Neurocientistas norte-americanos e
canadenses desenvolveram uma técnica que detecta o autismo a partir da
atividade cerebral de crianças.
Embora o autismo em sua vertente mais
grave seja diagnosticado com bastante facilidade pelos especialistas, tem
havido uma tendência a enquadrar no chamado "Transtorno do Espectro
Autista" um número muito grande de crianças.
Para evitar diagnósticos controversos, várias equipes vêm trabalhando na busca de exames fisiológicos que possam indicar a presença de autismo a partir de parâmetros quantitativos.[Imagem: CWRU] |
Para evitar esses diagnósticos polêmicos
e controversos, várias equipes vêm trabalhando na busca de exames fisiológicos
que possam ser mais precisos. Segundo o Dr. Roberto Fernández Galán,
da Universidade Case Western (EUA), o novo exame detecta o autismo com precisão
de 94%.
Exame de autismo
O novo exame consiste na análise da
conectividade funcional do cérebro, ou seja, a comunicação de um hemisfério
cerebral com o outro. A mensuração é feita usando uma técnica conhecido como
magnetoencefalografia, que mede os campos magnéticos gerados pelas correntes
elétricas nos neurônios.
"Nós partimos da questão: 'É
possível distinguir um cérebro autista de um não-autista simplesmente olhando
para os padrões de atividade neural?' E a resposta é sim, é possível,"
disse Galán.
"Esta descoberta abre as portas
para a criação de ferramentas quantitativas que complementem as ferramentas de
diagnóstico existentes para o autismo com base em testes comportamentais,"
completou.
Os pesquisadores descobriram ligações
significativamente mais fortes entre as áreas posterior e frontal do cérebro no
grupo de autistas, com uma assimetria no fluxo de informações para a região
frontal, mas não vice-versa.
Essa informação sobre direção das
conexões é a grande novidade do estudo, podendo ajudar a identificar
anormalidades anatômicas no cérebro das crianças com autismo. A maioria das
avaliações atuais da conectividade funcional não trabalha com a direcionalidade
das interações.
"Não é apenas quem está ligado a
quem, mas sim quem está controlando quem," concluiu Galán.
Fonte: Redação do Diário da Saúde
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