Um relatório
do Fundo das Nações Unidas para a Infância, divulgado nesta quinta-feira,
destaca o papel de crianças com deficiência na sociedade. Segundo o estudo
"O Estado das Crianças do Mundo 2013", apesar de muitos serem
marginalizados e considerados "invisíveis", as crianças com
deficiência têm os mesmos direitos de outras sem deficiência.
Para o Unicef,
é preciso integrar todos, e com oportunidades, crianças que vivem com uma
deficiência poderão se tornar "agentes de mudanças" e beneficiar as
comunidades em que vivem.
A especialista
do Unicef no tema, Rosângela Berman Bieler, falou à Rádio ONU sobre outros
desafios encontrados pelos menores. "O informe também aponta para o fato
de que crianças com deficiência são muito mais suscetíveis a abuso sexual, à
violência. E são, muitas vezes, excluídas de suas famílias e de suas
comunidades indo morar em instituições completamente afastadas da população em
geral e do seu seio familiar. Isso gera, mais uma vez, invisibilidade e
exclusão social."
Caridade
O relatório do
Unicef, publicado em Da Nang, no Vietnã, é o primeiro estudo global dedicado às
crianças com deficiência. O Fundo não sabe ao certo quantos menores vivem com
deficiência, mas dados de 2004, indicam 93 milhões, ou uma em cada 20 crianças
com 14 anos ou menos.
O
diretor-executivo do Unicef, Anthony Lake, disse que é possível fazer a
integração dos menores, mas que para isso será preciso mudar a percepção atual,
dando voz às crianças e não encarando as mesmas apenas como sujeitos de
caridade.
Cidades
O Unicef pediu
a todos os países que ratifiquem a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiências, aprovada pela ONU. O objetivo do tratado é promover direitos
iguais e a participação de pessoas na sociedade.
O relatório
revela ainda que o custo de incluir ações de acessibilidade em novos prédios e
na infraestrutura de cidades custa menos que 1% do orçamento total. Já
adaptações para estruturas existentes podem custar até 20% do custo original.
Sistema de
Saúde
Uma das
propostas é a criação de um auxílio financeiro, o que já existe no Brasil, em
Bangladesh, em Moçambique, no Chile e outros países, segundo o relatório.
O documento
também promove a integração de crianças com deficiência em serviços públicos,
escolas e no sistema de saúde. Para o Unicef, isso custa mais barato que enviar
a criança para longe da família.
Cuidar de
menores com deficiência também põe pressão financeira nas famílias. No Vietnã,
por exemplo, este custo pode ser de 9%. Na Grã-Bretanha, de 69%.
FONTE:
Jornal do Brasil
Mônica Villela Grayley
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