União Europeia perde milhares de milhões de euros
no combate a doenças
relacionadas
com alimentos e produtos químicos
A exposição diária a produtos químicos presentes em
alimentos e produtos quotidianos pode estar a custar anualmente até 31 mil
milhões de euros à União Europeia, indica um relatório divulgado hoje pela
organização Health and Environment Alliance (HEAL).
De acordo com uma nota da HEAL, problemas de
cancro, diabetes, obesidade e infertilidade poderiam ser evitados se as pessoas
reduzissem a exposição aos produtos químicos que desestabilizam as hormonas,
evitando-se, deste modo, perda de milhões de euros relacionados com estas
doenças.
Baseando-se num novo estudo, a HEAL refere que o
cálculo baseia-se numa lista de doenças e condições que os cientistas
envolvidos na pesquisa identificaram como estando "relacionadas com o
sistema endócrino".
Segundo o documento, os investigadores destacaram
nesta lista os problemas reprodutivos e de fertilidade, incluindo baixa
contagem de espermatozoides, as anormalidades do pénis e testículos nos mais
novos, o cancro da mama e próstata, os distúrbios de comportamento das crianças,
como o autismo e défice de atenção e hiperatividade, bem como a obesidade e as
diabetes.
"À exceção de países como a Holanda e Áustria,
todos os países da UE estão a enfrentar fortes aumentos de casos de cancro da
próstata e os Estados-Membros da UE da região do Leste e do Sul da Europa estão
a assistir a um aumento dramático no cancro da mama", indica a nota.
Por outro lado, "a prevalência do autismo é
agora alarmante", assinala a organização Europeia que analisa a forma como
o ambiente afeta a saúde.
No entanto, a Organização Mundial da Saúde observou
que o "fardo ambiental das doenças ligadas aos produtos químicos deverá a
estar a ser subestimada devido à falta de dados, posição que é corroborada
pelos economistas ambientais Alistai Hunt, da Universidade de Bath, e Julia
Ferguson, da Cranfield School of Management, que calcularam que os custos
totais associados com estas condições podem ascender aos 630 mil milhões de
euros por ano.
O diretor executivo da HEAL, Genon K Jensen,
considerou que "a UE deve colocar a saúde em primeiro lugar e eliminar
gradualmente estas substâncias, adotando medidas céleres que poderiam evitar
grande sofrimento humano e perda de produtividade a cada ano" na União
Europeia.
Citado na nota, o responsável referiu que a HEAL
pretende ver reformuladas as leis europeias "visando à redução da
exposição das pessoas aos desreguladores endócrinos. A UE deve também
estabelecer um calendário específico pelo qual desreguladores endócrinos devem
ser identificados e substituídos por alternativas mais seguras".
FONTE:
Lusa
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=746141&tm=7&layout=121&visual=49
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