quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Derrubado o veto do governador Sergio Cabral

     O veto do governador Sérgio Cabral ao Projeto de Lei nº 689/11, negando a “apenas” 185.000 autistas do Rio de Janeiro, o direito a um tratamento digno, foi derrubado por 57 dos 37 votos necessários. 
     A lição principal deste acontecimento, é que os pais de autistas, exaltando-se a iniciativa do Ulisses da Costa Batista, o Vivências Autísticas parabeniza a todos que acreditaram, choraram, mas, acima de tudo batalharam em defesa dos autistas. Temos aí mais um exemplo para JAMAIS DESISTIR com o objetivo simples de tentar fazer com que nossos filhos sofram menos de discriminação e preconceito.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

3ª Semana de Conscientização do Autismo de Volta Redonda

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

sábado, 25 de fevereiro de 2012

REGISTRO: Após polêmica com autistas, "Comédia MTV" vai ser ao vivo


  Alvo de polêmicas por conta de um quadro que ridicularizava portadores de autismo, o "Comédia MTV" terá edições ao vivo neste ano. Um programa-teste será gravado na semana que vem. Marcelo Adnet, Dani Calabresa e Tatá Werneck, entre outros vão participar.

Em 2011, a MTV foi condenada a pagar indenização de R$ 40 mil a pais ofendidos por causa do quadro "Casa dos Autistas", uma paródia do reality "Casa dos Artistas" (SBT), feita com atores simulando autismo. Neste ano, a MTV já demitiu 34 funcionários. O canal diz que está terceirizando sua equipe, mas que manterá o núcleo de criação.







P A R T I C I P E





25/02/2012 - 01h20

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Vacinem seus filhos! Mais um estudo confirma que vacina não causa autismo


Segundo um novo estudo, mercúrio não causa autismo. Essa é mais uma de muitas pesquisas que concluem que os níveis de mercúrio na urina de crianças com autismo não é superior aos níveis de mercúrio na urina de crianças sem a doença.
A ideia desacreditada que uma forma do mercúrio, chamada etilmercúrio, por vezes utilizada em vacinas, pode levar ao autismo levou à redução das taxas de vacinas e aumentos nos casos de doenças evitáveis no mundo, tais como sarampo e papeira.
Mas, mesmo quando o mercúrio deixou de existir nas vacinas de alguns países a partir de 2001, as taxas de autismo continuaram a aumentar.
Os pesquisadores coletaram amostras de urina de 54 crianças com transtornos do espectro do autismo, e compararam com outros três grupos: 115 crianças da população em geral, 28 crianças que frequentavam escolas especiais (principalmente por causa de dificuldades de aprendizagem), e 42 crianças que não tinham autismo, mas tinham um irmão com a condição.
Não houve diferenças, entre qualquer um dos grupos, na concentração de mercúrio encontrada na urina. Os pesquisadores também observaram que os testes de outros metais pesados, tais como o lítio, manganês, cádmio e chumbo, também foram os mesmos em todos os grupos.
Estudos anteriores demonstraram que o etilmercúrio, por vezes utilizados em vacinas, não pode atravessar a barreira sangue-cérebro.
Já uma forma de mercúrio que tem sido associada a problemas do sistema nervoso, chamado metilmercúrio, pode entrar no cérebro a partir do sangue.
Estudos anteriores que analisaram os níveis de mercúrio na urina em crianças com autismo tiveram resultados contraditórios, mas eles envolveram testes de urina de crianças que receberam tratamentos de quelação, o que reduz o nível de mercúrio e outros metais no sangue.
Tratamentos de quelação, que são às vezes impostos a crianças com base na ideia de que podem tratar o autismo ou melhorar os seus sintomas, podem representar riscos para a saúde das crianças.

Reportagem:
Natasha Romanzoti
Foto:
My Health News Daily 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Diferenças cerebrais em crianças autistas manifestam-se com seis meses




Problemas neurológicos acontecem durante desenvolvimento longo e progressivo durante a infância
Problemas neurológicos acontecem durante desenvolvimento longo e progressivo durante a infância
O cérebro dos autistas difere de quem não sofre de nenhum problema de desenvolvimento neurológico. Já vários trabalhos usando Imagem Funcional Cerebral revelaram que essas diferenças implicavam dificuldades de comunicação e sociais dos autistas. Um estudo, recentemente publicado no «American Journal of Psychiatry», apresenta essas alterações como fruto de um desenvolvimento longo e progressivo durante a infância.
A equipe de investigação da Universidade da Carolina do Norte comparou o desenvolvimento cerebral de crianças de seis, 12 e 24 meses. Todos estes bebés tinham um irmão mais velho a quem fora diagnosticado autismo – um terreno genético que os coloca numa categoria de “alto risco” de vir a sofrer de transtorno do espectro autista (TEA).
Com dois anos, 28 destas crianças mostraram sintomas e a técnica de imagem usada apresentou diferenças no desenvolvimento da matéria branca em relação aos seis meses de idade. Esta matéria rica em ramificações nervosas, envolve de forma protetora a mielina – importante no transporte de sinais nervosos e informação entre diferentes partes do cérebro.
Reconstituindo em 3D a matéria branca, a equipe norte-americana observou que um desenvolvimento mais lento entre essas ramificações, em crianças, dos seis aos 24 meses, diagnosticadas com autismo. O estudo mostra que as diferenças de desenvolvimento no cérebro de crianças com este tipo de problema ocorrem muito cedo.
Fonte:

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Crianças podem ser infectadas por variações do vírus usado na vacina


Pesquisadores brasileiros criaram uma técnica para 
identificar se uma criança está infectada pelo rotavírus selvagem,
presente na natureza,
ou por uma derivação do vírus usado nas vacinas.

  
Contra-ataque dos vírus

O combate ao rotavírus no Brasil conta com um aliado importante: a vacinação gratuita, incluída no calendário nacional de imunizações.
A vacinação, no entanto, coloca um desafio para os cientistas.
O rotavírus tipo A - o maior responsável por casos de gastroenterite infantil aguda em todo o mundo - pode apresentar uma série de pequenas variações genéticas, compondo um conjunto de diferentes genótipos.
Por isso, eventualmente uma criança vacinada poderá ser infectada por uma variante do próprio vírus usado na vacina.

Infecção pelo vírus da vacina


Para que o tratamento seja adequado, é crucial identificar quando uma criança está infectada pelo próprio vírus da vacina, o genótipo G1P, que é utilizado na produção da vacina Rotarix™, adotada no Brasil.
Como, então, diferenciar se a amostra clínica de uma criança infectada contém vírus vacinal ou selvagem?
Cientistas do Instituto Oswaldo Cruz compararam as diversas técnicas disponíveis e acharam a solução.
O resultado é um método inovador, eficaz, altamente específico e que pode ser executado em apenas 24 horas.
A rapidez do diagnóstico é indispensável na investigação de casos de crianças vacinadas que foram novamente infectadas pelo rotavírus A.

Rotavírus


A vacinação é a estratégia de controle mais eficaz contra o rotavírus, por reduzir a forma grave da doença.
Para gerar imunidade, contudo, a vacina inclui em sua formulação partículas virais atenuadas.
Os rotavírus A estão associados às gastroenterites agudas e são responsáveis pela morte de aproximadamente 511 mil crianças menores de 5 anos todos os anos, sobretudo nos países em desenvolvimento.
Transmitidos principalmente por via oro-fecal, por água, alimentos e superfícies contaminadas e pelo contato direto com pessoas infectadas, provocam um quadro de diarreia, vômito e febre branda nos pacientes.

Eficácia da vacina


"A técnica que utilizamos é mais rápida e sensível para distinguir entre o gene NSP3 da vacina Rotarix™ e o da amostra selvagem do rotavírus A. Com o nosso método, em apenas 24 horas é possível saber se a amostra é vacinal ou selvagem", ressalta Tatiana Rose, da Fiocruz.
De acordo com os pesquisadores, o trabalho terá efeitos importantes na saúde pública, especialmente no Brasil, na América Latina e nos países que adotaram a mesma vacina, pois o monitoramento dos genótipos circulantes do rotavírus A e a diferenciação entre amostras são cruciais.
"Teremos, assim, a possibilidade de avaliar o impacto do esquema vacinal na prevalência dos genótipos mais comuns, no surgimento de genótipos que 'escapam' da imunização e, ainda, no estudo da evolução dos rotavírus A", justifica José Paulo Leite, membro da equipe da Fiocruz.

Imagem: Fiocruz
13.02.2012

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Somos todos autistas, a gradação está nos rótulos


Quando me recuso a ter um autista em minha classe, em minha escola, alegando não estar preparado para isso, estou sendo resistente à mudança de rotina.
Quando digo a meu aluno que responda a minha pergunta como quero e no tempo que determino, estou sendo agressivo.
Quando espero que outra pessoa de minha equipe de trabalho faça uma tarefa que pode ser feita por mim, estou a usando como ferramenta.
Quando, numa conversa, me desligo, "viajo", estou olhando em foco desviante, estou tendo audição seletiva.
Quando preciso desenvolver qualquer atividade da qual não sei exatamente o que esperam ou como fazer, posso me mostrar inquieto ansioso e até hiperativo.
Quando fico sacudindo meu pé, enrolando meu cabelo com o dedo, mordendo a caneta ou coisa parecida, estou tendo movimentos estereotipados.
Quando me recuso a participar de eventos, a dividir minhas experiências, a compartilhar conhecimentos, estou tendo atitudes isoladas e distantes.
Quando nos momentos de raiva e frustração, soco o travesseiro, jogo objetos na parede ou quebro meus bibelôs, estou sendo agressivo e destrutivo.
Quando atravesso a rua fora da faixa de pedestres, me excedo em comidas e bebidas, corro atrás de ladrões, estou demonstrando não ter medo de perigos reais.
Quando evito abraçar conhecidos, apertar a mão de desconhecidos, acariciar pessoas queridas, estou tendo comportamento indiferente.
Quando dirijo com os vidros fechados e canto alto, exibo meus tiques nervosos, rio ao ver alguém cair, estou tendo risos e movimentos não apropriados.
Somos todos autistas. Uns mais, outros menos. O que difere é que em uns (os não rotulados), sobram malícia, jogo de cintura, hipocrisias e em outros (os rotulados) sobram autenticidade, ingenuidade e vontade de permanecer assim.

Fonte: Rede Saci
Autora: Scheilla Abbud Vieira

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Prefeitura de São Paulo inicia Serviço Público de Equoterapia


A Prefeitura de São Paulo assinou um convênio com o Centro Social Nossa Senhora da Penha (Cenha) para a realização de equoterapia na rede municipal. Serão 60 vagas oferecidas gratuitamente a pessoas com deficiência encaminhadas pela Secretaria Municipal da Saúde.
O prefeito de São Paulo esteve no Centro Social Nossa Senhora da Penha (Cenha), na Zona Leste da capital, para assinar convênio das secretarias  municipais da Saúde (SMS) e da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED) com a entidade para a realização de equoterapia na rede municipal. São 60 vagas oferecidas gratuitamente a pessoas com deficiência encaminhadas pela SMS.
 "Esse novo serviço é uma ampliação do atendimento prestado a essa comunidade de jovens e crianças com algum tipo de limitação e que precisam desta assistência. A Prefeitura admira todo o trabalho feito pelo CENHA e sempre esteve ao lado do centro, com a assinatura de convênios para que possamos atender cada vez mais o maior número de pessoas", afirmou o prefeito.
 No convênio firmado entre a entidade e as secretarias fica estabelecido que os encaminhamentos e o custeio dos atendimentos serão atribuídos à SMS. Inicialmente serão oferecidas 60 vagas para o tratamento a pacientes de Núcleos Integrados de Reabilitação (NIR) de três coordenadorias de saúde da cidade: Sudeste, Leste e Norte. A previsão é que o serviço seja ampliado para outras regiões da cidade.
 Na modalidade de equoterapia serão 12 atendimentos diários, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, 60 atendimentos semanais e 240 mensais. Esse método terapêutico é considerado uma das formas mais eficazes para reabilitação de pacientes com problemas motores - distrofias, esclerose múltipla, sequelas de paralisia cerebral, AVC, entre outros - a equoterapia também traz bons resultados no aumento da autoestima, autoconfiança, qualidade de vida e sociabilização das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.
 "Após o início do tratamento percebi avanços significativos, principalmente na coordenação motora do Luiz Gustavo, que com a equoterapia ganhou mais equilíbrio, força muscular e raciocínio. Todo esse conjunto faz com que ele sinta bem melhor em todas as suas atividades", declarou Fernanda Pestana, mãe de Luiz Gustavo, que pratica a equoterapia há quatro meses.
 Até hoje, todo paciente que necessitava desse recurso terapêutico tinha de recorrer obrigatoriamente a serviços privados. Gradualmente, o serviço será ampliado para outros pontos da cidade.
 "Hoje também inauguramos um prédio ao lado e um terreno de 2 mil m² doado pela Prefeitura no ano passado. A equoterapia vai possibilitar o atendimento  a 60 crianças carentes, sem custo para elas", ressaltou Abdo Antônio Hadade, presidente do Cenha.
Em outubro de 2011, a Prefeitura publicou um decreto autorizando a concessão de um terreno ao lado para a entidade. O local vai abrigar o projeto de ampliação da área de equoterapia.
O Cenha é uma entidade social de caráter filantrópico fundada em 1965, situada na rua Francisco Bueno, 384, Tatuapé, Zona Leste, que tem por objetivo o atendimento de crianças especiais carentes. Possui uma clínica que faz em média 2.000 atendimentos por mês e uma escola com 180 alunos especiais carentes.
 A entidade educacional foi declarada de Utilidade Pública Municipal: Decreto nº 9027 de 01.10.70, Utilidade Pública Estadual: Diário Oficial de 09.12.71 e de Utilidade Pública Federal: Decreto nº 90935 de 12.02.85. No local são realizados trabalhos nas seguintes áreas: Serviço Social, Psicologia, Pedagogia, Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia, contando com técnicos habilitados e comprometidos com esta problemática.
 Para o desenvolvimento dos programas que realiza, o Cenha conta com algumas parcerias e convênios em instância Estadual: Hospital do Serviço Público Estadual (CEAME e METRUS) e em instância Municipal com a Secretaria Municipal de Educação (SME) e Secretaria de Assistência Social (SMADS).
Após lançar o serviço público de equoterapia, o prefeito participou da cerimônia de posse da presidência do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo para o biênio 2012/2013. A cerimônia foi realizada no anfiteatro do tribunal à rua Dr. Vila Nova, na Vila Buarque, e contou com a presença de representantes do poder público.  Foram empossados o juiz Orlando Eduardo Geraldi, como presidente, como vice-presidente, o juiz Evanir Ferreira Castilho, e o juiz Paulo Adib Casseb assume a função de corregedor geral

Fonte: 
http://www.onoticiado.com.br/index.php/outras-noticias/noticas-em-destaque-87564/12481-sao-paulo-prefeitura-inicia-servico-publico-de-equoterapia-para-pessoas-com-deficiencia.html

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Avanços na pesquisa da genética do autismo


      Pesquisadores do Centro de Estudos do Genoma Humano (CEGH) deram importantes passos para desvendar o mecanismo genético do transtorno do espectro autista – como é classificado atualmente o autismo.
Eles identificaram mais um dos diversos genes relacionados ao distúrbio comportamental, além de uma desordem genética que pode dar pistas para explicar a dificuldade que os autistas têm em interagir socialmente. Ligado ao Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), o CEGH é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP.
Os resultados da pesquisa foram apresentados na Escola São Paulo de Ciência Avançada: Avanços na Pesquisa e no Tratamento do Comportamento Autista, realizada no início de janeiro na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
O evento, realizado no âmbito da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA), modalidade de apoio da FAPESP, foi organizado pelo professor Celso Goyos, do Departamento de Psicologia da UFSCar, em parceria com Caio Miguel, da Universidade do Estado da Califórnia, e Thomas Higbee, da Universidade do Estado de Utah, nos Estados Unidos.
Ao estudar, nos últimos três anos, os cromossomos de cerca de 200 pacientes com autismo atendidos no CEGH, os pesquisadores brasileiros identificaram em três deles uma alteração cromossômica do tipo translocação equilibrada, isto é, a troca entre segmentos cromossômicos sem aparente perda do material genético.
Em um dos três pacientes, observou-se que essa translocação genética provocou o rompimento de um gene, chamado TRPC-6, que atua em um canal de cálcio no cérebro, controlando o funcionamento dos neurônios, em particular, das sinapses neuronais – a comunicação entre os neurônios.
“Imaginamos que, por causa desse desequilíbrio no rearranjo cromossômico dos pacientes com autismo, ele tenha uma menor quantidade dessa proteína TRPC-6, o que faz com que menos cálcio vá para os neurônios”, disse Maria Rita dos Santos e Passos-Bueno, pesquisadora do Centro de Estudos de Genoma Humano da USP, à Agência FAPESP.
“O resultado final dessa alteração genética é um neurônio menos ramificado, que realiza menos sinapses [comunicação entre neurônios]”, explicou.
De acordo com a cientista, essa translocação genética, em que metade do gene TRPC-6, localizado no cromossomo 11, migrou para o 3, aniquilando sua função, é muita rara e dificilmente é encontrada em outros pacientes com autismo.

Porém, a via de sinalização celular comprometida pela mutação de um gene relacionado ao autismo, como a observada no paciente atendido, pode ser comum a outras pessoas afetadas pelo distúrbio neurológico. “Em outros pacientes com autismo, a mutação pode estar em outro gene desta mesma via de sinalização celular”, indicou.

Tratamento personalizado

Segundo Passos-Bueno, alguns dos principais avanços no estudo do autismo nos últimos quatro anos foi a constatação de que o distúrbio neurológico está relacionado a mutações específicas em um ou dois genes, que variam de um paciente para ou outro.
Os desafios para os próximos anos serão estudar as vias de sinalização celular envolvidas pelos genes relacionados ao autismo para que se possa tentar desenvolver alternativas de tratamento.
“Precisamos investigar se os genes relacionados ao autismo de cada paciente estão envolvidos com uma ou mais vias de sinalização celular. Se estiverem envolvidos com várias vias de sinalização, será preciso desenvolver quase que uma droga por paciente. Será um tratamento personalizado”, disse.
Outro desafio a ser superado será entender o funcionamento dos genes possivelmente relacionados ao autismo identificados por seu grupo no Centro de Estudos do Genoma Humano para testar o quão semelhantes são entre eles.
Para isso, o grupo utiliza a tecnologia de iPS, que possibilita que células-tronco da polpa de dente de pacientes autistas sejam induzidas a se tornarem pluripotentes, derivando-se em células de todos os tipos, como neurônios.
Por meio de uma colaboração iniciada na pesquisa sobre o gene TRPC-6 com o brasileiro Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia em San Diego, o grupo de pesquisa passou a dominar a técnica e a implantou no CEGH para dar continuidade ao projeto.
Os pesquisadores do centro também pretendem utilizar outros modelos mais simples para estudar o funcionamento dos genes relacionados ao autismo, como em drosófilas e peixe-zebra (Danio renio), antes de partir para modelos mais complexos, como camundongos ou a própria iPS.
“A vantagem desses modelos mais simples é a possibilidade de testar combinações de vários genes e realizar mais de uma mutação para analisar sua relação com o funcionamento neuronal a um custo relativamente mais baixo do que a iPS e o modelos utilizados”, disse Passos-Bueno.
    Por Elton Alisson
da Agência Fapesp



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Novos critérios para diagnóstico de autismo



O objetivo da revisão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (sigla DSM, em inglês) é facilitar a identificação de crianças com o transtorno
  A Academia Americana de Psiquiatria (AAP) deve lançar, em maio de 2013, uma nova edição do manual para diagnóstico de autismo. Ele se chama DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, em português), é usado também no Brasil, e segue para a quinta versão. A proposta, que ainda está em estudo, tem como objetivo fazer com que quatro subtipos de autismo – que tinham até então diagnósticos separados – façam parte de uma única categoria. Assim sendo, os subtipos transtorno autista, síndrome de Asperger, transtorno global do desenvolvimento e transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação seriam todos diagnosticados como: o transtorno do espectro autista.
De acordo com James Scully, diretor médico da AAP, os novos critérios vão ajudar médicos e terapeutas a diagnosticar com mais precisão as crianças que sofrem do transtorno. Apesar disso, críticas não faltam para o DSM-5, em especial por parte de alguns pais americanos. Em reportagens recentes publicadas pela imprensa americana, as famílias acreditam que, ao mudar a forma de identificar o autismo, muitas crianças hoje que recebem tratamento poderiam perder o diagnóstico do transtorno – fazendo com que elas deixassem de receber ajuda do governo.
Para Antonio Carlos de Farias, pesquisador e neurologista infantil do Hospital Pequeno Príncipe (PR), a atualização do manual vai fazer com que o diagnóstico fique mais fácil. “A tendência é a sensibilidade do diagnóstico aumentar. Hoje, há um critério para cada subtipo. Isso faz com que algumas vezes não possamos classificar uma criança porque ela não preenche a todos os critérios daquele subtipo”, afirma. Por outro lado, reforça o especialista, a mudança também pode gerar confusão, em especial entre os pais, por haver crianças tão diferentes dentro do mesmo diagnóstico.
Para entender melhor, podemos imaginar o transtorno do espectro autista como um grande guarda-chuva. Embaixo dele estariam tanto crianças com grau mais severo, que não falam, têm retardo mental, quanto com grau mais leve, como os Asperger, que falam, são inteligentes, mas têm outras dificuldades.
No Brasil, a notícia já circula, com receio, entre pais de filhos com autismo. Sempre por dentro das últimas notícias sobre o assunto, Milena Elaine Carneiro Silva, 30, que tem uma filha autista, a Yasmin, de 6 anos, ainda tem muitas dúvidas sobre o efeito que as alterações no manual podem trazer. “Tive sorte de minha filha ser diagnosticada cedo (aos 2 anos e meio), mas conheço uma criança de 9 anos que ainda está apenas na suspeita de autismo. Acho que pode ajudar para esses casos. Por outro, vai generalizar demais. Virou moda ser autista. Não vejo vantagem”, afirma.
Neurocientista brasileiro que, no fim de 2010, conseguiu reverter um neurônio autista em normal – e hoje busca um medicamento que possa ser usado em humanos -, Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia, faz ressalvas ao novo manual. “Acho que não ajuda em muita coisa. O diagnóstico continuará sendo subjetivo, comportamental, com variações enormes entre as opiniões dos clínicos. O maior problema será eliminar do espectro crianças com um quadro suave e que se beneficiariam de um tratamento imediato”, afirma. Já Antonio Carlos acredita que poucas crianças que hoje são incorporadas como autista podem não fazer parte do espectro.
Falar em autismo sempre gera muita polêmica e no fundo o que os pais das crianças com o transtorno querem, independente de qualquer nova nomenclatura, é ter suporte para ajudar os filhos a ter um vida mais digna. “A ajuda no governo não é nada”, diz Milena. Essa, sim, parece ser uma busca que ainda tem um longo caminho pela frente.
Ana Paula Pontes