sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Inclusão de crianças autistas em escolas regulares é possível, mas é preciso preparação de todos para o convívio

       São Paulo – Especialistas no atendimento a crianças autistas defendem que a inclusão dos pequenos em uma escola regular é possível, mas alertam para a necessidade de que os professores, os parentes e os colegas de classe estejam preparados para o convívio.
“[Sem isso] O professor sofre, os outros alunos sofrem porque não entendem e, quando fazem alguma brincadeira, são repreendidos sem terem sido orientados. Os familiares e principalmente os autistas sofrem”, ressalta a psicomotricista Eliana Rodrigues Boralli Mota.
Segundo Eliana, que fundou a Associação dos Amigos da Criança Autista (Auma) há 25 anos, a família sofre tanto ou mais do que a própria criança. Por isso, acredita ser importante criar um ambiente de integração. “Tudo aí fora é preconceito. Até mesmo o atendimento médico é difícil, porque até convênios se recusam a receber autistas como dependentes. A falta de conhecimento também provoca isso”, disse Eliana, que organizou hoje (17) a festa em comemoração ao Dia da Criança, que é celebrado tradicionalmente no dia 12 de outubro.
“Por mais que se diga que não, em uma escola comum, o autista e a família passam por preconceitos, porque são diferentes. Aqui [na Auma], eu me encontrei e o Renan teve um grande progresso. Por isso eu continuo até hoje”, conta a dona de casa Carla Cruz Costa de Souza, mãe de Renan, de 17 anos. Quando ela conheceu a associação, o filho tinha menos de 5 anos de idade, quando foi diagnosticado com autismo. Antes, o garoto havia estudado em escolas regulares.
Cerca de 40 crianças e adolescentes participaram da confraternização, na sede da entidade, em Santana, bairro da zona norte paulistana. As atividades foram preparadas com o objetivo de socializar os alunos em um ambiente seguro, mas com as mesmas características de uma festa comum.
Alzenira Pompeo da Rosa, mãe de uma menina de 15 anos, ressaltou que a integração entre os pais é interessante para a troca de experiências, apesar de cada criança com autismo ser diferente da outra. “O comportamento muda de um para o outro. E é importante convivermos com outros pais para termos experiência”. 
Ela disse que só descobriu o autismo quando a garota tinha 11 anos, e que há um ano frequenta a Auma. Segundo Alzenira, o progresso da filha foi grande no período. Para ela, é importante que ocorram festas na associação porque os alunos se identificam com as pessoas e acabam se soltando mais. “É o mundo deles, com crianças iguais. Em outras festas, eles não ficam à vontade", observou Alzenira.


FONTE:
Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil



Autismo e a sociedade

          Nas últimas semanas observei que foram vinculadas diversas reportagens acerca da atriz americana Daryl Hannah, 
que atuou em filmes como Kill Bill. 
A mesma afirmou em entrevistas que tem autismo e 
que por causa dele, 
se afastou da vida em Hollywood e de seu trabalho como atriz.


(VEJA REVELAÇÃO AO FINAL DA MATÉRIA)

A atriz afirmou que nunca se sentiu confortável em ser o centro das atenções, que ela sempre se sentiu
Foto Google
muito mal com isso, apesar de conseguir, com sucesso, administrar a carreira durante muito tempo. Ela ainda disse que hoje tem conhecimento de coisas que facilitam a sua vida, que vinte anos atrás não tinha.
Daryl Hannah ainda contou que ela nunca disse que tinha autismo para as pessoas e produtores em Hollywood, isso porque, temia que não fosse escolhida para fazer comerciais, programas de TV ou filmes.
As declarações da atriz reacendem uma discussão: o quanto nossa sociedade está, ou não, preparada e adaptada para lidar com as pessoas diagnosticadas com Transtorno de Espectro Autista? O quanto nossa ignorância acerca do transtorno dificulta uma tentativa de ter uma vida “normal” para os autistas?
Levando em consideração o que foi dito por Daryl Hannah, a nossa sociedade como um todo, ainda dificulta, e muito, a vida das pessoas com autismo. E isso pode ser observado em nosso dia-a-dia, quando as escolas regulares não estão preparadas para receber uma criança com o transtorno, por exemplo.
E mais, quando os pais encontram profissionais de saúde despreparados na hora de cuidarem de seus filhos. Quando falta política pública para assistir as famílias que não tem condições de pagar por tratamento, quando pouco se fala sobre o transtorno, pois só a informação pode tirar as pessoas da ignorância a cerca do mesmo.
Ao olharmos a história de Hannah, podemos constatar que os autistas são capazes de fazer as mesmas coisas que qualquer outra pessoa que não tem o transtorno, apenas de forma diferente. Pois, se ela conseguiu manter uma carreira de sucesso em Hollywood, mesmo com todas as adversidades, por mais de vinte anos, imagina quando tivermos uma sociedade mais justa, no sentido de mais adaptada aos autistas, o que eles não poderão fazer?
Penso, e gostaria que todo mundo pensasse assim também, que não é o autista que tem que se adaptar ao mundo, e sim, o mundo que tem que se adaptar ao autista e isso é inclusão. Como os autistas, existe no mundo uma diversidade de modos diferentes de existir e de enxergar o mundo, e não podemos nos fixar naquilo que foi convencional dizer que era o “normal”.
Já está mais do que provado que por mais que uma pessoa seja diagnosticada com o Transtorno de Espectro Autista isso não quer dizer que ela não será capaz de ter uma boa vida. Para alguns autistas isso requer uma pouco mais de trabalho, mas não quer dizer que eles tenham que ser marginalizados ou que tenham que esconder que tem autismo, como fez Daryl Hannah.

Por Camila Gadelha
Fonte:http://www.christianpost.com/news/daryl-hannah-reveals-autism-disorder-i-wasted-so-much-time-scared-insecure-105395/

DARYL HANNAH REVELA COMO é VIVER COM AUTISMO 

Daryl Hannah revela como é viver com autismo, doença que lhe foi diagnosticada em criança.
Pela primeira vez, a atriz de «Splash a Sereia» assume que sofreu de uma «timidez debilitante», resultante da sua condição de autista, durante a infância.
A revelação foi feita à revista People, à qual Daryl explicou que perdeu «muito tempo com medo, autoconsciente e insegura».
Os médicos que a acompanharam em criança sugeriram à mãe da atriz que a internasse numa instituição especializada, mas ela recusou. Em vez disso, permitiu que a filha se mudasse para Los Angeles quando fez 17 anos, o que deu início ao seu percurso de sucesso como atriz.


Apesar de se sentir agora confortável a falar do problema, Daryl viveu durante muito tempo «apavorada» só de pensar em revelar a doença: «Nunca me senti bem a ser o centro das atenções. Foi uma coisa que sempre me assustou.»