sexta-feira, 24 de março de 2017
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
“ O Autismo e a Legislação no Paraná“
15 de fevereiro de 2017, ás 9
horas,
no Plenarinho da
Assembleia Legislativa do Estado do Paraná
Conpaz
–PR ( Conselho Parlamentar de Cultura de Paz ), em parceria com as
Comissões de Cultura, de Educação e da Saúde da Assembleia Legislativa do Paraná.
EXPOSITORES:
Berenice Piana, a paranaense idealizadora da lei federal n° 12.764/12;
Renata
Flores Tibyriça; Defensora Publica e Coordenadora do Grupo de Trabalho sobre
Autismo em São Paulo;
Sergio Antoniuk,
Médico Neuropediatra do Hospital de Clinicas;
Márcia Regina Machado Santos
Valiati, Doutora em Saúde da Criança e do
Adolescente;
Nilton Salvador, escritor, palestrante, pai de autista e Coordenador do
Movimento Orgulho Autista do Brasil no Estado do Paraná.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2017
O direito dos autistas ao tratamento multidisciplinar, custeado pelos planos de saúde.
Plano de Saúde
Os pais, no geral, investem
prioritariamente no desenvolvimento de seus filhos, independentemente da idade.
Mas hoje se sabe que é a
infância – fase que, em média, dura até os 10 anos de idade –, sobretudo do
nascimento aos 3 anos de idade, a fase de maior desenvolvimento cerebral.
Os vínculos formados nesta fase
e suas aprendizagens terão um impacto decisivo no desenvolvimento físico-motor
(capacidade de crescer e ganhar peso, manipular objetos), no desenvolvimento
cognitivo (capacidade de pensar e raciocinar), afetivo-emocional (capacidade de
integrar as diversas experiências) e no desenvolvimento social (capacidade de
se relacionar com os outros).
Daí a importância de se investir
nos primeiros anos de vida.
O impacto do diagnóstico de
autismo
O diagnóstico de autismo, que na
linguagem médica é chamado de TEA (Transtorno de Espectro Autista), se
caracteriza por se tratar de um transtorno global de desenvolvimento.
E o que significa Transtorno
Global do Desenvolvimento?
Em outras palavras, as crianças
com autismo possuem comprometimentos qualitativos importantes nas áreas de
comunicação, comportamento e interação.
Frequentemente, são crianças que
apresentam interação social qualitativamente prejudicada, assim como sua
capacidade de se comunicar.
Além disso, tendem a ter padrões
de comportamentos estereotipados e repetitivos, bem como seus interesses.
E, ao contrário do que muitos
podem pensar, os pais de crianças com autismo desejam o mesmo que os pais de
crianças que não apresentam esse transtorno: o desenvolvimento dos seus filhos.
Diante do exposto, os pais de
crianças com autismo precisarão de um esforço ainda maior para que o
desenvolvimento de seus filhos ocorra.
No geral, a criança com autismo
precisará de um longo acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.
Equipe essa formada por
pediatras, neuropediatras, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas,
psicopedagogo, terapeutas ocupacionais, psiquiatra, dentre outros.
Para os pais que têm plano de
saúde, as possibilidades de compor uma equipe multidisciplinar para o
tratamento de crianças com autismo é muito maior e, financeiramente, menos
custosa.
Infelizmente, num dos momentos
de maior sofrimento e fragilidade dos pais, que é o recebimento do diagnóstico
de autismo do seu filho, eles se deparam com os primeiros problemas de
atendimento, ou melhor, com a negativa de atendimento das operadoras de planos
de saúde.
Os pais devem concentrar todos
os seus esforços no acompanhamento dos tratamentos do seu filho e não ainda
terem que se preocupar se seu filho será ou não atendido.
Diante da negativa de
atendimento das operadoras de plano de saúde, os pais devem procurar um
advogado, visto que ele possui melhores condições de sanar os problemas
ocasionados pela negativa de atendimento a esses profissionais
multidisciplinares.
Qual é o principal problema
junto às operadoras de plano de saúde?
É a limitação do acesso dos
usuários às sessões multidisciplinares anuais.
A alegação principal das
operadoras para tal limitação está no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde
Suplementar) que determina a cobertura mínima obrigatória para os profissionais
responsáveis pelo atendimento das crianças com autismo.
A questão é que esse rol não é
taxativo, ou seja, ele é apenas uma referência mínima obrigatória de cobertura
que a ANS estabelece para as operadoras de planos de saúde.
Na prática, quem é um único
detentor da orientação terapêutica ao paciente é o médico.
Só a ele cabe o diagnóstico e,
sobretudo, a quantidade e o período de tratamento necessário ao paciente com
autismo.
O que temos de relevante para
essa seara jurídica é que a legislação atual é bastante favorável às demandas
relacionadas aos portadores do Transtorno do Espectro Autista, dando assim, aos
usuários de plano de saúde, boas condições de êxito para as ações contra as
operadoras de planos de saúde.
Vamos, então, a partir de agora,
avaliar cada uma das leis e jurisprudências que dão sustentação às demandas jurídicas
contra as operadoras de plano de saúde:
Lei 9.656/98
Ela traz como obrigatoriedade a
cobertura das doenças listadas na Classificação Estatística Internacional de
Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, frequentemente designada pela
sigla CID - 10. E no caso específico do autismo, faz parte do Transtorno Global
do Desenvolvimento (CID – 10 F84)
Não foi previsto nesta lei
nenhuma limitação quanto ao número de sessões ou internações dos usuários dos
planos de saúde.
Sendo assim uma simples
resolução da ANS de um órgão regulador não pode se sobrepor a Lei 9.656/98
Código de Defesa do Consumidor
A Súmula 469 do STJ, segundo a
qual "aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de
saúde" remete esses problemas de limitação de atendimento das operadoras
de planos de saúde aos usuários ao Código de Defesa do Consumidor, que tem como
referência principal o Art 51:
IV - estabeleçam obrigações
consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem
exagerada, ou seja, incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
Entendimento do STJ:
- Somente ao médico que
acompanha o caso é dado estabelecer qual o tratamento adequado para alcançar a
cura ou amenizar os efeitos da enfermidade que acometeu o paciente.
A seguradora não está
habilitada, tampouco autorizada a limitar as alternativas possíveis para o
restabelecimento da saúde do segurado, sob pena de colocarem risco a vida do
consumidor.
(...)
Ao propor um seguro-saúde, a
empresa privada está substituindo o Estado e assumindo, perante o segurado, as
garantias previstas no texto constitucional.
O argumento utilizado para
atrair um maior número de segurados a aderirem ao contrato é o de que o sistema
privado suprirá as falhas do sistema público, assegurando-lhes contra riscos e
tutelando sua saúde de uma forma que o Estado não é capaz de cumprir. (REsp
1.053.810/SP – 3ª turma – Relatora Ministra Nancy Andrighi, j. 17/12/09)”
Súmula 302 do STJ:
Essa súmula deve ser aplicada
por analogia “É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no
tempo a internação hospitalar do segurado”.
Se existe tal abusividade para
internação, deve-se concluir que essa abusividade pode ser estendida quanto à
limitação de sessões junto ao médico designado.
Lei 12.764 de 2012 que instituía
a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do
Espectro Autista:
Traz em seus artigos 2º, III e
3º, III, b a obrigatoriedade do fornecimento de atendimento multiprofissional
ao paciente diagnosticado com autismo.
Sendo assim, ressaltamos mais
uma vez, que os familiares que estão no dia a dia lutando ferozmente pela
felicidade dos seus filhos, não percam as suas energias demandando e brigando
contra as operadoras, em busca de um direito que já é seu.
O atendimento multidisciplinar
não pode ser restringindo pelas operadoras de planos de saúde.
Em havendo essa ocorrência,
busquem a Defensoria Pública, o PROCON e, especialmente, os advogados que atuam
na área do Direito à Saúde, pois, nas mãos de um profissional especializado
esse problema será resolvido de forma rápida, evitando um sofrimento maior para
os familiares.
“O direito não socorre aos que
dormem”
Agência Nacional de Saúde Suplementar
Autismo
Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990
Lei nº 9.656 de 03 de Junho de 1998
Direito do Consumidor
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
Opinião: Visão de Trump sobre vacina infantil desafia ciência
As opiniões de Donald Trump sobre
vacinas estão há muito tempo fora de sincronia com a ciência. As vacinas
infantis causam autismo, disse ele em um debate em 2015, ecoando suas
declarações feitas em 2014 e 2012.
Mas agora o presidente eleito
está prestes a fazer mais do que apenas passar adiante informações equivocadas:
ele nomeou um representante "antivacinação" para liderar uma comissão
sobre "vacinação e integridade científica".
O nomeado é Robert Kennedy Jr.,
cético em relação a vacinas há anos, que acredita -- assim como Trump, sem
nenhuma evidência -- que o conservante contido em algumas delas está ligado ao
autismo.
Infelizmente, não se trata apenas
de dois homens que compartilham de uma teoria que já foi completamente
desacreditada. Nos EUA, e cada vez mais no restante do mundo, a crença sobre o
perigo das vacinas está se propagando, o que faz com que alguns pais as
descartem completamente, aumentando assim o risco de que as crianças sofram e
morram de sarampo e de outras doenças que podem ser prevenidas. No Texas, que
se transformou no centro do movimento antivacinação, dezenas de milhares de
crianças estão crescendo sem vacinas, 20 vezes mais do que em 2003.
O perigo é que Trump e Kennedy
estimulem mais reações contra as exigências estaduais de que as crianças sejam
vacinadas contra as principais doenças transmissíveis antes de se matricularem
na escola.
A maioria dos estados permite
isenções religiosas a regras como essa, mas apenas 18 ainda permitem isenções
baseadas em crenças pessoais. O Texas é o maior deles e a legislatura está
debatendo várias maneiras de fortalecer sua lei. Todos os estados deveriam,
pelo menos, exigir que as escolas publicassem a porcentagem de seus estudantes
que foi vacinada para que os pais tenham a garantia de que as escolas são
seguras.
As vacinas seguras, conforme são demonstrado
por muitos estudos e relatórios. O único estudo que alguma vez afirmou ter
detectado uma ligação entre as vacinas e o autismo era uma fraude e seu autor
foi impedido de exercer a medicina.
Os médicos também demonstraram
que o calendário de vacinação recomendado para crianças não é nem muito
antecipado e nem muito apressado, como alegou Trump. Ao contrário, é importante
proteger os mais jovens de coqueluche, difteria e outras doenças e é essencial
que tomem as vacinas no momento em que elas serão mais eficazes.
Kennedy disse na terça-feira que
ele e o presidente eleito simplesmente pensam que "precisamos ler a
ciência e precisamos debater a ciência". Se os dois homens fossem tão
razoáveis, não estariam transformando as vacinas em um problema.
FONTE:
Bloomberg
http://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2017/01/11/visao-de-trump-sobre-vacina-infantil-desafia-ciencia-editorial.htm
terça-feira, 3 de janeiro de 2017
19 frases inspiradoras sobre o autismo retiradas das redes sociais
Estima-se que dois milhões de pessoas apresentam algum Transtorno do Espectro do Autismo, só no Brasil.
Apesar de não haver algum remédio que cure, o tratamento eficiente inclui respeito, informação,
tolerância e apoio.
Inspire-se com essas dezenove frases sobre o tema!
Asperger e Autismo no Brasil
2 “Ensina-me de várias maneiras, pois assim sou capaz de aprender.”
Cíntia Leão Silva
3 “O autismo não se cura, se compreende.”
Autismo Ávila
4 “As crianças especiais, assim como as aves, são diferentes em seus vôos. Todas, no entanto, são iguais em seu direito de voar.”
Jesica Del Carmen Perez
5 “O autismo é parte deste mundo, não um mundo a parte.”
Educando en la vida
6 “Autismo: apenas uma palavra. Não uma senteça.”
Zazzle
7 “Lembre-se: pessoas com autismo têm sentimentos também. Seja sensível e tolerante.”
Single Mothers Who Have Children With Autism
8 “Pessoas com autismo não mentem, não julgam, não fazem jogos mentais. Talvez possamos aprender alguma coisa com elas.”
Cafe Press
9 “Não queremos mudar a forma com que nossos filhos veem o mundo. Queremos mudar a forma como o mundo vê nossos filhos.”
Sou Mãe de Autista
10 “O conhecimento é poder. Utilize parte do seu tempo para educar alguém sobre o autismo. Não necessitamos de defensores. Necessitamos de educadores.”
Asperger Women Association
11 “Os médicos determinaram um tratamento efetivo para pessoas com autismo. Chama-se respeito!” Some ecards
12 “Do lado de fora, olhando para dentro, você nunca poderá entendê-lo. Do lado de dentro, olhando para fora, você jamais conseguirá explicá-lo. Isso é autismo.”
Autism Topics
13 “O autismo não é o inimigo. O inimigo é o preconceito.”
MeuCérebro
14 “Diferente é o mundo que queremos!”
Instituto Autismo e Vida
15 “A vida é como um quebra-cabeças. Deveríamos parar de tentar encaixar as pessoas onde elas não cabem.”
Autor Desconhecido
16 “O especialista me disse: tens autismo. Minha mãe me deu as mãos, olhou nos meus olhos e disse: você é perfeito!”
Imágenes de Feliz Día
17 “Quanto mais longe uma criança com autismo caminha sem ajuda, mais difícil se torna alcançá-la.” Talk About Autism
18 “Ser pai ou mãe de uma pessoa com autismo nem sempre é fácil, mas eu não trocaria meu filho por isso.”
Toma conciencia sobre el Autismo e Síndrome de Asperger
19 “Uma mãe de verdade entende o que o filho não disse.”
Autismo Diário
domingo, 1 de janeiro de 2017
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
sábado, 24 de dezembro de 2016
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
Bendito Espectro: Autismo é para ser falado
Bendito Espectro: Autismo é para ser falado: Bote a boca no trombone, sim! (Google Imagens) O uso da palavra “autismo” pela primeira vez data do início do século XX, em 1908, ma...
sábado, 26 de novembro de 2016
VIVÊNCIAS AUTÍSTICAS : Seminário Nacional sobre Autismo
VIVÊNCIAS AUTÍSTICAS : Seminário Nacional sobre Autismo: http://radios.ebc.com.br/revista-brasilia/edicao/2016-11/seminario-nacional-sobre-autismo-reune-especialistas-em-brasilia
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
Seminário Nacional sobre Autismo
http://radios.ebc.com.br/revista-brasilia/edicao/2016-11/seminario-nacional-sobre-autismo-reune-especialistas-em-brasilia
domingo, 13 de novembro de 2016
quarta-feira, 9 de novembro de 2016
A Tismoo é a primeira startup que usa sequenciamento genético para entender e tratar o autismo no Brasil
Alysson Muotri, da Tismoo:
“Abrimos a empresa sem saber ao certo se teríamos mercado para o que estávamos oferecendo”.
|
Alysson Muotri é um cientista que resolveu mudar
essa lógica e criou, ele mesmo, a empresa que levaria a inovação desenvolvida
em seu laboratório para o mercado. Há poucos meses, ele e mais seis sócios
fundaram a Tismoo, a primeira startup de medicina personalizada especializada
em casos de autismo e doenças neurogenéticas. Ao lado de Alysson no
empreendimento estão as biólogas Graciela Pignatari e Patrícia Beltrão Braga, o
neurologista Carlos Gadia, o cientista da computação Roberto Herai, o
publicitário Gian Franco Rocchiccioli e o advogado Marco Antonio Innocenti.
Lançada em abril de 2016, a startup de biotecnologia
(ou “biotech”, num paralelo com “fintech“) nasceu depois de dois anos de
planejamento e com o investimento de 3 milhões de reais retirado do bolso dos
próprios sócios. Seis meses depois do lançamento, a Tismoo — que oferece
mapeamento e aconselhamento genético — já realizou cerca de 50 análises
completas do genoma de pacientes, que geraram um faturamento de 600 mil reais.
Alysson conta que ele e os sócios consideram estes números extraordinários:
“Ficamos surpresos, pois não esperávamos uma
procura tão rápida. Abrimos a empresa sem saber se teríamos mercado para o que
estávamos oferecendo”
A seu ver, o sucesso imediato da Tismoo pode ser
explicado por dois fatores: a carência de informação e alternativas de
tratamento para o autismo e o fato de o brasileiro ter um interesse natural por
tecnologia e inovação.
AUTISMO: UM MERCADO DELICADO E POUCO ATENDIDO
Com um caso a cada 50 nascimentos, o autismo é tão
frequente quanto é desconhecido. Até o momento, não existe nenhum tratamento
capaz de eliminar a condição e, quanto mais os cientistas a pesquisam, mais a
doença se mostra complexa. Hoje, já se sabe que existem mais de 300 genes
envolvidos na ocorrência do autismo. Isso significa que o autismo se apresenta
de formas muito variadas. Ou seja, assim como o câncer, existem tipos
diferentes de autismo.
Equipe Tismoo, da esquerda para a direita: Carlos
Gadia, Marco Antonio Innocenti, Alysson Muotri, Graciela Pignatari, Patrícia
Beltrão Braga, Roberto Herai e Gian Franco Rocchiccioli (foto: Lu Carmada).
Pai de um garoto autista, Alysson se formou em
Ciências Biológicas pela Unicamp, fez doutorado em Genética na USP e, em 2002,
mudou-se para a Califórnia, em pleno Vale do Silício, para realizar o
pós-doutorado no Instituto Salk Para Pesquisas Biológicas. Inserido num
ambiente que respira inovação e empreendedorismo, ele desenvolveu sua pesquisa
que tem como base a reprogramação celular. Com pinta de ficção científica, o
que ele faz em seu laboratório é criar minicérebros que servem de modelo para
testar novos tratamentos contra o autismo.
Os fundadores da Tismoo: Carlos Gadia, Marco Antonio Innocenti, Alysson Muotri, Graciela Pignatari, Patrícia Beltrão Braga, Roberto Herai e Gian Franco Rocchiccioli (foto: Lu Carmada). |
Antes de fundar a Tismoo, Alysson tentou uma parceria
com o governo brasileiro para criar o primeiro centro de estudo do autismo que
levasse em conta as características genéticas da população brasileira. Como a
parceria não foi para frente, ele decidiu tocar o projeto com a iniciativa
privada (no caso, o seu próprio bolso e dos outros cientistas e pesquisadores
que entraram como sócio). Ao que tudo indica, a decisão foi acertada.
Se continuar nesse ritmo, os sócios da Tismoo
esperam recuperar o investimento em dois anos e já planejam ampliar as
atividades. “Em 2017, abriremos dois novos escritórios nos Estados Unidos, um
em San Diego e outro em Miami”, adianta Alysson, que é cientista e já fala como
empreendedor. “Também já tivemos interessados no Japão, China e Índia.”
Do background como cientista, somado à curta
experiência como cofundador de startup, Alysson já aprendeu que uma lição
importante funciona nos dois universos: é errando que se aprende e adaptar-se é
fundamental. “Dizemos que a Tismoo é uma startup porque estamos começando e
sabemos que vamos cometer erros, estamos prontos para isso. O tipo de serviço
que a gente oferece é muito novo. A gente sabe que vai errar no caminho até
encontrar a melhor fórmula de fazer isso e vamos nos adaptar”, diz. Atualmente
a startup oferece três tipos de mapeamento genético:
1) O mapeamento completo do genoma, chamado T-Gen®,
custa 30 050 reais.
2) O mapeamento do Exoma, em que são analisados os
genes conhecidos, o que representaria 1% do material genético, chamado de
T-Exon®, sai por 9 900 reais.
3) O mapeamento de um painel dos 350 genes mais
comuns relacionados ao autismo (feito visando identificar se há mutação em
algum deles), chamado T-Panel®, sai por 8 950 reais.
Além dos testes, oferece também o serviço de
monitoramento e análise do que surge na literatura médica mundial a respeito do
autismo e das doenças neurogenéticas. “Sempre que um estudo novo sobre
determinada mutação é publicado, em qualquer lugar do mundo, nós olhamos e
verificamos se isso pode ser interessante para algum dos nossos pacientes”, diz
Alysson. É uma espécie de pós-venda permanente.
QUANDO A INFORMAÇÃO PRECISA VIR MUITO ANTES DA
VENDA
Alysson considera o maior desafio da Tismoo é
conscientizar familiares e médicos que tratam crianças com autismo de que a
análise genética e o aconselhamento são ferramentas que têm potencial para
ajudar no tratamento desses pacientes e, até mesmo, evitar que os pais tenham
outro filho com a doença.
Um mero sequenciamento de genoma produz 1 Tera (ou
1.000 Gigas) de informação: a Tismoo analisa e traduz isso para médico e
paciente.
“Há exemplos muito concretos, na literatura médica, de pessoas que tinham um tipo de autismo desconhecido e, depois de fazer o sequenciamento, descobriram o gene causador do problema. É importante saber, pois pode ser que já exista uma medicação que neutralize bem aquela mutação específica”, diz ele.
Até o momento, a maior parte dos cerca de 50
mapeamentos já realizados pela Tismoo foram sequenciamentos completos do
genoma. A maioria dos clientes, até o momento, são famílias de classe AB que já
tentaram de tudo e continuam buscando tratamentos que melhorem a vida de
crianças com autismo.
O mapeamento completo é o serviço mais caro o que,
além de ajudar no faturamento, também permite à startup criar e abastecer um
banco de dados do material genético dos brasileiros (o que, lá atrás, Alysson
sugeriu fazer em parceria com o governo). Pode até parecer, mas a startup não é
só um laboratório de análise genética:
“A análise dos genes é apenas a porta de entrada
para o que a gente chama de medicina personalizada. Somos um laboratório de
medicina personalizada”
Alysson também conta que, além de fornecer uma
análise com foco no espectro autista, a Tismoo oferece um material altamente
detalhado e em linguagem acessível para médico e paciente. Isso porque o
sequenciamento genético gera quase um Terabyte (o equivalente a 1 000
Gigabytes) de informação e — ao contrário do resultado de um exame de análises
clínicas, por exemplo, que tem o resultado expresso em números e parâmetros bem
definidos — a análise genética precisa ser interpretada.
“A gente começa pelo mapeamento genético mas não
paramos por aí. A partir disso é que vamos fazer a recomendação de qual seria o
próximo passo. O tipo de resultado que a gente mostra não é só uma descrição. A
gente conta uma história, é mais mastigado, tanto o médico como o paciente vão
entender o laudo. E se não entenderem, a gente vai sentar e explicar tudo
detalhadamente, porque tudo parte dessa personalização”, afirma Alysson.
O FUTURO DA TISMOO E DO SEQUENCIAMENTO GENÉTICO
Tornar-se uma biotech generalista não está nos
planos da Tismoo. Segundo o cofundador, a startup quer continuar sendo
específica e focando no autismo e nas doenças neurogenéticas. A seu ver, a
tendência é que à medida que a tecnologia vá se popularizando, o custo dos
testes acabe caindo:
“Acredito que em dez anos o sequenciamento genético
vai estar muito mais presente na vida das pessoas.
Um dia, vai substituir o
teste do pezinho”
Ele prossegue: “Você terá seu genoma sequenciado ao
nascer e, ao longo da vida, diversos especialistas vão olhar para aquele
material e ajudá-lo a entender, por exemplo, o seu risco de desenvolver
doenças, aconselhando-o caso você possa passar alguma falha genética para seus
filhos etc. É uma área que vai explodir”.
Apesar de empreender no Brasil, e ao lado de
brasileiros, Alysson continua vivendo na Califórnia. De lá, dedica algumas
horas da semana para analisar, junto com o time da Tismoo (que tem 10
funcionários), o resultado dos testes. A cada dia, ele fica mais confortável
com a condição de cientista-empreendedor: “No fim, o que a gente quer é isso:
ver as descobertas científicas virando produtos que possam ajudar as pessoas a
viver melhor”. Que mais cientistas tomem este caminho.
Projeto: Tismoo
O que faz: Usa biotecnologia e medicina
personalizada para estudar e tratar autismo e doenças neurogenéticas
Sócio(s): Alysson Muotri, Graciela Pignatari,
Patrícia Beltrão Braga, Carlos Gadia, Roberto Herai, Gian Franco Rocchiccioli e
Marco Antonio Innocenti
Funcionários: 10
Sede: São Paulo
Início das atividades: abril de 2016
Investimento inicial: R$ 3 milhões
Faturamento: R$ 600.000 (primeiros seis meses de
operação)
Contato: alysson@tismoo.com.br
FONTE:
Cecilia Valenza - 8 de novembro de 2016
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
Mãe de autista volta para casa...
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
Especialista produz livros sobre inclusão
Psicopedagogo, Eugênio Cunha
fala para educadores e
pais sobre o tema
Histórias como as do garoto não são raras com
crianças autistas e portadoras de deficiências. Há 22 anos o doutor em educação
e psicopedagogo Eugênio Cunha, do Objetivo Camboinhas, identificou em salas de
aula a exclusão que vivem esses pequenos e resolveu se debruçar sobre o tema.
— Há 20 anos havia pouca informação sobre o assunto
e o que tinha era voltado para a área médica, não a educacional. Desenvolvi
livros para educadores e pais — explica o professor, autor de “Autismo e
inclusão — Psicopedagogia e práticas educativas na escola e na família”;
“Autismo na escola — Um jeito diferente de aprender, um jeito diferente de
ensinar”, “Práticas pedagógicas para a inclusão e a diversidade” e “Afeto e
aprendizagem”.
O especialista defende que a melhor maneira de
educar essas crianças é não excluí-las dos meios em que vivem, principalmente
da escola.
— A educação tem de ser inclusiva, na mesma sala
que os outros alunos, com exceção de certos casos — diz o educador.
A inclusão de portadores de deficiência nas escolas
é garantida pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996, que determina que as
escolas têm que estar preparadas para atender alunos com necessidades
especiais, diz Lima:
— Vale para instituições públicas e privadas. Falo
para os pais conhecerem a lei e procurarem uma inserção de qualidade para seus
filhos.
Fonte: Carolina Farias
http://oglobo.globo.com/rio/bairros/especialista-produz-livros-sobre-inclusao-20378830#ixzz4OgFjc900
Instituto Autismo e Vida: Autismo & Vida na 62ª Feira do Livro de Porto Aleg...
Instituto Autismo e Vida: Autismo & Vida na 62ª Feira do Livro de Porto Aleg...: O Autismo & Vida participa mais uma vez das atividades da Estação Acessibilidade da Feira do Livro de Porto Alegre . Realizaremos dura...
domingo, 30 de outubro de 2016
sexta-feira, 30 de setembro de 2016
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