segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Para mãe, interação é a única forma de quebrar preconceito

Danilo Verpa/Folhapress  
Silvia e seu filho Tom, 3, que estuda em escola de educação convencional
Tom tem apenas três anos, mas já teve de mudar de escola três vezes por problemas de adaptação.
Ele tem autismo em grau ainda não determinado. Mesmo assim, sua mãe, a jornalista Silvia Ruiz Mangalya, 43, defende que ele estude na educação regular, integrado com crianças de todos os tipos.
"Sei que as escolas não estão preparadas para o Tom, mas penso que é preciso construí-las. Isso só é possível com ajuda de pais, professores e direção. Não dá para colocar o filho em sala de aula e achar que vão se virar para ensiná-lo", diz Silvia.
Segundo a mãe, apenas com a interação será possível quebrar preconceitos e entender a diversidade.
"Estou certa de que o melhor caminho é ele estar em uma escola convencional", afirma.
"O Tom vai precisar encarar suas dificuldades, evoluir. Acompanho tudo de perto, ajudo os professores, converso com pais dos colegas dele. Faço tudo para combater os mitos em torno do autismo."
O menino tem problemas de comunicação, mas voltou a falar após a frequência às aulas.
Silvia diz que é preciso mostrar à escola quais são as necessidades em cada caso e ajudar na busca de soluções para o aprendizado do aluno.
Ela diz ser normal ter medo de que o filho possa sofrer na escola e a solução para isso é a proximidade.

"Não dá mais para manter a invisibilidade dos autistas. Nunca vai haver shopping especial só para eles, um mercado só para eles. Meu filho vai a todos os lugares."
FONTE
COTIDIANO - Folha de São Paulo


Mãe diz ser difícil manter filha em escola regular

Fabiana e a filha Morgana, 7, que faz progressos em uma escola especial
Mãe diz ser difícil manter filha em escola regular
Em busca de uma escola que soubesse lidar de maneira mais próxima com as diferenças da filha Morgana, 7, a psicóloga Fabiana Cezar Baralde, 39, resolveu colocá-la em uma escola especial, apenas com crianças autistas.
"Minha filha estudou três anos no ensino regular, mas, agora, ficou difícil mantê-la. Ela tem um desenvolvimento diferente de outras crianças e precisa de uma atenção, um modo de educar também diferente", afirma a mãe.
Pais de crianças autistas divergem sobre educação especial
Para mãe, interação é a única forma de quebrar preconceito
Morgana tem autismo em nível moderado e, segundo a mãe, está "muito feliz" no colégio especial, onde está aprendendo a ter rotinas para o dia a dia e tem acesso a material didático específico.  

"A socialização que ela teve na escola regular foi excelente, mas ela também tem amigos, brinca e evolui na educação especial."
Fabiana diz não defender a educação especial, mas, sim, o direito de os pais poderem escolher o melhor lugar para educarem seus filhos.
Já Carla Maysa Santos, 40, mãe do adolescente André, 16, declara que a escola especial foi a única alternativa que encontrou para educá-lo.
"Inclusão na educação é uma grande mentira. Lutei muito por uma escola especial para o meu filho. Agora ele tem atenção, está evoluindo e está protegido", afirma.

André passou vários anos sem frequentar nenhuma instituição de ensino. "Ele não era aceito por nenhuma escola e, quando era aceito, ficava de lado, excluído e sem a atenção que precisa."
FONTE:
COTIDIANO - Folha de São Paulo

Pais de crianças autistas divergem sobre educação especial

Familiares de pessoas com autismo estão organizando, para daqui a duas semanas, um grande ato, em Brasília, para pressionar o governo pelo direito de educarem seus filhos em casa ou em instituições específicas.
O movimento encontra resistência dentro do próprio universo de pais com filhos autistas. Há associações que defendem que o caminho para a maior socialização é por meio da educação regular.
Mãe diz ser difícil manter filha em escola regular.       Para mãe, interação é a única forma de quebrar preconceito.
A divisão veio à tona após a presidente Dilma vetar, na lei que iguala direitos de autistas aos de demais pessoas com deficiência, trecho que deixava aberta a possibilidade de a educação do grupo ser realizada de acordo com necessidades específicas.
"O autismo se manifesta em diferentes graus, o que vai gerar demandas diferentes. Não é possível tratar tudo na mesma normativa", diz Berenice Piana, mãe de um jovem com autismo e uma das principais responsáveis pela aprovação da lei.
Entre as alegações dos que apoiam a educação segmentada estão a exposição dos filhos ao bullying, a falta de estrutura e capacitação de professores nas escolas regulares e a imprevisibilidade das ações das crianças, que podem inclusive ser violentas, dentro da sala de aula.
Apaes em todo o país dão fôlego ao pleito de quem defende a educação especial. A instituição é a mais tradicional do país no trato com pessoas com deficiência intelectual tanto em aspectos educacionais como em terapias.
RECURSOS
Pelo Plano Nacional de Educação, em avaliação no Congresso, instituição nenhuma poderá, a partir de 2016, receber recursos públicos para fornecer ensino exclusivo a grupos com deficiência como autistas, downs ou paralisados cerebrais, como no caso das Apaes.
"O mundo moderno exige toda criança na escola e o governo investiu em leis e procedimentos que levassem o país a esse patamar. Se a criança não puder ir à escola por motivos médicos sérios, a escola deve ir à criança", afirma o psicólogo Manuel Vazquez Gil.
Ele tem um filho com autismo em grau severo e que estuda no ensino regular.
O MEC (Ministério da Educação) defende que é inconstitucional a manutenção das escolas especiais, uma vez que o Brasil é signatário de convenção internacional que determina a educação inclusiva, fornecendo os governos as condições para isso.
"Os pais precisam ter o direito de escolha de onde querem educar seus filhos. Eles são os melhores especialistas, vivem o problema no dia a dia", declara Piana.
Na política de educação inclusiva do MEC estão previstas ações "intersetoriais" para atender os casos mais graves de pessoas com deficiência na escola, que envolvem auxílio de acompanhantes, atenção à saúde e ensino complementar.
Os contrários à obrigatoriedade do ensino regular afirmam que, na vida prática, a educação inclusiva não tem efeito para pessoas com autismo em grau severo, que não aprendem à contento e na escola ficam longe de cuidados da família ou de profissionais habilitados.
A secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Linamara Battistella, avalia que o debate em torno da educação de autistas não pode ser generalizado e precisa de mais espaço.
"O conceito da educação inclusiva é para o que trabalhamos, mas é preciso particularizar o que exige um cuidado diferenciado. Em caso de autistas com grave dependência, talvez a escola convencional não seja o melhor lugar."

Já a secretária municipal da mesma pasta, Marianne Pinotti, defende que a escola regular crie condições, com a ajuda dos pais e de especialistas, para o atendimento de qualquer criança, de acordo com suas necessidades.

FONTE
JAIRO MARQUES
COTIDIANO - Folha de São Paulo

ACESSIBILIDADE: Exposição Para Todos: no Jardim Botânico de Curitiba

      Com diversas ações de acessibilidade, a exposição permite a todas as pessoas, sem exceção, o acesso às informações. O público tem a oportunidade de conhecer a forma como as pessoas com deficiência reivindicaram espaço e deslocaram a luta pelos seus direitos do campo da assistência social para o campo dos Direitos Humanos.
Diversos símbolos que representam pessoas com deficiência
A Exposição "Para Todos" 2013 será instalada no Museu Botânico Municipal de Curitiba Site externo., no Jardim Botânico. A abertura oficial aconteceu na quinta-feira (15), às 16 horas. Com diversas ações de acessibilidade, a exposição permite a todas as pessoas, sem exceção, o acesso às informações.
A partir de vários recursos multimídia - vídeos, audioguia, texturas e brinquedos acessíveis - os visitantes fazem um passeio pela história da discriminação sofrida e da luta das pessoas com deficiência para terem seus direitos humanos garantidos. De forma lúdica e educativa, a exposição mostra como as pessoas com deficiência se organizaram e saíram do anonimato com o qual sofreram por séculos. O público vai ter a oportunidade de conhecer a forma como essas pessoas reivindicaram espaço e deslocaram a luta pelos seus direitos do campo da assistência social para o campo dos Direitos Humanos.
O espaço, conteúdo, ação educativa e informação da mostra estão ao alcance de todos os indivíduos, são perceptíveis a todas as formas de comunicação, permitindo independência dos visitantes. Assim, o conteúdo pode ser usufruído isolado da condição física, sensorial, intelectual ou capacidade de comunicação dos visitantes por meio de placas e catálogo em braile, recurso de audioguia e audiodescrição, piso tátil e informações em Libras.
A exposição já teve nove edições em 2012, passando por oito capitais - Porto Alegre, Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro, Campo Grande, Belém, Recife e Brasília. Nessa nova edição, a mostra vai circular, além de Curitiba, por outras quatro capitais - Goiânia, Teresina, Salvador, Vitória, e retorna a Brasília.
Serviço:
MOSTRA: "Para Todos - O Movimento das Pessoas com Deficiência no Brasil"
Data: 15 de agosto a 08 de setembro de 2013
Horário: de segunda a sexta-feira 8h30 as 12h das 13h as 17h, sábado e domingo 9h as 18h
Local: Museu Botânico Municipal de Curitiba

Endereço: Rua Engenheiro Ostoja Ruguski, s/n, no bairro Jardim Botânico.