Bárbara Esther Parente é guarda municipal desde 2005 |
Ser mãe de uma criança autista mudou a vida da
guarda municipal Bárbara Esther Parente. Mas não para um estado de tristeza, de
luto, e sim para uma verdadeira batalha pela desmistificação do autismo e pela
inclusão destas pessoas, além daquelas que sofrem com outros tipos de
deficiências. Seu filho, Lucas, hoje com 13 anos, tem autismo clássico e
apresenta dificuldades para fazer atividades como mastigar e falar. Para quem
não sabe, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) afeta 3 áreas conhecidas como
a tríade do autismo, que são: comunicação, socialização e o comportamento.
Um incentivo extra para Esther vencer essa luta veio
logo após a sua entrada na Guarda Municipal, em 2005. Paralelamente à faculdade
de Direito, Esther também iniciava a sua atuação no Grupamento de Apoio ao
Turista (GAT). Um dia, enquanto estava em seu posto de serviço, ela viu a
dificuldade de comunicação que um casal de turistas surdos encontrou para se
hospedar em um hotel da Zona Sul, pois não havia funcionários habilitados para
atendê-los. Como Esther entendia a linguagem de sinais, ela pôde ajudar o casal.
Foi a partir daí que Esther começou a se preocupar com a preparação dos
operadores de segurança pública no trato da pessoa com deficiência.
“Acredito que é fundamental conscientizar as
pessoas, apresentando como as necessidades são diferentes de cada pessoa com
autismo ou qualquer outra deficiência. Muita gente não se dá conta, mas os
portadores de deficiências são “invisíveis” nas ruas. Pelo fato de não
vivenciarem essa realidade, as pessoas não têm ideia das dificuldades
enfrentadas. Tenho uma amiga, por exemplo, que tem buzina na bengala para não
ser pisada. Ou seja, a responsabilidade que temos na administração pública é
enorme em relação ao tema. Por isso, estamos desenvolvendo capacitações para as
novas turmas de guardas municipais e para as equipes de ronda escolar. Divulgar
a informação é fundamental, ainda mais entre os guardas, que se deparam o tempo
todo com pessoas com deficiências nas ruas”, diz Esther.
Hoje, pós-graduada em Segurança Pública e Cidadania,
a GM Esther integra a Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da
OAB-RJ, além de ser membro do grupo Mundo Azul (movimento de pais que trocam
experiências e lutam pelos direitos dos autistas). Esther ainda encontra tempo
para fazer palestras sobre a relação entre as deficiências e a segurança
pública. Em junho do ano passado, inclusive, ela participou do ciclo de
palestras para os alunos do último curso de formação da GM-Rio, falando sobre o
tratamento que os operadores de segurança pública devem ter com deficientes.
Entre os projetos futuros, Esther conta que existe a
ideia de promover um programa de vivências na GM-Rio. O objetivo é colocar os
guardas em situações vividas pelos portadores de deficiências para que eles
possam entender essas realidades. “É importante que busquemos cada vez mais
informação, entendamos as diferentes necessidades e nos abrir para novos
olhares. Me coloco à disposição caso alguma secretaria tenha interesse em tirar
dúvidas ou promover palestras sobre os direitos dos portadores de deficiência,
sensibilização ou inclusão. Conscientização nunca é demais”.
Para quem tiver mais interesse sobre o
assunto, vale conhecer o blog da GM Esther, http://barbaraparente.blogspot.com.br
acessar o site www.mundoazul.org.br
e-mail: barbara_parente@hotmail.com.
Um comentário:
Bárbara Parente, um exemplo de mãe e de profissional! Tenho orgulho de ser amiga dela!
Abçs
Claudia Moraes
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