terça-feira, 14 de maio de 2013

UMA GUARDA FOCADA NA INCLUSÃO

Bárbara Esther Parente é guarda municipal desde 2005

Ser mãe de uma criança autista mudou a vida da guarda municipal Bárbara Esther Parente. Mas não para um estado de tristeza, de luto, e sim para uma verdadeira batalha pela desmistificação do autismo e pela inclusão destas pessoas, além daquelas que sofrem com outros tipos de deficiências. Seu filho, Lucas, hoje com 13 anos, tem autismo clássico e apresenta dificuldades para fazer atividades como mastigar e falar. Para quem não sabe, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) afeta 3 áreas conhecidas como a tríade do autismo, que são: comunicação, socialização e o comportamento.
Um incentivo extra para Esther vencer essa luta veio logo após a sua entrada na Guarda Municipal, em 2005. Paralelamente à faculdade de Direito, Esther também iniciava a sua atuação no Grupamento de Apoio ao Turista (GAT). Um dia, enquanto estava em seu posto de serviço, ela viu a dificuldade de comunicação que um casal de turistas surdos encontrou para se hospedar em um hotel da Zona Sul, pois não havia funcionários habilitados para atendê-los. Como Esther entendia a linguagem de sinais, ela pôde ajudar o casal. Foi a partir daí que Esther começou a se preocupar com a preparação dos operadores de segurança pública no trato da pessoa com deficiência.
“Acredito que é fundamental conscientizar as pessoas, apresentando como as necessidades são diferentes de cada pessoa com autismo ou qualquer outra deficiência. Muita gente não se dá conta, mas os portadores de deficiências são “invisíveis” nas ruas. Pelo fato de não vivenciarem essa realidade, as pessoas não têm ideia das dificuldades enfrentadas. Tenho uma amiga, por exemplo, que tem buzina na bengala para não ser pisada. Ou seja, a responsabilidade que temos na administração pública é enorme em relação ao tema. Por isso, estamos desenvolvendo capacitações para as novas turmas de guardas municipais e para as equipes de ronda escolar. Divulgar a informação é fundamental, ainda mais entre os guardas, que se deparam o tempo todo com pessoas com deficiências nas ruas”, diz Esther.
Hoje, pós-graduada em Segurança Pública e Cidadania, a GM Esther integra a Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB-RJ, além de ser membro do grupo Mundo Azul (movimento de pais que trocam experiências e lutam pelos direitos dos autistas). Esther ainda encontra tempo para fazer palestras sobre a relação entre as deficiências e a segurança pública. Em junho do ano passado, inclusive, ela participou do ciclo de palestras para os alunos do último curso de formação da GM-Rio, falando sobre o tratamento que os operadores de segurança pública devem ter com deficientes.
Entre os projetos futuros, Esther conta que existe a ideia de promover um programa de vivências na GM-Rio. O objetivo é colocar os guardas em situações vividas pelos portadores de deficiências para que eles possam entender essas realidades. “É importante que busquemos cada vez mais informação, entendamos as diferentes necessidades e nos abrir para novos olhares. Me coloco à disposição caso alguma secretaria tenha interesse em tirar dúvidas ou promover palestras sobre os direitos dos portadores de deficiência, sensibilização ou inclusão. Conscientização nunca é demais”.

Para quem tiver mais interesse sobre o assunto, vale conhecer o blog da GM  Esther, http://barbaraparente.blogspot.com.br
acessar o site www.mundoazul.org.br
e-mail: barbara_parente@hotmail.com.

A pedido de Mara Gabrilli, Câmara fará audiência pública sobre educação da pessoa com autismo


Evento ocorrerá em 18 de junho, Dia Mundial do Orgulho autista, às 14h30, na 
Comissão de Educação da        Câmara dos Deputados.
 Brasília - A Comissão de Educação aprovou na quarta-feira (8) requerimento da deputada Mara Gabrilli (SP) que pede a realização de audiência pública para debater o tema “A educação da pessoa com autismo”. 
A tucana pediu que o evento ocorra em 18 de junho, Dia Mundial do Orgulho autista.
No seu pedido, a parlamentar destaca que os autistas ainda são pessoas desconhecidas para muitos. Segundo organizações norte-americanas e europeias, a cada 88 pessoas nascidas, 1 possui alguma forma de autismo, que pode variar do mais severo ao mais leve.
“Embora seja costume afirmar que ‘Autistas vivem em seu próprio mundo’, na verdade são pessoas com uma forma diferente de sentir, perceber e se relacionar com as demais pessoas, mas não constroem, nem muito menos vivem num mundo imaginário. Ao contrário, esforçam-se para viver em nosso mundo, muitas vezes não entendendo as complicadas normas sociais”, aponta a tucana no requerimento, que aponta desafios enfrentados por essas pessoas.
Mara Gabrilli ressalta ainda que em 27 de dezembro de 2012 foi sancionada a Lei 12.764, que institui a Política Nacional de Proteção da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. “Esta norma que nasceu no legislativo brasileiro é fruto do trabalho de diversas associações brasileiras, que representando as pessoas para a causa do Autismo no Brasil, buscam o melhor atendimento a estas necessitadas famílias”, aponta o requerimento.
Em sua fala, Mara dirigiu o convite da reunião ao ministro da Educação e solicitou que a audiência também seja transmitida online.
(Fonte: PSDB na Câmara)