sábado, 29 de março de 2014

Autor conta como filmes da Disney ajudaram filho autista a expressar sentimentos



                   Jornalista americano relata como personagens e histórias auxiliaram o filho a se relacionar com situações do mundo real.        
                   
Owen Suskind era uma criança normal até os três anos de idade, quando sua capacidade de comunicação e habilidades sociais desapareceram. Ele foi diagnosticado com autismo regressivo.
Aos poucos, Owen tornou-se fascinado por filmes da Disney. Ele os assistia e reassistia indefinidamente. Um dia, na festa de aniversário do irmão de nove anos, Walter, o aniversariante estava um pouco choroso. "Walter não quer crescer, como Mowgli ou Peter Pan", disse Owen. A comparação entre seu irmão e os personagens do gigante do entretenimento foi a coisa mais sofisticada que Owen, já com seis anos, havia pronunciado em muito tempo.
O pai, o jornalista americano Ron Suskind, e sua esposa Cornelia começaram a incentivar a paixão do filho pela Disney. O menino autista, hoje com 23 anos, usou personagens e histórias para se relacionar com situações do mundo real. Ele recuperou a linguagem perdida e, por encontrar outras crianças autistas com o mesmo interesse, seu isolamento social diminuiu. A família Suskind foi procurada por pesquisadores de todo o mundo, e eles acreditam que a história do pequeno Owen oferece esperança a outras crianças.
Mary Andrianopoulos, docente na Escola de Saúde Pública de Amherst, na Universidade de Massachusetts, tem verba federal para melhorar as habilidades de comunicação em crianças autistas. Ela acompanha a história da família e diz que a abordagem dos pais fez sentido: "eles descobriram os interesses do filho e tentaram incentivar a criança a aproveitá-los”.
A especialista adverte, no entanto, que não é tão simples como "apenas colocar uma criança na frente de um vídeo da Disney e o tratamento está feito", mas diz que se uma criança aprende habilidades de comunicação e como expressar certos sentimentos através dos personagens, e tem um repertório de idioma aprendido com esses filmes, então esses interesses podem ser canalizados para habilidades funcionais para que ela possa conseguir emprego, ter amigos e viver de forma independente.
O autor do livro recém-lançado nos Estados Unidos “Life, Animated”, Ron Suskind e a esposa contam como a experiência mudou a vida da família:
AP: Como a paixão de Owen pela Disney é diferente de outras coisas que também fascinam pessoas com autismo, como quebra-cabeças, por exemplo? Por que esse interesse importa no longo prazo?
Ron Suskind: O consenso tem sido que, enquanto eu e você temos permissão para ter uma profunda paixão por alguma coisa, uma pessoa no espectro autista não tem, porque ela se concentra naquele interesse em particular excluindo muitas outras coisas. É visto como algo que deve ser desencorajado porque não é produtivo ou não é o que as crianças tipicamente devem fazer. Eventualmente, nós começamos a ver que esse interesse pelos filmes não estava prejudicando Owen. Foi um caminho para ele chegar a uma vida mais diversificada e engajada.
Cornelia Suskind: Todas estas crianças têm obsessões e afinidades. A diferença é que usamos sua afinidade como uma ferramenta, não só para nos aproximarmos do nosso filho cantando músicas, assistindo filmes juntos, brincando com personagens e sendo os personagens, mas, depois, para ajudá-lo a melhorar habilidades acadêmicas e sociais. A melhor esperança que temos com autistas é realmente aproveitar o que os motiva. Pode melhorar o relacionamento familiar e ajuda a ampliar as possibilidades de emprego. Eu honestamente acho que é a resposta para tudo.
AP: Em diversas ocasiões a Disney é criticada pela comercialização e homogeneização do entretenimento infantil. Ela está divulgando seu livro e Kingswell, uma marca da Disney, é sua editora. Seu livro promove a Disney?
Ron Suskind: O livro não é de forma alguma pró-Disney. Não é antidisney. É apenas pró-fato. Entendemos que as pessoas têm aversão ao poder da Disney e à lavagem cerebral. Houve momentos em que eu disse: "se eu assistir Peter Pan mais uma vez, vou enfiar uma espada no meu peito". Mas, com o tempo, começamos a ver que era a única maneira de se conectar com nosso filho. E a razão pela qual meu livro pertence a esta unidade de publicação da Disney pode ser compreendida depois de uma orientação do meu agente. Ele disse: "cada palavra que seu filho fala é licenciada por uma empresa multinacional". Nós teríamos que pagar taxas de licenciamento para cada letra ou linha de diálogo. Eu tive que ir para a Disney.
AP: Os desenhos da organização são muitas vezes tão visualmente expressivos que você pode acompanhar a história com o som desligado. O que mais faz com que os filmes sejam atraentes para as pessoas que têm problemas de processamento de discurso ou emoções?
Ron Suskind: Eles têm temas poderosos que remontam ao Irmãos Grimm e a mitos de mil anos de idade. Mas não foi até a chegada do videocassete para uso doméstico que crianças como Owen pudessem rebobinar e hipersistematizar para aprender, em seu próprio ritmo, a partir dessas narrativas emocionalmente ricas, coisas que elas não poderiam fazer a partir de interações humanas.
Owen usou os filmes para entender a si mesmo e seu lugar no mundo. Ele se via como um ajudante. Ele nos disse: "um auxiliar ajuda o herói a cumprir seu destino". Estas são ideias muito profundas. Ele dava identidades de coadjuvantes para outras crianças na escola e dizia: "sou o protetor dos companheiros. Nenhum companheiro é deixado para trás".
AP: Qual é a cena ou momento preferido de Owen nos filmes e desenhos da Disney?
Ron Suskind: Certas músicas foram marcantes. Algumas ele ouvia todas as manhãs para prepará-lo para o seu dia. "Um Mundo Ideal", de "Aladdin", parecia mantê-lo focado enquanto ele encarava um mundo novo todos os dias.
Fonte:
 http://www.cenariomt.com.br/noticia/350538/autor-conta-como-filmes-da-disney-ajudaram-filho-autista-a-expressar-sentimentos.html



Estudo mostra áreas desorganizadas em cérebros de autistas



 Pesquisadores anunciaram a descoberta de anormalidades em algumas das camadas do cérebro de crianças com autismo, indicando que as origens do transtorno podem estar no início do desenvolvimento fetal.
Utilizando uma coleção única de marcadores moleculares aplicados ao cérebro de crianças que já haviam morrido, eles encontraram áreas na superfície do órgão nas quais faltavam certos componentes celulares.
Células cerebrais ainda estavam presentes nessas áreas, mas elas não possuíam determinadas proteínas que são encontradas em cérebros normais, disse Rich Stoner, um dos autores do artigo, publicado ontem na revista científica "New England Journal of Medicine".
A equipe analisou cérebros de crianças entre 2 e 15 anos que haviam morrido. As áreas suspeitas foram encontradas em 10 dos 11 indivíduos que haviam sido diagnosticados com autismo, mas não foram encontradas em 10 de 11 crianças que não haviam recebido esse diagnóstico.
As áreas anormais apareceram em diferentes lugares nos cérebros analisados. Segundo Stoner, isso se encaixa com o fato de que os sintomas do autismo podem variar de pessoa para pessoa.
"A coleção de sintomas de cada paciente pode depender fortemente do lugar onde essas áreas estão e de quantas elas são", acrescentou o pesquisador da Universidade da Califórnia em San Diego. "Mas nós não sabemos como essas áreas anormais afetam o comportamento".
Nos EUA, cerca de uma em cada 68 crianças possui o diagnóstico de transtorno do espectro autista.
"É um estudo bastante interessante", disse Sophie Molholm, professora do Colégio de Medicina Albert Einstein. "O que eles mostraram é que certas regiões do córtex cerebral implicadas no autismo já possuem uma organização inusual bastante sugestiva dos sintomas do transtorno".
A equipe de pesquisadores já havia descoberto que crianças com autismo tendem a ter cérebros mais pesados e 67% mais neurônios no córtex pré-frontal, região do cérebro que possui importante papel no comportamento social e na expressão pessoal.
FONTE:
http://www.jornalfloripa.com.br/cienciaevida/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=12367
Foto: Google - arquivo do Blog. 

sexta-feira, 28 de março de 2014

Uma criança em cada 68 nos EUA é autista, 30% a mais que em 2012



Foto: Diário Digital - Lisboa-Portugal
 Uma em cada 68 crianças americanas tem autismo, de acordo com as últimas estimativas reveladas nesta quinta-feira pelas autoridades de saúde, o que representa um aumento de 30% em comparação com os números de 2012.
 Há dois anos, uma em cada 88 crianças sofria transtornos do espectro autista (ASD), segundo o informe dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
 As estimativas desta quinta-feira indicam que uma criança em cada 68, ou 14,7 crianças por mil, apresenta esta síndrome.

A distribuição geográfica do número de crianças autistas é irregular: de uma criança a cada 175 no Alabama (sul), a uma criança a cada 45 em Nova Jersey (nordeste).

De acordo com estes números, o autismo é quase cinco vezes mais comum em meninos do que meninas, com um menino a cada 42 meninas de um total de 189.
 Há mais crianças brancas do que negras ou hispânicas afetadas pelo autismo, segundo o relatório do CDC.
O estudo mostra que a proporção de crianças autistas com um coeficiente intelectual (QI) mais elevado aumentou. Cerca de metade dos jovens com autismo têm um QI médio (85) ou mais alto. Uma década atrás, a proporção era de apenas 30%.
 O relatório também revela que a maioria das crianças com autismo são diagnosticados após quatro anos de idade, embora a síndrome possa ser detectada a partir dos dois anos.
 "Temos que fazer mais para diagnosticar crianças antes", diz Coleen Boyle, diretor do Centro Nacional de Defeitos Congênitos e Deficiências do Desenvolvimento dos CDC.
 "A detecção precoce do autismo é a ferramenta mais eficaz que temos para fazer a diferença na vida dessas crianças", garante.
FONTE:
http://saude.terra.com.br/uma-crianca-em-cada-68-nos-eua-e-autista-30-a-mais-que-em-2012,71a36f95d9ff4410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html

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sexta-feira, 21 de março de 2014

Escolas terão que fazer reserva de vagas para alunos com autismo



Desenho do autista Eros Daniel
Foi publicada, ontem, no Diário Oficial do Poder Executivo do Estado do Rio, a Lei 6.708/14, de autoria do deputado estadual Xandrinho (PV), que cria o programa de conscientização e obriga a inclusão e reserva de vagas nas redes pública e privada de educação para crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista.
De acordo com o deputado, esse processo de inclusão das pessoas com esse transtorno é de suma importância para o desenvolvimento delas.
“São pessoas que precisam de acompanhamento e têm condições de estudar e, por isso, é importante a sua inclusão no nosso sistema de ensino. Fará um bem para sociedade, para os pais, amigos e, principalmente, para o autista, que precisa ter o espaço como qualquer ser humano”, explicou o parlamentar, após a aprovação da lei.
De acordo com o texto, além de assegurar vaga ao aluno, que deverão ser duas por turma, os estabelecimentos de ensino devem manter, em caráter permanente, nos murais internos de sala de aula, corredores e pátios, material gráfico informativo dos sintomas do autismo.
Evento – Em novembro do ano passado, a Comissão da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) realizou uma audiência pública com o tema “Direitos da Pessoa com Transtornos do Espectro Autista”. O evento debateu a implementação da Lei federal 12.764/12, conhecida como Lei Berenice Piana. O autor do livro “Autismo no Brasil, um grande desafio”, Ulisses da Costa Batista, participou da discussão.

Fonte: 
http://www.osaogoncalo.com.br/pol%C3%ADtica/2014/3/14/59577/escolas+ter%C3%A3o+que+fazer+reserva+de+vagas+para+alunos+com+autism

sábado, 15 de março de 2014

Mobilização tentar manter projeto para autistas com mais de 14 anos Movimento em Assis envolve mães, prefeitura, Câmara e Ministério Público.



Decisão do governo transfere alunos para atendimento na APAE da cidade.

Projeto ajuda no desenvolvimento de jovens e adultos 
(Foto: Reprodução/TV TEM)
O projeto Fênix de Assis (SP) é referência no estado no tratamento de autistas. Mas uma decisão do governo transfere para APAE a responsabilidade daqueles que tem mais de 14 anos. A prefeitura cumpriu a decisão e gerou revolta nas mães. Uma força tarefa entre município, Câmara e Ministério Público pode manter o atendimento especializado.
O atendimento era para pessoas de 3 a 30 anos e 17 alunos frequentavam as aulas e participavam de atividades multidisciplinares. Agora, são apenas cinco crianças. Mais de dez mães procuraram o presidente da Câmara de Vereadores e conseguiram uma reunião com o prefeito de Assis para cobrar explicações sobre a suspensão parcial das atividades. A Secretaria da Saúde informou que, por lei, é obrigada a dar atendimento a menores de 14 anos e que os outros pacientes seriam encaminhados para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).
Mesmo assim, o prefeito Ricardo Pinheiro Santana se comprometeu a tomar providências. “Vamos verificar qual será o melhor caminho, ou seja, retomar o atendimento que era feito ou em outro local. Ou adequar na APAE para atendimento. Mas as crianças serão bem atendidas”, enfatizou o prefeito.
O assunto também chegou ao Ministério Público. O promotor da Pessoa com Deficiência prometeu cobrar a prefeitura uma solução imediata. “Me parece que o projeto como anteriormente estabelecido estaria funcionando melhor. Vamos analisar a possibilidade de o projeto permanecer como ele estava”, afirmou José Calderoni Júnior, promotor da pessoa com deficiência
Os pacientes com autismo que deixaram o projeto Fênix em Assis, por enquanto, são atendidos na APAE. As mães preferem o tratamento antigo, no projeto, já que a abordagem era específica para a pessoa com autismo. Mas na maioria das cidades da região, é a APAE quem é responsável pelos cuidados com o autista.
A vida da dona de casa Márcia Aparecida da Silva é integralmente dedicada aos cuidados com Cauê, que tem 18 anos e é autista. Ele tem um grau avançado do transtorno mental.
Por 10 anos o rapaz foi atendido no projeto Fênix, mantido pela Secretaria da Educação de Assis. Só que em janeiro deste ano, Márcia e Cauê foram surpreendidos pela notícia de que o atendimento seria suspenso para maiores de 14 anos. “A mudança para um autista é drástica porque ele não pode ficar com muita mudança. Ele começa a entrar na crise”, disse.
As vagas, no entanto, não foram extintas. Agora são ocupadas por alunos do ensino regular que têm dificuldade de aprendizado. Com isso, estudantes como Nicolas, de 11 anos, passaram a conviver com menos colegas autistas. A mãe do menino teme que a mudança de rotina prejudique o filho. “Ele está bem mais agressivo. Em relação ao banheiro, ele vem com roupa suja da escola, então, a rotina da escola mudou. Então, ele tem só duas horas e meia de aula. Dificulta muito porque é o único espaço e tempo de convívio que ele tem com outras crianças”, informou a dona de casa, Alessandra Alcântara.
 
Mães e alunos do projeto fizeram mobilização na cidade
(Foto: Reprodução/TV TEM)
Dados na região
Em Ourinhos, apenas pacientes com graus leves e moderados estão sendo inseridos gradativamente no ensino regular. Em Botucatu e Bauru, os alunos com autismo são assistidos tanto nas escolas regulares quanto na APAE, dependendo do grau do transtorno e podem frequentar a instituição até os 30 anos.
Já em Marília, 62 pacientes são atendidos pela APAE, mas ainda existe uma demanda de 28 autistas que não podem tem acompanhamento por falta de espaço físico e recursos financeiros da entidade.
No ano passado, várias unidades da APAE protestaram contra a medida do governo de suspender um repasse de verbas para a instituição. Segundo informações da APAE, o Plano Nacional de Educação, que colocava em risco o funcionamento de todas as Apaes do Brasil, não foi votado ainda pela Câmara dos Deputados. A votação estava marcada para o dia 17 de fevereiro, porém, foi adiada para novembro deste ano e sem data específica. Desta forma, o funcionamento continua normal até a decisão.
 Atendimento especializado está em discussão em Assis 
(Foto: Reprodução/TV TEM)



 FONTE:

http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2014/03/mobilizacao-tentar-manter-projeto-para-autistas-com-mais-de-14-anos.html