 21h, de autoria de Walcyr Carrasco. O Terra
selecionou outras obras que já trataram do tema.
terça-feira, 23 de julho de 2013
Drauzio Varella, estreia em agosto um novo quadro sobre AUTISMO no "Fantástico".
O oncologista e colunista da Folha de São Paulo vai tratar sobre o autismo na nova série, abordando casos reais, tratamentos, educação e mercado de trabalho.
A inspiração para o quadro veio da sanção da Lei n.º 12.764, batizada de Lei Berenice Piana, que assegura aos autistas os mesmos direitos das pessoas com necessidades especiais.
A informação é da coluna Outro Canal, assinada por Keila Jimenez e publicada na Folha desta terça-feira (23).
A atual novela das 21h da Globo, "Amor à Vida", de Walcyr Carrasco, traz o drama com a personagem Linda, interpretada por Bruna Linzmeyer.
A inspiração para o quadro veio da sanção da Lei n.º 12.764, batizada de Lei Berenice Piana, que assegura aos autistas os mesmos direitos das pessoas com necessidades especiais.
A informação é da coluna Outro Canal, assinada por Keila Jimenez e publicada na Folha desta terça-feira (23).
A atual novela das 21h da Globo, "Amor à Vida", de Walcyr Carrasco, traz o drama com a personagem Linda, interpretada por Bruna Linzmeyer.
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Autismo político provocará protestos mais violentos
DIÁRIO DA MANHÃWELLITON CARLOSSem reformas profundas, analistas políticos acreditam que manifestações podem voltar mais agressivas
O Brasil vive hoje um paradoxo: a população
protestou contra a qualidade dos serviços públicos e cobrou ações eficazes
contra a corrupção. Ao mesmo tempo, a classe política começou a articular para
dar migalhas: plebiscito em vez de constituinte, R$ 0,20 em vez de qualidade de transporte público,
importação de médicos em vez de aumentar a qualidade dos recursos investidos em
saúde. Nada foi dado em sua totalidade.
Hoje, estão paralisados os debates quanto à
constituinte (não teve sequer discussão procedimental a respeito no
parlamento), a reforma política (existe mera movimentação na mídia), a
necessidade de mudanças na legislação penal (algo que atende a grande maioria
da população, como a diminuição da menoridade penal), imposto sobre grandes
fortunas, o aumento do investimento real em educação (já dividiram os recursos
do pré-sal), redução do número de políticos em todas as casas legislativas
(fingem que não escutam que existe uma PEC a esse respeito), desoneração
tributária, a punição mais severa dos corruptos, o “Fora Renan”, a cobrança
maior do Estado quanto ao conteúdo das emissoras de televisão (parte dos
protestos se direcionou às emissoras de televisão, que teoricamente nem
legalmente cumprem seu papel), a diminuição dos ministérios da presidenta Dilma
Rousseff e da revisão de todos os contratos da Copa do Mundo e das
Olimpíadas.
A identificação do “autismo político” é um dos
primeiros diagnósticos de tudo o que aconteceu no Brasil. Conforme o cientista
político Itami Campos, a classe não percebeu que existiam circunstâncias de
muita opressão e desespero nas camadas sociais e que algo (de verdade) deve ser
feito. Políticos fingem que estão no mundo da lua.
Daí que deputados e executivos, nos últimos dez
dias, apenas continuaram com a mesma forma de se fazer política, voltada para
dentro, para seus próprios interesses.
A prova é que Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente
do Senado, já começou a declarar que nem tudo pode ser feito. O corpo mole se repete na Câmara dos
Deputados, que após reagir às manifestações começa a colocar marcha lenta nos
projetos estruturantes do Brasil. Os parlamentares dividiram os recursos da PEC
com a saúde. E tudo ficou por isso mesmo.
Moralidade
Não bastasse, existe a crise da moralidade. Goiânia
foi palco de embates exemplificativos. Dias antes de estourar as manifestações
no País, um vereador de Goiânia, Paulo Borges (PMDB), já citado em escândalos
recentes (inclusive foi preso), teria respondido de forma deselegante um
possível eleitor em seu Facebook.
A internauta Akyla Priscilla disse: “Q vergonha
Vereador, vc não quis votar afavor de bater ponto. Na próxima eleição eu e
minha família lembraremos de não votar em vc” (sic). De repente aparece a
resposta: “Quem é vc para me cobrar sobre os meus atos. Guarde o seu voto e o
da sua família, se é que vc tem esse poder e faça bom uso dele” (sic).
O vereador, atolado até o pescoço com problemas
sérios e denúncias criminais, disse que foi um assessor que fez a reposta – o
que seria um desvio ético, de qualquer forma, de seu gabinete. Rede social é personalizada, tem conta
pessoal, usuário específico.
É desse autismo político que os cientistas tratam
com suas mais recentes reflexões, do desprezo com o que pensa o eleitor e o que
deseja. “A tendência é aumentar a agressividade. O movimento mais forte já
existe na internet. É gente pedindo cadeira elétrica para político, outros
incitando colocar fogo no Congresso. Seria algo terrível para a democracia, mas
será inevitável esse contato físico do eleitor com o político. Eles saíram das
redes sociais, se materializaram e sabem onde moram os políticos, como ocorreu
no Rio de Janeiro, com Sérgio Cabral (PMDB)”, diz Luis Gustavo de Almeida,
cientista político e professor universitário.
No caso de Paulo Borges e seus companheiros, que
rejeitaram o ponto eletrônico para vereador, assunto tratado nacionalmente pela
imprensa, exigia-se uma resposta ética apenas – um mínimo ético, já que o
máximo é ainda distante. Quanto a Câmara Municipal de Goiânia, a indignação do
eleitor é clara: a casa corre para aprovar projetos de interesse de grandes
grupos econômicos, mas quando precisa intervir para atender a população, finge
que o assunto não é com ela ou simplesmente não vai à Câmara.
Redes sociais
Antes de estourar a onda de protestos no Brasil, a
Câmara Municipal de Goiânia foi um termômetro de todo o estresse popular,
quando centenas deles foram ao plenário protestar contra a aprovação das
mudanças no Plano Diretor – mudanças semelhantes deram origem a onda violenta
de protestos na Turquia, que se iniciaram pouco antes dos protestos no Brasil.
“Até pouco tempo, as mídias tradicionais não
conseguiam aproximar o eleitor do político. Mas com as redes sociais e outros
formatos da internet, os indivíduos invisíveis, sem voz, ganham formas,
tornam-se participantes e a palavra de um cidadão comum vale o mesmo dito por
um político”, analisa Carlos Almeida de Soares, cientista da comunicação e
autor de livros sobre mídias digitais.
Respostas sem eficácia
A prova de que os políticos vivem um autismo é a
resposta dada aos reclames da população.
A pauta inicial e momentânea do Movimento Passe Livre foi atendida
exclusivamente para estudantes. Ou seja, a luta de todos tornou-se privilégio
apenas de alguns. E algo momentâneo, pois uma hora tem que ocorrer aumento. No
Brasil, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), foi o primeiro a
anunciar assinatura permitindo o benefício do passe livre aos estudantes. Em seguida, uma avalanche de gestores assinou
embaixo. Mas quem paga essa conta? Se o
passe é livre, deveria ser para todos.
Outra reivindicação, mesmo que sem pleno domínio de
conteúdo dos que a exigiam, foi atendida: a derrubada da Projeto de Emenda
Constitucional (PEC) 37, que tratava da liberdade dos promotores de Justiça
para investigar. A “Cura gay”, projeto de lei do deputado federal João Campos
(PSDB), também foi tratorado sem sequer causar debates no Congresso.
Estas são as migalhas que foram dadas ao povo. As
reformas profundas começaram a ser negadas. A primeira delas diz respeito à
inserção do povo na tomada das decisões por meio de mecanismos como a
democracia direta – em que o próprio eleitor decide aspectos importantes da
sociedade.
A Constituição Federal não necessita de nenhuma
emenda. Ela já estabelece que a população pode exercer o direito do plebiscito
ou do referendo. O parágrafo único do primeiro artigo já dá o recado: “Todo o
poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição”.
Diretamente significa o povo votar os projetos de lei.
É preciso recordar: a presidenta Dilma Rousseff
veio a público oferecer a reforma política como tema de plebiscito. Mas logo a
classe política criou um imbróglio pseudo-jurídico do que pode e não pode ser
feito. Moral da história: a ideia de plebiscito (leia-se, de consulta direta ao
povo) está de molho. A Constituinte, então, já era. E o motivo é simples: a
reforma política, se feita de verdade, impediria inúmeros problemas e vícios de
origem da corrupção brasileira, como a relação promíscua entre empresários e
políticos.
A Medida Provisória 611, por exemplo, é um
achincalhe aos manifestantes. Ela continua a existir e permite brechas de
investimentos de milhares de reais em projetos da Fifa. Cerca de R$ 33 milhões já foram investidos
graças ao ato normativo assinado pela presidenta Dilma Rousseff e que não
passou por debates deliberativos importantes.
Caso a Medida Provisória 611 fosse debatida em
público, por meio da participação popular, dificilmente teria eficácia. Mas
Dilma usa do expediente dela mesmo achar o que pode e não pode ser feito no
Brasil para dar dinheiro aos magnatas do futebol. Sua gestão abusa das Medidas
Provisórias, consideradas um estupro ao Poder Legislativo, principalmente para
atender grandes grupos econômicos.
Políticos atendem empresários, bancos e outros
políticos
Para atender os reclames populares a presidenta
Dilma Roussef (e qualquer político) é uma gatinha. Mas leoa quando defende os
interesses dos poderosos e ricos. No dia 15 de maio, no apagar das luzes, a Lei
12.810 sancionada pela presidenta Dilma trouxe uma ótima notícia para os
bancos: quem entrar com uma ação contra
banco sobre financiamento ou empréstimo, é obrigado a continuar a pagar as
prestações, até a decisão da sentença – mesmo que a instituição esteja errada.
Ou seja: a lei pega mais da metade dos brasileiros e garante dinheiro jorrando
nas contas dos magnatas, agiotas e factorys.
Depois, tem que enfrentar toda uma dificuldade para
receber. A estratégia de Dilma e dos bancos é simples: enrolar ao máximo os
processos judiciais (o que não precisa de muita ajuda) e assim tirar o dinheiro
de quem fez o empréstimo. Cerca de 60% das ações contra bancos são vencidas
pelos proponentes das ações. Existe até um filão na advocacia chamada “direito
contra banco”. Todavia, a medida de
Dilma vai esfriar as ações contra os bancos.
A norma que emenda o Código de Processo Civil é
apenas uma em um milhão de leis que são feitas exatamente para enganar o
povão. Elas são elaboradas sem que 99,9%
da população saibam ou tenha em mente do que se trata. Se ficar sabendo, não
protesta, queima tudo.
FONTE:
Conduta sexual inapropriada de AUTISTAS não é sinal de desvio e pode ser modificada
A limitação de conhecimento sobre o autismo pode
resultar na confusão de simples expressão de sexualidade com desvios de
conduta, colocando em risco a integração da criança, adolescente ou adulto com
autismo. “As pessoas com autismo correm grande risco de consequências negativas
e castigos que incluem perda de privilégios como andar de transporte público ou
mesmo um trabalho”, aponta o estudo “Comportamentos sexuais no autismo:
problemas de definição e gerenciamento” (no original: “Sexual Behaviors in Autism:
Problems of Definition and Management”).
Os autores ressaltam as dificuldades que as condutas
sexuais de pessoas com autismo podem trazer para seus pais. Existem hipóteses
sobre a exibição pública da conduta sexual do autista, e alguns especialistas
apontam que a masturbação persistente de alguns autistas pode ser reforçada
como opção para liberar sua tensão sexual. “Os comportamentos socialmente
inaceitáveis podem estar relacionados às características do autismo”, alertam.
Antes de se pensar em castigos ou reprimendas,
portanto, é importante lembrar que autistas apresentam consciência social
alterada, assim como a noção de reciprocidade. Esses elementos são essenciais
para o processo de aprendizagem e compreensão da interação sexual apropriada.
De acordo com o estudo, a dificuldade para aprender os comportamentos sociais
de uma maneira estruturada confundem o desenvolvimento sexual do autista e
contribuem para as chamadas condutas inadequadas. Autistas, ressaltam os
autores, não reconhecem facilmente sinais afetivos sutis, e têm dificuldades em
reconhecer outros pontos de vistas.
Os autores destacam as condutas sexuais inadequadas
mais comuns em pessoas com autismo: tirar a roupa em público, masturbação em
público e tocar suas partes íntimas em público, além de debater determinados
temas de cunho sexual. Com o aumento da socialização, é possível ensinar-lhes a
ser discretos e seletivos. “Desde 1970, os tratamentos enfocam a repressão da
conduta inadequada e o reforço de um comportamento alternativo”, aponta o
estudo, que questiona ainda a efetividade das chamadas terapias de aversão,
assim como o tratamento hormonal, devido aos possíveis efeitos secundários.
Fonte:
Journal of Autism and Developmental Disorders.
quarta-feira, 17 de julho de 2013
O crescimento do Autismo
Sabemos
muito pouco sobre o Autismo, entretanto a cada ano aumenta o número de
indivíduos diagnosticados com TEA (Transtorno do Espectro Autismo). Muitas são
as especulações do que pode ser ou não a causa do elevado crescimento destes
índices, conforme o Centro dos EUA de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de
1980 até a data de hoje o crescimento foi muito significativo.
Segundo
Emily Willingham, escritor da Forbes, dentro desses números aparece a
constatação de que a maior parte do aumento de 2007 para 2013 ocorreram em
crianças em idade escolar. Em outras palavras, se é possível diagnosticar o autismo por volta
dos 18 meses de idade até os 5 anos, porque muitos destes novos diagnósticos de
autismo foram detectado somente mais tarde? Por que o autismo “passa”
despercebido em algumas crianças, antes de sua vida escolar? Isso se encaixa
com a ideia de que uma grande parte do aumento no autismo que temos visto na
última década, tem muito a ver com uma maior consciência e identificação do
mesmo, bem como a aceitação das pessoas autistas, verificação de seu potencial,
e a busca para garantir os apoios e os recursos necessários para cumprir esse
potencial.
De acordo
com o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), cuja
última revisão foi agora em maio de 2013, ocorreram mudanças significativas
para os critérios de diagnósticos para o autismo. A nova revisão do DSM inclui
uma definição diferente de TEA (Transtorno do Espectro Autista, ASD em inglês).
Para ser diagnosticado com TEA, o indivíduo deve ter apresentado sintomas que
comecem na infância precocemente e devem comprometer a capacidade do indivíduo
em função da sua vida e do dia a dia.
No DSM-IV,
havia cinco transtornos do espectro do autismo, cada um dos quais tinha um diagnóstico
único: Transtorno Autista ou autismo clássico, Transtorno de Asperger
,Transtorno Invasivo do Desenvolvimento - Sem Outra Especificação ( PDD-NOS ),
Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância.
Na última
revisão do DSM, esses transtornos não existirão como diagnósticos distintos no
espectro do autismo. Em vez disso, com exceção da síndrome de Rett, eles vão
ser incluídos no diagnóstico de "Transtorno do Espectro do Autismo."
A Síndrome de Rett vai se tornar uma entidade própria e deixará de ser parte do
espectro do autismo.
De acordo
com a Associação Americana de Psiquiatria DSM-V Development Team, os padrões
para o diagnóstico de transtornos do espectro do autismo mudaram por várias
razões:
- Embora seja
possível distinguir claramente a diferença entre as pessoas com TEA’s e aqueles
com o funcionamento neurotípico, é mais difícil de diagnosticar os subtipos
válidos e consistentes.
- Uma vez que todas as pessoas com transtornos do
espectro autista exibem alguns dos comportamentos típicos, é melhor para
redefinir o diagnóstico por gravidade do que ter um rótulo completamente
separado.
- Um único diagnóstico de TEA reflete melhor a atual
pesquisa sobre a apresentação e patologia do autismo.
Novos Critérios Diagnósticos para Transtorno do
Espectro do Autismo
Quando um
médico ou psicólogo diagnostica alguém com autismo, ele ou ela compara o
comportamento do indivíduo com os critérios estabelecidos no DSM. Se o
comportamento se encaixa na descrição listada no texto, então o indivíduo pode
ser diagnosticado com um distúrbio do espectro do autismo.
A nova
revisão do DSM incluída uma definição diferente de ASD. Para ser diagnosticado
com ASD, e indivíduo deve ter exibido sintomas começam na infância precoce, e
esses sintomas devem comprometer a capacidade do indivíduo de funcionar na vida
do dia-a-dia.
Os déficits sociais e de comunicação
A fim de receber um diagnóstico de Transtorno do
Espectro do Autismo, uma pessoa deve ter as três seguintes déficits:
·
Problemas de interação social ou emocional
alternativo - Isso pode incluir a dificuldade de estabelecer ou manter o
vai-e-vem de conversas e interações, a incapacidade de iniciar uma interação, e
problemas com a atenção compartilhada ou partilha de emoções e interesses com os
outros.
·
Graves
problemas para manter relações - Isso pode envolver uma completa falta de
interesse em outras pessoas, as dificuldades de jogar fingir e se engajar em
atividades sociais apropriadas à idade e problemas de adaptação a diferentes
expectativas sociais.
· Problemas de comunicação não-verbal - o que
pode incluir o contato anormal dos olhos, postura, expressões faciais, tom de
voz e gestos, bem como a incapacidade de entender esses sinais não-verbais de
outras pessoas.
Comportamentos repetitivos e restritivos
Além disso, o indivíduo deve apresentar pelo menos
dois destes comportamentos:
·
Apego
extremo a rotinas e padrões e resistência a mudanças nas rotinas
·
Fala ou movimentos repetitivos
·
Interesses intensos e restritivos
·
Dificuldade em integrar informação sensorial ou
forte procura ou evitar comportamentos de estímulos sensoriais
O DSM-V
terá apenas duas áreas principais: comunicação social e os déficits e os
comportamentos fixos ou repetitivos.
O DSM-V
Development Team explica que é difícil separar os déficits de comunicação e os
déficits sociais, uma vez que estas duas áreas se sobrepõem de forma
significativa. A comunicação é frequentemente utilizada para fins sociais, e os
déficits de comunicação podem afetar drasticamente o desempenho social.
Os atrasos de linguagem não fazem parte do
diagnóstico
Anteriormente, um atraso de linguagem foi um fator significativo no
diagnóstico de autismo clássico. Além disso, os indivíduos com Transtorno de
Asperger não poderiam ter um atraso de linguagem, a fim de receber esse
diagnóstico.
A nova
versão do DSM não inclui atraso de linguagem como um critério para o
diagnóstico. Os atrasos de linguagem podem ocorrer por muitas razões e não
foram consistentes em todo o espectro do autismo, a Equipe de Desenvolvimento
DSM-V sentiu que eles não devem ser necessários para o diagnóstico.
Fonte:
MILLER-WILSON, Kate. Critérios para o autismo, no
DSM-V. Disponível online em:
http://autism.lovetoknow.com/diagnosing-autism/criteria-autism-dsm-v
WILLINGHAM, Emily. Prevalência do autismo está agora
em 1 em 50 crianças. Disponível online em:
http://www.forbes.com/sites/emilywillingham/2013/03/20/autism-prevalence-is-now-at-1-in-50-children/
terça-feira, 16 de julho de 2013
Teste avalia droga contra mal genético similar ao autismo
A síndrome de Rett é uma doença rara, mas sua
semelhança com o autismo típico instiga cientistas, que veem nela uma janela
para investigar drogas mais gerais contra esse transtorno, caracterizado por
problemas motores, de comunicação e de afeto.
Três ensaios clínicos estão testando a ação do IGF1,
um hormônio de crescimento, em meninas com Rett.
O primeiro avaliou seis pacientes no Hospital
Versilia, na Toscana (Itália), e concluiu que a droga é segura. Apesar de não
ter conseguido quantificar efeito terapêutico do remédio com tão poucas
pacientes, o trabalho relata que todas as meninas tiveram melhora das funções
cognitivas.
"Uma das pacientes, que não conseguia mover os
braços, está agora comendo frutas sozinha usando suas mãos", disse à Folha
Daniela Tropea, médica que liderou o ensaio clínico. "Já é um grande
avanço."
O grupo italiano ainda não conseguiu apoio para
iniciar um estudo em escala maior para avaliar a eficácia da droga. Cientistas
do Hospital de Crianças de Boston, porém, já têm um teste de fase dois --são
necessários três para aprovar uma droga-- em andamento, com objetivo de
recrutar 40 meninas.
SEMELHANÇAS
A síndrome de Rett, que era considerada um
transtorno da classe do autismo, deixou de sê-lo no DSM-5, o novo manual de
diagnósticos da Associação Americana de Psiquiatria, lançado neste ano.
No entanto, Alysson Muotri, cientista brasileiro na
Universidade da Califórnia em San Diego, defende a ideia de que as duas doenças
têm semelhanças o suficiente para que um mesmo tipo de tratamento funcione em
ambas.
Não há nenhum teste programado da droga em crianças
autistas ainda, mas Muotri já mostrou que o IGF1 é capaz de "curar"
neurônios criados a partir de células de crianças autistas ou com Rett.
O brasileiro tem dúvidas, porém, sobre se esse
hormônio é pequeno o bastante para atingir todos os neurônios necessários. Seu
laboratório agora busca moléculas com efeito mais potente.
O biólogo ajudou os NIH (Institutos Nacionais de
Saúde dos EUA) a montarem um centro que usa um sistema de pesquisa robotizado
para testar centenas de compostos em amostras de células reprogramadas de
crianças autistas e com Rett.
Jeffrey Neul, do Baylor College, de Houston, já
começou a testar em pacientes adultas uma versão alterada do IGF1.
Com ajuda de uma farmacêutica neozelandesa, ele
extraiu um peptídeo --pedaço da molécula do hormônio-- e o modificou para se
tornar quimicamente estável.
Em sua nova forma, a droga penetra o cérebro com
mais eficácia e previne efeitos colaterais em pacientes com problemas
metabólicos --dificuldade verificada no uso de IGF1 em experimentos com
camundongos.
"Doenças como a síndrome de Rett permitem
vislumbrar um pouco o autismo idiopático [clássico]. Esperamos que muitos dos
tratamentos testados para essas doenças possam vir a beneficiar um subconjunto
de pessoas com autismo, ainda que não seja possível ajudar todas elas",
diz Neul.
FONTE:
RAFAEL GARCIA
Foto: Portal de São Francisco
Terapia com remédios para autismo é vista com ceticismo
Notícias sobre os estudos do cientista brasileiro
Alysson Muotri --que "curou" células autistas com um hormônio
--correram rápido entre as associações de pais de crianças autistas.
No mês passado, algumas delas se organizaram para
que o biólogo ministrasse uma palestra em São Paulo.
"Rezamos por ele. Não perdemos a esperança de
que um dia surja a cura", disse Berenice Piana, ativista que luta por
direitos de crianças portadoras do transtorno.
A perspectiva de que um dia surja um tratamento
farmacológico para o autismo, porém, é recebida com ceticismo por alguns
médicos.
"Quando ele [Muotri] diz que considera Rett um
modelo genético para o autismo, está completamente equivocado", diz José
Salomão Schwartzman, psiquiatra da Universidade Mackenzie e integrante do grupo
de trabalho do Ministério da Saúde sobre políticas para a doença.
As diferenças de perfil genético entre os pacientes
das duas doenças, diz, são sinal de que não deve existir um tratamento que
sirva para ambas. Para Salomão, a associação cria esperança ilusória entre pais
de autistas.
"Quem segura as pontas depois sou eu, como
clínico. Todos os dias me perguntam se a cura está próxima."
Clínicos que trabalham nos testes para síndrome de
Rett têm uma visão mais otimista, apesar de cautelosa.
"Não existirá uma droga capaz de mudar toda a
história do autismo de uma hora para a outra", diz a médica Daniela
Tropea, que coordenou o estudo da Itália. "O avanço das pesquisas vai na
direção de uma melhora progressiva. Mas não vai ocorrer um milagre."
(RG)
Fonte:
Foto: Google
Cientista quer criar centro de estudos no país
Em sua última visita ao Brasil, o biólogo Alysson
Muotri fez uma parada em Brasília. Ele tinha reuniões marcadas para apresentar
a proposta de criar um centro de estudos de excelência sobre autismo no Brasil,
ideia que vem sendo discutida com organizações de pais de autistas.
O cientista brasileiro espera que o centro seja
capaz de levantar recursos, realizar atividades educacionais e recrutar
pacientes que sejam avaliados em trabalhos de pesquisa. Tudo, porém, em caráter
"não assistencialista".
No primeiro dia, encontrou-se com Gleisi Hoffmann,
ministra da Casa Civil. Segundo Muotri, o modelo de financiamento para a
proposta ainda está em estudo, mas, mesmo que a iniciativa privada se mostre
uma opção mais adequada, o centro de estudo deve manter algum vínculo com o
governo.
"A ministra da Casa Civil sinalizou interesse,
e o ministro Padilha (Saúde) também", diz a educadora Luciana Nassif, mãe
de uma menina autista, que assessorou Muotri na elaboração da proposta.
O que mais entusiasma os pais é a perspectiva de
que ensaios clínicos de tratamentos possam ser realizados nessa instituição.
"Para quem só tinha um horizonte sombrio, sem
perspectivas de melhora e muito menos de cura, a pesquisa virou uma grande
possibilidade", diz Nassif. "Eu acredito tanto na pesquisa que
colocaria minha filha nos testes."
(RG)
FONTE:
sábado, 13 de julho de 2013
Cientista brasileiro estuda remédio promissor para tratar autismo
Alysson Muotri estuda neurônios criados com
células-tronco
de autistas.
O biólogo relata ter obtido resultados preliminares,
mas
positivos.
O biólogo brasileiro Alysson Muotri, professor da Faculdade de
Medicina da Universidade da Califórnia, em San Diego, nos EUA, relatou ter
obtido resultados preliminares, mas promissores, em pesquisas com medicamentos
para tratar efeitos do autismo em crianças.
Analisando os genes de pacientes e reprogramando células-tronco
obtidas a partir de células comuns para que elas se tornem neurônios, o
cientista e sua equipe têm estudado em laboratório drogas que ajudem a reduzir
as limitações presentes em autistas.
Em uma das pesquisas, apresentada em congressos, mas ainda não
publicada em revista científica, Muotri aponta ter encontrado vínculo entre
mutações genéticas que prejudicam a formação de sinapses (ligações) dos neurônios
e alterações causadas pelo autismo. O estudo com uma criança que apresenta uma
forma específica de autismo apontou que ela tem um gene defeituoso que
dificulta a entrada de cálcio nos neurônios, o que atrapalha a proliferação das
sinapses.
Os pesquisadores retiraram células comuns da criança e fizeram com que
elas voltassem a ser células-tronco. Depois, elas foram reprogramadas para se
tornarem neurônios. Eles, então, testaram medicamentos para estimular em
laboratório o bom funcionamento do gene. "Todo mundo tem duas cópias de
cada gene. No caso desta criança, ela tem uma cópia que está mutada [sofreu
mutação] e outra que é funcional. Achamos uma droga que estimula o gene ativo a
‘funcionar’ em dobro", disse Muotri, que é pós-doutor em neurociência e
células-tronco pelo Instituto Salk de Pesquisas Biológicas, também na
Califórnia.
O medicamento que estimula o receptor de cálcio
respondeu bem aos testes em laboratório e passou a ser administrado ao paciente
diluído em chá, para avaliar os resultados. As primeiras observações, após um
mês, mostram que a criança tem progredido em atenção e sociabilização.
"Avaliamos através de questionários aplicados para os pais, professores,
amigos da criança. Fizemos uma observação antes e depois da droga", aponta
Muotri.
"Os dados que obtivemos depois de um mês são
promissores, eles mostram melhora na atenção e na sociabilidade da
criança", relata o professor. "Não é tão significativo porque tivemos
que dar uma dose pequena", pondera, mas a descoberta é importante.
"Abre uma perspectiva que estamos chamando de medicina personalizada.
Baseado no genoma da pessoa e em testes com células-tronco induzidas, pode ser
possível definir qual a melhor droga e a melhor dose a ser usada em um
indivíduo", diz.
O caso do autismo é singular porque há vários tipos
de distúrbios, causados por situações e mutações distintas. "Dificilmente
você vai encontrar uma droga que vale para todo mundo", avalia Muotri. Ele
diz que o tratamento que está sendo proposto, o da medicina personalizada, é
similar ao que ocorre com alguns tipos de câncer. "Você retira algumas
células e vai testando, até encontrar o medicamento e a dose certa."
Cérebro maior
O grupo capitaneado por Muotri também está
investindo em outra linha de pesquisa - analisar dez crianças autistas com
quadro clínico parecido, de cérebro com tamanho maior do que o normal. Os
pesquisadores estão estudando se estes pacientes têm características genéticas
similares, como alguma mutação.
A hipótese dos cientistas é que, se as crianças têm
um cérebro grande, é porque elas têm mais neurônios do que o necessário para
sua idade - por algum motivo as células nervosas podem ter crescido
descontroladamente. "Nós estamos pesquisando drogas que inibam o
crescimento dessas células. A ideia é controlar o aumento, estamos fazendo
testes em laboratório", diz Muotri.
A previsão do professor é que essa linha de pesquisa
vai dar respostas mais rapidamente. "Proliferação celular é algo que é
estudado há muito tempo", pondera. "Talvez dois anos para começar a
ter resultados com drogas.”
Neurônios vivos
Um dos grandes problemas para entender o autismo é
conseguir obter neurônios vivos, ressalta Muotri. "Muitas vezes são usados
tecidos de autistas mortos, analisados depois que um paciente morre." Mas
o avanço de pesquisas em células-tronco pluripotentes induzidas (conhecidas
como células iPS, em inglês) está abrindo um novo caminho no estudo do autismo,
diz o professor.
"A ideia é pegar células do paciente - cabelo,
pele, polpa do dente - e fazer com que elas voltem a ser células-tronco. Então
você as induz a se tornarem neurônios", explica o cientista. Pesquisas
recentes apontam que o cérebro dos autistas, em geral, realiza menos sinapses
(ligações entre neurônios para transmissão de informações), o que está sendo
explorado nas pesquisas científicas.
"Começamos a testar medicamentos para elevar o
número de sinapses, e alguns deles têm funcionado. Drogas como o fator de
crescimento insulínico [IGF-1, na sigla em inglês]", diz Muotri. Um dos
problemas do IGF-1 é que é uma proteína muito grande, que não consegue ser bem
absorvida pelas camadas mais externas do cérebro. Moléculas menores estão em
estudo, afirma o professor.
A novidade dos pesquisadores é que os testes com
estas drogas até agora estavam restritos ao laboratório, e vão começar a ser
aplicados em pacientes em breve. "A fase clínica de toxicidade já foi
aprovada para alguns grupos que estão estudando crianças autistas. A ideia
agora é testar em um número maior de crianças, para saber se, com seis meses a
um ano de tratamento, elas estão melhores em diferentes aspectos, como
respiração, ansiedade", informa Muotri.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Práticas de ensino para Autistas
Estudo liga anticorpos maternos a surgimento de autismo em bebê
Pesquisa
avaliou mães de crianças com e sem o transtorno.
Filhos das que
têm certos anticorpos teriam
mais chance de ter problema.
Anticorpos maternos que têm como alvo as proteínas
no cérebro do feto podem desempenhar um papel no desenvolvimento de algumas
formas de autismo, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira (9).
Segundo estudo, certos anticorpos da mãe podem ter relação com surgimento de autismo no feto (Foto: Divulgação) |
Realizado com 246 mães de crianças com
"transtornos do espectro autista" e 149 mães de crianças saudáveis, o
estudo mostrou que quase um quarto das mulheres do primeiro grupo tinham uma
combinação destes anticorpos diferentes daquelas do segundo grupo.
Os "transtornos do espectro autista"
(TEA) incluem variedades diferentes de autismo, entre elas a síndrome de Asperger,
que afeta crianças muito inteligentes, mas com grande dificuldade em interações
sociais.
Os anticorpos são proteínas essenciais para o
sistema imunológico. Eles detectam e neutralizam substâncias estranhas ao
corpo, tais como vírus e bactérias.
saiba mais
Estudo de Harvard relaciona poluição com
possibilidade de autismo
Remédio criado para tratar autismo não traz melhora
em estudo
As mulheres grávidas passam seus anticorpos para o
feto, o que lhe permite defender-se de infecções até os 6 meses de idade,
enquanto seu sistema imunológico ainda está imaturo.
Mas eles podem também, de acordo com o estudo
publicado na revista "Translational Psychiatry", transmitir
anticorpos que impedem que o cérebro se desenvolva corretamente.
"Descobrimos que 23% das mães de crianças
autistas têm autoanticorpos contra proteínas que são necessárias para um
desenvolvimento neurológico saudável", explicou à France Presse Judy Van
De Water autora do artigo, professora da Universidade da Califórnia, que afirma
que esses anticorpos não estavam presentes em mães de crianças não autistas.
Os sintomas também se mostraram mais graves em
crianças nascidas de mães com o anticorpo em questão do que em comparação com
crianças autistas nascidas de mães sem esses anticorpos.
Os TAE afetam cerca de um em cada 100 nascimentos
nos países ocidentais. Os meninos são três vezes mais afetados do que as
meninas por esta doença, cujas origens permanecem obscuras.
A equipe de Van de Water foi capaz de identificar
11 diferentes combinações de sete proteínas alvo de anticorpos associadas aos
TEA, cada um dos quais tem um risco diferente do transtorno autista.
O objetivo agora é encontrar marcadores capazes de
identificar o risco de TEA, o que permitiria "uma intervenção
precoce" para ajudar crianças com autismo para "melhorar o seu
comportamento e suas capacidades", observa Van de Water.
Em um estudo separado, pesquisadores liderados por
Melissa Bauman, também da Universidade da Califórnia, expuseram oito fêmeas de
macacos-rhesus grávidas aos anticorpos maternos relacionados ao TEA e chegaram
a resultados semelhantes: os macacos recém-nascidos dessas mães "mostraram
diferenças de comportamento, incluindo reações inadequadas em relação a outros
macacos", observa o estudo.
Fonte:
Da France Presse -G1
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