quarta-feira, 31 de julho de 2013

Pitoco lendo o livro Vida de Autista... E eles Cresceram.

Uma travessura emocionante.
Abençoado sejas, vovô Joel

terça-feira, 30 de julho de 2013

Livro VIDA DE AUTISTA... E Eles Cresceram (Lançamento)

Sinopse:
     O que está escrito neste “Vida de Autista... E Eles Cresceram”, não escorrega para dentro de um vale de lágrimas, como quando a síndrome nos obriga a profundas transformações. É um reencontro das condições de vida de um filho autista, face a face, onde deixamos transparecer tudo o que sentimos em algumas décadas, principalmente quando ocorreram desequilíbrios das nossas emoções.
    O cotidiano da existência de quem estava destinado a ser eternamente criança pela existência de preconceitos a respeito dos autistas e das pessoas com deficiência, aqui não encontrou abrigo como querem aqueles que, além de não terem compromisso com a diferença, tentaram nos levar para o imaginário social, do “não pertencimento”, ao grupo das “pessoas negadas” sem abertura à tolerância, porque “Eles Cresceram”.

     Neste livro, você vai sentir que está em sua casa, que é o seu lugar de interações, troca de experiências, construção de significados compartilhados, comportamentos, atitudes com êxito, fracasso, rejeição e interação, lembrando que o seu filho continua revisando o autismo para servir o progresso da humanidade e da ciência como modelo emergente.
SITE:

sábado, 27 de julho de 2013

Veja 20 filmes sobre o autismo:




Adam – 2009

Adam, um rapaz com síndrome de asperger, é apaixonado por astronomia, e passa a morar sozinho após a morte do pai. Tem um único amigo para apoiá-lo, Harlan. O filme trata do seu relacionamento com uma nova vizinha, a professora Beth. Foi escrito e dirigido por Max Mayer, que teve a ideia quando ouviu uma entrevista de um homem que sofria da doença. Foi premiado no Sundance Film Festival e no Method Fest Independent Film Festival do ano seguinte




Um Amigo Inesperado – 2006

História de um menino frágil que sofre de autismo. Seus pais fazem de tudo para tentar se comunicar com ele, até que um cachorro chamado Thomas consegue criar uma relação com o menino, que o ajudará a escapar do seu silêncio








Um Time Especial – 2011

Baseado no livro The Legend of Mickey Tussler, o filme conta a história de um técnico de uma liga juvenil de beisebol que chama um garoto com autismo para ser seu lançador. Os dois terão que vencer preconceitos e a rejeição de alguns jogadores do time para seguir em frente





A Mother's Courage: Talking Back to Autism – 2009

Narrado por Kate Winslet, este inspirado filme mostra a busca de uma mulher para desbloquear a mente de seu filho autista. Margret encontra os principais especialistas e advogados no assunto e se conecta com várias outras famílias tocadas pelo autismo. À medida em que se depara com terapias inovadoras, Margret encontra a esperança de que seu filho possa ser capaz de se expressar em um nível que nunca pensou ser possível







Ben X: A Fase Final – 2007

Ben é um jovem que sofre da síndrome de asperger e que se isola em sua própria realidade no mundo de Archlord, um jogo virtual. Seu modo de vida causa estranheza em seus colegas de classe, que o julgam e não o aceitam







Ressurreição – 1998

Conta a história de uma jovem mulher (Loretta), que vive em Chicago com sua mãe e dois filhos, uma delas (Tracy) tem autismo. Por insistência da mãe, Loretta vai passar o verão com as filhas em uma cidadezinhade interior, onde vivem seu tio e sua tia (que têm alzheimer). Durante sua estadia, aprende a lidar melhor com os problemas dos filhos e os seus próprios





O Nome dela é Sabine – 2007

A atriz Sandrine Bonnaire narra a história da irmã Sabine, que é autista, através de imagens filmadas ao longo de 25 anos. Sandrine testemunha o momento atual de Sabine, que depois de uma estadia infeliz em um hospital psiquiátrico, passa a viver em uma estrutura adaptada a ela. E, dessa forma, numa casa na região de Charente, na França, reencontra a felicidade. A partir desse episódio, o documentário mostra a penúria e o despreparo de algumas instituições especializadas e as dramáticas conseqüências que podem causar aos doentes




O Menino e o Cavalo – 2009

O jornalista britânico Rupert Isaacson se apaixonou pela americana Kristin Neff, professora de psicologia, quando viajava pela Índia. Sete anos depois, em 2001, nasceu seu filho Rowan. O mundo parecia perfeito até o menino ser diagnosticado com autismo. Tendo recorrido a todo tipo de terapia, sem sucesso, Rupert decide apostar numa jornada espiritual. Percebendo o amor do filho por cavalos, ele pesquisa como conciliar este fato com a busca por uma técnica de cura ancestral. A família parte assim para a Mongólia, onde, cavalgando por milhas, irão atrás do xamã mais poderoso da região




Mary e Max: Uma Amizade Diferente – 2009

Uma história de amizade entre duas pessoas muito diferentes: Mary Dinkle, uma menina gordinha e solitária, de oito anos, que vive nos subúrbios de Melbourne, e Max Horovitz, um homem de 44 anos, obeso e judeu que vive com síndrome de asperger no caos de Nova York. Alcançando 20 anos e 2 continentes, a amizade de Mary e Max sobrevive muito além dos altos e baixos da vida. Mary e Max é exploram a amizade, o autismo, o alcoolismo, de onde vêm os bebês, a obesidade, a cleptomania, a diferença sexual, a confiança, diferenças religiosas e muito mais




Código Para o Inferno – 1998

Art Jeffries (Bruce Willis), um renegado agente do FBI, combate inescrupulosos agentes federais para proteger Simon, um garoto autista de 9 anos, que desvendou um "indecifrável" código secreto. Ele consegue ler o Mercury, um avançado código criptográfico do governo americano, tão facilmente, quanto outros garotos lêem inglês. Essa habilidade, torna vulnerável esse código de 1 bilhão de dólares, especialmente se os inimigos do governo descobrirem Simon e o capturarem. Nick Kudrow (Alec Baldwin), chefe do projeto Mercury, ordena que a "ameaça" seja eliminada, sem imaginar que Jeffries está envolvido




Experimentando a Vida – 1999

Elisabeth Shue interpreta Molly, uma jovem autista que sai do período de internação e fica sob os cuidados de seu irmão, Buck (Aaron Eckhart). Ele permite que a irmã inicie um tratamento experimental. Molly se transforma em um gênio, com inteligência superior, para a surpresa de Buck. Mas esse progresso acaba sendo relativo, já que Molly não se livra completamente da sua extrema concentração autista. Buck e sua irmã enfrentam agora outro grande desafio






Loucos de Amor – 2005

Donald Morton (Josh Hartnett) e Isabelle Sorenson (Radha Mitchell) sofrem da síndrome de asperger, uma espécie de autismo que provoca disfunções emocionais. Donald trabalha como motorista de táxi, adora os pássaros e tem uma incomum habilidade em lidar com números. Ele gosta e precisa seguir um padrão em sua vida, para que possa levá-la de forma normal. Entretanto, ao conhecer Isabelle em seu grupo de ajuda tudo muda em sua vida





Rain Man – 1988

O insensível Charlie Babbitt espera receber uma grande herança após a morte de seu pai, a quem ele não vê há anos. Mas Raymond (Dustin Hoffman), seu irmão mais velho, internado em uma instituição médica, alguém cuja existência Charlie ignorava até então, é quem recebe toda a fortuna. Raymond é um "autista sábio" com habilidades mentais seriamente limitadas em algumas áreas, mas com capacidade de gênio em outras. Quando Charlie rapta Raymond, a longa e maluca viagem atravessando o país, rumo a Los Angeles, ensina a ambos algumas lições sobre a vida





Testemunha do Silêncio – 1994

Não há pistas, nem motivos, nem suspeitos. E a única testemunha ocular sabe que nem tudo poderá ser dito. Ele é uma criança autista de nove anos cujas memórias do brutal massacre de seus pais estão seladas dentro dele, a não ser que um determinado e carinhoso psicólogo infantil possa acessá-las







Um Certo Olhar – 2006

Alex Hughes, um ex-presidiário, está viajando para Winnipeg para ver um velho amigo. Ao longo do caminho, ele encontra o chato, mas vivaz, Vivienne Freeman que consegue pegar uma carona com ele, mas o veículo de Alex sofre um sério acidente, que mata Vivienne. Alex decide então falar com a mãe de Vivienne e vai até sua casa. Lá, ele descobre que a mãe, Linda, é uma mulher autista de alta funcionalidade. Ela o convence a ficar mais tempo, após o funeral e, naqueles dias, Alex descobre novas amizades e aprende mais sobre a singularidade de Linda mesmo enquanto ele se esforça para lidar com sua própria dor





Temple Grandin – 2010

É baseado no livro Uma Menina Estranha, da própria Temple, uma mulher com autismo que acabou se tornando uma das maiores especialistas do mundo em manejo de gado e planejamento de currais e matadouros







Sei Que Vou Te Amar – 2008

Thomas Mollison é um jovem de 16 anos que quer apenas ter uma vida normal. Seu irmão mais velho, Charlie, tem autismo e TDAH e o funcionamento de toda sua família gira em torno de lhe oferecer um ambiente de vida seguro. Ao se mudar para uma nova casa e uma nova escola, Thomas conhece Jackie Masters e começa a se apaixonar por ela. Quando sua mãe fica confinada na cama devido à gravidez, Thomas então deve assumir a responsabilidade de cuidar de seu irmão, o que pode custar a sua relação com Jackie, especialmente quando isso desencadeia um violento confronto na família em sua festa de aniversário





Uma Viagem Inesperada – 2004

Quando Corrine descobre que seus dois filhos gêmeos são autistas, ela fica inconformada, mas acaba aceitando o veredito. Ela então conta ao marido sobre o fato, e ele lhe diz que não quer lidar com o problema do autismo. Por isso, Corrine o abandona, e passa a criar os meninos sozinha. Ela os coloca numa escola e não informa sobre problema dos meninos. Mas a atitude estranha das crianças faz com que os professores a acusem de maus tratos e, quando Corrine conta a verdade, eles a mandam procurar outra escola






À Sombra do Piano – 1996

Franny luta por mais de trinta anos para dar apoio e respeito a Rosetta, sua irmã mais nova, que é autista. Ela acredita que Rosetta tenha uma intensa vida emocional e intelectual escondida sob o seu rosto impassível. O principal obstáculo é a mãe, Regina, uma cantora lírica que abandonou a carreira para se dedicar à família e agora, amarga e ressentida, é obcecada por controle e carente de adulação.







Gilbert Grape: Aprendiz de Um Sonhador – 1993

Na pequena cidade de Endora, Gilbert cuida de seu irmão autista Arnie e de sua mãe extremamente obesa. A cidade é calma e a vida segue seu rumo, até que Becky aparece, e Gilbert se apaixona por ela. Agora ele terá que lidar com a problemática família ao mesmo tempo em que quer aprender os segredos da moça.







                                              
O Enigma das Cartas (1993)

Quando o marido de Ruth Matthews (Kathleen Turner) morre em uma queda, quando à noite fazia escavações arqueológicas em umas ruínas maias, a caçula do casal, Sally (Asha Menina), reage à morte do pai de maneira muito estranha, pois ao voltar para sua casa não profere uma só palavra. Quando o comportamento de Sally piora, Ruth se vê obrigada a deixar que Jacob T. Beerlander (Tommy Lee Jones), um especialista em crianças autistas, examine sua filha. Jacob tenta tirar Sally da sua desordem mental por métodos tradicionais, mas Ruth tenta de outra maneira, ao reproduzir em grande escala um castelo de cartas que sua filha tinha construído. Por mais estranho que seja, Ruth crê que só assim terá Sally de volta.





Em ''Amor à Vida'', Bruna Linzmeyer interpreta Linda, uma jovem que tem autismo

 Um dos temas de Amor à Vida, o autismo é retratado pela atriz Bruna Linzmeyer, que interpreta a personagem Linda, uma menina que gosta de brincar no computador, é sensível, carinhosa e afetuosa.
Filha de Amadeu (Genézio de Barros) e Neide (Sandra Corveloni), que, com medo das reações da jovem, a superprotegem do mundo, Linda ainda tem que lidar com os maus tratos da irmã, Leila (Fernanda Machado). A secretária de Pilar (Susana Vieira) não gosta de dividir o quarto com Linda, faz bullying com a menina e ainda a critica a todo tempo por não conseguir realizar tarefas consideradas simples, como arrumar a própria cama e não fazer xixi enquanto dorme.
Para alívio de Linda, seu irmão, Daniel (Rodrigo Andrade) é um fisioterapeuta disposto a ajudá-la a conquistar sua liberdade. O assunto ainda promete render emoções e boa sequências na novela das 21h, de autoria de Walcyr Carrasco. O Terra selecionou outras obras que já trataram do tema.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Drauzio Varella, estreia em agosto um novo quadro sobre AUTISMO no "Fantástico".

          O oncologista e colunista da Folha de São Paulo vai tratar sobre o autismo na nova série, abordando casos reais, tratamentos, educação e mercado de trabalho.
     A inspiração para o quadro veio da sanção da Lei n.º 12.764, batizada de Lei Berenice Piana, que assegura aos autistas os mesmos direitos das pessoas com necessidades especiais.
     A informação é da coluna Outro Canal, assinada por Keila Jimenez e publicada na Folha desta terça-feira (23).
     A atual novela das 21h da Globo, "Amor à Vida", de Walcyr Carrasco, traz o drama com a personagem Linda, interpretada por Bruna Linzmeyer.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Autismo político provocará protestos mais violentos







O Brasil vive hoje um paradoxo: a população protestou contra a qualidade dos serviços públicos e cobrou ações eficazes contra a corrupção. Ao mesmo tempo, a classe política começou a articular para dar migalhas: plebiscito em vez de constituinte, R$ 0,20  em vez de qualidade de transporte público, importação de médicos em vez de aumentar a qualidade dos recursos investidos em saúde. Nada foi dado em sua totalidade. 
Hoje, estão paralisados os debates quanto à constituinte (não teve sequer discussão procedimental a respeito no parlamento), a reforma política (existe mera movimentação na mídia), a necessidade de mudanças na legislação penal (algo que atende a grande maioria da população, como a diminuição da menoridade penal), imposto sobre grandes fortunas, o aumento do investimento real em educação (já dividiram os recursos do pré-sal), redução do número de políticos em todas as casas legislativas (fingem que não escutam que existe uma PEC a esse respeito), desoneração tributária, a punição mais severa dos corruptos, o “Fora Renan”, a cobrança maior do Estado quanto ao conteúdo das emissoras de televisão (parte dos protestos se direcionou às emissoras de televisão, que teoricamente nem legalmente cumprem seu papel), a diminuição dos ministérios da presidenta Dilma Rousseff e da revisão de todos os contratos da Copa do Mundo e das Olimpíadas. 
A identificação do “autismo político” é um dos primeiros diagnósticos de tudo o que aconteceu no Brasil. Conforme o cientista político Itami Campos, a classe não percebeu que existiam circunstâncias de muita opressão e desespero nas camadas sociais e que algo (de verdade) deve ser feito. Políticos fingem que estão no mundo da lua.
Daí que deputados e executivos, nos últimos dez dias, apenas continuaram com a mesma forma de se fazer política, voltada para dentro, para seus próprios interesses.
A prova é que Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, já começou a declarar que nem tudo pode ser feito.  O corpo mole se repete na Câmara dos Deputados, que após reagir às manifestações começa a colocar marcha lenta nos projetos estruturantes do Brasil. Os parlamentares dividiram os recursos da PEC com a saúde. E tudo ficou por isso mesmo.
Moralidade
Não bastasse, existe a crise da moralidade. Goiânia foi palco de embates exemplificativos. Dias antes de estourar as manifestações no País, um vereador de Goiânia, Paulo Borges (PMDB), já citado em escândalos recentes (inclusive foi preso), teria respondido de forma deselegante um possível eleitor em seu Facebook.
A internauta Akyla Priscilla disse: “Q vergonha Vereador, vc não quis votar afavor de bater ponto. Na próxima eleição eu e minha família lembraremos de não votar em vc” (sic). De repente aparece a resposta: “Quem é vc para me cobrar sobre os meus atos. Guarde o seu voto e o da sua família, se é que vc tem esse poder e faça bom uso dele” (sic).
O vereador, atolado até o pescoço com problemas sérios e denúncias criminais, disse que foi um assessor que fez a reposta – o que seria um desvio ético, de qualquer forma, de seu gabinete.   Rede social é personalizada, tem conta pessoal, usuário específico.
É desse autismo político que os cientistas tratam com suas mais recentes reflexões, do desprezo com o que pensa o eleitor e o que deseja. “A tendência é aumentar a agressividade. O movimento mais forte já existe na internet. É gente pedindo cadeira elétrica para político, outros incitando colocar fogo no Congresso. Seria algo terrível para a democracia, mas será inevitável esse contato físico do eleitor com o político. Eles saíram das redes sociais, se materializaram e sabem onde moram os políticos, como ocorreu no Rio de Janeiro, com Sérgio Cabral (PMDB)”, diz Luis Gustavo de Almeida, cientista político e professor universitário.
No caso de Paulo Borges e seus companheiros, que rejeitaram o ponto eletrônico para vereador, assunto tratado nacionalmente pela imprensa, exigia-se uma resposta ética apenas – um mínimo ético, já que o máximo é ainda distante. Quanto a Câmara Municipal de Goiânia, a indignação do eleitor é clara: a casa corre para aprovar projetos de interesse de grandes grupos econômicos, mas quando precisa intervir para atender a população, finge que o assunto não é com ela ou simplesmente não vai à Câmara.  
Redes sociais
Antes de estourar a onda de protestos no Brasil, a Câmara Municipal de Goiânia foi um termômetro de todo o estresse popular, quando centenas deles foram ao plenário protestar contra a aprovação das mudanças no Plano Diretor – mudanças semelhantes deram origem a onda violenta de protestos na Turquia, que se iniciaram pouco antes dos protestos no Brasil.
“Até pouco tempo, as mídias tradicionais não conseguiam aproximar o eleitor do político. Mas com as redes sociais e outros formatos da internet, os indivíduos invisíveis, sem voz, ganham formas, tornam-se participantes e a palavra de um cidadão comum vale o mesmo dito por um político”, analisa Carlos Almeida de Soares, cientista da comunicação e autor de livros sobre mídias digitais. 
Respostas sem eficácia
A prova de que os políticos vivem um autismo é a resposta dada aos reclames da população.  A pauta inicial e momentânea do Movimento Passe Livre foi atendida exclusivamente para estudantes. Ou seja, a luta de todos tornou-se privilégio apenas de alguns. E algo momentâneo, pois uma hora tem que ocorrer aumento. No Brasil, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), foi o primeiro a anunciar assinatura permitindo o benefício do passe livre aos estudantes.  Em seguida, uma avalanche de gestores assinou embaixo.  Mas quem paga essa conta? Se o passe é livre, deveria ser para todos.
Outra reivindicação, mesmo que sem pleno domínio de conteúdo dos que a exigiam, foi atendida: a derrubada da Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 37, que tratava da liberdade dos promotores de Justiça para investigar. A “Cura gay”, projeto de lei do deputado federal João Campos (PSDB), também foi tratorado sem sequer causar debates no Congresso.
Estas são as migalhas que foram dadas ao povo. As reformas profundas começaram a ser negadas. A primeira delas diz respeito à inserção do povo na tomada das decisões por meio de mecanismos como a democracia direta – em que o próprio eleitor decide aspectos importantes da sociedade.
A Constituição Federal não necessita de nenhuma emenda. Ela já estabelece que a população pode exercer o direito do plebiscito ou do referendo. O parágrafo único do primeiro artigo já dá o recado: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.  Diretamente significa o povo votar os projetos de lei.
É preciso recordar: a presidenta Dilma Rousseff veio a público oferecer a reforma política como tema de plebiscito. Mas logo a classe política criou um imbróglio pseudo-jurídico do que pode e não pode ser feito. Moral da história: a ideia de plebiscito (leia-se, de consulta direta ao povo) está de molho. A Constituinte, então, já era. E o motivo é simples: a reforma política, se feita de verdade, impediria inúmeros problemas e vícios de origem da corrupção brasileira, como a relação promíscua entre empresários e políticos.
A Medida Provisória 611, por exemplo, é um achincalhe aos manifestantes. Ela continua a existir e permite brechas de investimentos de milhares de reais em projetos da Fifa.  Cerca de R$ 33 milhões já foram investidos graças ao ato normativo assinado pela presidenta Dilma Rousseff e que não passou por debates deliberativos importantes.
Caso a Medida Provisória 611 fosse debatida em público, por meio da participação popular, dificilmente teria eficácia. Mas Dilma usa do expediente dela mesmo achar o que pode e não pode ser feito no Brasil para dar dinheiro aos magnatas do futebol. Sua gestão abusa das Medidas Provisórias, consideradas um estupro ao Poder Legislativo, principalmente para atender grandes grupos econômicos.
Políticos atendem empresários, bancos e outros políticos
Para atender os reclames populares a presidenta Dilma Roussef (e qualquer político) é uma gatinha. Mas leoa quando defende os interesses dos poderosos e ricos. No dia 15 de maio, no apagar das luzes, a Lei 12.810 sancionada pela presidenta Dilma trouxe uma ótima notícia para os bancos: quem entrar  com uma ação contra banco sobre financiamento ou empréstimo, é obrigado a continuar a pagar as prestações, até a decisão da sentença – mesmo que a instituição esteja errada. Ou seja: a lei pega mais da metade dos brasileiros e garante dinheiro jorrando nas contas dos magnatas, agiotas e factorys.
Depois, tem que enfrentar toda uma dificuldade para receber. A estratégia de Dilma e dos bancos é simples: enrolar ao máximo os processos judiciais (o que não precisa de muita ajuda) e assim tirar o dinheiro de quem fez o empréstimo. Cerca de 60% das ações contra bancos são vencidas pelos proponentes das ações. Existe até um filão na advocacia chamada “direito contra banco”.  Todavia, a medida de Dilma vai esfriar as ações contra os bancos.

A norma que emenda o Código de Processo Civil é apenas uma em um milhão de leis que são feitas exatamente para enganar o povão.  Elas são elaboradas sem que 99,9% da população saibam ou tenha em mente do que se trata. Se ficar sabendo, não protesta, queima tudo.
FONTE:

Conduta sexual inapropriada de AUTISTAS não é sinal de desvio e pode ser modificada

A limitação de conhecimento sobre o autismo pode resultar na confusão de simples expressão de sexualidade com desvios de conduta, colocando em risco a integração da criança, adolescente ou adulto com autismo. “As pessoas com autismo correm grande risco de consequências negativas e castigos que incluem perda de privilégios como andar de transporte público ou mesmo um trabalho”, aponta o estudo “Comportamentos sexuais no autismo: problemas de definição e gerenciamento” (no original: “Sexual Behaviors in Autism: Problems of Definition and Management”).
Os autores ressaltam as dificuldades que as condutas sexuais de pessoas com autismo podem trazer para seus pais. Existem hipóteses sobre a exibição pública da conduta sexual do autista, e alguns especialistas apontam que a masturbação persistente de alguns autistas pode ser reforçada como opção para liberar sua tensão sexual. “Os comportamentos socialmente inaceitáveis podem estar relacionados às características do autismo”, alertam.
Antes de se pensar em castigos ou reprimendas, portanto, é importante lembrar que autistas apresentam consciência social alterada, assim como a noção de reciprocidade. Esses elementos são essenciais para o processo de aprendizagem e compreensão da interação sexual apropriada. De acordo com o estudo, a dificuldade para aprender os comportamentos sociais de uma maneira estruturada confundem o desenvolvimento sexual do autista e contribuem para as chamadas condutas inadequadas. Autistas, ressaltam os autores, não reconhecem facilmente sinais afetivos sutis, e têm dificuldades em reconhecer outros pontos de vistas.
Os autores destacam as condutas sexuais inadequadas mais comuns em pessoas com autismo: tirar a roupa em público, masturbação em público e tocar suas partes íntimas em público, além de debater determinados temas de cunho sexual. Com o aumento da socialização, é possível ensinar-lhes a ser discretos e seletivos. “Desde 1970, os tratamentos enfocam a repressão da conduta inadequada e o reforço de um comportamento alternativo”, aponta o estudo, que questiona ainda a efetividade das chamadas terapias de aversão, assim como o tratamento hormonal, devido aos possíveis efeitos secundários.


Fonte: Journal of Autism and Developmental Disorders.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

O crescimento do Autismo

              Sabemos muito pouco sobre o Autismo, entretanto a cada ano aumenta o número de indivíduos diagnosticados com TEA (Transtorno do Espectro Autismo). Muitas são as especulações do que pode ser ou não a causa do elevado crescimento destes índices, conforme o Centro dos EUA de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de 1980 até a data de hoje o crescimento foi muito significativo.
   Segundo Emily Willingham, escritor da Forbes, dentro desses números aparece a constatação de que a maior parte do aumento de 2007 para 2013 ocorreram em crianças em idade escolar. Em outras palavras, se  é possível diagnosticar o autismo por volta dos 18 meses de idade até os 5 anos, porque muitos destes novos diagnósticos de autismo foram detectado somente mais tarde? Por que o autismo “passa” despercebido em algumas crianças, antes de sua vida escolar? Isso se encaixa com a ideia de que uma grande parte do aumento no autismo que temos visto na última década, tem muito a ver com uma maior consciência e identificação do mesmo, bem como a aceitação das pessoas autistas, verificação de seu potencial, e a busca para garantir os apoios e os recursos necessários para cumprir esse potencial.
    De acordo com o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), cuja última revisão foi agora em maio de 2013, ocorreram mudanças significativas para os critérios de diagnósticos para o autismo. A nova revisão do DSM inclui uma definição diferente de TEA (Transtorno do Espectro Autista, ASD em inglês). Para ser diagnosticado com TEA, o indivíduo deve ter apresentado sintomas que comecem na infância precocemente e devem comprometer a capacidade do indivíduo em função da sua vida e do dia a dia.
    No DSM-IV, havia cinco transtornos do espectro do autismo, cada um dos quais tinha um diagnóstico único: Transtorno Autista ou autismo clássico, Transtorno de Asperger ,Transtorno Invasivo do Desenvolvimento - Sem Outra Especificação ( PDD-NOS ), Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância.
    Na última revisão do DSM, esses transtornos não existirão como diagnósticos distintos no espectro do autismo. Em vez disso, com exceção da síndrome de Rett, eles vão ser incluídos no diagnóstico de "Transtorno do Espectro do Autismo." A Síndrome de Rett vai se tornar uma entidade própria e deixará de ser parte do espectro do autismo.
     De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria DSM-V Development Team, os padrões para o diagnóstico de transtornos do espectro do autismo mudaram por várias razões:
 - Embora seja possível distinguir claramente a diferença entre as pessoas com TEA’s e aqueles com o funcionamento neurotípico, é mais difícil de diagnosticar os subtipos válidos e consistentes.
- Uma vez que todas as pessoas com transtornos do espectro autista exibem alguns dos comportamentos típicos, é melhor para redefinir o diagnóstico por gravidade do que ter um rótulo completamente separado.
- Um único diagnóstico de TEA reflete melhor a atual pesquisa sobre a apresentação e patologia do autismo.
Novos Critérios Diagnósticos para Transtorno do Espectro do Autismo
    Quando um médico ou psicólogo diagnostica alguém com autismo, ele ou ela compara o comportamento do indivíduo com os critérios estabelecidos no DSM. Se o comportamento se encaixa na descrição listada no texto, então o indivíduo pode ser diagnosticado com um distúrbio do espectro do autismo.
    A nova revisão do DSM incluída uma definição diferente de ASD. Para ser diagnosticado com ASD, e indivíduo deve ter exibido sintomas começam na infância precoce, e esses sintomas devem comprometer a capacidade do indivíduo de funcionar na vida do dia-a-dia.
Os déficits sociais e de comunicação
A fim de receber um diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo, uma pessoa deve ter as três seguintes déficits:
·         Problemas de interação social ou emocional alternativo - Isso pode incluir a dificuldade de estabelecer ou manter o vai-e-vem de conversas e interações, a incapacidade de iniciar uma interação, e problemas com a atenção compartilhada ou partilha de emoções e interesses com os outros.
·          Graves problemas para manter relações - Isso pode envolver uma completa falta de interesse em outras pessoas, as dificuldades de jogar fingir e se engajar em atividades sociais apropriadas à idade e problemas de adaptação a diferentes expectativas sociais.
·      Problemas de comunicação não-verbal - o que pode incluir o contato anormal dos olhos, postura, expressões faciais, tom de voz e gestos, bem como a incapacidade de entender esses sinais não-verbais de outras pessoas.
Comportamentos repetitivos e restritivos
Além disso, o indivíduo deve apresentar pelo menos dois destes comportamentos:
·           Apego extremo a rotinas e padrões e resistência a mudanças nas rotinas
·         Fala ou movimentos repetitivos
·         Interesses intensos e restritivos
·         Dificuldade em integrar informação sensorial ou forte procura ou evitar comportamentos de estímulos sensoriais
    O DSM-V terá apenas duas áreas principais: comunicação social e os déficits e os comportamentos fixos ou repetitivos.
    O DSM-V Development Team explica que é difícil separar os déficits de comunicação e os déficits sociais, uma vez que estas duas áreas se sobrepõem de forma significativa. A comunicação é frequentemente utilizada para fins sociais, e os déficits de comunicação podem afetar drasticamente o desempenho social.
Os atrasos de linguagem não fazem parte do diagnóstico
    Anteriormente, um atraso de linguagem foi um fator significativo no diagnóstico de autismo clássico. Além disso, os indivíduos com Transtorno de Asperger não poderiam ter um atraso de linguagem, a fim de receber esse diagnóstico.
    A nova versão do DSM não inclui atraso de linguagem como um critério para o diagnóstico. Os atrasos de linguagem podem ocorrer por muitas razões e não foram consistentes em todo o espectro do autismo, a Equipe de Desenvolvimento DSM-V sentiu que eles não devem ser necessários para o diagnóstico.

Fonte:
MILLER-WILSON, Kate. Critérios para o autismo, no DSM-V. Disponível online em: http://autism.lovetoknow.com/diagnosing-autism/criteria-autism-dsm-v

WILLINGHAM, Emily. Prevalência do autismo está agora em 1 em 50 crianças. Disponível online em: http://www.forbes.com/sites/emilywillingham/2013/03/20/autism-prevalence-is-now-at-1-in-50-children/

terça-feira, 16 de julho de 2013

Teste avalia droga contra mal genético similar ao autismo

 Hormônio terapêutico se mostrou seguro em pesquisa; cientistas buscam agora fármacos similares mais eficazes.
 O início dos testes de uma droga contra a síndrome de Rett, um transtorno que atinge meninas com uma mutação genética, está abrindo caminho para a busca de tratamentos para o autismo --síndrome psiquiátrica de alta prevalência contra a qual não há nenhum fármaco.
A síndrome de Rett é uma doença rara, mas sua semelhança com o autismo típico instiga cientistas, que veem nela uma janela para investigar drogas mais gerais contra esse transtorno, caracterizado por problemas motores, de comunicação e de afeto.
Três ensaios clínicos estão testando a ação do IGF1, um hormônio de crescimento, em meninas com Rett.
O primeiro avaliou seis pacientes no Hospital Versilia, na Toscana (Itália), e concluiu que a droga é segura. Apesar de não ter conseguido quantificar efeito terapêutico do remédio com tão poucas pacientes, o trabalho relata que todas as meninas tiveram melhora das funções cognitivas.
"Uma das pacientes, que não conseguia mover os braços, está agora comendo frutas sozinha usando suas mãos", disse à Folha Daniela Tropea, médica que liderou o ensaio clínico. "Já é um grande avanço."
O grupo italiano ainda não conseguiu apoio para iniciar um estudo em escala maior para avaliar a eficácia da droga. Cientistas do Hospital de Crianças de Boston, porém, já têm um teste de fase dois --são necessários três para aprovar uma droga-- em andamento, com objetivo de recrutar 40 meninas.
SEMELHANÇAS
A síndrome de Rett, que era considerada um transtorno da classe do autismo, deixou de sê-lo no DSM-5, o novo manual de diagnósticos da Associação Americana de Psiquiatria, lançado neste ano.
No entanto, Alysson Muotri, cientista brasileiro na Universidade da Califórnia em San Diego, defende a ideia de que as duas doenças têm semelhanças o suficiente para que um mesmo tipo de tratamento funcione em ambas.
Não há nenhum teste programado da droga em crianças autistas ainda, mas Muotri já mostrou que o IGF1 é capaz de "curar" neurônios criados a partir de células de crianças autistas ou com Rett.
O brasileiro tem dúvidas, porém, sobre se esse hormônio é pequeno o bastante para atingir todos os neurônios necessários. Seu laboratório agora busca moléculas com efeito mais potente.
O biólogo ajudou os NIH (Institutos Nacionais de Saúde dos EUA) a montarem um centro que usa um sistema de pesquisa robotizado para testar centenas de compostos em amostras de células reprogramadas de crianças autistas e com Rett.
Jeffrey Neul, do Baylor College, de Houston, já começou a testar em pacientes adultas uma versão alterada do IGF1.
Com ajuda de uma farmacêutica neozelandesa, ele extraiu um peptídeo --pedaço da molécula do hormônio-- e o modificou para se tornar quimicamente estável.
Em sua nova forma, a droga penetra o cérebro com mais eficácia e previne efeitos colaterais em pacientes com problemas metabólicos --dificuldade verificada no uso de IGF1 em experimentos com camundongos.
"Doenças como a síndrome de Rett permitem vislumbrar um pouco o autismo idiopático [clássico]. Esperamos que muitos dos tratamentos testados para essas doenças possam vir a beneficiar um subconjunto de pessoas com autismo, ainda que não seja possível ajudar todas elas", diz Neul.

FONTE:
RAFAEL GARCIA
Foto: Portal de São Francisco

Terapia com remédios para autismo é vista com ceticismo

Notícias sobre os estudos do cientista brasileiro Alysson Muotri --que "curou" células autistas com um hormônio --correram rápido entre as associações de pais de crianças autistas.
No mês passado, algumas delas se organizaram para que o biólogo ministrasse uma palestra em São Paulo.
"Rezamos por ele. Não perdemos a esperança de que um dia surja a cura", disse Berenice Piana, ativista que luta por direitos de crianças portadoras do transtorno.
A perspectiva de que um dia surja um tratamento farmacológico para o autismo, porém, é recebida com ceticismo por alguns médicos.
"Quando ele [Muotri] diz que considera Rett um modelo genético para o autismo, está completamente equivocado", diz José Salomão Schwartzman, psiquiatra da Universidade Mackenzie e integrante do grupo de trabalho do Ministério da Saúde sobre políticas para a doença.
As diferenças de perfil genético entre os pacientes das duas doenças, diz, são sinal de que não deve existir um tratamento que sirva para ambas. Para Salomão, a associação cria esperança ilusória entre pais de autistas.
"Quem segura as pontas depois sou eu, como clínico. Todos os dias me perguntam se a cura está próxima."
Clínicos que trabalham nos testes para síndrome de Rett têm uma visão mais otimista, apesar de cautelosa.
"Não existirá uma droga capaz de mudar toda a história do autismo de uma hora para a outra", diz a médica Daniela Tropea, que coordenou o estudo da Itália. "O avanço das pesquisas vai na direção de uma melhora progressiva. Mas não vai ocorrer um milagre."
(RG)
Fonte:

Foto: Google

Cientista quer criar centro de estudos no país

      Em sua última visita ao Brasil, o biólogo Alysson Muotri fez uma parada em Brasília. Ele tinha reuniões marcadas para apresentar a proposta de criar um centro de estudos de excelência sobre autismo no Brasil, ideia que vem sendo discutida com organizações de pais de autistas.
O cientista brasileiro espera que o centro seja capaz de levantar recursos, realizar atividades educacionais e recrutar pacientes que sejam avaliados em trabalhos de pesquisa. Tudo, porém, em caráter "não assistencialista".
No primeiro dia, encontrou-se com Gleisi Hoffmann, ministra da Casa Civil. Segundo Muotri, o modelo de financiamento para a proposta ainda está em estudo, mas, mesmo que a iniciativa privada se mostre uma opção mais adequada, o centro de estudo deve manter algum vínculo com o governo.
"A ministra da Casa Civil sinalizou interesse, e o ministro Padilha (Saúde) também", diz a educadora Luciana Nassif, mãe de uma menina autista, que assessorou Muotri na elaboração da proposta.
O que mais entusiasma os pais é a perspectiva de que ensaios clínicos de tratamentos possam ser realizados nessa instituição.
"Para quem só tinha um horizonte sombrio, sem perspectivas de melhora e muito menos de cura, a pesquisa virou uma grande possibilidade", diz Nassif. "Eu acredito tanto na pesquisa que colocaria minha filha nos testes."
(RG)
FONTE:

Acessibilidade - Responsabilidade Profissional


sábado, 13 de julho de 2013

Cientista brasileiro estuda remédio promissor para tratar autismo

Alysson Muotri estuda neurônios criados com 
células-tronco de autistas. 
O biólogo relata ter obtido resultados preliminares, 
mas positivos.
 
Desenho de um cérebro dentro de um crânio
O biólogo brasileiro Alysson Muotri, professor da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, em San Diego, nos EUA, relatou ter obtido resultados preliminares, mas promissores, em pesquisas com medicamentos para tratar efeitos do autismo em crianças.
Analisando os genes de pacientes e reprogramando células-tronco obtidas a partir de células comuns para que elas se tornem neurônios, o cientista e sua equipe têm estudado em laboratório drogas que ajudem a reduzir as limitações presentes em autistas.
Em uma das pesquisas, apresentada em congressos, mas ainda não publicada em revista científica, Muotri aponta ter encontrado vínculo entre mutações genéticas que prejudicam a formação de sinapses (ligações) dos neurônios e alterações causadas pelo autismo. O estudo com uma criança que apresenta uma forma específica de autismo apontou que ela tem um gene defeituoso que dificulta a entrada de cálcio nos neurônios, o que atrapalha a proliferação das sinapses.
Os pesquisadores retiraram células comuns da criança e fizeram com que elas voltassem a ser células-tronco. Depois, elas foram reprogramadas para se tornarem neurônios. Eles, então, testaram medicamentos para estimular em laboratório o bom funcionamento do gene. "Todo mundo tem duas cópias de cada gene. No caso desta criança, ela tem uma cópia que está mutada [sofreu mutação] e outra que é funcional. Achamos uma droga que estimula o gene ativo a ‘funcionar’ em dobro", disse Muotri, que é pós-doutor em neurociência e células-tronco pelo Instituto Salk de Pesquisas Biológicas, também na Califórnia.
O medicamento que estimula o receptor de cálcio respondeu bem aos testes em laboratório e passou a ser administrado ao paciente diluído em chá, para avaliar os resultados. As primeiras observações, após um mês, mostram que a criança tem progredido em atenção e sociabilização. "Avaliamos através de questionários aplicados para os pais, professores, amigos da criança. Fizemos uma observação antes e depois da droga", aponta Muotri.
"Os dados que obtivemos depois de um mês são promissores, eles mostram melhora na atenção e na sociabilidade da criança", relata o professor. "Não é tão significativo porque tivemos que dar uma dose pequena", pondera, mas a descoberta é importante. "Abre uma perspectiva que estamos chamando de medicina personalizada. Baseado no genoma da pessoa e em testes com células-tronco induzidas, pode ser possível definir qual a melhor droga e a melhor dose a ser usada em um indivíduo", diz.
O caso do autismo é singular porque há vários tipos de distúrbios, causados por situações e mutações distintas. "Dificilmente você vai encontrar uma droga que vale para todo mundo", avalia Muotri. Ele diz que o tratamento que está sendo proposto, o da medicina personalizada, é similar ao que ocorre com alguns tipos de câncer. "Você retira algumas células e vai testando, até encontrar o medicamento e a dose certa."
Cérebro maior
O grupo capitaneado por Muotri também está investindo em outra linha de pesquisa - analisar dez crianças autistas com quadro clínico parecido, de cérebro com tamanho maior do que o normal. Os pesquisadores estão estudando se estes pacientes têm características genéticas similares, como alguma mutação.
A hipótese dos cientistas é que, se as crianças têm um cérebro grande, é porque elas têm mais neurônios do que o necessário para sua idade - por algum motivo as células nervosas podem ter crescido descontroladamente. "Nós estamos pesquisando drogas que inibam o crescimento dessas células. A ideia é controlar o aumento, estamos fazendo testes em laboratório", diz Muotri.
A previsão do professor é que essa linha de pesquisa vai dar respostas mais rapidamente. "Proliferação celular é algo que é estudado há muito tempo", pondera. "Talvez dois anos para começar a ter resultados com drogas.”
Neurônios vivos
Um dos grandes problemas para entender o autismo é conseguir obter neurônios vivos, ressalta Muotri. "Muitas vezes são usados tecidos de autistas mortos, analisados depois que um paciente morre." Mas o avanço de pesquisas em células-tronco pluripotentes induzidas (conhecidas como células iPS, em inglês) está abrindo um novo caminho no estudo do autismo, diz o professor.
"A ideia é pegar células do paciente - cabelo, pele, polpa do dente - e fazer com que elas voltem a ser células-tronco. Então você as induz a se tornarem neurônios", explica o cientista. Pesquisas recentes apontam que o cérebro dos autistas, em geral, realiza menos sinapses (ligações entre neurônios para transmissão de informações), o que está sendo explorado nas pesquisas científicas.
"Começamos a testar medicamentos para elevar o número de sinapses, e alguns deles têm funcionado. Drogas como o fator de crescimento insulínico [IGF-1, na sigla em inglês]", diz Muotri. Um dos problemas do IGF-1 é que é uma proteína muito grande, que não consegue ser bem absorvida pelas camadas mais externas do cérebro. Moléculas menores estão em estudo, afirma o professor.

A novidade dos pesquisadores é que os testes com estas drogas até agora estavam restritos ao laboratório, e vão começar a ser aplicados em pacientes em breve. "A fase clínica de toxicidade já foi aprovada para alguns grupos que estão estudando crianças autistas. A ideia agora é testar em um número maior de crianças, para saber se, com seis meses a um ano de tratamento, elas estão melhores em diferentes aspectos, como respiração, ansiedade", informa Muotri.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Práticas de ensino para Autistas

Para melhor visualização, clique na imagem. 

Estudo liga anticorpos maternos a surgimento de autismo em bebê

        Pesquisa avaliou mães de crianças com e sem o transtorno.
Filhos das que têm certos anticorpos teriam 
mais chance de ter problema.

Anticorpos maternos que têm como alvo as proteínas no cérebro do feto podem desempenhar um papel no desenvolvimento de algumas formas de autismo, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira (9).
Segundo estudo, certos anticorpos da mãe podem ter relação com surgimento de autismo no feto
(Foto: Divulgação)
Realizado com 246 mães de crianças com "transtornos do espectro autista" e 149 mães de crianças saudáveis, o estudo mostrou que quase um quarto das mulheres do primeiro grupo tinham uma combinação destes anticorpos diferentes daquelas do segundo grupo.
Os "transtornos do espectro autista" (TEA) incluem variedades diferentes de autismo, entre elas a síndrome de Asperger, que afeta crianças muito inteligentes, mas com grande dificuldade em interações sociais.
Os anticorpos são proteínas essenciais para o sistema imunológico. Eles detectam e neutralizam substâncias estranhas ao corpo, tais como vírus e bactérias.
saiba mais
Estudo de Harvard relaciona poluição com possibilidade de autismo
Remédio criado para tratar autismo não traz melhora em estudo
As mulheres grávidas passam seus anticorpos para o feto, o que lhe permite defender-se de infecções até os 6 meses de idade, enquanto seu sistema imunológico ainda está imaturo.
Mas eles podem também, de acordo com o estudo publicado na revista "Translational Psychiatry", transmitir anticorpos que impedem que o cérebro se desenvolva corretamente.
"Descobrimos que 23% das mães de crianças autistas têm autoanticorpos contra proteínas que são necessárias para um desenvolvimento neurológico saudável", explicou à France Presse Judy Van De Water autora do artigo, professora da Universidade da Califórnia, que afirma que esses anticorpos não estavam presentes em mães de crianças não autistas.
Os sintomas também se mostraram mais graves em crianças nascidas de mães com o anticorpo em questão do que em comparação com crianças autistas nascidas de mães sem esses anticorpos.
Os TAE afetam cerca de um em cada 100 nascimentos nos países ocidentais. Os meninos são três vezes mais afetados do que as meninas por esta doença, cujas origens permanecem obscuras.
A equipe de Van de Water foi capaz de identificar 11 diferentes combinações de sete proteínas alvo de anticorpos associadas aos TEA, cada um dos quais tem um risco diferente do transtorno autista.
O objetivo agora é encontrar marcadores capazes de identificar o risco de TEA, o que permitiria "uma intervenção precoce" para ajudar crianças com autismo para "melhorar o seu comportamento e suas capacidades", observa Van de Water.

Em um estudo separado, pesquisadores liderados por Melissa Bauman, também da Universidade da Califórnia, expuseram oito fêmeas de macacos-rhesus grávidas aos anticorpos maternos relacionados ao TEA e chegaram a resultados semelhantes: os macacos recém-nascidos dessas mães "mostraram diferenças de comportamento, incluindo reações inadequadas em relação a outros macacos", observa o estudo.
Fonte: 
Da France Presse -G1