Curitiba, 20 de fevereiro de 2014.
Exma.
Ministra-chefe
da
Secretaria
de Direitos Humanos da Presidência da República.
MARIA DO
ROSÁRIO NUNES
DECISÃO CONADE
O Conselho Nacional da Pessoa com Deficiência – CONADE – decidiu em
encontro específico por ato de extrema infelicidade, que os Autistas, deverão
ser tratados pelos: CAPS – Centro de
Atenção Psico Social, trazendo perplexidade,
afetando pais, responsáveis e afins, pois é de conhecimento inclusive do
governo, que a instituição citada, sem capacidade e capacitação profissional
específica dos seus quadros, trará o caos para estimados cerca de dois milhões
de brasileiros inseridos nesta condição médica.
Causa-nos profunda estranheza, que o seu grupo de gestão, ao tomar essa
decisão, faz entender que não estava informado que o autismo é uma deficiência
múltipla e complexa, não podendo ser considerada no mesmo nível da
esquizofrenia e nas áreas onde as drogas interferem por ilusão química e uso
compulsivo, daí a especificidade dos CAPS.
Por outras razões, inclusive ambientais de procedimentos novos ou
adaptativos, sem especialização específica, o CAPS às vista de hoje,e num
futuro muito prolongado, deixa órfão o autista de todo e qualquer tratamento,
inclusive preexistente, interrompendo
eficácias bem como progressos duramente conseguidos, e pior,
contrariando o que institui, o próprio CONADE como colegiado, criado
para acompanhar e avaliar o desenvolvimento da pessoa com deficiência, efetivando
direitos por meio de políticas públicas adequadas, fazendo caminho contrário,
alterando inclusive o Decreto de Regulamentação da Lei 12.764/12, que instituiu a “Política
Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro
Autista”.
Tendo em vista a grave situação que materializará um quadro quadro
doloroso para os autistas, rogamos a adoção da sua serena decisão para revogar
a decisão do CONADE.
É do nosso desejo ministra Maria do Rosário, ver
seu nome gravado indelevelmente na história em favor dos menos favorecidos e
pessoas com deficiência, e não estigmatizado pelo que deixou de fazer, indispensável à vida dos
nossos filhos autistas, para que não sofram mais do que o inevitável.
Consideramos que não seria justo com V.Excia falar
no que diz respeito à imensa carência de políticas públicas necessárias aos
cuidados e proteção das pessoas na condição de autista, e o descaso do Estado
não reconhecendo essa população à deriva, sem vislumbrar um porto seguro
imposto pela vida sofrida tanto do deficiente quanto muitas de suas famílias,
pelo estigma da sociedade que se manifesta explicitamente com discriminação e
preconceito frente a eles, por isso esta mensagem rogando sua compreensão para
a ocorrência aqui exposta.
Nesta oportunidade queremos reiterar nossos
protestos de consideração e apreço ficando à sua disposição para eventuais
esclarecimentos que se façam necessários.
Atenciosamente
Nilton Salvador e...
Mais dois milhões de pais de autistas do
Brasil.
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