A partir da terapia, que tem como base a ciência do
comportamento, cria-se um programa específico para as lacunas da criança, em
que se utiliza "o reforço positivo" para se praticarem as
competências em falta
O presidente da cooperativa My Kid Up - Centro de
Intervenção Comportamental, que apoia cerca de 30 crianças autistas na região
Centro, alertou hoje para a falta de consciência das famílias da necessidade de
uma intervenção precoce.
O diagnóstico do autismo "surge cada vez mais
cedo e há cada vez mais sensibilidade", mas ainda "não há consciência
da necessidade de uma intervenção precoce na criança", por as famílias
terem "a esperança de que os problemas se desvaneçam", advertiu
Sérgio Baptista, presidente da direção da cooperativa My Kid Up.
O tratamento tardio afeta o seu sucesso e também o
desenvolvimento da criança, "porque quanto maior for a criança maior será
o problema", principalmente quando surgem crianças "em idade escolar,
que têm de frequentar as escolas e que, por isso, limita o tempo de intervenção",
explicou o responsável.
Para além da dificuldade do centro em aceder
"às crianças mais novas", sendo preferível a intervenção ser
realizada a partir dos três anos, a ajuda do Estado às famílias "não é
suficiente" e a terapia utilizada pelo centro, ABA (Applied Behavior
Analysis - Análise Comportamental Aplicada), "a única com evidência
científica quanto à sua eficácia", "não tem reconhecimento" por
parte das instituições públicas, afirmou.
A partir da terapia, que tem como base a ciência do comportamento,
cria-se um programa específico para as lacunas da criança, em que se utiliza
"o reforço positivo" para se praticarem as competências em falta.
No centro, sediado em Condeixa-a-Nova, com quatro
técnicos especializados, faz-se trabalho "individual com as
crianças", tendo também a opção da "família terapêutica", em que
há um treinamento "específico e intensivo" da família para que esta
possa intervir junto da criança.
Esta opção resulta da falta "de recursos",
mas também de técnicos, por "não existir formação na área em
Portugal", tendo os técnicos sido formados "no estrangeiro",
explicou Carla Martins, técnica responsável pelo centro My Kid Up.
A cooperativa My Kid Up promove no sábado o 2.º
Encontro My Kid Up, que se realiza no Auditório da Fundação Bissaya Barreto,
onde estará presente o docente e especialista americano neste tipo de terapia,
Thomas Higbee.
FONTE:
Por Agência Lusa
http://www.ionline.pt/artigos/portugal/falta-consciencia-da-necessidade-terapia-precoce-no-autismo
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