terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Universidades oferecem atendimento psicológico gratuito


Psicoterapia para crianças, adolescentes e adultos, tratamento para crianças com autismo, mulheres com quadro de infertilidade, pessoas obesas, candidatos à adoção, dependentes químicos. Estes são exemplos de casos que chegam às Clínicas de Psicologia das Universidades Estaduais de Maringá (UEM), Londrina (UEL) e do Centro-Oeste (Unicentro). 

O serviço é gratuito.

Incluídas na série de serviços prestados pelas universidades diretamente às comunidades onde se inserem, as clínicas psicológicas garantem atendimento para muitas famílias que não teriam acesso ao serviço, por falta de recursos ou de informação.
Em Maringá, um dos atendimentos especializados é voltado a crianças e adolescentes com autismo. O apoio é considerado fundamental para que o autista insira-se no grupo social ao qual ele pertence. O tratamento começa normalmente na infância e segue até a adolescência e é realizado três vezes por semana.
Segundo a psicóloga e diretora da clínica da UEM, Vânia Lúcia Pestana Sant'Ana, o atendimento psicoterapêutico torna as crianças e adolescentes mais independentes e produtivos. "São crianças com defasagem de habilidades consideradas adequadas para a sua faixa etária e quanto antes a gente detectar esses déficits mais cedo conseguimos intervir", explica Vânia Lúcia.
"É preciso que uma parte do tratamento seja feito na clínica e outra na casa do paciente para que possamos ajudá-lo em suas atividades diárias como banho, vestir-se, alimentar-se, atividades que uma criança autista não consegue realizar sozinha", disse ela.
Os pacientes atendidos nas clínicas de psicologia das universidades se inscrevem por iniciativa própria ou por indicação de algum profissional da área da saúde. Dependendo do caso, o paciente pode ter atendimento individual ou em grupo.
GRUPO DE APOIO - A clínica da UEL realiza cerca de 480 atendimentos ao mês. São desenvolvidos vários projetos de pesquisa e extensão com grupos específicos, alguns com grande procura, como o grupo de apoio a mulheres com quadro de infertilidade e para pessoas obesas.
De acordo com a coordenadora de um dos projetos, Ednéia Aparecida Perez Hayashi, durante os encontros semanais, a equipe de profissionais trabalha para ajudar as mulheres a aprenderem a lidar com as situações de estresse e ansiedade que envolvem o quadro de infertilidade.
"Como a experiência da infertilidade pode causar problemas no relacionamento conjugal, familiar e social em geral, o apoio psicológico nesta fase da vida é essencial para a melhoria dos relacionamentos e para que as mulheres sintam-se bem emocionalmente", afirma.
Já o projeto com pessoas obesas surgiu a partir de uma pesquisa realizada com cerca de 150 voluntários e coordenada pela professora e psicóloga Lucilla Maria Moreira Camargo. A pesquisa revelou uma grande correlação entre obesidade e transtornos emocionais como depressão, ansiedade e estresse.
A clínica da UEL recebe muitas pessoas interessadas no atendimento, a maioria mulheres que não conseguem perder peso. "O objetivo principal é que as pessoas aprendam a lidar melhor com seus sentimentos, habilidades sociais, autocontrole, assertividade. É preciso que entendam qual é a função que a comida tem em sua vida e, desta forma, poder arranjar melhor seu ambiente no sentido de promover a perda de peso", explicou a psicóloga.
ADOÇÃO - Em Irati, onde está localizada a clínica de psicologia da Unicentro, são feitos cerca de 110 atendimentos ao mês. Entre os projetos realizados em grupo está o direcionado a candidatos à adoção, coordenado pela professora Verônica Suzuki Kemmelmeier.
Conforme previsão legal, é necessário que estas pessoas passem por uma preparação psicossocial. Segundo a psicóloga, muitas pessoas acabam mudando seus conceitos e critérios após os encontros. "Os encontros acabam possibilitando uma maior reflexão para que os candidatos entendam melhor o processo de espera, reavaliem que talvez tenham exigido um perfil de criança difícil de se atingir, o que pode resultar em uma espera de até dez anos", explica Verônica.
Há também muitos mitos em torno da adoção, como a questão do laço sanguíneo, que acaba gerando temor de doenças genéticas, de que filhos de pais dependentes podem ser mais problemáticos.
Embora grande parte dos pacientes atendidos nas clínicas de psicologia das universidades estaduais seja carente, o atendimento é oferecido a toda a comunidade.

Fonte:
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-12--186-20150126

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Esta vacina vai ajudar crianças autistas e foi criada por um português


Um professor português de uma universidade canadense desenvolveu uma vacina contra uma bactéria intestinal em crianças autistas, uma solução que irá permitir maior qualidade de vida aos portadores daquela deficiência.
"Noventa por cento das crianças com autismo sofrem de diarreia e de constipações intestinais severas. Muitas usam fraldas ainda aos cinco e seis anos de idade, quando vão para a escola, devido a certas bactérias que existem nos intestinos dessas crianças com autismo", começou por explicar à agência Lusa Mário Monteiro, de 48 anos, professor de química da Universidade de Guelph, no sudoeste do Canadá.
Esta solução permite melhorar os cuidados de saúde, já que "o tratamento constante à base de antibióticos trazem outros problemas", salientou o imigrante português, que nasceu em Gouveia, distrito da Guarda, e vive no Canadá desde 1981.
Mário Monteiro disse que a sua equipa de vacinas da Universidade de Guelph está agora a desenvolver medicamentos que podem melhorar a condição das crianças autistas, com uma "nova geração de vacinas", que pode representar "um grande passo contra uma das responsáveis pela acentuação dos sintomas de autismo".
Estão em curso a decorrer ensaios preliminares da vacina, um projeto que já foi saudado por outras organizações da área.
Este trabalho já foi reconhecimento pela organização britânica vaccinenation.org em colaboração com a World Vaccine Congress na área das vacinas.
Em 2014, Mário Monteiro foi distinguido por aquele organismo como uma das 50 pessoas mais influentes em termos globais, na área das vacinas. Na lista encontram-se nomes como Bill Gates, fundador da Microsoft, do primeiro-ministro da Índia Shri Narendra Modi, e de Bruce Aylward, coordenador da Organização Mundial de Saúde na reação ao ébola na África Ocidental.
"A responsabilidade acrescida (da distinção) é bem-vinda. Espero que governos e companhias farmacêuticas estejam mais dispostas a ajudar a ciência ", concluiu.
Mário Monteiro é também um dos poucos investigadores de açúcares complexos, existentes nas superfícies das bactérias.
A sua vacina para proteger as pessoas contra a Campylobacter jejuni, umas das principais bactérias que causa doenças intestinais transmitidas por alimentos em termos globais, foi aprovada para testes clínicos nos Estados Unidos, com a primeira fase a iniciar-se em maio de 2015.

FONTE:

http://www.noticiasaominuto.com/mundo/334648/portugues-cria-vacina-para-doenca-associada-ao-autismo

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Beto Richa sanciona lei com Estatuto da Pessoa com Deficiência no Paraná

Com 277 artigos, o estatuto viabilizará uma série de direitos.
Segundo o IBGE, 20% da população do PR tem algum tipo de deficiência.
O governador Beto Richa sancionou a lei 18.419/2015, que estabelece o 
Estatuto da Pessoa com Deficiência do Estado do Paraná.
 O governador Beto Richa (PSDB) sancionou a lei que estabelece o Estatuto da Pessoa com Deficiência do Estado do Paraná. A lei foi criada para ampliar a inclusão social e garantir plena cidadania às pessoas com deficiência. De acordo com o governo estadual, antes da sanção do governador, o documento já havia sido discutido e aprovado em audiências públicas em todas as regiões do Paraná. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 20% da população paranaense tem algum tipo de deficiência.
Com 277 artigos, o estatuto viabilizará uma série de direitos descritos na Convenção Internacional da Pessoa com Deficiência, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2006. O texto do estatuto foi elaborado com a participação de instituições, pessoas com deficiência e familiares, segundo o governo estadual.
O documento abrange leis federais sobre os direitos da pessoa com deficiência e outros itens que não estavam contemplados – um deles é a obrigatoriedade para shopping centers e restaurantes de destinar 5% dos lugares acessíveis para refeição nas praças de alimentação para uso preferencial de pessoas com deficiência, em rota acessível.
O estatuto, assinado na quarta-feira (7), aborda diretrizes nas áreas de saúde, educação, profissionalização, trabalho, assistência social e acessibilidade. 


sábado, 10 de janeiro de 2015

Coração não é lugar para preconceito, e sim amor!

Mães e pais de autistas, muitos de nós reclamamos que sofremos preconceito por parte da sociedade, mas muitas vezes nós mesmos infligimos preconceito sobre outros pais. Vamos ter cuidado...preconceito é falta de conhecimento. Seu filho autista leve não é melhor nem pior que o filho do outro que é autista severo, são apenas diferentes. Podem precisar de abordagens distintas, mas nem por isso melhor ou pior que o outro.

Os métodos terapêuticos ou de ensino não devem ser rotulados, que este é bom só prá um e não será nunca para o outro.

A escola especial ou inclusiva é escola, e escola é lugar de aprender. Deve ser um espaço aberto para receber aquele que em determinado momento precisa dela. Não é um local para caberem rótulos, pelo contrário deve ser um lugar que promova a liberdade.

Lembremos de quando formos tecer comentários, do outro lado da tela pode ter uma outra mãe/pai que como você precisa de palavras construtivas, precisa de apoio e informação segura. Derramar sobre o outro nosso preconceito e nossos achismos, pode magoar mais que ajudar. Vamos cuidar e ser bálsamo na dor de nossos irmãos, e que possamos ajudar e promover sua libertação. Sejamos solidários, se nossa palavra não for para edificar, é melhor não dizer nada.

Como diz a grande Berenice Piana: em bando nos cuidamos e nos tornamos mais fortes!


Claudia Moraes, Coordenadora do MOAB/RJ

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

NÃO É AUTISMO, É IPAD


       A fonoaudióloga Maria Lúcia Novaes Menezes está preocupada com um fenômeno que tem percebido nos últimos tempos: o aumento do número de crianças muito novas – de dois ou três anos – usando tablets.
Profissional com mais de 30 anos de experiência, a doutora tem atendido, em seu consultório no Rio de Janeiro, inúmeros casos em que os pais chegam a suspeitar que os filhos são autistas, sem perceber que o uso prolongado de tablets, joguinhos eletrônicos e celulares é que está dificultando o desenvolvimento da comunicação das crianças.
Fiz uma breve entrevista com a doutora Maria Lúcia Novaes Menezes. Aqui vai a conversa:
A senhora disse estar assustada com o número de pais que deixam filhos pequenos - crianças de dois ou três anos - usarem tablets. Isso tem aumentado nos últimos tempos?
A cada ano percebe-se que aumenta o número de crianças com menos de três anos de idade fazendo uso de tablets. Podemos observar, nos shoppings, bebês com tablets pendurados nos carrinhos. Isso tem prejudicado o desenvolvimento da linguagem e, principalmente, da socialização.
Quais as consequências que a senhora tem percebido nas crianças?
Se considerarmos que, nos primeiros três anos de vida da criança o desenvolvimento da cognição social se dá através do desenvolvimento da intersubjetividade, ou seja, que as diferentes fases da interação da criança com seus pais e cuidadores se dão através de compartilhar experiências e do olhar da criança para o outro, a utilização do tablet impede estas ações.
O tablet, utilizado por longo tempo, retira do contexto da criança esse contato fundamental para a socialização, causando um prejuízo no desenvolvimento das habilidades humanas que dependem da socialização, do envolvimento com o outro, prejudicando o desenvolvimento da socialização e do aprendizado que depende de experiências com o mundo à sua volta.
A senhora mencionou que alguns pais a procuram para tratar de supostos problemas de comunicação das crianças, sem perceber que o uso do tablet é uma das principais razões para isso.
O que tenho observado, principalmente no último ano de clínica, é que o uso do tablet e outros eletrônicos está cada vez mais tomando o lugar da interação entre as crianças e seus pais e o brincar no contexto familiar. Os pais passam muito tempo no trabalho, chegam em casa cansados e, quando os filhos querem assistir desenhos e joguinhos no tablet, eles liberam, em vez de tentar conversar ou brincar.
Como conseqüência, se a criança tem alguma dificuldade para adquirir a linguagem e a socialização, essa pouca comunicação com os pais poderá desencadear esse déficit. Talvez, em um contexto familiar onde fosse mais estimulado a se comunicar e brincar, essa dificuldade não aparecesse de forma tão acentuada. Essa hipótese surgiu da minha prática clínica, onde na entrevista com os pais eles relatam o uso de tablets, jogos no celular e DVD. Tem acontecido com frequência que a observação dos pais da forma que interagimos e brincamos com a criança no set terapêutico e como, aos poucos, seu filho vai começando ou expandindo a sua comunicação e o interesse em brincar, eles mudam a dinâmica com seus filhos no contexto familiar, a comunicação verbal e social da criança começa a expandir, os pais ficam mais tranquilos e mais próximos dos filhos, e a criança, tendo a companhia do pai ou da mãe, passa a se interessar mais pelos brinquedos e em brincar e diminui o interesse pelo tablet, DVDs e joguinhos nos celular.
A senhora mencionou casos em que os pais suspeitavam ter um filho autista, mas o problema da criança se resumia a uso prolongado de novas tecnologias.
No ano de 2014 atendi crianças com idade em torno de dois anos, trazidas com queixa de comunicação social e desenvolvimento da fala, os pais suspeitando de autismo. Mas, ao mudar a dinâmica familiar, essas crianças apresentaram uma mudança muito grande na sua comunicação social e verbal.
O que os pais devem fazer para evitar problemas desse tipo, numa época em que os tablets estão em todos os lugares?
Sei que é difícil ir contra o sistema e penso que a criança deve ser cobrada pelos amiguinhos para ter e usar um tablet. O que talvez auxiliasse a romper com o hábito dos joguinhos eletrônicos e tablets seria restringir ao máximo possível o uso do tablet. Talvez a melhor forma de se conseguir é dando mais atenção ao filho através de conversas, do brincar, e utilizar mais jogos não eletrônicos e mais interativos.



Currículo de Maria Lúcia Novaes Menezes
Fonoaudióloga formada em 1984 pela Faculdades Integradas Estácio de Sá, mestre em Distúrbios da Comunicação, em 1993, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com cursos na New York University reconhecidos e creditados neste mestrado e doutora em Saúde da Criança e da Mulher pela Fundação Oswaldo Cruz (2003). Aposentada da FIOCRUZ em 2014, mas ainda permanecendo como orientadora do projeto de pesquisa do Ambulatório de Fonoaudiologia Especializado em Linguagem / AFEL. Atua como fonoaudióloga na clínica em avaliação e diagnóstico dos distúrbios da linguagem e orientação aos pais. Autora da escala de Avaliação do Desenvolvimento da Linguagem, idealizado, padronizado e validado no Brasil para avaliar o desenvolvimento da linguagem da criança brasileira.

FONTE:

http://entretenimento.r7.com/blogs/andre-barcinski/nao-e-autismo-e-ipad-20150107/

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Autista cria livro e rádio para divulgar transtorno

Se apresentando co­mo palhaço Pinheiro trabalha 
seus problemas de comunicação 

Quieto, distraído, fazendo movimentos repetitivos. Essa é a imagem que a grande maioria das pessoas tem dos autistas. Além do estereótipo, a falta de informação e o acesso gratuito a especialistas restrito ainda dificultam o diagnóstico e o desenvolvimento dos autistas no Brasil.
“No ABC não tem praticamente nada. Temos de ir para São Paulo achar especialistas e é tudo particular”, destacou André Luiz Pinheiro, 41 anos, morador de Santo André, autor do livro O mistério de Palhaço Azul e criador da webrádio Xiririca. O autismo é definido como um transtorno global do desenvolvimento com características básicas, como inabilidade para interagir socialmente, dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
Pedagogo, pós-graduado em educação infantil, educação ambiental e agora concluindo a especialização de educação inclusiva, Pinheiro é exemplo de como o diagnóstico da doença ainda é difícil e de que os autistas podem viver normalmente. “Só fui diagnosticado aos 40 anos. As pessoas desconfiavam e me indicavam que deveria procurar ajuda. Fiquei dois anos procurando vários médicos até receber o diagnóstico”, destacou.
Pinheiro ressaltou que desde os 2 anos apresenta sinais, mas que como entrou na escola e se formou normalmente as pessoas só o consideravam um garoto estranho. “O que senti quando recebi o diagnóstico? Alívio. Eu, diagnosticando e fazendo tratamento, já sinto uma melhora muito grande, mesmo tardio”, pontuou.
O pedagogo se encaixa no perfil da Síndrome de Asperger, transtorno do espectro autista. Normalmente, os pacientes com esse perfil se distanciam da imagem clássica do autista. “Muita gente por aí tem e não sabe. Teve gente que falou que achava impossível eu ser autista, pois fiz faculdade. Converso com muitas pessoas autistas e cada uma é de um jeito diferente, varia bastante. A única característica igual para todos é o problema com interação social”, ressaltou.
Pinheiro acredita que o mito em torno da doença, a falta de informação, ajuda a assustar os pais, que recebem o diagnóstico dos filhos com desespero. “Tem gente que acha que autista não pode namorar, casar, que não vai conseguir estudar”, afirmou. Com ajuda da internet e de campanhas de conscientização, o pedagogo percebe que muitas pessoas têm conseguido o diagnóstico ainda na infância. No entanto, aponta que o sistema público de saúde não oferece o mínimo para que o diagnóstico e o tratamento ocorram nas famílias sem condições financeiras.
Livro
Pinheiro destacou que a fase mais difícil de superar foi a adolescência. É sobre essa etapa que o pedagogo conta em seu livro, O mistério do Palhaço Azul, lançado pelo Clube de Autores. A autobiografia traz as dificuldades da época em que não sabia que era autista, sua busca por ajuda e sua transformação após o diagnóstico. “Quero passar esperança para as pessoas, que é possível o autista se desenvolver e viver normalmente.”
Fazendo apresentações co­mo palhaço Pinheiro viu a oportunidade de trabalhar seus problemas de comunicação, uma forma de se abrir para um mundo de extroversão que muitas vezes se distancia do autista.

Outra atividade que André desenvolve é na webrádio Xiririca, onde junta música e informação, contando sua história e ajudando a divulgar o autismo. A rádio já possui mais de 8 mil acessos, com uma média de visitação diária de 200 acessos e fica 24 horas no ar. A rádio pode ser ouvida pelo endereço www.radioxiririca.com.br e o livro, impresso ou em versão digital, pode ser adquirido pelo site www.clubedeautores.com.br

FONTE:
Luana Arrais Graduada em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo 
é repórter de Política e Cidades.

Eugênio Cunha: Autismo e perspectivas

No ano de 2014, a trajetória da luta pelos direitos da pessoa com o transtorno teve vitórias e desafios

Rio - Nos últimos anos, os debates acerca do autismo ganharam visibilidade. A exposição do tema na mídia e nas redes sociais disseminou informações que têm aclarado um pouco mais esse campo de estudos, ainda desconhecido para a maioria das pessoas. O autismo é um transtorno tão complexo e com sintomas tão diferentes, que há quem diga que não existem dois autistas iguais. O autista tem dificuldades na interação social e um apego exagerado a rotinas.
No ano de 2014, a trajetória da luta pelos direitos da pessoa com o transtorno teve vitórias e desafios. Algumas das conquistas foram a capacitação de profissionais e professores da rede pública de ensino, pesquisas científicas buscando descortinar a síndrome e a inauguração da primeira clínica-escola pública para autistas no Brasil, em Itaboraí.
Porém, ainda há grandes desafios pela frente. Muitos autistas foram impedidos de frequentar escolas simplesmente por serem autistas. Crianças viram o seu direito a uma educação multidisciplinar cerceado, porque há poucas escolas estruturadas para atendê-las. Como resultado, mães e pais se sentiram desamparados na luta pelo tratamento de seus filhos; esquecidos foram por quem deveria ampará-los.
Também falta espaço no mercado de trabalho, porque não existem políticas para o campo profissional que os capacitem e os incluam.
Porém, nesse estado das coisas, surgiram aqueles que não perderam a esperança, mas nutriram seus sonhos na mesma perspectiva de muitos professores, desejosos por um espaço educacional afetivo e social, que não discrimine, mas acolha e inclua a partir de um modelo de ensino que aponte mais para as necessidades de quem aprende e menos para os conceitos de quem ensina. São família e escola. Esses são os que poderão superar os desafios.


Eugênio Cunha é autor do livro ‘Autismo e inclusão’

FONTE: 
http://odia.ig.com.br/noticia/opiniao/2015-01-07/eugenio-cunha-autismo-e-perspectivas.html