sábado, 27 de setembro de 2014

DESCOBRIRAM A CAUSA E A EVENTUAL CURA DO AUTISMO - NADA MAIS FALSO.

A espetacularização de uma notícia e suas consequências.

No dia 21 de agosto num entusiasmado press-release, que se tornou “viral'' na imprensa internacional (menos no Brasil e outros países periféricos), o media center da Columbia University Medical Center anunciou: “Crianças com autismo possuem excesso de sinapses: possível normalização com uso de medicamento após diagnóstico''. A notícia gerou imensa expectativa entre familiares de autistas, seguida de grande frustração. O título do press-release sugeria que a causa do autismo e seu tratamento havia sido descoberto.
Dr. Estevão Vadasz
       Nada mais falso. O título original do artigo, publicado on-line na revista eletrônica Neuron se referia apenas a UMA entre centenas de causas do autismo; a disfunção regulatória da proteína mTOR que, em circunstâncias normais, sinaliza o quanto de arborização sináptica deve ocorrer em nosso cérebro.
Sinapses são estruturas localizadas nas extremidades dos neurônios que tem como função trocar informações entre si. Excesso de sinapses levam o sistema de processamento de informações ao colapso.
No início de nossas vidas ocorre um crescimento explosivo de neurônios e sinapses em nosso cérebro, que em circunstâncias normais, passam por um processo chamado de “poda neuronal'' (apoptose, autofagia) que elimina os excessos e organiza a arquitetura do nosso cérebro, para que este funcione de forma eficiente e saudável.
A disfunção da proteína mTOR e suas consequências foram observadas pela equipe de cientistas em amostras de tecido cerebral (post-mortem) de 26 indivíduos autistas na faixa de 2 a 20 anos e comparadas com material de um grupo controle constituído por 22 indivíduos sadios. Resultado: tecidos examinados de indivíduos autistas apontavam aumento significativo de sinapses.
O próximo passo foi reproduzir a disfunção em camundongos geneticamente modificados, usando como matriz as alterações genéticas encontradas em indivíduos portadores de esclerose tuberosa (síndrome de Bourneville) responsável por menos de 1% dos casos de autismo em seres humanos.
Aos camundongos “autistas'' foi administrado o fármaco rapamicina (sirolimus, everolimus), substância desenvolvida a partir do trabalho pioneiro de cientistas brasileiros, em 1965, na ilha da Pascoa (Rapa-Nui). Como esperado, ocorreu uma diminuição significativa de sinapses assim como de comportamentos “autísticos'' entre os roedores. Praticamente uma cura.
A rapamicina é uma substância extremamente tóxica, com muitos efeitos colaterais, usado como imunosupressor em transplantados e alguns tipos de câncer, portanto inviável no tratamento de crianças autistas. A esperança consiste em desenvolver medicamentos com ação terapêutica similar sem seus efeitos colaterais.

 Concluindo: o autismo é um transtorno extremamente complexo com centenas de etiologias (causa), nem todos causados por excessos de sinapses, aliás, poucos o são. 

FONTE: http://estevaovadasz.blogosfera.uol.com.br/
Dr. Estevão Vadasz -  18/09/2014 11:32

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Menina autista com 5 anos pinta quadros deslumbrantes

Iris Grace tem 5 anos, é autista e é, cada vez mais, uma pintora famosa. Apesar da tenra idade e da disfunção, as obras desta criança estão a ser valorizados pelos especialistas. Devido ao autismo, “tem uma perceção das cores” invulgar, justifica a mãe.
Os amantes da pintura no Reino Unido estão a ficar de boca aberta perante as obras criadas por Iris Grace. Mais do que a jovem idade da pintora, que tem apenas 5 anos, o que surpreende a crítica é o talento de uma criança autista.
O autismo é uma disfunção no desenvolvimento cujos reflexos mais visíveis ocorrem ao nível da capacidade de comportamento e de socialização. Daí surgiu o mito, que a ciência tem vindo a desmistificar, de que um autista vive num mundo próprio.
No caso de Iris Grace, esses mundos são postos em tela. A criança desenvolveu uma invulgar aptidão para a pintura, aproveitando a atenção especial e o pormenor com os detalhes inerentes à sua condição.
Com apenas 5 anos de idade, já contribui para as despesas da casa, com os trabalhos a serem procurados, em especial, por amantes do impressionismo.
“Encorajámos a pintura como prática durante a terapia da fala, de forma a estimular a atenção e a capacidade para alternar do diálogo”, recorda a mãe, Arabella Carter-Johnson, salientando que Iris, aos 2 anos, poucas palavras conseguia proferir.
“Depois percebemos que ela realmente tem talento e manifesta uma incrível concentração, por períodos de duas horas, enquanto está a pintar. O autismo fez com desenvolvesse um estilo de pintura que nunca vi numa criança com a idade dela. Compreende as cores e como estas interagem”, acrescentou a progenitora.
Por:
JOÃO MIGUEL RIBEIRO

http://www.ptjornal.com/2014092625850/geral/saude/menina-autista-com-5-anos-pinta-quadros-deslumbrantes.html

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

PESSOA COM DEFICIÊNCIA NÃO SÃO PRIORIDADE PARA PRESIDENCIÁVEIS

quarta-feira, setembro 24, 2014
Um globo com pictogramas representando as diferentes deficiências

Ocorreu ontem (24/09) em São Paulo encontro em que se pretendia debater as propostas dos presidenciáveis com relação às pessoas com deficiência. Compareceram na sede da APAE/SP apenas representantes do candidato Aécio Neves (PSDB) e da candidata Marina Silva (PSB).

Em 2014, o número de eleitores com deficiência que se cadastraram em seções específicas é reduzido (378.806, segundo o TSE), mas isso se dá porque a grande maioria vota em seções comuns. Mas os dados do IBGE em 2010 informam que há no Brasil 45.606.048 pessoas com algum tipo de deficiência, representando cerca de 23,9 % da população em geral. Pois é justamente para esse imenso contingente populacional que os candidatos à presidência estão comunicando o seu desinteresse expresso, pois suas vidas e, indiretamente, a de seus familiares (o que aumenta ainda mais o número de eleitores) são afetadas por propostas, políticas públicas e investimentos que ainda engatinham no Brasil. Ao invés de expressar projetos de forma clara e transparente a essa parcela da população, os candidatos apenas as mantém na invisibilidade, mais como alvos de futuras e possíveis políticas assistenciais que como efetivos sujeitos de direitos.

No Facebook, a presidente da associação de pais Inspirare, Simone Alli Chair, que estave presente ao encontro deu o seguinte depoimento.

“Decepção. Estive hoje no “Encontro com os candidatos à presidência”, realizado aqui na APAE de São Paulo. Todos eles tinham confirmado mas na hora H, TODOS cancelaram. O Pastor Everaldo e a Dilma além de não terem ido, NEM SATISFAÇÃO E RESPEITO com as pessoas que ali estavam tiveram, pois os outros candidatos ainda mandaram representantes para tocar o evento em nome deles. Fiquei chocada com a postura da Dilma e do Pastor Everaldo, mas a tarde ainda ia me reservar mais surpresas desagradáveis. Acreditam que a representante do presidenciável Aécio Neves, era a Secretária Estadual da Pessoa com Deficiência, dra. Linamara. Fiquei contente e resolvi fazer uma pergunta sobre a Alínea “C” da Lei Berenice Piana (Nota Inclusive – Lei 12764/2012, que Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista) e pasmem….. ela não conhecia a lei por esse nome, nem sabia quem é Berenice Piana (Nota Inclusive – Mãe de rapaz com autismo que lutou pela aprovação da lei) …..me bateu um desânimo…..fiquei sem palavras. Fiquei boquiaberta….”

Denny Cabral, presidente da Amai Azul também compareceu e deixou suas impressões no Facebook:

“Revolta:

Acabamos de chegar do “Encontro com os Candidatos à presidência” realizado pela apae de são paulo.

Gente, que decepção e que revolta!

1) Nenhum dos candidatos participaram, enviaram apenas representantes e eu achei isso uma tremenda falta de respeito afinal, o que um representante de alguém que ainda sequer foi eleito pode resolver, decidir? Qualquer documento assinado não tem nenhuma validade, ou seja, perca de tempo total.

2) Tremenda falta de democracia, somente alguns puderam falar. Ou seja, não houve debate. Tentei, pedi, levantei a mão, implorei, mas não me deixaram falar

3) Revolta: foi um evento para falar sobre deficiência e pasmem, a representante do candidato”Aecio Neves, quando nossa amiga Simone Alli Chair fez sua pergunta sobre a alínea C e a regulamentação de nossa lei 12.764, sequer sabia que o autismo era considerado uma deficiência e apesar de se dizeruma defensora dos deficientes, nunca tinha ouvido falar sobre a Lei Berenice Piana!

e ainda, disse que no plano de governo do Aécio, iriam desenvolver um sistema de treinamento para profissionais através da internet! Acreditam??? Pior que isso só o caps!

Fala sério, viu? Diante de tante palhaçada, de tanta falta de respeito conosco, eu me levantei e juntamente comigo, várias pessoas deixaram o local.

Nem a Marina silva que se diz tão “do povo” compareceu! O pastor Everaldo não foi e nem enviou representante e a Dilma marcou para a próxima semana pois está em New York!

Na minha opinião, já que não iriam deveriam ter nos avisado, desmarcadoo evento e se decidiram fazer algo para fazer propaganda dos políticos, deveriam ao menos ter a dignidade de nos deixar falar, expor o que sentimos.

Como querem presidenciar o país se nos negam o ínfimo direito de falar?

Me desculpem o desabafo, mas fiquei atordoada com a falta de respeito, com este extremo descaso com o autismo. Até mesmo a proposta que submeteram foi ociosa!”
FONTE:
 Inclusive

Estudantes produzem comercial para Centro de Autismo

Os alunos são da Universidade Federal de Sergipe
Leonardo, Esaú Viana, Flávio Mendonça,
Elaine Melo, Carolina Bueno (professora) e
Silmara Cavalcante trabalharam juntos no projeto
Como avaliação para a disciplina Produção Audiovisual II, os alunos do sétimo período de Publicidade e Propaganda da Universidade Federal de Sergipe tiveram que produzir material publicitário. Foi então que a professora da disciplina Carolina Bueno fez a proposta de que fosse produzida uma campanha para o Centro de Abordagem a Pessoas Autistas do Estado de Sergipe (Capazes).
A ideia da professora foi criada no sentido de ajudar na divulgação centro, que foi fundado em maio deste ano e faz parte da Associação de Pais de Autistas de Sergipe (Apase). “Minha ideia era que eles aplicassem todo o conhecimento adquirido ao longo do curso, na realidade do mercado. E essa realidade eu propus que fosse voltada a um tema beneficente. Eu queria que eles solucionassem, através de um trabalho audiovisual, os problemas de comunicação dessa entidade”, disse Carolina Bueno.
Professora Carolina Bueno está feliz
com os resultados obtidos no trabalho
Cerca de 25 alunos fizeram parte do projeto, que consiste num VT de trinta segundos, que é um comercial de televisão, e que, inclusive já está pronto e foi veiculado pelas redes sociais da Apase. A turma foi dividida em vários grupos: de produção, edição, entre outras especificidades. Segundo um dos estudantes responsáveis pelo vídeo, a sigla do centro inspirou a criatividade para o projeto.
“O nome do centro é Capazes. Tivemos a ideia de trabalhar em cima desse conceito, do que significa ser capaz. O vídeo traz esse conceito em detalhes. As pessoas com autismo são capazes das mesmas coisas que nós. Quisemos mostrar isso no vídeo de forma que não ficasse clichê”, disse Esaú Vieira.

O estudante Flávio Mendonça ressaltou a receptividade das pessoas com o comercial. “As pessoas entenderam bem a nossa proposta. Apresentamos para algumas mães, que ficaram emocionadas com o vídeo. A psicóloga do centro também. Muito pelo respeito que tivemos com o assunto, fugindo dos estereótipos”, disse.
A Apase Aracaju, através de uma rede social, divulgou o trabalho dos estudantes
O trabalho demorou pouco mais de um mês para ficar pronto, mas a professora Carolina declara que ficou satisfeita com os resultados. “Fiquei muito feliz porque os meninos conseguiram captar com muita sensibilidade o espectro autista”, disse a professora.
Veiculação na TV
O vídeo produzido pelos alunos será veiculado durante trinta dias nas TVs Aperipê, Brasil e Cidade, além da transmissão em programa da rádio 103 FM.
Fonte:
(Fotos: Helena Sader/Portal Infonet)
Por Helena Sader e Raquel Almeida

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

AUTISMO - Conscientização

Autismo: Diagnóstico precoce é fundamental para estimular crianças na comunicação e socialização

Doença atinge 70 milhões de pessoas no mundo. 
No Brasil, são cerca de 2 milhões
'Quando a intervenção é realizada em crianças menores de 3 anos, a melhora é de 80%. 
Aos 5 anos cai para 70% e acima disso fica muito prejudicada' 
- Fábio Barbirato, coordenador do Serviço de Atendimento e Psiquiatria
 Infantil da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (EM/D.A Press)
Deiseone Matilde Verônica tem 34 anos e há sete ganhou sua primeira e única filha, Thaiane Fernanda Verônica. Quando a garotinha completou seis meses de vida, a mãe começou a desconfiar que havia algo errado em seu desenvolvimento. O primeiro temor era de que o bebê fosse surdo, já que Thaiane era muito parada e quase não se mexia. O exame de audição não apontou problemas, mas por outro lado os pais descobriram que a moleira da criança já estava fechada e a pediatra pediu que a mãe esperasse para monitorar a evolução da filha. Deiseone esperou até que ela completasse nove meses e voltou a procurar especialistas. Quase com 2 anos, Thaiane deu os primeiros passos. Mas só aos 3 foi encaminhada ao Sistema Único de Saúde (SUS), onde um psiquiatra deu o diagnóstico: a menina sofria do transtorno do espectro autista.
“O diagnóstico precoce foi muito bom para minha relação com Thaiane, pois o contato físico e visual dela melhorou e acho que isso também ajudou na socialização”, diz Deiseone. Ela conta que tem uma boa comunicação com a filha. Ela me pede água, pede copo e anda normalmente. Tento proporcionar um bom ambiente para minha filha. Vou com ela à terapia comportamental-cognitiva, fonoterapia e terapia ocupacional. Levo Thaiane na escola e, como é longe, fico lá esperando”, conta a dona de casa, que vive em função da filha.
Mãe mostra como é o tratamento do filho com autismo:
https://www.youtube.com/watch?v=7L-E3uL3TxQ
SAIBA MAIS...
Estudo americano aponta relação entre autismo e pesticidas
Estudo diz que causas do autismo são genéticas e ambientais na mesma proporção
Autismo: diagnóstico precoce avançou, mas atendimento precisa ser ampliado
Sinais do autismo aparecem no olhar de recém-nascidos
Tema constantemente debatido por especialistas, o diagnóstico precoce do autismo – que, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, atinge 70 milhões de pessoas no mundo e no Brasil cerca de 2 milhões –, ainda não é consenso entre os profissionais da área médica. Vem ganhando força porém a tese de que iniciar uma intervenção o quanto antes, quando a criança apresenta os primeiros possíveis sintomas, ajuda os pais a ganhar um tempo precioso para estimular o cérebro de seus filhos portadores do problema. De acordo com Fábio Barbirato, psiquiatra da infância e da adolescência e coordenador do Serviço de Atendimento e Psiquiatria Infantil da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, hoje é possível detectar o autismo numa criança entre 12 meses e 18 meses de vida. Para isso, porém, é preciso profissionais treinados.
“Há 20 anos, quando comecei a conhecer a psiquiatria da infância, não se falava em diagnósticos antes dos 5 anos de vida”, lembra o psiquiatra. Segundo ele, há 10 anos, apenas uma criança de até cinco anos era atendida por mês em seu consultório e no serviço de saúde. Hoje são em média 20 crianças por semana no consultório e outras 20 no serviço de saúde. Para Barbirato, isso ocorre porque os pais estão perdendo o medo de encarar o problema e levando seus filhos mais cedo ao consultório psiquiátrico.
Deiseone Matilde está sempre com Thaiane.
Diagnóstico aos 3 anos, segundo a mãe,
foi fundamental para o desenvolvimento da filha
(Marcos Michelin/EM/D.A Press)
O autismo, de fato, é uma doença de diagnóstico difícil, que apresenta sinais raramente conclusivos. Quanto antes os pais levarem seus filhos para avaliação médica, melhor. Uma abordagem desse tipo adotada por pesquisadores do Davis Health System, ligado à Universidade da Califórnia (EUA), vem, aparentemente, eliminando sintomas e atrasos no desenvolvimento de crianças autistas que receberam estímulos específicos a partir dos seis meses.
Publicado no Journal of Autism and Developmental Disorders, o estudo aplicou a terapia chamada infant start (início da infância) em sete crianças diagnosticadas com o transtorno. De acordo com os pesquisadores, o programa busca alterar seis comportamentos que podem ser observados nos primeiros meses de vida: fixação visual em objetos, repetição anormal de movimentos, ausência de atos intencionais de comunicação, desinteresse na interação social, desenvolvimento da fala abaixo do esperado e baixa resposta a interações afetivas pelo olhar e pela voz.
Para implementar a estratégia, os médicos contaram com a participação de importantes aliados, os próprios pais dos pequenos pacientes, que se transformaram em verdadeiros terapeutas dos bebês que tinham entre seis e 10 meses quando começaram a ser tratados. “A mãe e o pai estão ao lado das crianças todos os dias e é nos pequenos momentos, como a troca de fraldas, a hora de comer, os passeios e as brincadeiras, que eles influenciam no aprendizado dos bebês”, explica Sally Rogres, uma das autoras do artigo.
Arthur Kummer, psiquiatra de crianças e adolescentes e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que “o conceito de autismo vem sendo lapidado. A definição atual ressalta que a principal alteração provocada pelo autismo é na habilidade comunicativa. Essa observação vem permitindo a definição de diagnósticos com mais frequência e de casos mais leves.”
Alteração da habilidade comunicativa
é um dos principais
sintomas que ajudam a definir os casos,
egundo o psiquiatra Arthur Kummer
Comportamento
Pesquisa do governo americano mostra que o número de casos de autismo em 2010 (últimos dados disponíveis) aumentou quase 30% em relação aos dados anteriores (de 2008), quando se apontava que havia um caso para cada 88 crianças e quase 60% em comparação com 2006, quando foi registrado um caso para 110 crianças normais. A maioria das crianças foi diagnosticada após os 4 anos. Em 2010, essa relação subiu para uma em cada 68 crianças com 8 anos de idade. Os números são do CDC (Center of Diseases Control and Prevention), órgão máximo do governo americano para a saúde. Segundo Barbirato, o espectro autista tem basicamente duas características: na socialização e na comunicação (a criança não fala, nem aponta o que quer, ou fala mas não tem reciprocidade social; algumas podem melhorar a linguagem, mas não conseguem manter um diálogo) e as alterações de comportamento. Entre elas, pode haver uma inflexibilidade com mudanças na rotina, movimentos estereotipados (repetitivos com as mãos ou mexer o corpo de forma anormal), e um interesse não usual na intensidade ou no foco (por exemplo, ficar aficcionado por palitos de picolé). “Quando a intervenção é realizada em crianças menores de 3 anos, a melhora é de 80%. Aos 5 anos, cai para 70%, e acima disso fica muito prejudicada”, observa.
Risperidona
Na última sexta-feira, o Ministério da Saúde anunciou que vai disponibilizar, pela primeira vez no Sistema Único de Saúde (SUS), o medicamento risperidona. A substância age na irritabilidade e agressividade, sintomas comuns no autismo. O ministério estima que a medida será capaz de beneficiar 19 mil pacientes ao ano. Saiba mais.
Mitos e verdades
» Mito – O problema é causado pela relação mãe e filho.
» Verdade – Trata-se de um transtorno do neurodesenvolvimento de forte base genética.
» Mito – A criança não aceita afeto ou beijos.
» Verdade – Sim, pode aceitar.
» Mito – Ou a criança é superinteligente ou tem grave défict intelectual.
» Verdade – Pode haver uma supercapacidade de memória, mas o autista se concentra num interesse só.
» Mito – Dietas podem controlar o autismo.
» Verdade – Não existe comprovação científica sobre isso

Fonte: Fábio Barbirato
SAÚDE PLENA
http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2014/09/14/noticia_saudeplena,150355/autismo-diagnostico-precoce-mostra-se-fundamental-para-que-pais-possa.shtml

sábado, 13 de setembro de 2014

Medicamento para autismo será distribuído pelo SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) passará a oferecer o primeiro medicamento para tratar os sintomas do autismo. O remédio, conhecido como Risperidona, será incorporado na rede pública e vai auxiliar na diminuição das crises de irritação, agressividade e agitação, sintomas comuns em pacientes com a doença.
Entenda o que é o autismo
A Risperidona deverá estar disponível no início de 2015. De acordo com o Ministério da Saúde, o órgão investirá R$ 669 mil para a compra do remédio. A estimativa do governo é de que o tratamento esteja disponível para a população a partir do início de 2015 e que beneficie cerca de 19 mil pacientes por ano.
A doença
O autismo aparece nos primeiros anos de vida. Apesar de não ter cura, técnicas, terapias e medicamentos, como o Risperidona, podem proporcionar qualidade de vida para os pacientes e suas famílias. Entre os sintomas comuns, o autista olha pouco para as pessoas, não reconhece nome e tem dificuldade de comunicação e interação com a sociedade. Com variação do grau da doença, pacientes apresentam comportamento agressivo, agitado e isso exige cuidado e dedicação permanentes.
De acordo com a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), 70 milhões de pessoas no mundo tenham a doença. No Brasil, a estimativa é que este número alcance duas milhões de pessoas.
O medicamento
O remédio é usado para tratar as chamadas psicoses. Isto significa que ele tem um efeito favorável sobre um certo número de transtornos relacionados ao pensamento e às emoções. De acordo com o fabricante do remédio, a Risperidona é indicada para o tratamento de transtornos do comportamento, para pacientes com demência nos quais os sintomas como agressividade, transtornos psicomotores ou sintomas psicóticos são comuns. Além do uso em pessoas com autismo, o medicamento é usado para os tratamentos de esquizofrenia e transtorno bipolar.
FONTE:

http://www.ebc.com.br/noticias/saude/2014/09/medicamento-para-autismo-sera-distribuido-pelo-sus

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Ministério da Saúde anuncia a inclusão de medicamento que promete melhorar a vida de pessoas com autismo
O remédio conhecido como Risperidona ajuda a diminuir as crises de irritação, agressividade e agitação
remédio; medicamento; intoxicação
(Foto: Thinkstock)
Ainda não existe cura para o Transtorno do Espectro Autista, mas o Ministério da Saúde acaba de anunciar a incorporação de um medicamento que promete melhorar a vida das pessoas com o distúrbio.
O que é autismo?
O nome do remédio é Risperidona, cuja principal função é diminuir as crises de irritação, agressividade e agitação. Esses são sintomas comuns do transtorno que, muitas vezes, dificulta o convívio e diminui qualidade de vida de quem sofre com o autismo. A bula recomenda o uso para crianças a partir de 5 anos.
A expectativa é de que a medida beneficie cerca de 18.975 pacientes ao ano. A previsão de investimento do Ministério da Saúde para a compra do medicamento é R$ 668.549,37 mil ao ano. No Brasil, a taxa de prevalência da doença é de 27,2 para cada 10 mil habitantes com idade entre 5 e 18 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 70 milhões de pessoas no mundo tenham a doença. No Brasil, a estimativa é de 2 milhões de autistas.
FONTE:
Por:http://revistacrescer.globo.com/

http://revistacrescer.globo.com/Curiosidades/noticia/2014/09/ministerio-da-saude-anuncia-inclusao-de-remedio-que-promete-melhorar-vida-de-pessoas-com-autismo.html

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Descoberta possível causa não genética do autismo

 Um investigador norte-americano associou a ocorrência de autismo a lesões cerebrais causadas no ventre da mãe ou numa fase inicial do crescimento do bebé. O estudo foi publicado na revista Neuron, no dia 6 de Agosto.
 Segundo Samuel Wang, professor de Biologia Molecular e Neurociência da Universidade de Princeton, os danos na região do cerebelo podem levar ao surgimento de perturbações do espectro do autismo e de outras perturbações neurais numa idade mais avançada.
 O cerebelo localiza-se na parte posterior inferior do cérebro humano e tem como função o processamento de informações internas e externas - como estímulos sensoriais que influenciam o desenvolvimento de outras regiões do cérebro.
No início da vida, as lesões no cerebelo podem potencialmente interromper o processo de desenvolvimento do cérebro. Com base numa extensa revisão de estudos realizados anteriormente, a equipa de Samuel Wang verificou que os indivíduos que sofreram lesões no cerebelo durante o parto têm 36 vezes mais probabilidade de desenvolver autismo, sendo esta a principal causa de autismo não hereditária (ver gráfico abaixo).
Samuel Wang explica que "a determinada altura, aprendemos que sorrir é bom porque a mãe sorri para nós. Fazemos estas associações no início da vida, porque não nascemos a saber que sorrir é bom".
O investigador refere ainda que "no autismo, dá-se algo de errado nesse processo e uma coisa que pode ser informação sensorial não é processada corretamente pelo cerebelo".
 Esta área do cérebro está, normalmente, associada ao movimento e à coordenação motora em adultos. Estudos recentes sugerem que tem também influência na cognição infantil.
 "É bem sabido que o cerebelo é um processador de informação. O nosso neocórtex [a parte maior do cérebro, responsável por um processamento superior] não recebe informação não filtrada. Há passos críticos que têm de ocorrer entre o momento em que a informação externa é detectada pelo nosso cérebro e o momento em que atinge o córtex neural", explica Samuel Wang.
 A equipe de investigadores planeia provar a sua teoria através da inativação da atividade elétrica das células cerebrais, o que identifica o estádio de desenvolvimento em que a lesão no cerebelo se encontra. Um segundo método passará por reconstruir as conexões neurais entre o cerebelo e as outras regiões cerebrais.
FONTE:
Por Maria da Luz

http://boasnoticias.pt/noticias_Descoberta-poss%C3%ADvel-causa-n%C3%A3o-gen%C3%A9tica-do-autismo_20817.html?page=0

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Santa Maria tem a primeira escola exclusiva para crianças autistas

Escola tem equipe multidisciplinar e, além da aprendizagem, trabalha as relações das crianças com as demais pessoas
Foto: Jean Pimentel / Agencia RBS
Hábitos básicos como lavar as mãos e fazer um sanduiche, para uma criança com transtorno do espectro do autismo, podem ser bem difíceis. Em Santa Maria, são mais de 3,1 mil habitantes com o transtorno, se levarmos em consideração o cálculo mundial de um autista para cada 88 pessoas. Pensando em atender a estas crianças especiais, a educadora especial e psicopedagoga Cristiane Kubaski reuniu um grupo de profissionais e abriu uma escola exclusiva para autistas.

_ Uma criança com autismo, dependendo do nível, tem condições de fazer o que qualquer outra criança faz, mas precisa ser ensinada, desde o abraço, o contato visual, a brincar com os colegas. Ela não aprende somente observando _ explica a educadora.
O ideal é que a educação alterne a inclusão na escola regular e no meio social com o atendimento individualizado, que, em geral, é prestado pelas escolas no contraturno. A diferença da proposta da Escola Mundo Novo, que é particular, é o atendimento multidisciplinar, com educadoras especiais, fonoaudióloga, psicóloga e aulas de música, que ensinam a criança a realizar atividades diárias.
_ Há atividades da vida diária que são muito importantes e que elas podem aprender, como amarrar um cadarço, saber preparar um lanche, lavar a louça, lavar as mãos, escovar os dentes e ir ao mercado _ diz a educadora.
O pequeno Eduardo Ramos Scremin (foto), o Dudu, tinha pouco menos de 2 anos quando foi diagnosticado com autismo. A mãe, Elisete Ramos, 34 anos, percebeu que o menino, que hoje tem 2 anos e 10 meses, não ficava com os colegas na escolinha, ignorava as pessoas ao redor e fazia apenas as atividades pelas quais tinha interesse.
_ Acho que a escola vai ajudar em tudo. Desde identificar a fase do aprendizado, até trazer ele para a etapa correta para não ficar atrasado em relação aos colegas _ disse a mãe.
Autistas aprendem a desenvolver habilidades
Para, Carlo Schmidt, professor do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial da UFSM e especialista em autismo, a convivência com outras crianças, por meio da inclusão educacional, é essencial para o desenvolvimento de pessoas com autismo:
_ O principal da inclusão é que essas crianças participam de um ambiente altamente estimulador que vai ajudá-las muito.
Para o professor, o atendimento especializado no contraturno da escola ajuda na aprendizagem da classe regular, identificando e focando nos pontos fortes e fracos.
No caso da Mundo Novo, a proposta é desenvolver a autonomia das crianças, trabalhando questões que não são abordadas na escola regular, as chamadas atividades de vida diária, que são habilidades que geram independência.
O TRANSTORNO
- A característica principal é dificuldade de interação, comunicação e socialização
- Normalmente, os pais identificam por meio de atraso na linguagem e falta de contato visual, presença de comportamento e interesses restritos e repetitivos
- O diagnóstico é confirmado por equipe multidisciplinar que, em geral, inclui pediatra e neuropediatra, psicólogo
- Não há testes ou exames que comprovem o autismo
- Os exames são importantes para descartar outras doenças com os mesmos sintomas
- Não tem característica física que identifique _ o que é bom porque não estigmatiza, mas, ruim porque, não identificando, a sociedade reprova e julga o comportamento
- Muitos não falam
- Uma avaliação vai determinar em que estágio de desenvolvimento a criança está e, depois, será traçado um plano específico para cada criança.
FONTE:
http://diariodesantamaria.clicrbs.com.br/rs/educacao/noticia/2014/09/santa-maria-tem-a-primeira-escola-exclusiva-para-criancas-autistas-4591167.html?impressao=sim
DIÁRIO DE SANTA MARIA
Lizie Antonello
lizie.antonello@diariosm.com.br


terça-feira, 2 de setembro de 2014

INCLUSIVE: Análise dos programas de governo dos candidatos a presidente em relação às pessoas com deficiência

Com as eleições se aproximando, a Inclusive analisou os programas de governo dos principais candidatos à presidência da República no que diz respeito às melhorias propostas para as vida das pessoas com deficiência. 
Leia abaixo as partes dos programas que abordam o tema e nossos comentários. 
A apresentação dos programas segue a ordem crescente – dos que citaram maior número de vezes a palavra deficiência àquele em que a palavra não é citada.

AECIO NEVES – ANÁLISE DA INCLUSIVE
O programa de Aécio tem 76 páginas e as pessoas com deficiência são mencionadas nos capítulos de assistência social, direitos humanos e habitação, além de ter um capítulo exclusivo sobre o tema, perfazendo um total de quase 2 páginas. Mais objetivo que o da candidata Marina, o programa de Aécio abre cada capítulo com um parágrafo conciso e elenca medidas que diz que tomará.
As medidas propostas são bem, mas robustas e embasadas que as da candidata do PSB, embora cometa alguns deslizes.
1. Apoio à criação de espaços apropriados para o debate sobre as necessidades e aspirações das pessoas com deficiência, fortalecendo a concepção de que a questão da deficiência não pode ser confundida com doença.
COMO ASSIM? ONDE ESTÁ A INCLUSÃO? SERÁ QUE ESPAÇOS ESPECIAIS NÃO REFORÇARIAM A NOÇÃO DE QUE AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA TÊM DOENÇAS CONTAGIOSAS?
6. Apoio à implantação de uma Rede Nacional de Reabilitação e Readaptação, com centros e clínicas destinadas ao cuidado de portadores de deficiências físicas, garantindo o acesso gratuito aos profissionais e aos medicamentos e exames médicos necessários, assim como o fortalecimento dos serviços já existentes.
PORTADORES?????????
7. Apoio a educação inclusiva, que mantém as crianças na escola regular, intensificando a capacitação contínua de professores e de toda a equipe escolar, além do preparo da escola, sem prejuízo das escolas especiais, nos casos em que estas sejam necessárias.
9. Realização de parcerias entre instituições educacionais públicas e privadas, sem fins lucrativos, no sentido de avançar para a construção de um sistema educacional que contemple o fortalecimento das escolas comuns e a permanência das escolas especiais, nos casos em que estas sejam necessárias.
AS DIRETRIZES 7 E 9 ABREM ESPAÇO PARA A MANUTENÇÃO DAS ESCOLAS ESPECIAIS, EM CONTRADIÇÃO COM A CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, QUE DIZEM QUE A ESCOLARIZAÇÃO DEVE SER REALIZADA EM ESCOLA REGULAR. A 7 FALA DE PERMANÊNCIA DO ALUNO NA ESCOLA, MAS NÃO NO SEU PROGRESSO.
Apesar das contradições apontadas, o programa do candidato Aécio é o mais completo e objetivo. Vê-se que está bem assessorado e espera-se que, caso seja eleito, realmente leve a cabo as medidas propostas, assim como muitas outras.
Leia o programa completo aqui:
http://divulgacand2014.tse.jus.br/divulga-cand-2014/proposta/eleicao/2014/idEleicao/143/UE/BR/candidato/280000000085/idarquivo/229?x=1404680555000280000000085

MARINA SILVA – ANÁLISE DA INCLUSIVE
A candidata Marina é a que dedica maior espaço ao tema. No livreto de 242 páginas, há um capítulo de quase duas páginas e mais uma menção no capítulo sobre cidadania e identidade. O programa traça um panorama geral sobre a deficiência e a situação no Brasil e depois propõe medidas para ampliar as condições ao exercício da cidadania. Cita ainda trechos da Constituição Federal no tocante à questão.
Surpreende-nos a menção aos artigos da Constituição de 1988 referente ao assunto, quando temos a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, de 2008, atualmente em vigor com valor de norma constitucional, que é muito mais avançada. Inclusive, um dos artigos da CF citados no programa, que diz que os alunos com deficiência têm direito à escolarização preferencialmente na rede regular de ensino, foi superado pela Convenção que determina que todos os alunos com deficiência têm direito à estudar em escola regular.
Há erros no texto, como por exemplo, a data de criação do Conade é 1999 e não 2002, como diz o programa. Além disso, não soi atualizado o nome do Conade, que mudou em 2010 – caiu o portador – nem o da secretaria que trata do tema, que passou a se chamar Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência em 2011.
As propostas feitas parecem elementares e simplistas. Não lembram em nada as políticas públicas que precisamos e gostaríamos de ver implementadas pelo governo federal. Algumas não são e atribuição do governo federal. Outras parecem deixar certos tipos de deficiência de lado, como os três exemplos abaixo.
• Capacitar trabalhadores que atendem ao público para lidar com pessoas com deficiência intelectual, inclusive aquelas com dificuldades de comunicação.
POR QUE APENAS AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E NAO AS OUTRAS DEFICIÊNCIAS?
• Realizar concursos públicos adaptados, visando à inserção no mercado de trabalho de pessoas com deficiência intelectual que comprovem aptidões e potencialidades.
POR QUE APENAS AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E NAO AS OUTRAS DEFICIÊNCIAS?
• Proporcionar educação continuada específica para os profissionais das áreas de educação e saúde sobre deficiências intelectuais.
POR QUE APENAS AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E NAO AS OUTRAS DEFICIÊNCIAS?
• Criar programas para capacitar os quadros das administrações públicas das três esferas de governo para interagir com pessoas com deficiência visual e auditiva mediante a participação em cursos de libras e braile.
POR QUE SÓ VISUAL E AUDITIVA?
Outras propostas não contemplam a transversalidade almejada pelo movimento de pessoas com deficiência, que garantam a inclusão das pessoas com deficiência em todos os espaços da sociedade.
• Incentivar a participação efetiva de pessoas com deficiência na definição de políticas públicas para elas, mediante conferências, fóruns e consultas.
POR QUE “PARA ELAS” E NÃO EM TODAS AS POLÍTICAS PÚBLICAS?
• Instituir nos programas de isenção fiscal a obrigatoriedade de que 10% do valor do patrocínio a eventos culturais e esportivos seja destinado a ações inclusivas voltadas a pessoas com deficiência.
AÇÕES VOLTADAS PARA NÃO SÃO INCLUSIVAS.
• Reservar uma parte do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Fumcad) para projetos que beneficiem pessoas com deficiência.
NÃO É POSSÍVEL FAZER ISSO! DEVE SER CRIADO UM FUNDO ESPECÍFICO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA.
Esperamos que, se eleita, a candidata se cerque de especialistas e ativistas com deficiência que conheçam a realidade brasileira e os maiores problemas do segmento. É preciso montar um programa realmente eficaz, à luz da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, e colocá-lo em prática.
 Leia o programa completo aqui:
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PASTOR EVERALDO – PROGRAMA
“ASSISTÊNCIA SOCIAL
(III) criação de vales e instrumentos afins para os portadores de necessidades especiais com o objetivo de assegurar seu atendimento em clínicas privadas especializadas, garantindo assim aos socialmente desprivilegiados com necessidades especiais o mesmo tratamento de alto nível recebido pelos mais abastados;
(IV) criação de um amplo programa de acessibilidade de portadores de necessidades especiais a espaços públicos e privados.”
http://www.psc.org.br/pastor-everaldo/programa-de-governo#assistencia
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PASTOR EVERALDO – ANÁLISE DA INCLUSIVE
O Pastor Everaldo aborda o tema entra apenas como assistência social, referindo-se aos cidadãos com deficiência como “socialmente desprivilegiados com necessidades especiais”, com proposta assistencialista de criação de “vales” para atendimento de saúde, além de também ter escorregado no portador de necessidade especial, terminologia ultrapassada.
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DILMA ROUSSEF – PROGRAMA
“A continuidade da implementação do Viver sem Limite irá garantir igualdade de oportunidades aos brasileiros e brasileiras com deficiência, com ações de acesso à educação, atenção à saúde, inclusão social e acessibilidade.”
https://programadegoverno.dilma.com.br/wp-content/uploads/2014/07/Programa-de-Governo-Dilma-2014-RGB1.pdf
DILMA ROUSSEF – ANÁLISE DA INCLUSIVE
Não há muito o que comentar sobre o programa da candidata Dilma. Ele tem 42 páginas e apenas um parágrafo é dedicado às pessoas com deficiência, no qual só afirma que dará continuidade ao Plano Viver sem Limites. A candidata aceita constribuições para seu programa em sua página, portanto, pode ser uma boa ideia colaborar para que os assuntos de interesse das pessoas com deficiência não sejam esquecidos, caso Dilma seja reeleita.
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LUCIANA GENRO – PROGRAMA
O programa de Luciana Genro fala de Direitos Humanos en passant, mas não faz menção às pessoas com deficiência.
http://lucianagenro.com.br/programa/
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CONCLUSÃO FINAL DA INCLUSIVE

Apesar das propostas de todos os programas examinados estarem muito aquém das reais necessidades dos brasileiros com deficiência para o exercício de sua cidadania em igualdade de condições com os demais, precisamos reconhecer que é um avanço em relação a pleitos anteriores as pessoas com deficiência serem citadas em programas de governo, o que denota que o segmento vem tomando espaço e se tornando visível.
Infelizmente, a impressão que tivemos é que, com exceção do candidato Aécio Neves, todos os outros estão mal ou muito mal assessorados a respeito da questão. Faltaram propostas básicas, como acessibilidade nos transportes e garantia da inclusão escolar, com ênfase na permanência e progresso dos estudantes. Não houve menção a assuntos importantes como as residências inclusivas e a acessibilidade na comunicação para as pessoas com deficiência intelectual. Para aqueles que precisam de orientações, fica a dica – basta seguir os artigos da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência um por um e tirá-los do papel. Não tem mistério, nem erro. É isso que esperamos ver a eleita ou o eleito implementar. Até porque, não custa lembrar, esses são direitos constitucionais.

Por Inclusive – Inclusão e Cidadania

http://www.inclusive.org.br/?p=26864

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

SÍNDROME DO X FRÁGIL - Doença esbarra no diagnóstico

Sabrina Muggiatti criou uma ONG para ajudar na divulgação da doença depois de descobrir que o filho Jorge era portadorCondição é frequentemente confundida com autismo, mas apresenta sintomas específicos que variam com a fase de desenvolvimento
Até os 8 anos de idade, Jorge era tratado pela mãe, a empresária Sabrina Pizzato Muggiatti, como uma criança portadora de autismo. Um diagnóstico novo, no entanto, revelou que o menino era, na verdade, portador da chamada Síndrome do X Frágil (SXF). Também chamada Síndrome de Martie & Bell, é uma doença genética e hereditária causada pela mutação de um gene no cromossomo X e uma das síndromes cromossômicas mais comuns.
Sabrina conta que comparava o desenvolvimento de Jorge com o da outra filha, mais velha, e via diferenças desde que o menino tinha 10 meses de idade. “Levamos ele a um neurologista e apenas sabíamos que ele tinha um atraso no aprendizado. Se tivéssemos mais informações sobre a doença, poderíamos tê-la identificado mais cedo”, lamenta Sabrina.
Eu digo X
Mãe cria ONG para divulgar síndrome que é pouco conhecida
A empresária Sabrina Muggiatti, com a ajuda da irmã, montou o projeto Eu Digo X, que se dispõe a divulgar a síndrome e dar apoio a familiares de portadores. A ONG ganhou a simpatia do cantor sertanejo Daniel, que ajuda na divulgação. “Como muitos brasileiros eu também não sabia da existência dessa síndrome que pode ser confundida com outras deficiências, quando na verdade é uma questão genética e uma deficiência especial. A aceitação e a procura por ajuda são muito importantes no processo de tratamento e inclusão dos portadores do X Frágil”, diz o cantor, que empresta sua imagem para campanhas de internet e tevê. Daniel, que tem um irmão com paralisia cerebral, também é embaixador das Apaes do Brasil.
Uma das principais lutas do projeto é pelo diagnóstico, que é confirmado por dois exames laboratoriais: o PCR para X-Frágil, que identifica a presença do gene em funcionamento no organismo, e o Southern Blot, que vê quem é afetado pela doença. O primeiro teste é considerado barato e simples; já o segundo é caro e feito em apenas dois lugares no Brasil. “Nos Estados Unidos, o diagnóstico é feito já no Teste do Pezinho, quando a criança nasce. Queremos que se faça uma lei para que aqui também seja feito assim, porque quanto mais cedo é o diagnóstico, melhor a criança responde ao tratamento”, diz Sabrina.
A ONG Eu Digo X também capta recursos junto a empresas e dá suporte a familiares com exames médicos e remédios, entre outras ações.
SAIBA MAIS
A Síndrome do X Frágil é confundida com o autismo, mas ela apresenta sintomas específicos em cada fase do desenvolvimento do portador. Conheça os sintomas principais:
- Deficiência Intelectual
- Dificuldade motora
- Orelhas, queixo e testa proeminentes
- Face alongada
- Palato alto
- Hiperextensabilidade de joelhos, mãos, punhos e dedos
- Convulsões
- Comportamento similar ao autismo
- Repete informações ao falar e se confunde facilmente
- Dificuldade de contato físico
Gene
A bióloga geneticista Ingrid Barbato, da Associação Catarinense do X Frágil, fundada em 2001 para estudar e mapear a incidência da síndrome no país, explica que a condição é causada pelo gene Fragile Mental Retardation 1 (FMR1), que produz uma proteína que atua no sistema nervoso em áreas como a coordenação motora, a habilidade para a matemática, a memória, o comportamental e a cognição. “Existem casos da doença em que a pessoa é pouco afetada intelectualmente, e os sintomas podem variar muito de caso para caso, mas em geral, as pessoas com o X Frágil apresentam orelhas, queixo e testa proeminentes e face alongada, além de uma elasticidade nos dedos das mãos”, detalha.
Outros sintomas incluem convulsões e comportamento similar ao do autismo, mas com algumas diferenças. “O portador faz contato visual e é mais falante, no que difere do autismo. Mas também é tímido e passa por momentos de irritação e tem problemas no aprendizado”, completa Sabrina. Depois de diagnosticado, Jorge, hoje com 10 anos, faz tratamentos fonoaudiológicos e psicomotores. Os medicamentos, por sua vez, o ajudam a lidar com a ansiedade, a insônia e o nervosismo.
Síndrome não se manifesta para todos
Não há dados sobre a incidência da Síndrome de Martie & Bell no Brasil. Estima-se que no mundo ela atinja uma em cada quatro mil mulheres e um em cada oito mil homens, tornando-a uma das mais recorrentes depois da Síndrome de Down, que afeta um em cada mil nascimentos.
Entretanto, a deficiência do gene pode ou não se manifestar, e no caso de portadores não-manifestos da síndrome, os chamados pré-mutados, a incidência pode ser ainda maior: uma em cada 280 mulheres carregam o gene e não sabem. No caso dos homens, um a cada 800 pode ser portador, de acordo com a geneticista Ingrid Barbato. “A doença pode se manifestar geração sim, geração não, mas não há uma regra para isso.”
A manifestação da doença se dá pela quantidade de repetições de CGG (citosina, guanina, guanina), uma sequência de bases nitrogenadas no DNA. “As pessoas normais têm até 54 repetições de CGG e então a sequência é interrompida por uma sequência AGG [com atimina no lugar da citosina]. Quem tiver mais do que isso, até 200 repetições, é pré-mutado. E em pessoas que têm mais do que isso, a síndrome se manifesta”, detalha Ingrid.
Mesmo assim, existem diagnósticos ligados à síndrome em sua forma pré-mutada. A Insuficiência Ovariana Primária associada à SXF (FXPOI) acomete 22% das mulheres que apresentam o gene pré-mutado e se caracteriza por uma redução da fertilidade, menopausa precoce, disfunção ovariana e irregularidade menstrual. Já nos homens, a Síndrome de Ataxia/tremor associada à SXF (FXTAS) pode ocorrer em até 40% dos portadores do gene. Trata-se de uma condição neurológica comumente confundida com Alzheimer ou mal de Parkinson, que tem como principais sintomas uma perda gradual da cognição e da memória, variação brusca de humor e problemas de equilíbrio, explica a geneticista.

FONTE:
YURI AL’HANATI
http://www.gazetadopovo.com.br/saude/conteudo.phtml?tl=1&id=1495457&tit=Doenca-esbarra-no-diagnostico


Garoto doma autismo a cavalo e inicia carreira inédita nos Três Tambores

João Aoqui, de 11 anos, é o primeiro autista a participar de competições no Brasil; garoto tem transtorno afetivo bipolar e síndromes de Tourette e Asperger

DIAGNÓSTICO -  EQUOTERAPIA - COMPETIÇÕES - MELHORAS - PRECONCEITOS

João Aoqui é o primeiro competidor com autismo a disputar a prova dos Três Tambores no Brasil. Mas antes de entrar para a história do esporte, o garoto de 11 anos teve de enfrentar barreiras desagradáveis de transtornos e sofrimentos - pessoal e familiar -, superado pelo trabalho, estudo e dedicação de uma equipe de equoterapia, que serão contados nas linhas a seguir.
Equoterapia: o melhor dos remédios para amenizar o sofrimento de João Aoqui
(Foto: Cleber Akamine)
DIAGNÓSTICO
O grito no amanhecer sinalizava o despertar de uma criança transtornada. Um autismo provocado pelas síndromes de Tourette e Asperger, mais um transtorno afetivo bipolar, causava reações físicas e principalmente psíquicas desesperadoras na família Aoqui. Ele tinha apenas cinco anos quando Adriana e Carlos Eduardo, mãe e pai de João, tiveram conhecimento sobre o distúrbio.
 Ele acordava pela manhã e gritava, chorava, dizia que nós não o amávamos e que fugiria de casa. Tivemos que esconder as chaves em alguns momentos. Tive que andar por duas horas com ele, "até o fim desta rua", por causa da sua inquietação. Passamos por situações desesperadoras - explicou a mãe que, desde então, passou a buscar soluções em diferentes clínicas e consultórios. E foram inúmeras respostas.
Um médico recomendou uma espécie de "prisão domiciliar" para evitar conflitos com outras pessoas. Outro chegou a indicar uma internação em hospital psiquiátrico, mesmo este sendo apenas para adultos. E todos receitavam remédios. À medida que eles eram aplicados, o organismo de João, ainda em desenvolvimento e em fase de crescimento, começava a responder negativamente. O fígado, órgão mais afetado, estava com os dias contados.
- Ele não tinha outra saída. Era preciso parar com a medicação pois o fígado estava sendo atacado - disse Adriana. Surgiu, então, a indicação da equoterapia.
EQUOTERAPIA
Quando chegou ao haras pela primeira vez, em novembro de 2013, João não tinha forças para subir no cavalo. As dificuldades, do caminhar à concentração, eram enormes e dificultavam as primeiras cavalgadas.
- Ele chegou muito debilitado, com dificuldades no andar, sem forças na perna - contou a treinadora Francine Baldo, competidora dos Três Tambores e equoterapeuta.
Francine Baldo, Adriana e Carlos Eduardo Aoqui acompanharam a aventura de 
João na arena do Parque do Peão de Barretos 
                      Após nove meses de treinos, João Aoqui cavalga sozinho nas arenas 
Aos poucos, aberto à nova experiência, João se familiarizou com o cavalo, com as pistas, com esporte. A ansiedade baixou, o comportamento melhorou e, em três meses de atividades, os resultados eram perceptíveis aos olhos de quem pouco entendia do assunto.
        - Ele estava ficando em cima do cavalo sozinho. Mais do que isso, ele mudou completamente a forma de se relacionar com as pessoas. O comportamento era outro - comentou a mãe.
Além de cavalgar, Francine Baldo explicou que João participa diretamente no trato do animal. Ele pega o cavalo na cocheira, escova, dá banho e até ajuda na alimentação.
- Esse contato é ótimo porque as pessoas com necessidades especiais costumam apresentar movimentos bruscos. Como o animal exige essa calma, movimentos mais suaves, eles acabam trabalhando essa noção de tempo e espaço. Isso melhora muito o comportamento - disse Francine, que citou outros benefícios como equilíbrio e fortalecimento muscular.
COMPETIÇÕES
Nesta sexta-feira, João entrou pela primeira vez na arena do Parque do Peão de Boiadeiro de Barretos, durante a 59ª edição do rodeio mais tradicional do Brasil. Embora não existam registros oficiais em outros países, João é considerado o primeiro autista a participar de uma competição oficial.
- Nós pesquisamos em diversos países e não encontramos resultados. O ingresso do João em competições é um sonho para mim. Quero criar uma categoria dentro dos Três Tambores para pessoas com necessidades especiais. Fico feliz com essa oportunidade dada a ele - comentou Francine Baldo, que já havia acompanhado uma apresentação do João no Rodeio de Americana.
MELHORAS
"A equoterapia nos devolveu uma vida". A frase resume a sensação de alívio e o sentimento de uma mãe desesperada, cansada de conviver com o sofrimento do filho. Ela jamais imaginara que um tratamento como este traria um resultado positivo num curto espaço de tempo.
- Ele sofre bastante porque tem um sensibilidade sensorial acima do normal. Ele tem dificuldades de interpretar um som, um cheiro, um gosto. Tudo é exagerado e isso causa um transtorno muito grande. Só que aos poucos ele foi melhorando. O principal sinal foi quando ele levou um tapa de uma outra criança no parquinho de um restaurante e veio até a nossa mesa, dizendo que apanhou. Em outra época, ele teria revidado. Isso é gratificante - lembrou Adriana.
PRECONCEITOS
João ficou três anos sem frequentar uma escola. Segundo a mãe, foram várias tentativas de colocá-lo em uma sala de aula - e inúmeras negativas.
- As escolas não estão preparadas para receber crianças com necessidades especiais e preferem pagar multas a receber uma. Falei com pelo menos cinco e nenhuma delas o aceitou. O tratamento ajudou nesse aspecto porque ele apresentou uma melhora de comportamento, facilitando esse convívio, a aprendizagem, o relacionamento - explicou Adriana, que não esconde o orgulho de vê-lo matriculado em uma escola.


João Aoqui treina duas vezes por semana em um haras de Santa Bárbara D'Oeste (Foto: Cleber Akamine)
FONTE:
Fotos
Por Cleber Akamine
Barretos, SP