Pesquisa
avaliou mães de crianças com e sem o transtorno.
Filhos das que
têm certos anticorpos teriam
mais chance de ter problema.
Anticorpos maternos que têm como alvo as proteínas
no cérebro do feto podem desempenhar um papel no desenvolvimento de algumas
formas de autismo, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira (9).
Segundo estudo, certos anticorpos da mãe podem ter relação com surgimento de autismo no feto (Foto: Divulgação) |
Realizado com 246 mães de crianças com
"transtornos do espectro autista" e 149 mães de crianças saudáveis, o
estudo mostrou que quase um quarto das mulheres do primeiro grupo tinham uma
combinação destes anticorpos diferentes daquelas do segundo grupo.
Os "transtornos do espectro autista"
(TEA) incluem variedades diferentes de autismo, entre elas a síndrome de Asperger,
que afeta crianças muito inteligentes, mas com grande dificuldade em interações
sociais.
Os anticorpos são proteínas essenciais para o
sistema imunológico. Eles detectam e neutralizam substâncias estranhas ao
corpo, tais como vírus e bactérias.
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As mulheres grávidas passam seus anticorpos para o
feto, o que lhe permite defender-se de infecções até os 6 meses de idade,
enquanto seu sistema imunológico ainda está imaturo.
Mas eles podem também, de acordo com o estudo
publicado na revista "Translational Psychiatry", transmitir
anticorpos que impedem que o cérebro se desenvolva corretamente.
"Descobrimos que 23% das mães de crianças
autistas têm autoanticorpos contra proteínas que são necessárias para um
desenvolvimento neurológico saudável", explicou à France Presse Judy Van
De Water autora do artigo, professora da Universidade da Califórnia, que afirma
que esses anticorpos não estavam presentes em mães de crianças não autistas.
Os sintomas também se mostraram mais graves em
crianças nascidas de mães com o anticorpo em questão do que em comparação com
crianças autistas nascidas de mães sem esses anticorpos.
Os TAE afetam cerca de um em cada 100 nascimentos
nos países ocidentais. Os meninos são três vezes mais afetados do que as
meninas por esta doença, cujas origens permanecem obscuras.
A equipe de Van de Water foi capaz de identificar
11 diferentes combinações de sete proteínas alvo de anticorpos associadas aos
TEA, cada um dos quais tem um risco diferente do transtorno autista.
O objetivo agora é encontrar marcadores capazes de
identificar o risco de TEA, o que permitiria "uma intervenção
precoce" para ajudar crianças com autismo para "melhorar o seu
comportamento e suas capacidades", observa Van de Water.
Em um estudo separado, pesquisadores liderados por
Melissa Bauman, também da Universidade da Califórnia, expuseram oito fêmeas de
macacos-rhesus grávidas aos anticorpos maternos relacionados ao TEA e chegaram
a resultados semelhantes: os macacos recém-nascidos dessas mães "mostraram
diferenças de comportamento, incluindo reações inadequadas em relação a outros
macacos", observa o estudo.
Fonte:
Da France Presse -G1
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