segunda-feira, 28 de julho de 2014

UMA VISITA ILUSTRADA PELA MENTE DE CRIANÇAS E ARTISTAS AUTISTAS

Neste post, o elemento para tratar do desenho de crianças e artistas autistas, foi a árvore frutífera feita por Eric Chen. 
Um convite humilde para você vivenciar outra forma de ver o mundo sob o olhar de quem tem o que dizer através da arte.
“Mirror Mind (2)”, por Eric Chen
Autismo e seus assuntos relacionados permanecem entre as pautas menos entendidas em saúde mental dos nossos tempos. Mas uma mudança significativa ao longo dos últimos anos tem feito a ciência perceber a mente autista não como deficiente, mas como pessoas com capacidades diferentes, e, muitas vezes, impressionantes como indivíduos extraordinários.
E, no entanto, apesar da mente autista ser estereotipada como uma máquina computacional metódica, muito de sua magia – o tipo mais incompreendido – reside na sua capacidade de expressão criativa.
Três anos após a publicação original, o analista de comportamento Jill Mullin, retorna com uma edição ampliada do “Drawin Autism”. Uma bela celebração da arte e da auto-expressão do autismo criativo, o livro traz contribuições de mais de 50 colaboradores internacionais.
Entre eles, artistas e crianças diagnosticadas com autismo que ilustram a rica multiplicidade da condição e da experiência subjetiva de cada indivíduo com um prefácio de nada mais, nada menos que Mary Temple Grandin.
“Lost in Thought”, por Kay Aitch
Para a artista Kay Aitch, que foi diagnosticada com autismo aos 51 anos de idade, o processo criativo é uma forma de reconhecimento de padrões – um dos pontos fortes tipicamente reconhecidos da mente autista. Ela diz:
“Tudo ao meu redor me inspira a criar a arte: o processo de fazer marcas, a sensação das coisas e suas formas e padrões.”
“Dancing with the Dog”, por Eleni Michael
A Artista Eleni Michael celebra o poder da expansão da alma dos cães em meio ao trauma.
“Isto foi pintado em 1995, não muito tempo depois de eu ter me mudado para um projeto de habitação para pessoas com necessidades especiais. Eu estava eufórica com a minha nova casa – um apartamento independente rodeado por um enorme jardim em meio a um ambiente rural. (Este sonho não durou muito tempo.) Eu trouxe meu cão Jasper comigo. Ele era o único animal vivo por lá e trouxe um grande prazer para mim e para todos os moradores do projeto habitacional. Todos o amavam muito e gostavam de brincar e acaricia-lo. Jasper era uma presença saudável e completamente indiscriminada com suas amizades.”
“The Balls”, por Gregory Blackstock
Insistindo que “talentos precisam ser cuidadosamente alimentados e dirigidos,” – Temple Grandin escreve no prefácio:
“Quando eu era criança, minha mãe alimentou minha capacidade artística. Eu sempre era incentivada à elaborar assuntos diferentes. Quando adulta, eu usei meu talento artístico para o meu negócio de projetar instalações de manejo de gado. Uma das lições que a minha mãe me ensinou, que realmente me ajudou a desenvolver minhas habilidades, foi criar imagens que outras pessoas gostariam de ver.
Na escola primária eu desenhei muitas imagens de cavalos. Os indivíduos com espectro de autismo geralmente fixam-se em suas coisas favoritas. Quando criança, eu desenhava as mesmas coisas repetidas vezes. A grande motivação dessas fixações foi canalizada para a criação de toda bela arte deste livro”.
Gregory Blackstock, que faz desenhos obsessivos, está com sua arte incluída no livro:

“Eles tiram suas navalhas, seus cadarços e seus cintos”, por Emily L. Williams
Padrões repetitivos e taxonomias visuais, na verdade, são uma característica correspondente em inúmeras peças, como esta lista magnífica de aves feita por David Barth, de dez anos de idade:
Algumas das peças misturam um simbolismo mais amplo com a especificidade angustiante dos artistas. Emily L. Williams reflete sobre a obra de arte abaixo:
“Isto é uma pequena parte de um pedaço maior que ainda está para ser completado. O pedaço maior é um dos três de uma série. Concentrando-se simbolicamente em unidades psiquiátricas, utilizando o inferno como analogia.
Os demônios da peça foram inspirados pelas obras do século XII representando o inferno e o juízo final. A peça também foi inspirada por algumas das minhas próprias hospitalizações no passado. Embora eu nunca tenha sido um suicida de risco, eu sempre achei estranho que nenhum dos pacientes pudesse ter qualquer um dos itens listado no título desta peça.
 Eu entendi a lógica e o risco dos pacientes suicidas, mas, mesmo assim, ainda achava estranho estar andando por aí de sapatos com a língua pendurada para fora e ter pernas e barbas por fazer”.
“Pals”, por Wil C. Kerner
Por Will C. Kerner, de 12 anos, é a sua avó que explica a inspiração por trás de sua obra:
“A chave para o entendimento de Pals, é o aro marrom da orelha de burro branca. Quatro expressões faciais retratam os meninos maus que se transformam em burros no filme Pinóquio: a cara roxa de Pinóquio é atordoada por sua nova orelha. Considerando o que deve fazer, é muito tarde para o horrorizado rosto amarelo; o trapézio verde é alheio ao seu destino pendente; a cabeça azul está olhando para o longe esperando que ele não esteja incluído.”
“The Outsider”, por Donna Williams
“The Outsider é sobre como ingressar pelos periféricos. É sobre ser capas de juntar porque teve o direito de sair também. Trata-se de pisar as fronteiras entre dois mundos. Eu acho que é universal. Temos todos sido o outsider.” – Donna Williams
Eric Chen, Mirror Mind poster 3 – 2005
“Eu criei este cartaz para comemorar e promover o lançamento do meu próprio livro de autismo: Mirror Mind. O livro tem como objetivo transmitir os sentimentos que eu sinto com uma pessoa com autismo e as imagens representam um poema de cada livro.”
Wout Devolder, Werewolf, 2008, aos 14 anos
“Em 8 de maio de 2008, meu sobrinho Ben e minha sobrinha Sanne morreram em um incêndio. Fiquei muito triste e desesperada. Como eu não tenho palavras para expressar meu desespero, eu desenhei este lobismem. Dedico meu desenho ao Ben e à Sanne.”
D. J. Svoboda, Big Field Friends


Como você escolhe os seus títulos?
“Eu sempre penso em cada amigo imaginário e dou um nome e faço uma história para cada um. Tudo vem da minha imaginação.”
Shawn Belanger, Stone House, 2007

A mãe de Shaw: “A intensidade com que Shaw desenha é incrível! Há um olhar de concentração em seu rosto que é intenso. Tem-se a sensação de que quando ele desenha, o mundo deixa de existir.”
 
  Josh Peddle, Changing Seasons, 2006, aos 12 anos
Você acredita que a sua arte ajuda as outras pessoas a entenderem como você vê o mundo?
“É estranho quando você tem autismo. Eu me sinto idiota e me sinto triste em pensar nisso. Estranhos não podem dizer, olhando para mim, que tenho autismo. Se estou tendo problemas, muitas vezes eles querem dizer para a minha mãe como devo me comportar. Eu gostaria de ter mais amigos que gostassem de mim do jeito que eu sou.”
Milda Bandzaite, War in Vietnam, 2008
“Este desenho foi inspirado por todas as guerras no mundo e a indiferença das pessoas por coisas ruins. Também foi inspirado pela letra da canção Vietnan, do Project Pitchfork.”
Felix: Imaginary City Map, 11 anos
“Geralmente eu começo a desenhar uma rua em diferentes partes na borda do papel. Eu faço as ruas crescerem em direção às outras.”
David Barth, Vogels, 2008 – aos 10 anos
Por e-mail, a mãe de David Barth diz:
“Seus desenhos muitas vezes representam suas obsessões atuais. Nesta imagem não é difícil imaginar o que ele está pensando agora: há quase 400 pássaros e ele sabe todas as espécies e seus nomes em latim.”
Charles D. Topping: The Death of Love: Desiccated Love, 2009
No desenho do Charles preferi evitar as aspas e fechar este post com reflexão.

FONTE:
http://comendocomosolhos.com/uma-visita-ilustrada-pela-mente-de-criancas-e-artistas-autistas/

Equoterapia ajuda crianças com paralisia, autismo e síndromes

 Arthur Silva Nascimento, de seis anos, durante sessão de equoterapia
Com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, Arthur Silva Nascimento, de seis anos, não andava antes de praticar a equoterapia, método terapêutico que utiliza o cavalo para reabilitar pessoas com deficiência física, paralisia cerebral, autismo, síndromes variadas, além de vítimas de AVC (Acidente Vascular Cerebral).
"Ele vivia curvado com o queixo no peito e só se arrastava no chão. Graças à equoterapia, meu filho hoje anda e brinca com os colegas da escola", conta a atendente Maria Aparecida Nascimento, 39 anos, mãe de Arthur, que conseguiu andar com ajuda de um andador após um ano e meio de terapia. Quando completou quatro anos e meio, ele já andava sem o apoio.
Segundo Alessandra Vidal Prieto, fisioterapeuta da Associação Nacional de Equoterapia, em Brasília, "nenhum aparelho na melhor clínica do mundo produz uma resposta tão rica e rápida como o cavalo".
A fisioterapeuta explica que o animal, do ponto de vista motor, oferece o movimento tridimensional, ou seja, a cada passo, a pessoa movimenta-se para direita e para esquerda, para cima e para baixo, para frente e para trás, ao mesmo tempo.
Donos contam como suas vidas mudaram com a chegada de bichos de estimação10 fotos 8 / 10
Veja video foto no endereço FONTE: abaixo. 
A advogada Margarida De Donato diz que, depois de aposentada, ficou deprimida, e sua cachorra Julieta passou a lhe fazer muita companhia. E, mais do que isso: Julieta, que é adestrada, já a socorreu. "Um dia, caí em casa. A Julieta tirou o interfone do gancho e latiu freneticamente. O porteiro já sabe de antemão desse alerta e veio me ajudar a me levantar". Há dois anos Margarida ganhou de presente um outro cão, da raça whippet, que ela batizou de Segovia (por causa do violonista espanhol Andrés Segovia). "A Julieta me reabilitou. Por isso, criei a Amica, a Associação da Melhor Idade Para Proprietários de Cães Adestrados. Quis provar que a terceira idade tem bastante vida por meio da criação de um bicho, principalmente de um adestrado. Além disso, como advogada, defendo casos de maus tratos contra animais e de tráfico" Rodrigo Capote/UOL
"As crianças que nunca tiveram oportunidade de andar vão se perceber pela primeira vez em um movimento tridimensional, que é 95% semelhante ao andar do homem. E assim elas têm a sensação de estarem realmente andando.  A gente brinca que são trocadas duas pernas paralisadas por quatro patas móveis", diz a equoterapeuta Andrea Ribeiro, coordenadora da Walking Equoterapia, em São Paulo.
A atividade exige a participação do corpo inteiro, contribuindo para o desenvolvimento da força, tônus muscular, flexibilidade, relaxamento, conscientização do próprio corpo, aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio, além do desenvolvimento na linguagem.
"A cada aula de 30 minutos, o praticante recebe cerca de 2.000 novos estímulos cerebrais, que são enviados pela medula espinhal até o sistema nervoso central. Nesse processo ocorrem as sinapses e a formação de novas células nervosas. Após quatro meses, acontece uma mudança em toda a arquitetura cerebral de tantas células nervosas que surgiram", explica Andrea. 
Todos esses ganhos são ainda mais potencializados com o acompanhamento da equipe multidisciplinar formada por fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos e psicopedagogos, instrutores de equitação, além de um médico responsável pelo centro de equoterapia.
Leonardo Soares/UOL
Amanda Oliveira, de cinco anos
Durante a aula, estes profissionais estimulam de forma lúdica os exercícios. Foi dessa maneira que Amanda Oliveira Ribeiro, de cinco anos, aprendeu a falar aos dois anos e meio de idade, após seis meses de tratamento.

"A melhora foi fenomenal. Antes, ela não falava e tinha o lado esquerdo do corpo paralisado. Hoje, a gente brinca que ela fala mais do que a boca. Ela se locomove com a ajuda de um andador, após dois anos de tratamento. E tenho esperança de que ela um dia vá andar", afirma Vanilda de Oliveira, de 46 anos, mãe de Amanda.
Após a aula, a criança alimenta o cavalo e o leva de volta à baia. Ou seja, aquele que é cuidado passa a cuidar.
A facilidade de criar vínculo afetivo com um animal ao mesmo tempo tão dócil e poderoso é outra vantagem do tratamento.
Existe uma frase que é muita conhecida por pessoas que trabalham com equitação e é atribuída ao comportamento dos cavalos: "eu te aceito do jeito que tu és", diz Andrea. Uma lição que todos nós deveríamos propagar.
Onde encontrar a equoterapia?
São 300 centros de equoterapia espalhados pelo país, onde já foram atendidos 60 mil praticantes, de acordo com a Associação Nacional de Equoterapia. Em Brasília, na sede, as aulas são gratuitas; nas outra unidades é preciso verificar.
Algumas escolas são pagas e outras, como a Walking Terapia, oferece 70% das aulas gratuitamente. Os outros 30% pagam pelo serviço, que custa R$ 360 por mês.
Para não aumentar a fila de espera, a Walking e muitos outros centros disponibilizam cartas de apadrinhamento, que podem ser pagos por empresas ou pessoas físicas.
É importante que o centro tenha um médico responsável (muitos não têm) para fazer uma avaliação rigorosa na criança, já que há contraindicação nos casos de epilepsia, luxação de quadril, doenças degenerativas, osteoporose grave, entre outros.
Abaixo, veja a lista de sites de alguns centros especializados. No site da  Associação Nacional de 

Equoterapia há uma lista completa dos filiados de todo o Brasil.

Walking Terapia, em São Paulo
Fundação Rancho GG, Ibiúna (SP)
Centro de Equoterapia e Reabilitação da Vila Militar (RJ)
Centro de Equoterapia de Varginha- Mundo Equo (MG)

Associação Baiana de Equoterapia, em Salvador

FONTE:
http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2014/07/27/equoterapia-ajuda-criancas-com-paralisia-autismo-e-sindromes.htm