sexta-feira, 31 de maio de 2013

Crianças com deficiência podem ser 'agentes de mudanças' na sociedade

Um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância, divulgado nesta quinta-feira, destaca o papel de crianças com deficiência na sociedade. Segundo o estudo "O Estado das Crianças do Mundo 2013", apesar de muitos serem marginalizados e considerados "invisíveis", as crianças com deficiência têm os mesmos direitos de outras sem deficiência.
Para o Unicef, é preciso integrar todos, e com oportunidades, crianças que vivem com uma deficiência poderão se tornar "agentes de mudanças" e beneficiar as comunidades em que vivem.
A especialista do Unicef no tema, Rosângela Berman Bieler, falou à Rádio ONU sobre outros desafios encontrados pelos menores. "O informe também aponta para o fato de que crianças com deficiência são muito mais suscetíveis a abuso sexual, à violência. E são, muitas vezes, excluídas de suas famílias e de suas comunidades indo morar em instituições completamente afastadas da população em geral e do seu seio familiar. Isso gera, mais uma vez, invisibilidade e exclusão social."
Caridade
O relatório do Unicef, publicado em Da Nang, no Vietnã, é o primeiro estudo global dedicado às crianças com deficiência. O Fundo não sabe ao certo quantos menores vivem com deficiência, mas dados de 2004, indicam 93 milhões, ou uma em cada 20 crianças com 14 anos ou menos.
O diretor-executivo do Unicef, Anthony Lake, disse que é possível fazer a integração dos menores, mas que para isso será preciso mudar a percepção atual, dando voz às crianças e não encarando as mesmas apenas como sujeitos de caridade.
Cidades
O Unicef pediu a todos os países que ratifiquem a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiências, aprovada pela ONU. O objetivo do tratado é promover direitos iguais e a participação de pessoas na sociedade.
O relatório revela ainda que o custo de incluir ações de acessibilidade em novos prédios e na infraestrutura de cidades custa menos que 1% do orçamento total. Já adaptações para estruturas existentes podem custar até 20% do custo original.
Sistema de Saúde
Uma das propostas é a criação de um auxílio financeiro, o que já existe no Brasil, em Bangladesh, em Moçambique, no Chile e outros países, segundo o relatório.
O documento também promove a integração de crianças com deficiência em serviços públicos, escolas e no sistema de saúde. Para o Unicef, isso custa mais barato que enviar a criança para longe da família.

Cuidar de menores com deficiência também põe pressão financeira nas famílias. No Vietnã, por exemplo, este custo pode ser de 9%. Na Grã-Bretanha, de 69%.

FONTE:
Jornal do Brasil
Mônica Villela Grayley