quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Meninos com autismo degenerativo têm cérebros maiores, diz estudo



Menino com autismo tapa os ouvidos em um
centro especial de educação e treinamento

      ..Os meninos que perdem, repentinamente, as habilidades de linguagem e socialização por sofrer de um tipo de autismo degenerativo, apresentam um crescimento anormal do cérebro a partir dos quatro meses de idade, revelou um estudo americano publicado esta segunda-feira.
Os cérebros dos meninos que sofrem de autismo degenerativo são 6% maiores do que os cérebros dos saudáveis e dos que sofrem de outro tipo de autismo, cujos sintomas se apresentam na mais tenra idade.
      O estudo, do qual participaram 180 indivíduos, e foi descrito como "a maior pesquisa sobre o desenvolvimento do cérebro em meninos pré-escolares com autismo" feito até agora não revelou nenhum crescimento anormal no cérebro das meninas que sofrem de autismo.
       O estudo traz mais dados "à evidência crescente de que há tipos biológicos diferentes de autismo, (que apresentam) mecanismos neurobiológicos diferentes", assegurou David Amaral, co-autor do estudo e diretor do projeto do Instituto MIND, da Universidade da Califórnia (sudoeste).
       O autismo, que afeta quatro vezes mais os meninos do que as meninas, inlcui uma ampla gama de transtornos do desenvolvimento que podem variar de uma leve dificuldade de socialização até a completa incapacidade de comunicação, movimentos repetitivos, hipersensibilidade para certas luzes e sons e problemas de comportamento.
      Estudos anteriores sugeriam que os sintomas clínicos do autismo tendem a coincidir com um crescimento anormal do cérebro e da cabeça que se apresenta entre o nono e o décimo oitavo mês de vida.
      No entanto, este estudo, publicado na edição de 29 de novembro da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), "descobriu que o meninos com autismo degenerativo mostram uma forma de neuropatia diferente (neste caso, o tamanho diferente do cérebro) com relação aos meninos diagnosticados com autismo desde o início de suas vidas", disse a principal autora da pesquisa, Christine Wu Nordahl, estudiosa do Instituto MIND.
      "Além disso, quando avaliamos as meninas com autismo, encontramos que nenhuma delas apresentou crescimento anormal do cérebro", sem importar o tipo de autismo do qual sofriam.

Fonte e Foto:
Por Liu Jin
AFP
..

Autismo - Saiba mais sobre a Terapia Assistida com Animais

      O autismo é um transtorno que se apresenta em crianças com cerca de 3 anos de idade, que se caracteriza por alterações na comunicação, na interação social e na imaginação. Apesar de o número de casos crescer cada dia mais, a síndrome é pouco compreendida pelas pessoas. O autismo tem diversos tratamentos que ajudam tanto o portador quanto sua família. Estudos apontam que crianças autistas e cães se comunicam e aprendem o mundo de forma semelhante. Para mostrar como isso acontece, a Jovem Pan Online foi conhecer a terapia assistida por animais, no Projeto Infante do Instituto de Psicologia da USP.
 
Confira na reportagem de Márcio Duarte.
 

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

“TANGO PARA OS LOBOS – Cantos proibidos de uma Aspie”



      Ana Parreira, autora, é psicóloga e descobriu apenas na idade adulta que era uma Aspie, isto é, que se encontrava na condição (síndrome) de Asperger.
      Essa revelação, embora tardia, foi o que possibilitou reconstruir a forma de estar no mundo, mudou sua vida e melhorou suas próprias condições, habilidades, pois aprendeu mais claramente sobre suas dificuldades pessoais.
      Ana pertence a uma geração negligenciada pelo mundo autista, pela própria característica do autismo no Brasil, ainda muito pouco conhecido e cujo aproveitamento tem sido privilegiado a crianças, em geral não incluindo as gerações mais velhas.
      O livro conta uma história de amor de uma Aspie, vivida na idade adulta, é um livro com base em situação real, embora alguns nomes sejam trocados.
      Foi escrito para o amor da sua vida, a quem no livro Ana chama de Thomaz.
      A história é contada em prosa e em versos, onde “Marília” conversa com Thomaz, que evocam na modernidade o amor de Thomaz Antonio Gonzaga, Dirceu, e Maria Joaquina Dorotéia de Seixas, ou Marília.

Este é um corajoso depoimento de uma mulher madura, que põe a descoberto a sua própria vida, sua libertação e seu relacionamento com o amor – de maneira a que o leitor possa refletir sobre o mito de que os Aspies (ou Aspergers) “não têm empatia e não são capazes de amar”.
      O livro traz uma carta de Drummond para Ana, que fala sobre “publicar um livro somente quando achar que está no ponto.”
      Traz na contracapa a análise do cientista Alysson Muotri, que fez a leitura do livro de Ana com muito cuidado e analisa sua mente como Aspie.
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“TANGO PARA OS LOBOS – Cantos proibidos de uma Aspie” não fala tecnicamente sobre os Aspergers, mas mostra muito sobre eles, principalmente sobre mulheres Aspies adultas - e suas possibilidades, dúvidas, limites e obstáculos que transpôs sozinha. Ana explica como, em estado de amor, seu estado imunológico atingiu um pico de bem-estar tão elevado que efetuou algumas curas em seu corpo.
Esta é, acima de tudo, uma história de amor, de esforço e conquistas, de superação e de libertação.
Para adquiri-lo
Email: villa.aspie@gmail.com. Tel: 019 – 9185.0015 ou 19 – 2511.2443 (fixo), em Campinas SP.
Parte da renda segue para ajudar na publicação da Revista Autismo.


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

As conquistas de uma criança autista

      Receber a notícia de que o filho é autista transforma as suas perspectivas de presente e futuro, mas é a partir dessa mudança que você pode apresentar um novo mundo para a criança. Conheça o dia a dia de uma família em que uma das filhas gêmeas tem o distúrbio
 “Aqui mora uma família feliz.”

Ana Paula Pontes
• Foto Raoni Maddalena
       As palavras talhadas na plaquinha de madeira que enfeita a porta do apartamento da pedagoga Luciana Nassif, 39 anos, e do comerciante Marcos Antonio Cavichioli, 46, em São Paulo, antecipam o clima que eu iria encontrar na casa dessa família, apesar da avalanche de sentimentos que tomou a todos nos últimos anos. 
      Com um sorriso no rosto, um tererê ornando os longos cabelos lisos e castanhos, quem me recebe é uma das gêmeas do casal, Isabela, 8 anos. Assim que entro, sou convidada a conhecer sua irmã. No quarto, com a babá, Mariana se mostrou indiferente com a minha chegada. Mesmo com a insistência da mãe para que se virasse para mim, continuou com um olhar cabisbaixo. Mari Mari, como é carinhosamente chamada, é autista.
      Ela está aprendendo agora a demonstrar e a receber carinho, por gestos. Mari Mari não fala. Ela tem um grau severo do transtorno do espectro autista, termo que os especialistas usam para se referir aos diversos graus que envolvem o autismo. Fica mais fácil entender se comparamos a um dégradé, desde cores muito escuras, em que se encontram os casos mais graves, até as cores claras. Por isso cada criança tem um ritmo próprio de desenvolvimento. Para Mari Mari, que estaria na parte escura deste dégradé, é preciso ensinar o que parece tão corriqueiro.
      Há um ano, e pela primeira vez, a menina abraçou a mãe – um dos pilares do comportamento autista é a dificuldade de interação com o outro. É um abraço “adaptado”. Ela aceita o carinho, mas não cruza as mãos por trás das costas da pessoa. Em vários momentos da entrevista, ela corria, na ponta dos pés (um comportamento que começou aos 5 anos) para o colo da mãe, sorria, trazia o boneco predileto, gargalhava.
       O contato visual, o beijo, que não é aquele estalo no rosto, mas uma encostadinha apenas, demonstrações de interesse pela irmã e o sorriso presente no rosto eram cenas apenas sonhadas pela família até pouco tempo.
      A mãe me conta, em tom de orgulho, as recentes conquistas da filha. Mari Mari não se incomoda mais se uma criança chega perto dela no parquinho, mesmo que prefira estar só, e ganhou autonomia para comer sozinha e “pedir” o que tem vontade, como quando leva o litro de leite até a mãe para que ela o esquente.      
      “Pode parecer pouco, mas esse é um grande avanço”, diz Luciana. Não, não é fácil ter um filho autista. Mas o diagnóstico não é o fim, e sim um novo começo na vida de toda a família.
      “Quando questionei o neurologista que a acompanhava sobre a possibilidade dela ser autista, ele disse que eu não sabia o que era uma criança com o transtorno. Nunca vou me esquecer disso.” Luciana, mãe de Isabela e Mari Mari
      Onde tudo começa?

      A ciência não descobriu, até hoje, a causa da doença. O que os especialistas concordam é a forte influência da genética na alteração do funcionamento do cérebro do autista. Alguns genes – e muitos foram identificados – podem ou ser herdados mutados dos pais, algo raro, ou sofrer novas mutações durante a formação do embrião. Mas não para por aí. Várias teorias são relacionadas a todo momento com o aparecimento do transtorno, mas nem todas são referendadas pelos médicos e nada é conclusivo.   Alimentação, vacinação, infecções na gravidez e até intercorrências no parto ou nos primeiros anos de vida integram essa lista. As pesquisas relacionam até fertilização in vitro e prematuridade, como é o caso das gêmeas, que nasceram de 32 semanas.
      Isabela saiu da maternidade em cinco dias. A irmã, nos mais de três meses em uma UTI neonatal, passou por uma cirurgia cardíaca e diversos exames, inclusive para detectar a existência de alguma síndrome por ter nascido com as orelhas mais baixas e os dedos levemente flexionados. Mari Mari, segundo os médicos, tinha atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.
      Mesmo acompanhada por uma equipe multidisciplinar desde os seis meses, não mostrava avanços. “Ela gostava de ficar sozinha na escola e, aos 2 anos, teve a primeira convulsão (problema que afeta 25% dos autistas).” Aos 3, os atrasos ficaram evidentes e ela passou a balançar as mãos quando ficava nervosa.  “Quando questionei o neurologista que a acompanhava sobre a possibilidade de autismo, ele disse que eu não sabia o que era uma criança com o transtorno. Nunca vou me esquecer disso”, diz. A avó materna das meninas, que desconfiava da existência de um problema maior, mostrou a Luciana uma reportagem sobre autismo. Depois de ler, ela agendou uma consulta com um dos especialistas entrevistados. Em 40 minutos e aos 4 anos e 7 meses, a família soube que Mari Mari era autista.
      Essa trajetória desgastante não é incomum. Como não há um exame que detecte o transtorno, o diagnóstico é clínico, feito com base no comportamento da criança. E pode levar muito tempo para chegar a uma conclusão. “O ideal é descobrir o transtorno com cerca de 1 ano, quando os tratamentos dão resultados melhores”, diz Antonio Carlos de Farias, neurologista infantil do Hospital Pequeno Príncipe (PR), pesquisador e coautor do livro Transtornos Mentais em Crianças e Adolescentes: Mitos e Fatos (Ed. Autores Paranaenses). Se identificado nessa fase, ou até os dois anos, a chance de a criança falar é de 75%.     
      “No Brasil, estima-se que existam 1 milhão e meio de autistas, e menos de 5% recebem a assistência adequada”, diz Estevão Vadasz, psiquiatra, que estuda o assunto desde 1978, coordenador do Programa dos Transtornos do Espectro Autista, referência no país, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP. Segundo o Ministério da Saúde, uma a cada mil crianças é autista no Brasil. Dados internacionais, porém, mostram que essa incidência é de uma para cada 110.

Fonte: Crescer - Globo.com








segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Viver sem limite e o apelo de uma mãe de autista



Mãe com filho autista interrompe a fala da presidenta Dilma para pedir maior atenção às crianças com autismo durante a discurso de lasnçamento do  programa 'Viver Sem Limite', onde se destina a melhorar a vida, o acesso, a educação e demais direitos aos deficientes fisicos e intelectuais.




Educação Inclusiva: o Brasil não pode e não irá retroceder


Este texto tem por objetivo esclarecer toda a população sobre uma manobra política inescrupulosa que aconteceu em Brasília na última semana e que culminou com uma tentativa de golpe nas políticas públicas de educação inclusiva no país.
Usamos aqui a palavra TENTATIVA porque estamos baseados na Constituição Federal.

A RECENTE TENTATIVA DE GOLPE NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

      No último dia 18 de novembro, foi publicado um novo Decreto (7611/2011) que revoga o Decreto 6571/2008. Em seu Art. 8º,
que inclui e dá nova redação ao Art. 14 do Decreto 6253/2007,
o texto diz:
      Art. 14. Admitir-se-á, para efeito da distribuição dos recursos do FUNDEB, o cômputo das matrículas efetivadas na educação especial oferecida por instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, com atuação exclusiva na educação especial, conveniadas com o Poder Executivo competente. (Redação dada pelo Decreto nº 7.611, de 2011)
      § 1o Serão consideradas, para a educação especial, as matrículas na rede regular de ensino, em classes comuns ou em classes especiais de escolas regulares, e em escolas especiais ou especializadas. (Redação dada pelo Decreto nº 7.611, de 2011, grifos nossos)
      Desta forma, o novo decreto permite que escolas especiais ofertem a Educação, ou seja, que sejam espaços segregados de escolarização regulamentados por lei. Isso significa que elas poderão substituir a escolarização em classes comuns de escolas regulares, fato já superado no nosso país. Além disso, poderão receber duplamente pela matrícula do aluno na escola especial e no AEE. A força motriz da inclusão (a dupla matrícula no Fundeb) tornou-se, agora, a força motriz da exclusão.
       O sistema educacional inclusivo do Brasil foi exemplo para o mundo na 4ª Conferência das Nações Unidas sobre Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência, ocorrida em setembro deste ano. Os esforços empreendidos para a garantia da educação para alunos com deficiência e o total respeito ao artigo 24 da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e demais preceitos constitucionais foram os motivos. Os avanços promovidos pelo Ministério da Educação por meio da antiga Secretaria de Educação Especial (atual DPPE/SECADI/MEC) nos últimos 9 anos garantiram Direitos Humanos, garantiram que as pessoas com deficiência saissem da invisibilidade e se tornassem estudantes de classes comuns da escola regular e da Educação de Jovens e Adultos, e com rescursos destinados.

      O evento que mascarou a tentativa de um retrocesso

      O Brasil inteiro acompanhou, pela imprensa, o lançamento do Plano “Viver Sem Limites”, do governo federal, destinado a promover a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. Este evento ocorreu no último dia 17 de novembro e trouxe diversas ações muito positivas para o segmento. Mas também trouxe, embutido no plano, o novo decreto que tenta desmontar as políticas de inclusão.
      As Equipes do Inclusão Já! e da Rede Inclusiva – Direitos Humanos BR tomaram conhecimento da eminência do novo decreto e fez denúncia poucos dias antes do evento. Além disso, solicitaram agenda com as ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Maria do Rosário (Direitos Humanos). Foram enviados e-mails e mensagens por redes sociais e nenhuma resposta foi dada.
      À revelia de todo o movimento da sociedade civil organizada em defesa da Educação Inclusiva e dos pedidos de audiência, a presidenta Dilma Rousseff assinou o Decreto 7611/11, que restringe direitos e viola os preceitos constitucionais, algo totalmente contraditório com o intuito do próprio Plano “Viver sem Limites”.
      Como garantir o exercício da cidadania sem o aprendizado da escola onde estudam pessoas com e sem deficiência? Como fazer com que a cultura da exclusão e a discriminação sejam extintas se são incentivadas pelo Governo? Como exercer plenamente a cidadania se espaços segregados são legitimados e regulamentados como escola? Como, diante desse retrocesso, é possível pessoas com deficiência participarem na sociedade de acordo com os 33 artigos de conteúdo da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que tem equivalência de Emenda Constitucional?
      Agora se faz necessário refletir e, principalmente, lutar para garantir que o Art. 14 do Decreto 6711/11 não seja efetivado, simplesmente por ser inconstitucional. Vamos trabalhar para que o Direito Inalienável à Educação não seja violado e para que os Preceitos Constitucionais continuem a ser devidamente respeitados.


Neste link, é possível enviar mensagens à presidente
Dilma Rousseff:

Neste link, é possível enviar mensagens ao ministro
Fernando Haddad, da Educação:

Este é o endereço eletrônico da ministra
Gleisi Hoffmann, da Casa Civil:

Este é o endereço eletrônico da ministra
Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos:


Fonte:
Inclusão Já! ⋅ 20/11/2011











Inovação: Pesquisadores utilizam computador para configurar o meaVOX


Inovação:
Pesquisadores utilizam computador para configurar o meaVOX
Com alguns toques na tela do celular, o autista monta uma frase, expressando suas emoções ou vontades, que são imediatamente pronunciadas, em voz alta, pelo aparelho. Parece até coisa de filme de ficção científica, mas não é. Trata-se do meaVOX - que significa "Minha voz" -, programa desenvolvido por pesquisadores da UFF (Universidade Federal Fluminense), do campus Aterrado, como parte do Adaca (Ambiente Digital de Aprendizagem para Crianças Autistas). A iniciativa é pioneira no Brasil e visa facilitar a comunicação do paciente com o mundo externo. A coordenadora do projeto, professora Vera Caminha, revelou que as atividades são financiadas pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). A docente disse como surgiu o programa, que, vale repetir, é inédito no país.
- O meaVOX nasceu a partir do Adaca, quando, no decorrer de nossas pesquisas, percebemos que poderíamos trabalhar também com algo que se relacionasse à comunicação dos autistas. Daí, a fonoaudióloga da equipe, Priscila Félix, deu a ideia de desenvolvermos uma ferramenta semelhante a que já existe nos Estados Unidos. Então, esse programa surgiu para ajudar a comunicação da criança autista não-verbal com pais, terapeutas e demais pessoas com quem ela se relacione - explicou.
Desenvolvimento
      O físico Gustavo Vicente Furtado, professor da UFF (Aterrado), foi o responsável pelo desenvolvimento do software operacional do meaVOX.
      - O fundamento do meaVOX é uma plataforma open source (código aberto), ou seja, as ferramentas são livres e podem ser baixadas na internet. O principal mecanismo é o Java. A ideia é que o programa possa ser utilizado da forma mais fácil possível, visto que será operado por pessoas não iniciadas em computação.  
      A ferramenta é composta por duas partes: o celular, que será manuseado pela criança autista, e o programa que roda no computador. Nele, é feita a configuração do software - apontou.
Sobre o funcionamento do aplicativo, o especialista acrescentou mais informações:
      - O programa transforma o celular numa ferramenta de comunicação para a criança autista. As sentenças montadas pelo paciente são verbalizadas pelo aparelho. No visor, se localizam figuras que representam ideias, intenções e sentimentos, entre outros, que podem expressar o que o indivíduo está querendo ou sentindo.
      Por exemplo, pressionando o ícone "Eu quero", abrem-se várias opções de imagens que remetem a possíveis vontades, como brincar, comer, beber, ir a algum lugar etc. Assim, são articuladas frases pictográficas, que o celular pronuncia, em voz alta, para que os pais tenham acesso à manifestação do que a criança está pensando.
      Gustavo frisou, ainda, que o programa é adaptável ao nível de aprendizado de cada paciente.
      - Existe a possibilidade de configurar o software de acordo com a necessidade da criança. O mapa de opções proporciona a alternativa de pressionar apenas palavras "soltas", que não formam uma frase, mas, não deixam de expressar sentido. Respostas simples, como "sim", ou termos isolados, como "casa", são apresentados, levando em consideração as dificuldades de comunicação do autista - ressaltou.

      Auxílio no tratamento

       Para a fonoaudióloga Priscila Félix, que faz parte da equipe responsável pelo meaVOX, a iniciativa vai ajudar no tratamento de crianças autistas, visto que, segundo ela, os portadores da síndrome, em geral, tem afinidades com produtos tecnológicos.
      - A maioria das crianças com autismo gosta de lidar com computadores, celulares e outros aparelhos do ramo. Elas costumam ser familiarizadas com joguinhos e outras atividades, desempenhadas por meio da tecnologia. Esse é um ponto positivo - disse.
      A profissional destacou os benefícios que o programa vai trazer ao tratamento de crianças com autismo.
      - A ideia é que o celular esteja sempre por perto, sendo a voz do paciente na relação com seus pares.    Esse sistema apresenta ao indivíduo um modelo esquematizado de comunicação adequada e isso é uma forma de aprimorar a expressão que a pessoa já desenvolve, além de facilitar o convívio com os outros - fomentou.
Felippe Carotta

domingo, 20 de novembro de 2011

EDUCAÇÃO INCLUSIVA – UMA LIÇÃO

     Em poucos dias, toda estrutura escolar estará adormecendo, parecendo que todas as dificuldades foram vencidas e as dores que o ano letivo enfiou goela abaixo dos pais dos alunos dotados de deficiências, serão esquecidas embora atravessadas na garganta, com base na ineficiência do estado que dificulta o cumprimento das leis da sua própria criação.
      Neste já em agonia, se repetiram os rituais dos anos anteriores, que depois de tanto pedir, reclamar, apelar, estar à beira da humilhação, litigando até em nível de justiça municipal, estadual e instância superior, para que a filha autista fosse recebida em Classe Regular do ensino Regular ou à Classe Especial do Ensino Regular ou ainda à Escola Especializada, a mãe recebeu da Secretaria de Educação, uma cópia do documento do Ministério Público, determinando que a aluna seja alocada à Classe Regular de Ensino       Regular além do acompanhamento de professores treinados para lidar com alunos especiais, com o natural descaso, ou seja, dois meses depois do despacho.
     Para quem lutou tanto, a revolta e o tamanho da mágoa no coração em relação a demora, descaso, omissão e o desrespeito com os pais, nem se põe em conta do prejuízo imenso que teve a sua filha e aluna autista por mais um ano perdido, mas sim, o estarrecimento por descobrirem que a própria escola em que está matriculada, omitiu sua inscrição no fundo de manutenção e desenvolvimento do ensino básico, deixando falhas na matrícula do ensino regular, negligenciando o fato, por julgar que o Ministério Público negasse um posicionamento favorável à inclusão da dela.
      Sacrificaram minha filha, conta a mãe entristecida, pois a escola a segregou em classe distinta, inclusive com o apoio de núcleos regionais de ensino que em sintonia nada fazem pela inclusão de alunos deficientes, além de resistirem à reciclagem da sua própria profissão, embora não perdendo oportunidades para ofender, ameaçar, fazer suposições e chantagear por desdém levantando dúvidas sobre o comportamento dos pais e irmãos em relação à pessoa autista.
      Quem pagará, ou compensará os anos que uma aluna autista perdeu deixando de receber a oportunidade de evoluir e ainda absorver os preceitos que as leis prevêem, pergunta a mãe desesperada pela negligência dos responsáveis pela escola e seus imediatamente superiores da secretaria de educação, propositalmente para ganharem tempo e assim continuarem não fazendo nada a respeito da inclusão escolar, mas mantendo o domínio de interesses típicos de currais políticos.
      Perguntaram a mãe na secretaria de educação qual seria o documento que ela desejaria receber para a conclusão do ensino na escola?
      O boletim e um relatório psicopedagógico de cada professora envolvida com a aprendizagem da aluna, para que ela possa continuar estudando e seguindo adiante no método da inclusão, agora por determinação de Justiça.
      Aí todos ficaram boquiabertos, pois foi possível sentir um ar de preocupação na secretaria quando a mãe afirmou que sua filha autista vai continuar estudando e aprendendo, mesmo com as dificuldades que eventualmente enfrentará... Possivelmente por estarem chegando à conclusão que os pais dela sempre tiveram e tem razão.
      Um dos problemas da educação inclusiva não são os autistas, falamos. São os educadores que despreparados, e isto não se pode generalizar, até por falta de recursos que o próprio estado não lhes concede, mas nem por isso ela vai pendurar o despacho do Ministério Público por seu Promotor de Justiça, num quadro da sala vibrando pela vitória cada vez que passa na sua frente.
      Novos casos de alunos autistas estão aí e surgindo a todo instante... A mãe da nossa história espera que mais nenhum pai de autista tenha que acionar a justiça e ainda trilhar mesmo caminho doloroso que ela e seu marido trilharam e ainda ouvindo absurdos que beiravam a desumanidade.
      Ela lamenta profundamente que os integrantes daquela escola tivessem um comportamento tão reprovável e se penitencia por ter deixado sua filha perder tanto tempo lá, mesmo considerando a situação que prevalece principalmente em pequenas e médias cidades do interior de um estado.
      Evidentemente que os integrantes da escola tentaram melosamente contornar a fúria daquela mãe, passando mal pela imensa carga mista de revolta e emoção presa no seu coração, que ao ser liberada, mesmo assim o desabafo não lhe deixou feliz pelo alto preço que lhe custou.
      A mãe da aluna autista não encara o despacho do Ministério Público determinando a inclusão da sua filha, aluna autista, na Classe Regular do Ensino Regular como uma vitória depois de uma boa briga, mas sim como uma aprendizagem que jamais será esquecida por todos que dela participaram inclusive os céticos.
São experiências para serem divididas.
      Para os alunos deficientes, autistas ou não, que estejam enfrentando as mesmas situações, ela deseja melhor sorte para serem incluídos no sistema inclusivo, e principalmente que sejam amparados pelas leis que regem a Educação sem passar por tantas agruras que ela e sua família passaram.
      Cada ano, as requisições de histórico escolar dos alunos para matriculas normais a transferência entre escolas são mais frequentes. Para pessoas com deficiência, autistas ou não, principalmente a falta de organização e conhecimento de síndromes em escolas pode complicar pedidos para inclusão.
      Procure manter a documentação, laudos, atestados, certificações e acervo em ordem, bem como seus itens essenciais para evitar dissabores e danos, às vezes irreparáveis.
      Abençoada sejas, mãe, por esta lição de amor que nos dá.

Foto 1 - Imprensa Oficial de SP.
Foto 2 - Governo do Paraná

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Curso de jornalismo lança campanha “Autismo eu apoio de coração”


      Os alunos do curso de Jornalismo das Faculdades Integradas de Patos realizam durante o mês de novembro, uma campanha de arrecadação de materiais necessários para a montagem de uma sala de atendimento aos alunos autistas da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Patos-PB. De acordo com a psicopedagoga Conceição Campelo, que é presidente da APAE, o autismo é uma disfunção global do desenvolvimento que altera e afeta as relações sociais, de comportamento e de aprendizado.
      A iniciativa da campanha partiu dos estudantes do 6º período, das disciplinas Agência de Notícias e Oficinas Avançadas em Jornalismo II, ministradas pela professora Josiane Carla. “Através do jornalismo social e da prática acadêmica, os alunos poderão realizar uma atividade voltada para os futuros desafios encontrados no mercado de trabalho, além de colaborar com a causa do autismo”, explicou a professora.
      Para o aluno Jean Philippe, a experiência é válida no sentido de que eles estão aprimorando suas habilidades adquiridas na faculdade através de uma prática de extensão, ao mesmo tempo em que colabora com um movimento em prol de pessoas que precisam.
      A campanha visa informar a população, através das redes sociais e dos meios de comunicação em geral, sobre a necessidade de um melhor atendimento ao crescente número de pessoas autistas em nossa região, buscando assim, uma ampla participação da sociedade, mediante a doação dos materiais necessários para a sala, a exemplo de brinquedos pedagógicos e parte da estrutura organizacional.
      Para participar da campanha o doador deverá entrar no blog da instituição: apaepatospb.blogspot.com.
Lá haverá disponível a lista de materiais necessários, todas as informações sobre a campanha e como doar.
      A previsão para a inauguração da sala de autismo da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Patos é dia 02 de dezembro, quando também será lançado o site da entidade que já está em construção.

Fonte:
PB Agora










quarta-feira, 16 de novembro de 2011

RUDÁ RICCI esclarece "Sobre autismo"

Sobre autismo
     
      Outro dia postei um artigo que Pierre Levy divulgava pela internet a respeito do trabalhador autista.    Achei o artigo perigoso e postei no blog, com o título "o melhor trabalhador é o autista?". A pergunta era questionamento no duplo sentido. Mas confesso que fui sutil em demasia. Deveria ter sido mais claro. Tanto que recebi observação de Nilton Salvador, a respeito.
      Não imaginei maneira mais correta de corrigir, ou esclarecer, que reproduzir a mensagem de Nilton. Lá vai:

      "A maior preocupação dos pais de autistas, como é o meu caso, além da síndrome ainda desconhecida cerca de 70 anos da sua descrição, embora com uma imensidade de definições, quanto autores, é o "preconceito". Daí, a "ruindade e o perigo" da matéria divulgada pelo Pierre Levy, que começa pecando pelo título e por ser ele quem é, fez um julgamento prévio negativo de pessoas estigmatizadas por estereótipos, e como suas opiniões sempre têm profundo significado, poderá gerar mais uma polêmica, junto a pessoas menos informadas, que fatalmente levará o dotado da síndrome e seus responsáveis amargarem mais sofrimentos desnecessários. O Autista é considerado alienado e desprovido de sentimentos até pelas Neurociências, por isso suas relações afetivas não são consideradas boas, já que tem preferência pela solidão. Levy ouso dizer, desconhece a multiplicidade que faz com que cada autista seja único, pois não há fórmula pronta para tratamento da síndrome e cada família encontra caminhos e estratégias para alcançar o seu desenvolvimento e a sua integração na sociedade, que não seja pelo trabalho “mecânico” implantado na empresa dinamarquesa, necessariamente."

Rudá Ricci é dessas pessoas que sabe dar lições que pouca gente aprende,
por isso mesmo tem autoridade para ensinar.
Muito Obrigado
Nilton Salvador


Para saber mais visite:

http://rudaricci.blogspot.com





segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A peninha de Forrest Gump (Inesquecível)

      Existem filmes que ao assistirmos numa segunda vez, a conclusão que chegamos é diferente da primeira.
      Não irei contar a história do filme, Forrest Gump - O Contador de Histórias.
      Já assisti 14 vezes o filme, e cada vez tenho uma conclusão.
      Nesta última, pensei sobre a peninha que aparece no início do filme flutuando sob às árvores, carros, pessoas e finalmente, pára nos pés de Forrest. Quase que a peninha pousa no ombro de um homem, mas este segue em frente e a peninha continua a cair.
      Forrest pega a peninha ao lado do seu tênis (sujo, de tanto correr), abre sua mala, pega um livro de infância, coloca a pena numa página do livro que aparece o céu e nuvens. Não deu para ver bem, mas parecia que na imagem tinha a figura de um menino. Forrest, coloca a peninha ao lado da figura do menino, fecha o livro e guarda-o novamente na mala. E aí passa a contar sua história a pessoas que sentam ao seu lado no banco, aguardando assim como ele, o ônibus.
      Mas e a peninha? Porque a peninha aparece no início do filme e depois volta a aparecer somente no final do filme? Desta vez, cai do livro, vai parar nos pés de Forrest e flutua novamente.
      A resposta é dada pelo amigo do Forrest, o Ten.Dan., juntos lutaram na Guerra do Vietnã.

      Disse Forrest:

      "O tenente Dan ensinou que na vida, a gente é como uma peninha levada pelo vento, de um lado para outro, e nunca tem como descobrir para onde vai o sopro de Deus..., nunca a gente sabe para que lado vai a pena."
      Quando a gente não sabe mais para onde essa peninha vai nos levar, somos levados tão somente pelo vento.      
      Ficamos à deriva.
      Por isso, Forrest disse no túmulo de Jenny, uma moça que amou desde criança:
      "Mamãe disse que cada um tem um destino ou se a gente fica só flutuando por acaso, na brisa?"
      Quando a mãe de Forrest morreu de câncer, disse ainda:
      "A vida é uma caixinha de surpresas. A gente nunca sabe o que vai encontrar dentro."
      Como quem diz, chega uma hora na vida que a gente descobre para onde a peninha nos levou...
      No final, quando a peninha volta a flutuar, se volta para a lente da câmara, terminando o filme. Ou seja, acredito que o diretor quiz nos dizer:
      "A pena agora está com você!".
      Nos próximos meses, Irei assistí-lo pela quinta vez. Quem sabe chego a uma nova conclusão!
      É isso ai.

O melhor trabalhador é o autista?

      Thorkil Sonne, fundador da empresa dinamarquesa de computadores Specialisterne, contrata apenas pessoas com autismo. Sua experiência com eles tem demonstrado que essas pessoas não portadoras de necessidades especiais têm uma memória robusta e a atenção aos detalhes, se orgulham do que fazem, têm perseverança para tarefas repetitivas e são "muito precisos em sua forma de comunicação". São assim definidos aqueles capazes de viver com relativa independência em relação aos outros. Ao invés de pensar a colocação deste tipo de funcionário em equipes (o que demandaria ajustes de comportamento), a Specialisterne avalia as habilidades individuais e identifica o que os faria sentir queridos e satisfeitos no local do trabalho. A empresa vem apresentando resultados positivos em diversas áreas: testes de softwares, controle de qualidade e serviços de logística.

      Anita Russell, consultora da Escola Pathlight, sediada em Cingapura, explica que os autistas têm habilidades e capacidades muito variadas, assim como necessidades e preferências. Afirma, ainda, que para um "número significativo" de pessoas com autismo, o processamento de informações realizado através de meios visuais ou, em outras palavras, do "pensamento visual". E sugere um programa de formação que desenvolva talentos na área de informática de maneira a equilibrar outras áreas que autistas sentem dificuldades, tais como auto-organização e gestão de emoções, além de comunicação social.

Por repasse de:
Artigo elaborado por
ZDNet / Kevin Kwang
Foto: Google.



sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Idoso Autista

      As pessoas idosas com autismo têm os mesmos problemas de saúde que as outras pessoas idosas só que acrescidos das dificuldades de os comunicarem. Os problemas de comportamento podem, por isso, sofrer um agravamento (Federação Portuguesa de Autismo).
      Além disso, perdem muitas vezes o gosto pelo exercício físico e têm menor motivação para praticar desporto, o que não contribui para melhorar a sua qualidade de vida. (Federação Portuguesa do Autismo)
      Por outro lado, o seu comportamento pode tender a estabilizar-se com a idade. (Federação Portuguesa do Autismo)
      Relativamente à mortalidade, estudos a longo prazo de crianças e adolescentes com desordens psiquiátricas, demonstraram taxas de mortalidade acima da média, quando comparadas com grupos de controle de mesmo sexo e idade. As causas destas mortes, geralmente, não são de origem natural, são, muitas vezes, suicídios e acidentes. (Volkmar, F., Paul, R., Klin, A., Cohen, D.)
      As taxas de mortalidade são mais elevadas em indivíduos com Perturbação de Espectro de Autismo.       Algumas das causas são: acidentes de carro, encefalopatias, auto-agressão, asma, estados de epilepsia, afogamentos e pneumonia. (Volkmar, F., Paul, R., Klin, A., Cohen, D.)
      O estudo mais alargado de mortalidade, baseado em mais de 13000 indivíduos com autismo registado nas bases de dados do serviço de Departamento de Desenvolvimento da Califórnia, concluiu que as taxas eram duas vezes mais acima da média da população geral. Em indivíduos com atraso mental ou com QI elevado, as causas das mortes foram: convulsões, disfunções do sistema nervoso, afogamentos, sufocação. (Volkmar, F., Paul, R., Klin, A., Cohen, D.)

Bibliografia:


· Federação Portuguesa do Autismo. Autismo. Acedido a 09 de Janeiro de 2009, pelas 18horas no Web site:
http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php
· Volkmar, F., Paul, R., Klin, A., Cohen, D. Handbook of Autism and Pervasive Developmental Disorders: diagnosis, development, neurobiology and behaviour (3ªed.), John Willey & Sons, Inc.: New Jersey. 2005

Fonte:http://umolharsobreoautismo.blogspot.com
Foto: divulgação







O Adulto Autista


      A transição para adulto pode ser um período de dificuldades para muitos jovens e suas famílias. Os pais de crianças autistas abordam este estádio da vida com ansiedade e trepidação. Em vários estudos a longo prazo, tem se verificado um aumento de comportamentos disruptivos na adolescência, resistência à mudança, compulsões, comportamentos sexuais desadequados ou agressões, e isto pode tornar-se difícil de lidar pela família.
      A prevalência de atraso mental ou a estabilidade do nível de QI da infância para a adolescência ou idade adulta tem apresentado uma taxa de 70% a 80%. Além disso, a maioria dos adultos com autismo continua a apresentar dificuldades no discurso e na linguagem (Colma, Paul, Klin e Cohen, 2005).
      Contudo os autistas com alto grau de funcionamento conseguem obter formação académica tirando cursos em que as capacidades exigidas correspondam às presentes no adulto com autismo. O exercer de uma actividade laboral propicia uma maior independência do adulto face aos cuidadores, promovendo também a sua inserção na sociedade. Desta forma a auto estima do adulto aumenta, bem como a sua motivação na sua participação ocupacional.(Shore, Rastelli, 2006).

Fonte:
Foto: divulgação

      Referências Bibliográficas:

      Shore, S., Rastelli, L. (2006). Understanding Autism for DUMmIES. Wiley Publishing, Inc. Canada.
Volkmar, F., Paul, R., Klin, A., Cohen, D. (2005). Handbook of Autism and Pervasive Developmental Disorders: diagnosis, development, neurobiology and behaviour (3ªed.), John Willey & Sons, Inc.: New Jersey.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Projeto equipara Autista a Portador de Deficiência e cria Política Nacional


Atualmente as pessoas com o distúrbio
não são reconhecidas como deficientes
   Tramita na Câmara o Projeto de Lei 1631/11, do Senado, que cria a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e equipara os autistas aos portadores de deficiência. Atualmente as pessoas com o distúrbio não são reconhecidas como deficientes, o que limita o acesso a serviços públicos de saúde. Com a proposta, autistas e seus familiares terão direito à atenção integral à saúde.
   O projeto, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), define o “transtorno do espectro autista”, nome clínico para a síndrome, traz os direitos dos portadores e as obrigações do poder público. O texto consagra que os portadores do distúrbio não podem ser submetidos à privação da liberdade, tratamento desumano ou degradante, e nem serem vítimas de preconceito.
   Segundo o PL 1631, a Política Nacional de Proteção se pautará pela participação da comunidade na sua formulação e pela visão multidisciplinar do atendimento ao autist

   Convívio social

   Um dos pontos principais da proposta é a garantia de inserção social dos autistas. O texto assegura, por exemplo, medidas de estímulo à entrada no mercado de trabalho – desde que respeitadas as limitações da síndrome –, acesso a atendimento multiprofissional e medicamentos, direito a acompanhante em escolas de ensino regular, e proteção previdenciária.
   A proposta garante ainda o acesso a plano de saúde privado. Deste modo, a constatação da síndrome não poderá ser usada para impedir ou retirar pessoa do plano. O texto proíbe também que os portadores sejam internados em asilos.

   Classes regulares ou especiais

   O projeto torna obrigatória ainda a inclusão dos estudantes com transtorno do espectro autista nas classes comuns de ensino regular quando o estudante tiver condições para ser inserido. Assegura também o atendimento educacional especializado gratuito àqueles que apresentarem necessidades especiais e sempre que, em função de condições específicas, não for possível a sua inserção nas classes comuns de ensino regular.
   Segundo o texto, o governo deve incentivar a formação e a capacitação de profissionais especializados no atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista, bem como a pais e responsáveis.
   De acordo com especialistas, o autismo é um transtorno neurológico que afeta o indivíduo em três áreas: interação social, comunicação e imaginação. Não se sabe exatamente as causas que levam à síndrome e as características podem variar muito entre os indivíduos. De modo geral, o distúrbio aparece antes dos três anos.
   O portador tem dificuldade em manter contato social, se comunicar espontaneamente e realizar tarefas cotidianas. A linguagem é atrasada ou não se manifesta, nos casos mais graves. E o comportamento tende a ser repetitivo em áreas de interesse.

Tramitação

   Antes de ir ao Plenário o projeto será analisado nas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; Seguridade Social e Família; e Constituição e Justiça e de Cidadania

Por:
Janary Júnior
Agência Câmara de Notícias - Brasília-DF
Rede Sacy





Autismo não é deficiência

Autistas são mentalmente superiores em vários aspectos
   "Nós precisamos parar de considerar que a estrutura cerebral diferenciada dos indivíduos autistas seja uma deficiência."
   O alerta está em um artigo do Dr. Laurent Mottron, da Universidade de Montreal (Canadá), publicado nesta semana pela conceituada revista Nature.
   Segundo o cientista, as pesquisas revelam que muitos autistas têm capacidades e qualidades que frequentemente excedem aquelas dos indivíduos ditos "normais".
   "Dados recentes, e minha própria experiência pessoal, sugere que é hora de começar a pensar no autismo como uma vantagem em algumas esferas, não uma cruz para carregar," afirma Mottron.
  
   Inteligência autêntica

   Mottron e sua equipe demonstraram de forma firme e sistemática as habilidades - e às vezes as superioridades - dos autistas em múltiplas operações cognitivas, tais como a percepção e o raciocínio, entre outras.
   Seu grupo inclui vários autistas, dos quais Michelle Dawson é um sucesso em particular. Michelle está dando grandes contribuições para a compreensão da condição por meio de seu trabalho e de seu julgamento.
   "Michelle desafiou a minha percepção científica do autismo," confessa Mottron.
   Esse desafio levou à interpretação dos pontos fortes do autista como a manifestação de uma inteligência autêntica, e não de uma espécie de truque do cérebro que lhes permite executar tarefas inteligentes sem pensar.
  
   Variação da espécie humana

   "É incrível para mim que há décadas os cientistas estimem a magnitude da deficiência mental baseando-se na aplicação de testes inadequados e na interpretação incorreta dos pontos fortes dos autistas," diz Mottron.
   "Nós cunhamos uma palavra para isso: normocentrismo, ou seja, o preconceito que você tem de que se você faz ou é algo, é normal, e se o autista faz ou é, então é anormal," acrescenta.
   O pesquisador afirma lamentar o fato de que muitas crianças autistas acabam fazendo trabalhos repetitivos, trabalhos braçais, apesar de sua inteligência e da aptidão para dar contribuições mais significativas para a sociedade.
   "Michelle e outros indivíduos autistas têm-me convencido de que, em muitos casos, as pessoas com autismo precisam mais do que tudo é de oportunidades, muitas vezes de apoio, mas raramente de tratamento," afirma.
   "Como resultado, meu trabalho e o de outros propõe que o autismo deva ser descrito e estudado como uma variante aceita dentro da espécie humana, não como um defeito a ser suprimido," conclui Mottron.


Fonte:
William Raillant-Clark
Por publicação do Argemiro no:
Foto: Google 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Novo Livro - Minha Filha ... Autista?

     Neste livro, a mãe relata toda a intensidade de seu amor pela filha.
     Leva-nos rever nossos conceitos, julgamentos e padrões, questionar nosso posicionamento frente à vida, em uma viagem por um mundo que até então era completamente desconhecido por ela.
O mundo autista.
     Um mundo que é habitado por pessoas que processam as informações de forma diferente e tem sua maneira própria e peculiar de comunicação, ou seja, se expressam completamente diferente de nós, os conhecidos neurotípicos, que temos uma enorme dificuldade de lidar com o “diferente” geradora do preconceito.
Débora Alves da Silva
Psicóloga
Para adquiri-lo, clique no título da matéria ou ainda em:
http://www.clubedeautores.com.br/book/116803--Minha_Filha_Autista

Cérebros de crianças autistas têm mais neurônios, diz estudo


     As crianças autistas têm mais neurônios e apresentam um cérebro mais pesado que as demais, revela um estudo publicado nesta terça-feira (8) no Journal of the American Medical Association (JAMA). O estudo, baseado em análises de cérebros de crianças autistas falecidas, sugere que a anomalía na zona pré-frontal do cérebro pode ter origem no útero, destacam seus autores.
     Os cientistas examinaram os cérebros de sete crianças autistas, com idade entre 2 e 16 anos, a maioria morta por afogamento. Ao comparar os cérebros dos autistas com os de outras crianças, a maioria morta em acidentes de trânsito, os pesquisadores encontraram 67% mais neurônios no córtex pré-frontal e 17,7% mais peso, em média, no primeiro grupo.
     "Já que os neurônios corticais não são gerados após o nascimento, este aumento patológico no número de neurônios em crianças autistas indica causas pré-natais", destaca o estudo. O córtex pré-frontal é responsável pela linguagem, comunicação e comportamentos como o ânimo, a atenção e as habilidades sociais. Habitualmente, as crianças autistas têm problemas nestas áreas.
     "Os fatores que normalmente organizam o cérebro parecem estar desconectados", destacam Janet Lainhart, da Universidade de Utah, e Nicholas Lange, da faculdade de Medicina e Saúde Pública de Harvard
     "Devido ao fato de que os neurônios em todas as zonas do cérebro, exceto no bulbo olfativo e no hipocampo, são gerados antes do nascimento, estas descobertas se somam à crescente evidência biológica de que a neuropatologia do desenvolvimento do autismo começa antes do nascimento, possivelmente em todos os casos".
     Estudos prévios sugeriam que os sinais clínicos do autismo tendem a convergir com um período de crescimento anormal da cabeça e do cérebro que começa a ser evidente entre os nove e os 18 meses.
     O autismo inclui um amplo espectro de diferentes desenvolvimentos, desde a dificuldade para as relações sociais até a incapacidade de comunicação, passando pela execução de movimentos repetitivos, extrema sensibilidade a certas luzes e sons e problemas de comportamento.

Fonte:
Foto:AP

ONG britânica ajuda autistas a encontrar namorados


     O inglês Mark Savage teve dois encontros românticos recentemente e gostaria muito de achar uma namorada. No entanto, Savage, que tem 30 anos de idade e sofre de uma condição conhecida como Síndrome de Asperger, disse que os encontros foram "cansativos e estressantes".
     Entre os sintomas da condição, que pertence ao chamado espectro autista, estão dificuldades de interação social, dificuldades em processar e expressar emoções e tendência a comportamentos repetitivos.
     A Síndrome de Asperger se diferencia do autismo clássico por não estar associada a atrasos no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do paciente.
     "Tive um relacionamento mas foi bem curto", conta ele.
     "Demora um pouco para eu avaliar as pessoas. Não respondo imediatamente aos códigos. Não consigo formar relacionamentos com rapidez."
     Savage conta que na adolescência e, mais tarde, já um jovem adulto, não procurou relacionamentos, preferindo "se concentrar em seus estudos".
     "Tentei estudar sociologia na University of Sussex quando tinha 26 anos, mas não consegui me entrosar com as pessoas".
     Recentemente, ele disse estar um pouco mais confiante socialmente.
     Savage trabalha meio período como assistente administrativo e mora com os pais em Finchampstead, a oeste de Londres.
     "No futuro, eu gostaria de ter um trabalho estável e de morar com uma parceira".
     "Pessoas que têm (Síndrome de) Asperger não batem papo e não fofocam", explica.
     "Namorar nos tira da nossa zona de conforto, então seria bom receber uma ajuda".

     Conselheiros Amorosos

     Agora, pessoas como Mark Savage, vivendo no condado de Berkshire, na Inglaterra, vão ter a ajuda de que precisam para tentar encontrar suas almas gêmeas.
     A entidade beneficente Ark Charity, com sede na cidade de Crowthorne, acaba de receber financiamento do Serviço Nacional de Saúde da Grã-Bretanha para um projeto que vai oferecer aulas de educação sexual e voluntários para acompanhar os clientes em seus primeiros encontros.
     A ONG já organiza alguns eventos, entre eles, uma noite semanal de clubbing para pessoas com dificuldades de aprendizado na cidade inglesa de Bracknell.
     Uma das envolvidas no projeto, Scott Walker, disse que uma pesquisa interna feita entre 105 pessoas atendidas pela Ark Charity revelou que dois terços deles gostariam de encontrar um parceiro ou parceira.
     "Também sabemos que há uma demanda por educação sexual e sobre relacionamentos para pessoas com dificuldades de aprendizado, já que houve sete gravidezes não planejadas entre mulheres com dificuldades de aprendizado em Bracknell no ano passado".
     Waller menciona um estudo feito em 2001 pelas autoridades de saúde britânicas que concluiu que a dificuldade em formar relacionamentos produz sentimentos de isolamento e de baixa autoestima em pessoas com problemas de aprendizado.
     "Várias das pessoas que atendemos pertencem ao espectro autista ou têm Síndrome de Asperger", ele diz.
     "Algumas tiveram encontros sociais, outras ficaram noivas".
     "Elas têm comportamento diferente das outras pessoas. Tendem a ter vida social limitada e não muitas delas conseguem ter relacionamentos".
     O pequeno estudo feito pela Ark revelou que entre as maiores barreiras à formação de novas amizades ou relacionamentos estão a falta de autoconfiança, preconceito, estigma e tendência a se relacionar sempre com o mesmo grupo de pessoas.
     Walker espera que o novo projeto permita que elas ampliem seu círculo social.

Foto: Google.
Reportagem: Emma Midgley
Fonte:
Uol - Notícia - Ciência e Saúde

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Em programa, Jô Soares revela: “Tenho um filho de 41 anos autista"


Em programa, Jô Soares revela:
“Tenho um filho de 41 anos autista"
     No programa Roda Viva, exibido na noite desta segunda-feira (7), na TV Cultura, Jô Soares falou, depois de muito tempo, do filho especial – seu único. O rapaz morou por alguns anos no exterior e nunca foi visto com o pai e quase nunca é citado por ele em entrevistas.
     No programa, que teve como entrevistadores vários jornalistas de diferentes veículos, o assunto surgiu quando Jô foi questionado sobre como consegue manter sua vida pessoal longe dos veículos voltados às fofocas de celebridades. Ele respondeu que se mantém longe das badalações e não vai a estreias. Disse ainda que sua vida pessoal só interessa a ele.
     Na sequência, falou do filho Rafael, fruto de seu primeiro casamento com a atriz Theresa Austregésilo, dizendo que ele tem dificuldades e ao mesmo tempo capacidades excepcionais.
     O apresentador e escritor ainda comparou o filho com o personagem de Justin Hoffman, que fez um autista no filmeRain Man, de 1988. Rafael toca piano, faz programa de rádio em casa, fala inglês, e aprendeu a ler sozinho aos 4 anos de idade Rafael possui uma boa capacidade de comunicação e inteligência, mas tem dificuldades motoras e vive em uma espécie de mundo particular.

     “Tenho um filho de 41 anos autista… Quando ele gosta da música, a vizinhança sofre, daí tenho que gritar, Rafael, abaixa isso...”

     “Não é que eu não fale [do filho], mas acho que não é da conta de ninguém”, avaliou

     E ainda discorrendo sobre a fama, Jô deu o seu ponto de vista sobre o que é celebridade:
     “Acho que celebriades têm que se enquadrar em pessoas que vão a estreias e que se auto-promovem…
    
     O filme Rain Man

     Charles Babbit (Tom Cruise), um jovem vendedor de carros caros, descobre que seu pai, com quem tinha brigado há vários anos, morreu e deixou sua fortuna para um irmão que desconhecia. Raymond (Dustin Hoffman) é autista e, desde criança, está internado em uma clínica. Para receber sua parte do dinheiro, Charles tem de levar o irmão para Los Angeles, mas ele se recusa a andar de avião e os dois praticamente cruzam o país de carro. Ao longo do caminho, Charles, que estava apenas interessado no dinheiro e sempre foi um homem frio e calculista, vai se aproximando do irmão e descobrindo suas estranhas habilidades.


Fonte: Fuxico