Quando me recuso a ter um autista
em minha classe, em minha escola, alegando não estar preparado para isso, estou
sendo resistente à mudança de rotina.
Quando digo a meu aluno que
responda a minha pergunta como quero e no tempo que determino, estou sendo agressivo.
Quando espero que outra pessoa de
minha equipe de trabalho faça uma tarefa que pode ser feita por mim, estou a
usando como ferramenta.
Quando, numa conversa, me
desligo, "viajo", estou olhando em foco desviante, estou tendo
audição seletiva.
Quando preciso desenvolver
qualquer atividade da qual não sei exatamente o que esperam ou como fazer,
posso me mostrar inquieto ansioso e até hiperativo.
Quando fico sacudindo meu pé,
enrolando meu cabelo com o dedo, mordendo a caneta ou coisa parecida, estou
tendo movimentos estereotipados.
Quando me recuso a participar de
eventos, a dividir minhas experiências, a compartilhar conhecimentos, estou
tendo atitudes isoladas e distantes.
Quando nos momentos de raiva e
frustração, soco o travesseiro, jogo objetos na parede ou quebro meus bibelôs,
estou sendo agressivo e destrutivo.
Quando atravesso a rua fora da
faixa de pedestres, me excedo em comidas e bebidas, corro atrás de ladrões,
estou demonstrando não ter medo de perigos reais.
Quando evito abraçar conhecidos,
apertar a mão de desconhecidos, acariciar pessoas queridas, estou tendo
comportamento indiferente.
Quando dirijo com os vidros
fechados e canto alto, exibo meus tiques nervosos, rio ao ver alguém cair,
estou tendo risos e movimentos não apropriados.
Somos todos autistas. Uns mais,
outros menos. O que difere é que em uns (os não rotulados), sobram malícia,
jogo de cintura, hipocrisias e em outros (os rotulados) sobram autenticidade,
ingenuidade e vontade de permanecer assim.
Fonte: Rede
Saci
Autora: Scheilla
Abbud Vieira
Um comentário:
O texto me fez pensar!!!
Realmente somos todos Autistas, em níveis, momentos e lugares diferentes.
Mas somente aquele "rotulado" mostra para o mundo o que realmente é! Verdadeiro.
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