Muitas pessoas ainda têm dúvidas a respeito de qual
escola seria a mais indicada para alguém com alguma deficiência,
particularmente, para alguém diagnosticado com Transtorno de Espectro Autista,
se a escola “especial” ou a dita regular.
Em dezembro de 2012 foi sancionada a lei nº 12.764,
chamada de Berenice Piana, em alusão a Sra. Berenice, que lutou bastante para
que os direitos da pessoa com autismo fossem reconhecidos. Essa lei garante que
nenhuma escola regular pode se recusar a matricular um aluno com autismo. Mas
será que as escolas no Brasil estão preparadas para receber e incluir alguém
com autismo? Esse é um questionamento constante para os pais e profissionais
que lidam com o autismo.
Essa discussão ficou mais intensa depois que a
presidente Dilma vetou na lei Berenice Piana, o trecho que deixava existir a
possibilidade de se poder educar a criança e o jovem de acordo a necessidade de
cada um, tirando assim, a obrigatoriedade de se ter que educar o autista em uma
escola regular.
O autismo se manifesta de maneira diferente em cada
pessoa, e isso cria necessidades diferentes para cada um. Então, muitos pais
não sentem que essas necessidades serão atendidas por uma escola regular,
justamente por acharem que além da escola não estar preparada para receber seus
filhos, eles precisam de uma atenção além daquela que a escola poderia
oferecer. E, ainda existem as alegações de que o filho é tratado de forma
diferente, principalmente pelos outros alunos, sofrendo, muitas vezes,
preconceito.
As opiniões dos profissionais se dividem. A maior
parte deles afirma que o governo brasileiro vem criando, nos últimos anos, leis
que garantam que toda criança frequente a escola, e que se a criança ou jovem
tiver alguma condição bastante grave que a impeça de ir a escola, a escola
deverá ir até ela. Porém, associações como a APAE, por exemplo, defendem a
educação especial.
A meu ver, o maior problema nessa questão é o
direito de escolha dos pais de onde educar seus filhos. Sim, em um lugar
perfeito, a escola regular seria inclusiva com todos, independente da criança
ter algum tipo de deficiência ou não. Isso porque, somos todos diferentes.
Vamos ter necessidades, dificuldades, facilidades diferentes. E a escola
deveria acolher essas diferenças. É preciso pensar, no caso específico do
autismo, qual é a necessidade particular e a partir disso, procurar o que é
melhor pra essa necessidade.
Ainda estamos caminhando. As leis são apenas o
começo. Agora é preciso criar a possibilidade de se incluir os autistas em
nossa sociedade, e isso deve sim começar pela educação. Atender as necessidade
e diferenças de cada um, independente da criança ser autista ou não, é dever de
toda escola.
Por fim, é preciso sempre ter em mente de que cada
criança é um caso particular, e os pais são os mais indicados, sempre, para
dizer o que é melhor para seus filhos, se é uma escola regular ou se é uma
educação especial.
FONTE:
Foto: Estou Autista - Google.
Camila Gadelha
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