A delação de Marcelo Odebrecht, o príncipe das empreiteiras, doador universal do sistema político brasileiro, entre outros títulos é a mais aguardada na Lava Jato. Preso há um ano, como todos os ora culpados, declarou-se inocente, e recusou-se a dedurar.
Não adiantou, foi condenado a 19,4 anos de prisão, em princípio, por corrupção, lavagem de dinheiro,associação criminosa e mais, para se livrar da cadeia já aceitou sua mais nova condição: a de delator.
Marcelo tem como alvo principal Dilma Rousseff, que teve sua campanha financiada com propina depositada no exterior, e despesas não declaradas, porém nunca teve uma relação amistosa com ela e deu no que deu.
Ao encontrar-se com Dilma no México um mês antes de ser preso, Marcelo pediu ajuda para se proteger da Lava-Jato e, advertiu-a que as investigações poderiam fulminá-la também.
Testemunhas dizem que a presidente pareceu despreocupada. Marcelo comentou que
tinha dúvidas se ela era “autista” ou “artista”, usando ambas as expressões em tom
pejorativo.
Insulto e cretinice de ofender são equivalentes senhor Odebrecht. A discriminação é originada em um preconceito, e por isso estes dois conceitos, apesar de estarem relacionados, são distintos. O preconceito pode fazer parte de uma estrutura mental. A
discriminação é fruto desse preconceito, e ainda pode ser fruto de uma personalidade intolerante, porque não aceita normas de respeito desafiando leis estabelecidas como é o seu caso.
Dilma que o senhor qualificou como “autista” procurou, achou e sofre com as doenças da alma de quem a cerca, e todos sabemos o que são. Ela não merece o elogio de ser chamada de “autista” e sabe disso. Como “artista” que pedale pelo Brasil para ver o
tamanho do buraco onde nos enfiou.
Autista sofre com os insensíveis à realidade que permeia como é o seu caso. Ele não sofre em ser o que é, porque carrega em si a pureza de criar a beleza de seu mundo à sua
forma.
Talvez Marcelo Odebrecht, sua normalidade tão “insensível e cruel” mantenha sua arrogância para falar asneira por achar bonito, aquilo que não sabe e pior, por preconceito, pois não se chama o pior inimigo de autista.
Lamento.
Nilton Salvador
Pai de autista
rosandores@gmail.com
Revista VEJA - nas bancas. Edição 2481
- 8.6.2016 - Pg.54 -
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