segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Corujas, urubus e gol contra do PL 1.631/2011 - (168/11).

Olá Gente Amada.
“Não se deixe levar pelo canto das aves agourentas.
Precisamos da união de todos”.
Postei aqui a citação acima, como opinião de pai de autista sobre PL 1631/11,  atualmente no Senado Federal para análise e aprovação como PL 168/11, pedindo atenção para o assunto publicado, pois que ficam dissipadas dúvidas de muitos sobre a redação do  artº 7 do projeto, polêmica que é.
Embora não fique registrado publicamente, comentários sobre postagens, até por timidez das pessoas, recebo-os em PVT para o meu email – rosandores@gmail.com, integrante aqui das listas que participo.
O Argemiro, munido da sutileza que o caracteriza, deu-me uma pedrada, via lista, demonstrando estranheza por eu ter feito o apelo para que não se deixassem “levar pelo canto das aves agourentas” embora discordando eticamente como é do seu feitio,  valoriza as opiniões ali postadas.
Uma querida mãe componente tradicional da lista por suas opiniões incisivas. Verdadeira fera na defesa da sua opinião, também não abre mão da contrariedade do que vê como um “risco sem precedentes” para o futuro dos nossos filhos autistas, os Artigos 2º e 7º do PL 1631 (atualmente 168/11 no Senado Federal), a exemplo de outros pais integrantes da lista que também assim já se manifestaram.
Ora minha gente amada da lista e demais meios de contato que nos ligam: “não existe ainda lei nenhuma que de fato garanta a inclusão.”
Também entendo que devemos aprovar o PL 1631/11 (168/11) como está, pois  interpretações contrárias que se façam existir depois, mesmo levando em conta  a diversidade de opiniões não permitindo unanimidade sobre sua redação, nossos limites se esgotaram, embora as desgastantes tentativas de unir todos os que pensam de outra forma.  
Sei que o PL aprovado, e se sancionado, começará outra briga, a exemplo da Constituição de 1988 que até hoje está incompleta, mas o que importou e muito importa, é que ela aí está, justamente para tirar o povo das amarras do poder injusto e dominante, e que cada vez que precisamos de um artigo ainda não regulamentado, temos que enfrentar as forças políticas, a exemplo do que fizeram com o Estatuto do Deficiente, colocando-o para adormecer pelas mesmas pessoas que ainda estão no Congresso Nacional, puramente por ambições pessoais.
Resguardadas as proporções, e sancionado o PL 1631/11 (168/11) como MARCO ZERO, de uma Lei maior em prol do autista, ESTAREMOS enterrando todo um passado de leis inócuas, acórdãos e etc, o que proporcionará que nossos filhos, autistas ou não, sofram mais que o inevitável.
Quero a Lei, não gosto de pensar em punir, nem mensurar penas para aqueles que falharão por arrogância, discriminação ou preconceito contra nossos filhos autistas.
Sempre existirá alguém que se julgue acima do razoável e que ousará recusar uma inscrição de um autista para inseri-lo nesta ou naquela instituição de ensino. Esse tipo de pessoa não imagina que estará enfrentando eu e você por ousar querer tomar uma decisão por nós em relação a nossos filhos, com a lei em nossas mãos.
Para mim a promulgação desta lei agora, será suficiente para a justiça resolver problemas para nossos autistas, ou quem sabe até pelo aperfeiçoamento por iniciativa de quem o critica,  no futuro no futuro.
Já lutamos e discutimos tanto por este projeto, que às vezes fico me indagando por que algumas pessoas, sem generalizar, não tomam iniciativas para alterá-lo de acordo com suas razões?
Não vejo como justo e perfeito, que alguns pais de autistas queiram imputar para os grupos que estão à frente do projeto, culpas eventuais do presente para o futuro. Talvez não sirva de exemplo, mas depois que comecei a reclamar, também entendi que deveria me inserir no contexto e aí estou.
Quanto a “Ave agourenta”, jamais quis “apelidar alguém como tal” – quem sou eu - mesmo por que é ambígua de interpretação a designação, tanto para bem quanto ao mal. Eu estava na torcida – a favor – quando escrevi “Ave Agourenta”, a exemplo de outras vezes, e quem me lê sabe, por que algumas pessoas parece  que torcem pelo “gol contra”, principalmente no último minuto do jogo decisivo.
A coruja no Império Romano, era considerada agourenta e seu canto anunciaria a proximidade da morte. Já os gregos, considerando que a noite era o momento do pensamento filosófico e intelectual elegeram-na como representante da busca pelo saber, atravessando os tempos, embora nem em todas as culturas tenha se firmado como símbolo de inteligência.
Já o brasileiro, não é difícil encontrar algum que não tenha uma corujinha em casa para tirar o azar, ou para trazer sorte, né mesmo?
O urubu, desde que comecei a estudar o primário (lembram?) minha primeira professora, dona Emilde, ensinou a todos que ele era um animal útil. Concordei. Só não entendo porque ele é símbolo do Flamengo. Talvez por que eu seja torcedor do Botafogo.
Como vocês podem observar, não abro mão da riqueza de discutir aquilo que acredito, por pensar que osso é uma qualidade de todos nós.
A esquisitice “Ave Agourenta”, para quem a tomou como provocação, meu mais humilde pedido de desculpa. Não fiquem de mal comigo, pois quando o assunto trata dos nossos filhos autistas, penso menos, meus dedos ficam mais velozes e às vezes provoco alguns esbarrões.
E mais, se quiserem brigar comigo, terão dois trabalhos: brigar e fazer as pazes.
Que cada um continue fazendo a sua parte.
Recebam e aceite o meu fraterno abraço.
Luz e Paz
Nilton Salvador
Fotos: Google.