quinta-feira, 28 de abril de 2011

Na Internet só se Fala Nisso !!! (MTV)



"Há muito lutamos no Movimento Orgulho Autista Brasil por isto. Já temos a música e o cantor. "
     Mara - avó do Victor, autista, 11 anos - Brasília/DF


  PACIÊNCIA
Interpretação: Lenine

Composição :
Lenine e Dudu Falcão

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para...
Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...
Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...
O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...
Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não...
Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...
Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida é tão rara
A vida é tão rara...
A vida é tão rara...


Nilton Salvador
Pai de Autista



Série Mães de Autistas e suas Histórias - VII - Gabriel Gustavo


Um dia eu tive um sonho
Sonhei com um menino
A beira de um abismo
Pronto para pular...
No vazio de um mundo esquecido.

Mas nem asas ele tinha,
Nem sonhos ele carregava
Esse menino
Tinha um olhar fixo
Num infinito que o cercava...

Nenhuma uma voz o alcançava
Somente o silencio de um mundo
Que o fazia distante da terra.

Um dia eu sonhei
Que eu chegava perto dele.
E sem cobranças ou discurso
Estendia minhas mãos vazias e suadas.

E quando seu olhar
No meu olhar penetrou
Ele sorriu de leve
E como uma nuvem dissipada pelo amor

Ele estendeu suas mãos quentes
Segurou a minha firme.
E foi se deixando ser puxado.
E toda vida, ali reescrita para continuar
Sem escolhas impostas
Sem igualdades tolas.

Mas como todo sonho
Um dia desperta,
Acordei, e aquele menino era você Gabriel.
Então entendi minha missão.

Aceitá-lo, amá-lo sem receitas prontas.
Conduzi-lo para uma realidade
Que não era a sua, mas que te encantaria
Se eu te amasse sem imposições sociais.

Sim eu tive um sonho,
E ele se realizou, em tua alegria infantil.
Mesmo que o tempo te imponha rugas
Mesmo que ninguém o aceite como eu aceito.
Você será sempre aquele menino
Que amei e amarei nos meus sonhos!


Liê Ribeiro
Mãe do Gabriel Gustavo
... Um rapaz autista.