Um dos galãs da nova geração da TV, Rodrigo Andrade,
o Daniel da novela Amor à Vida (Globo), conta que torce por um final feliz
entre o seu personagem e Perséfone (Fabiana Karla). Perto do desfecho do folhetim, o ator diz que
o trabalho na novela de Walcyr Carrasco tem um significado especial na sua
carreira, pois permitiu que ele passasse mensagens relevantes sobre o autismo e
também sobre o preconceito contra as mulheres com excesso de peso.
Mesmo imerso nas gravações da novela, ele já
vislumbra mais trabalho para os primeiros meses deste ano, quando pretende
lançar o CD 30 Anos, dando continuidade à carreira musical, que é uma de suas
paixões desde a infância. Em mais esse projeto, ele conta com uma torcida
especial, da namorada, a empresária
Joyce de Paulo.
Amor à Vida está caminhando para a reta final.
Daniel conseguirá reconquistar Perséfone e assim ter um final feliz ao lado da
enfermeira?
RODRIGO ANDRADE – Acho que o Daniel merece, acima de
tudo, um final feliz. Vejo um amor mal resolvido entre ele e Perséfone. Mesmo
após o término e com possíveis novas relações, os dois ainda vivem um em função
do outro, ficam se provocando, fazendo ciúme... (risos). Torço para que deixem
o orgulho de lado, conversem e sigam felizes juntos! Confio muito no trabalho
do Walcyr e sei que, qualquer que seja o final, será excelente.
Em pleno horário nobre, seu personagem se casou com
uma mulher que foge do estereótipo do corpo perfeito. Você acredita que essa
era a mensagem que o autor queria passar?
RODRIGO – Além da questão de quebrar os
estereótipos, que é muito importante, ele tem também outras questões
interessantes: a da irmã com autismo (Linda, interpretada por Bruna Linzmeyer),
por exemplo. Aprendi desde cedo a respeitar o próximo e as diferenças, mas
quando trabalhamos em tramas assim, recebemos muitas mensagens de pessoas que,
de fato, passaram pela situação. Nós aprendemos sempre com essa troca. Nunca
tive muito contato com o tema autismo e a novela me trouxe essa oportunidade.
Sou grato por isso. O autismo está mais presente do que a gente imagina, mas é
tão pouco divulgado que, às vezes, nem a própria família sabe identificar. Acho
que novela é entretenimento, mas é também uma ferramenta muito eficiente de
alerta e conscientização. E é ótimo fazer parte disso!
Para você seria um problema se casar com uma mulher
gordinha, como Daniel fez com Perséfone?
RODRIGO – Eu não teria preconceito nenhum em assumir
ou me casar. Tem tantas outras coisas que são mais relevantes e importantes do
que o peso, que é até difícil entender como isso, para algumas pessoas, é tão
gritante.
Mas o preconceito contra mulheres com excesso de
peso existe ainda...
RODRIGO – Infelizmente, existe e eu pude constatar
isso com o personagem. Muita gente chega para compartilhar experiências
parecidas com as que assistiram na novela.
Qual foi o maior desafio que você enfrentou com o
personagem? Teve alguma cena especial?
RODRIGO – Acho que um grande desafio é sempre o
começo, a construção do personagem. O Daniel, de uma forma geral, é gente como
a gente. Então tem de haver sutileza nas atitudes, não é nada caricato. Tinha
acabado de sair do Berto (da novela Gabriela, de 2012), um mau-caráter de marca
maior, sem escrúpulos e sentimentos, para entrar de cabeça no Daniel, que é
boa-praça. Para mim, como ator, foi excelente.
Você já tinha trabalhado com Walcyr Carrasco em
Gabriela. Qual a importância de Amor à Vida na sua carreira?
RODRIGO – Uma novela das 21h, com um personagem
desses, com um autor como Walcyr e um elenco talentoso, não teria como não
somar muito na minha carreira. Um dos meus maiores desejos é seguir uma
trajetória sólida e ter muitas boas oportunidades de mostrar meu trabalho para
o maior número possível de pessoas.
Você e Caio Castro são superamigos e dividem a mesma
casa. Como conseguem morar no mesmo espaço sem conflitos? Seguem algumas regras
para terem uma boa convivência?
RODRIGO – Sou melhor na cozinha, gosto de cozinhar,
mas, por outro lado, sou desorganizado; chego em casa e vou jogando tudo. O
Caio (Castro) é mais organizado do que eu, ele acorda e arruma a cama dele. Eu
não, se vou dormir à noite, não vejo motivo para arrumar a cama (risos).
Depois de Amor à Vida, o que seria um personagem
desafiador em novelas?
RODRIGO – Adoraria interpretar, por exemplo, um
personagem com algum distúrbio psicológico, que confunda, intrigue. Ou algum
que tenha duas caras ou mais para um lado esquizofrênico, em um nível grave, de
não conseguir diferenciar imaginação de realidade.
Você nasceu em Altinópolis, uma pequena cidade do
interior de São Paulo. Hoje, está em uma novela da Globo, no horário nobre.
Tinha imaginado chegar tão longe?
RODRIGO – Sempre sonhei alto e sou muito otimista,
então sempre espero o melhor.
Por não conhecer ninguém no meio artístico,
provavelmente, foi complicado para você conseguir chegar às novelas. Em algum
momento passou pela sua cabeça desistir?
RODRIGO – Às vezes passam pensamentos ruins pela
nossa cabeça, com certeza. Mas eles nunca duraram tempo suficiente para me
guiar para a desistência.
Após o final de Amor à Vida, você pretende voltar a
investir na carreira musical? Algum outro projeto como ator?
RODRIGO – A carreira musical nunca esteve de lado,
música é uma grande paixão, desde criança. Neste ano, lanço meu CD 30 Anos e o
meu primeiro videoclipe. Vocês podem aguardar muitas novidades!
Atualmente, você namora a empresária Joyce de Paulo.
Qual é o segredo para ter uma relação feliz? Ela comenta as cenas de Daniel e
sai a favor de Perséfone?
RODRIGO – Ela torce muito pela minha felicidade e
sucesso e vice-versa. Acho que isso é muito importante em uma relação.
FONTE:
Agência ESTADO
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