quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Livro revela a história autobiográfica de uma mulher que se dedicou a trabalhar com crianças psicóticas ou autistas

A Vogais edita entre nós «Crianças Perdidas», um livro sobre o autismo e os problemas de comportamento e desenvolvimento na infância, mas também a história autobiográfica de uma mulher excecional, que se dedicou a trabalhar com crianças catalogadas como psicóticas ou autistas, acabando por transformar as suas vidas. «No que concerne a lidar com crianças problemáticas ninguém tem a sabedoria, compaixão e sensibilidade de Mary MacCracken», escreveu o New York Times.
«Quando se voluntariou para trabalhar numa escola para crianças com distúrbios emocionais, Mary MacCracken rapidamente se sentiu atraída pelas pessoas que ali ensinavam e por aquelas crianças especiais e respetivos pais angustiados. Embora quase todos os meninos aparentassem ser saudáveis, a realidade era muito mais triste, pois encontravam-se numa dimensão distante, privadas de amor e de verdadeiro contato humano.
Depressa se tornou evidente que Mary era uma professora com dotes invulgares. Fruto das suas observações e de um instinto inato, conseguiu comunicar e relacionar-se com as crianças mais difíceis. Com o tempo, conseguiu descodificar os murmúrios dos seus alunos e ensinou-os a ler e a falar. Mas, mais importante do que isso, ajudou-os a começarem a sentir confiança e amor.»
FONTE:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=740904
https://www.youtube.com/watch?v=uDprrK6WoOk

Encontrados os três mapas genéticos do autismo

A maior fotografia da doença revela que as mutações conformam o grande fator de risco
Crianças afetadas pelo autismo aprendem através de pictogramas 
em uma escola especial, em 2009. / EL PAÍS
As causas do autismo são discutidas há meio século e continuam sem estar claras, mas cada vez fica mais evidente a transcendência dos fatores genéticos. Dois macroestudos apresentados na revista Nature confirmam agora os fortes e complexos componentes genéticos do autismo, identificam mais de 100 genes relacionados com o risco de desenvolver a doença e revelam os três grandes mapeamentos pelos quais viaja esse emaranhado de material hereditário. Dois deles – a formação das sinapses e o controle dos genes cerebrais – eram de certo modo esperados, mas ninguém contava com o terceiro: a cromatina, uma arquitetura de alto nível que empacota ou expõe grandes áreas da geografia genômica em resposta ao ambiente.
Os resultados têm implicações imediatas para o diagnóstico genético do autismo, que agora é formado por um modesto 20% de capacidade de predição e poderá se multiplicar em poucos anos, embora certamente com a introdução das modernas técnicas da genômica – o sequenciamento de exomas, ou a parte do DNA que significa proteínas – ao alcance dos serviços de psiquiatria hospitalar. Além disso, esses dados darão trabalho durante muito tempo aos neurocientistas, que deverão esclarecer como esses genes afetam o cérebro, e aos farmacêuticos, que poderão dirigir seus dardos químicos contra toda uma nova bateria de alvos.
O autismo, que aparece mais ou menos em uma de cada 100 crianças, é um transtorno de desenvolvimento que afeta a capacidade social, de comunicação e de linguagem, e costuma ser evidente antes dos três anos de idade. O autismo “clássico”, a síndrome de Asperger e o transtorno generalizado do desenvolvimento não especificado (PDD-NOS pela sigla em inglês) são três quadros relacionados que costumam se agrupar sob o guarda-chuva de transtornos do espectro autista. Os macroestudos abrangem este espectro em geral, e não apenas o autismo clássico.
Os resultados têm implicações imediatas para o diagnóstico genético do autismo.
As mutações herdadas e de novo – ocorridas nos óvulos ou no esperma dos pais, e que, portanto, dão lugar a casos sem precedentes familiares – são o principal fator de risco para desenvolver o autismo; somando os dois tipos de mutações, os dois novos estudos identificam mais de 100 genes de risco. São, de longe, os maiores estudos sobre genética do autismo feitos até o momento.
O primeiro envolveu 37 instituições científicas internacionais, incluídas duas espanholas, foi coordenado pelo neurocientista e geneticista Joseph Buxbaum, do Hospital Monte Sinai de Nova York, e analisou o genoma de 3.871 autistas e 9.937 controles relacionados. O segundo foi coordenado por Michel Wigler, do Laboratório Cold Spring Harbor, também em Nova York, e examinou o genoma de 2.500 famílias com filho autista, com um foco particular nas mutações de novo, que podem superar 20% de todas as mutações de risco segundo sua análise.
Estas mutações de novo são parte da razão pela qual a influência genética no autismo foi subvalorizada nos primeiros estudos: apesar de ter uma causa genética, estes casos não apresentavam relações familiares óbvias. “Mas as mutações de novo não são nenhuma peculiaridade do autismo”, explica Ángel Carracedo, da Universidade de Santiago de Compostela e coautor do primeiro trabalho. “Nossos óvulos e espermatozoides sofrem mutação, é parte do mecanismo de geração da diversidade humana.” A outra autora espanhola é Mara Parellada, da Universidad Complutense.
Bauxbaum, líder desse mesmo estudo, acha que o consórcio não só contribuiu com a fotografia teórica mais completa de como numerosas mudanças genéticas se combinam para afetar o cérebro das crianças com autismo, “mas também sobre as bases do que torna os humanos seres sociais”. Em termos lógicos, esses mesmos genes devem formar, quando funcionam corretamente, a base lógica das estruturas sociais do cérebro.
Estes estudos contribuem para o mapeamento teórico mais completo de como numerosas mudanças genéticas se combinam para afetar o cérebro das crianças com autismo.
“Todas estas descobertas genéticas”, continua Bauxbaum, “devem ser transportadas agora a estudos moleculares, celulares e animais para conseguir futuros benefícios para os afetados e suas famílias; um estudo como este cria uma indústria de muitos anos, com laboratórios procurando os efeitos fisiológicos das mudanças genéticas que encontramos e procurando fármacos para contrapor seus efeitos”.
“A genética que subjaz ao autismo é altamente complexa”, acrescenta o segundo coordenador do estudo, Mark Daly, do Instituto Broad (MIT e Harvard, e um dos pontos centrais do projeto genoma público), “e apenas tendo acesso a grande amostras é possível traçar as mutações e entender os mecanismos implicados”.


FONTE:
http://brasil.elpais.com/autor/javier_sampedro/a/

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Conferência Internacional sobre o autismo

Cidade do Vaticano (RV) – Realizar-se-á na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, de 20 a 22 de novembro próximo, a XXIX Conferência Internacional do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes da Saúde, sobre o tema: “O pessoa acometida pelo autismo: gerar esperança”.
Em seu anúncio, Dom Zygmunt Zimowski, Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes da Saúde, dirigiu uma mensagem aos familiares e aos agentes de saúde, onde exprime “a proximidade e a solicitude de toda a Igreja para esta realidade que vivem as pessoas afetadas” pelo autismo, e em particular “às famílias que partilham cotidianamente desta experiência”.
Segundo o Presidente do organismo vaticano, Dom Zygmunt Zimowski, a conferência tem como objetivo enfrentar os desafios que o autismo apresenta à Pastoral da Saúde, como também à ciência, à medicina, às famílias, às estruturas educacionais e assistenciais e, mais em geral, à sociedade e aos jovens.
Em vista deste evento, Dom Zimowski exorta as famílias a manterem a esperança diante da real dificuldade de integração e de comunicação, pela qual passa a pessoa autista e quem a assiste. Para enfrentar os desafios que esta doença suscita, é preciso trilhar o caminho da integração na comunidade, rompendo o isolamento e as barreiras impostas pela patologia e pelo preconceito, mediante relações interpessoais.

Enfim, o Presidente do organismo vaticano destaca que o encontro de novembro será uma oportunidade para a comunidade científica debater e assumir compromissos. E conclui citando a Exortação Apostólica Evangelii gaudium, onde o Papa Francisco afirma: “É indispensável fazer atenção às novas formas de pobreza e de fragilidade, nas quais somos chamados a reconhecer Cristo sofredor. (MT)

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O AUTISMO E A CEGUEIRA MENTAL

Quando falamos em cegueira mental e transtorno do espectro autista, isto se refere ao fato dos autistas não conseguirem entender os sentimentos e ideias dos outros.
Isto se refere a dificuldades com a teoria da mente que é a habilidade que todos temos de se colocar no lugar do outro e de entender como os outros sentem e pensam prevendo o que vai acontecer.
A capacidade de empatia e vital para a vida em sociedade.
Os autistas acabam tendo dificuldades para compreender como alguém sente ou pensa. Isto explica porque as interações sociais são tão difíceis para eles pois este mundo pode parecer confuso, difícil e assustador pela falta de previsibilidade.
Estes problemas com a teoria da mente levam a:
- apontar para as coisas ao invés de pedir ou pegar por si próprio. Para conseguir o que querem usam as pessoas como instrumento;
- ter dificuldades em estabelecer um contato visual que é difícil e doloroso pois, em muitos casos, o outro incomoda ou não tem sentido;
- dificuldades em seguir com os olhos enquanto os outros falam e se movimentam pois, esta fala, não tem sentido para ele;
- dificuldade em usar a fala ou gestos para se comunicar;
- dificuldades para entender as emoções no rosto alheio. Muitas vezes, não entendem se a pessoa está triste ou alegre, mas conseguem entender a mudança corporal intensa e a alteração forte no tom de voz;
- dificuldades em mostrar interesse em outras crianças o que levam eles a se relacionar melhor com adultos ou crianças mais velhas do que com crianças da sua idade. As crianças são muito rápidas e os adultos são mais lentos, tolerantes e previsíveis;
- não saberem como brincar com outras crianças pois tem dificuldades em brincar de faz de conta;
- se colocar no lugar dos outros pois eles são muito egocêntricos e pensam sobre o mundo sob o seu ponto de vista. Por outro lado, gostam de atividades que não dependem dos outros pois gostam do isolamento;
- falta de flexibilidade em interações sociais pela dependência em rotinas e pelo fato de usar as regras sociais de forma rígida;
- ter a tendência a receber mais do que dá o que não quer dizer que ele não tenha afeto e amor. O que ele não sabe é como demonstrar em algumas situações;
- a falarem excessivamente sobre um tópico específico manifestando ecolalia tardia ou imediata sem se preocupar se isto incomoda os outros ou não;

- terem comportamentos rígidos indo aos mesmos lugares, pelos mesmos caminhos, fazendo as mesmas coisas pois se concentram nas rotinas aprendidas. Estas rotinas faz com que eles evitem experiências novas que causam ansiedade.

fonte:
http://atividadeparaeducacaoespecial.com/inclusao-autismo-e-a-cegueira-mental/

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Composto químico de vegetais pode tornar autistas mais sociáveis

O sulforafano foi utilizado em teste com homens diagnosticados com autismo e maioria apresentou melhoras no comportamento
O sulforafano, abundante no brócolis, auxilia na prevenção do câncer e retarda o progresso da forma mais comum de artrite

ESTUDO

Estudo inédito indica planta capaz de interromper dependência química
A partir de testes realizados em um estudo do Hospital Geral de Massachusetts para Crianças e da Universidade Johns Hopkins, em Boston, homens diagnosticados com autismo, de moderado a severo, se tornaram mais sociáveis ao ingerirem doses de sulforafano, composto químico encontrado em vegetais como brócolis, couve-flor, espinafre, repolho e rábano.
Indivíduos do sexo masculino, com idade entre 13 e 27 anos, participaram do teste divididos aleatoriamente em dois grupos: um que tomou sulforafano e outro que tomou placebo. 26 dos 40 homens que voltaram para acompanhamento tomaram sulforafano e obtiveram pontuação bastante superior em avaliações de comportamento, se comparado aos paciente que receberam placebo. O composto químico sulforafano tornou os autistas mais calmos e sociáveis.
Um novo caminho
Mesmo que já existam drogas capazes de controlar sintomas de agressividade, hiperatividade ou distúrbios do sono, a nova descoberta indica um caminho para uma resposta química direcionada, a partir da criação de fármacos a base de sulforafano.
"Quando quebramos o código que revelava quem estava recebendo o sulforafano e quem tinha recebido o placebo, os resultados foram surpreendentes", afirmou ao Daily Telegraph o coautor do estudo e professor de Pediatria Neurológica, Andrew Zimmerman.
Por outro lado, o estudo não foi completamente positivo, pois os participantes que tomaram o composto químico engordaram e dois indivíduos sofreram ataques. Os pesquisadores, entretanto, apontaram que tal fato pode ter ocorrido devido à uma condição pré-existente.
Além disso, um terço dos homens que fizeram tratamento não respondeu ao suplemento e os efeitos cessaram logo após a suspensão da dosagem.

http://www.opovo.com.br/app/maisnoticias/saude/2014/10/14/noticiasaude,3331170/composto-quimico-de-vegetais-pode-tornar-autistas-mais-sociaveis.shtml
Redação O POVO Online