segunda-feira, 4 de junho de 2012

Autismo: um problema, muitas causas


  Autismo: uma única palavra que sugere uma única doença. Mas na verdade, cada pessoa que vive com esse transtorno tem uma doença muito particular. Uma avalanche de novos dados genéticos, descoberto em um estudo, mostra claramente que não há um único culpado pelo autismo.
Cada caso surge de uma mistura única de fatores genéticos e ambientais que funcionam como um gatilho para a doença. Por isso, descobrir a causa do transtorno em cada pessoa é praticamente impossível.
Se a notícia soa cruel, na verdade ela contém muita esperança. Isso porque com a descoberta de um grande número de aberrações genéticas, será possível encontrar os pontos em comum que levam ao autismo e combatê-los.
As mudanças genéticas descobertas no estudo podem responder questões cruciais aos cientistas, sobre o porquê os meninos são mais vulneráveis do que as meninas, por exemplo – o autismo atinge quatro meninos para cada menina.
Alguns dos genes afetados por essas alterações parecem funcionar em redes comuns de atividade molecular no cérebro, e muitas dessas mutações genéticas prejudicam a comunicação entre as células nervosas. Entender esse processo e encontrar outras atividades celulares em comum pode levar a maneiras eficazes de combater o autismo, independentemente do que o causou.
As famílias que convivem com autistas estão sendo muito pacientes, com a espera de muitos anos pela solução do problema. Enfim, os geneticistas estão trazendo uma boa notícia, já que os estudos dos últimos meses nessa área têm sido um processo produtivo e animador quanto ao combate da doença.
As atuais pesquisas vêm em dois sentidos: na análise das mudanças de DNA com a identificação e as relacionando entre si, e estudando como os genes se comportam nos autistas.
A compreensão dos problemas, das alterações genéticas em comum e a descoberta das redes cerebrais que se comportam de maneiras semelhantes podem levar os cientistas a encontrar maneiras de tratar ou prevenir o autismo no futuro. Descobrir maneiras de proteger os processos cerebrais vulneráveis ao transtorno pode vir a ser ainda mais importante do que saber exatamente como as coisas deram errado nos processos cerebrais.
Por Stephanie D’Ornelas
Science News