terça-feira, 3 de abril de 2012

O Coração tem Cérebro

Coração tem cérebro
    Descobriu-se que o coração contém um sistema nervoso independente e bem desenvolvido com mais de 40 mil neurônios e uma completa e espessa rede de neurotransmissores, proteínas e células de apoio.
      Ele é inteligente.
     Graças a esses circuitos tão elaborados, parece que o coração pode tomar decisões e passar à ação independentemente do cérebro; e que pode aprender, recordar e, inclusive, perceber.
     Existem quatro tipos de conexões que partem do coração e vão para o cérebro da cabeça.
     1. A comunicação neurológica mediante a transmissão de impulsos nervosos.
     O coração envia mais informação ao cérebro do que recebe, é o único órgão do corpo com essa propriedade e pode inibir ou ativar determinadas partes do cérebro segundo as circunstâncias.
     Significa que o coração pode influenciar em nossa maneira de pensar.
     Pode influenciar em nossa percepção da realidade e, portanto, em nossas reações.
     2. A informação bioquímica mediante hormônios e neurotransmissores.
     É o coração que produz o hormônio ANF, aquele que assegura o equilíbrio geral do corpo: ahomeostase.
     Um dos efeitos é inibir a produção do hormônio do estresse e produzir e liberar a oxitocina, que é conhecida como o hormônio do amor.
     3. A comunicação biofísica mediante ondas de pressão.
     Parece que através do ritmo cardíaco e suas variações, o coração envia mensagens ao cérebro e ao resto do corpo.
     4. A comunicação energética.
     O campo eletromagnético do coração é o mais potente de todos os órgãos do corpo: 5 mil vezes mais intenso que o do cérebro.
     E tem-se observado que muda em função do estado emocional.
     Quando temos medo, frustração ou estresse se torna caótico.
     E se organiza com as emoções positivas.
     Sim. E sabemos que o campo magnético do coração se estende ao redor do corpo entre dois ou quatro metros, ou seja, todos que estão ao nosso redor recebem a informação energética contida em nosso coração.
     A que conclusões nos levam estas descobertas?
     O circuito do cérebro do coração é o primeiro a tratar a informação que depois passa para o cérebro da cabeça.
     Não será este novo circuito um passo a mais na evolução humana?
     Há duas classes de variação da frequência cardíaca: uma é harmoniosa, de ondas amplas e regulares e toma essa forma quando a pessoa tem emoções e pensamentos positivos, elevados e generosos.
     A outra é desordenada, com ondas incoerentes e aparece com as emoções negativas. Sim, com o medo, a raiva ou a desconfiança.
     Mas há mais: as ondas cerebrais se sincronizam com estas variações do ritmo cardíaco; ou seja, o coração incentiva a cabeça.
     A conclusão é que o amor do coração não é uma emoção, é um estado de consciência inteligente.
     O cérebro do coração ativa no cérebro da cabeça centros superiores de percepção completamente novos que interpretam a realidade sem se apoiar em experiências passadas.
     Este novo circuito não passa pelas velhas memórias, seu conhecimento é imediato, instantâneo e, por isso, tem uma percepção exata da realidade.
     Está demonstrado que quando o ser humano utiliza o cérebro do coração, ele cria um estado de coerência biológica, tudo se harmoniza e funciona corretamente, é uma inteligência superior que se ativa através das emoções positivas.
     Este é um potencial não ativado, mas começa a estar acessível para um grande número de pessoas.
     E como posso ativar esse circuito?
     Cultivando as qualidades do coração: a abertura para o próximo, o escutar, a paciência, a cooperação, a aceitação das diferenças, a coragem.
     É a prática dos pensamentos e emoções positivas.
     Em essência, liberar-se do espírito de separação e dos três mecanismos primários: o medo, o desejo (avareza) e a ânsia de controle, mecanismos que estão ancorados profundamente no ser humano porque nos têm servido para sobreviver por milhões de anos.
      E como nos livramos deles?
     Assumindo a posição de testemunhas, observando nossos pensamentos e emoções sem julgar e escolhendo as emoções que possam nos fazer sentir bem.
     Devemos aprender a confiar na intuição e a reconhecer que a verdadeira origem de nossas reações emocionais não está no que ocorre no exterior, e sim no nosso interior.
     Cultive o silêncio, entre em contato com a natureza, viva períodos de solidão, medite, contemple, cuide de seu entorno vibratório, trabalhe em grupo, viva com simplicidade.
     E pergunte a seu coração quando não sabe o que fazer.

Annie Marquier, matemática e pesquisadora da consciência.
Professora em Soborne, França,
fundou no Quebec o Instituto para o Desenvolvimento da Pessoa.
É autora de “O poder de escolher”,
“A liberdade de ser” e “O mestre do coração”.


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