domingo, 25 de abril de 2010

Desagregação de Forças

A todos,
Vou re-falar minha opinião.
Os profissionais que trabalham em políticas públicas em sua IMENSA MAIORIA foram formados na área de Saúde Mental (SM) de ADULTOS.
Eles só pensam em Doença mental ou Deficiência mental - não conseguem sair disso!
A necessidade está além dessa categoria/pacote - não há solução proposta
Não entendem nada de crianças e parecem que não querem entender (atender as necessidades delas).
As políticas de SM no Brasil vazam por todos os lugares e não se consegue atender as necessidades dos adultos que matam, morrem, roubam etc - TRAZEM PROBLEMAS COLETIVOS REAIS
Crianças não trazem problemas coletivos reais - crianças nem votam!
São vocês Pais que tem que fazer isso/exigir.
Exigir o que seus filhos precisam - porque lhes será empurrado um pacote básico que não resolve a pluralidade dos afetados pelo autismo - SEUS FILHOS!
Não basta a ficha cair (como talvez esteja acontecendo), vocês tem que exigir via judicial, via mídia, via passeata, via evento, via congresso, etc.

Dr. Walter Camargos

Mensagem publicada na Lista Autismo no Brasil
25.04.2010
Foto: AAP-MG - Google

sábado, 24 de abril de 2010

Seminário Internacional sobre Autismo em BH


FUMEC realiza Seminário Internacional sobre Autismo

De 12 a 14 de maio de 2010, a Universidade FUMEC realiza o Seminário Internacional sobre Autismo, trazendo para Belo Horizonte proeminentes estudiosos do tema. O objetivo é criar um espaço de discussão e de investigação científica sobre formas de tratamento e de inclusão social do autista.

Muitas pesquisas têm permitido à sociedade conhecer melhor o autismo, um dos distúrbios do desenvolvimento humano que mais vem desafiando a ciência. Contudo, a diversidade de características que esse transtorno pode apresentar faz com que ainda haja questões a serem respondidas. O maior conhecimento sobre os procedimentos clínicos e pedagógicos voltados para o autista pode significar melhoria da sua qualidade de vida e de seus familiares, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e acolhedora.

O Seminário apresentará bases teóricas sobre o tema e experiências de atendimento ao autista, em âmbito internacional e nacional, enfatizando a formação acadêmica atual para esse atendimento.
O evento é direcionado a profissionais e estudantes das áreas de Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Pedagogia, Psicologia, Psiquiatria, Psicanálise, Terapia Ocupacional e outros que se dedicam ao cuidado com o indivíduo autista.
As inscrições podem ser feitas até o dia 11 de maio, neste portal.
Investimento:
Profissional: R$ 100,00.
Estudante: R$ 70,00 - Estudante FUMEC: R$ 50,00.
Local: Universidade FUMEC – Espaço Cultural Phoenix (Rua Cobre 200, Cruzeiro - Belo Horizonte/MG).
Mais informações: www.fumec.br/autismo / seminario.autismo@fumec.br / 0800 0300 200

PROGRAMAÇÃO

12/05 – quarta-feira
- 19h às 19h30 – Abertura.
- 19h30 às 21h – A aprendizagem não é suficiente para tratar o autismo. Jean-Claude Maleval (França) - Professor da Universidade de Rennes 2; Psicanalista, Membro da École de la Cause Freudienne (ECF) e da Association Mondial de Psychanalyse (AMP); autor do livro L’autiste et sa voix. (Tradução Simultânea).
- 21h – Jean-Claude Maleval irá autografar seus livros L’autiste et sa voix (Seuil, 2009) e L’autiste, son double et ses objets (PUR, 2009).
13/05 – quinta-feira
- 8h30 às 9h30 – Relato de um caso clínico de autismo. Paula Pimenta (Brasil/MG) – Psicanalista; responsável pelo Núcleo de Psicanálise com Criança do Instituto de Psicanálise e Saúde Mental de Minas Gerais; psicóloga do Centro Psicopedagógico (CPP) da FHEMIG.
Comentário de Jean-Claude Maleval.(Tradução Consecutiva).
- 9h30 às 10h – Intervalo.
- 10h às 12h - Transferência autística e condução do tratamento. Myriam Perrin (França) – Professora-conferencista da Universidade de Rennes 2 (Laboratório de Psicologia Fundamental e Clínica Psicanalítica). (Tradução Consecutiva).
- 14h às 15h30 – Análise do Comportamento Aplicado (ABA): uma tecnologia para maximizar o aprendizado do indivíduo com autismo. Maria Isabel Pinheiro (Brasil/MG) – Psicóloga, Psicopedagoga, Mestre em Educação Especial e Pesquisadora do Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento da UFMG.
- 15h30 às 16h – Intervalo.
- 16h às 17h30 – Sobre a escolha do sujeito autista. Inês Catão (Brasil/DF) – Psicanalista, Membro da Letra Freudiana; Psiquiatra Infantil do Centro de Orientação Médico-Psicopedagógica da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (COMPP-SES/DF).
- 17h30 – Inês Catão irá autografar seu livro O bebê nasce pela boca: voz, sujeito e clínica do autismo (Editora Instituto Langage, 2009).
- 19h às 21h – Estratégia pedagógica para o tratamento de crianças e jovens com autismo. Gunilla Helsing Heijbel (Suécia) – Pedagoga do Autismcenter for Adults. (Tradução Simultânea).
14/05 – sexta-feira
- 8h30 às 9h30
Autismo e Educação. Ângela Vorcaro (Brasil/MG) - Doutora em Psicologia e Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Mônica Rahme (Brasil/MG) – Doutora em Educação com estudos na Université Paris-Descartes e atuação nas áreas de educação especial e educação inclusiva, Professora da UNA.
Identificação de sinais de autismo em bebês – Walter Camargos Júnior (Brasil/MG) - Psiquiatra, Mestre em Ciências da Saúde e Interconsultor em Psiquiatria Infantil do Hospital João Paulo II.
- 9h30 às 10h – Intervalo.
- 10h às 12h - Autismo e relações familiares. Cláudia Chaves Martins (Brasil/Suécia) – Assistente Social do Autismcenter Barn & Ungdom.

- 12h – Encerramento.
www.fumec.br/autismo 
seminario.autismo@fumec.br

quarta-feira, 21 de abril de 2010

AUTISMO NO TRABALHO II

André Arroyo Ruiz, 30 anos,
recentemente diagnosticado com autismo


"Posso ficar furioso se alguém quebra a minha confiança"

Sempre fui questionador.
Em casa, virava referência sobre como operar qualquer aparelho. Na escola, era visto como a pessoa que era capaz de responder às perguntas mais difíceis.
Hoje sou engenheiro elétrico formado pela Universidade de São Paulo (USP) e trabalho na Europa como gerente financeiro de uma grande empresa.
No trabalho atual estava passando por um período difícil, em que sentia que não produzia como deveria, estava infeliz e sabia que meus chefes tampouco estavam felizes. Então procurei ajuda médica.
O diagnóstico (um grau leve dentro do espectro autista) foi sugerido há um ano, depois de alguns meses de acompanhamento psiquiátrico.
A conclusão é que apresento um padrão de sintomas que se assemelha muito aos sintomas encontrados no espectro autístico.
A princípio parece um diagnóstico nada conclusivo. Depois de estudar o assunto por algum tempo, porém, entendi que ainda não há um consenso científico de o que é o autismo, então muitas áreas cinzentas surgem quando alguém apresenta os sintomas de forma mais leve.
Para complicar, o grupo homogêneo mais conhecido na parte leve do espectro autístico, da síndrome de Asperger, tem características e critérios de diagnóstico muito bem definidos em crianças, porém pouco é entendido sobre como os sintomas se manifestam em adultos.
O grande problema é que os critérios de diagnóstico clássicos se baseiam principalmente em deficiências de sociabilidade e comunicação.
O fato de um portador não possuir uma habilidade social nata não significa que ele não possa aprender, por imitação ou tentativa e erro, como agir socialmente. E, de fato, os que têm maior capacidade cognitiva aprendem, com o passar do tempo, a imitar os comportamentos sociais esperados.
Desde não muito tempo, se sabe que o autismo não é caracterizado apenas por deficiências de comunicação e sociabilidade, mas por um quadro muito mais complexo de características, algumas das quais sempre persistirão no portador, como os diversos tipos de hipersensibilidade.
Depois de haver conversado com muitas pessoas diagnosticadas com algum tipo de autismo, descobri que tenho muito em comum com algumas delas, muito mais do que eu jamais imaginei que teria em comum com alguém.
Portanto, estou certo de que, independente de critérios de diagnóstico formais, os modelos, teorias e tratamentos do autismo se aplicam a mim.
Quando pela primeira vez me disseram que eu tinha depressão, minha mãe ficou chocada. Eu, comecei a rir... Ela não me entendia, porque ela não pensa de uma forma autista, objetiva: O fato de um médico falar que eu tenho depressão não muda ou piora meu problema, porém identificar o problema como sendo algo relativamente comum e bastante estudado pode ajudar muito a achar uma solução.
Por isso comecei a rir, fiquei feliz de meu problema ter um nome, de ser algo conhecido. Depois de algum tempo descobri que na verdade eu não tinha exatamente uma depressão em si, mas um sintoma associado ao autismo que pode apresentar um quadro muito parecido com depressão.
Quando o psiquiatra falou do autismo, minha reação imediata foi a mesma, fiquei feliz.
Algumas horas depois, porém, comecei a pensar em toda minha infância, e a imaginar se muitos dos problemas que tive na verdade não eram tão normais e comuns quanto eu pensava, mas eram consequências do fato de eu ser "diferente".
Não sei o quanto minha mãe já aceita a idéia, mas, a princípio, ela não acreditava no diagnóstico.
A primeira coisa que o psiquiatra notou foi a minha forma exageradamente precisa falar o que é um problema de comunicação, já que prezo mais a precisão que o entendimento.
É comum as pessoas não entenderem os termos e conceitos que uso.
Havia outros sintomas, como minha capacidade de descrever, com precisão e riqueza de detalhes, tudo o que sentia, de sensações físicas a emocionais, e as hipersensibilidades diversas: tecidos duros ou ásperos podem me incomodar muito, comidas com certas texturas ou cheiros são insuportáveis, posso notar barulhos que ninguém mais ouve e a luz pode incomodar.
A hipersensibilidade pode ser emocional também. Alterações mínimas no tom de voz de uma pessoa podem me fazer sentir como se a pessoa estivesse gritando ou brigando comigo.
Entendo de forma literal muito do que escuto, ou pelo menos passa pela minha cabeça a interpretação literal como uma das possibilidades de entendimento.
Nos casos mais graves de autismo, a pessoa pode ser incapaz de entender metáforas, por exemplo.
Descobri que pessoas com autismo tendem a apresentar níveis de estresse irregulares ao longo do dia, ao contrário da maioria das pessoas, que apresenta um ciclo diário bem definido de níveis de estresse, atenção e sonolência.
Tendo a pensar primeiro nas minhas vontades em situações que envolvem mais pessoas, às vezes ignorando o que pode passar pela cabeça delas ou como elas podem se sentir.
Se disser a alguém que vou fazer algo, me sinto mal se os planos mudam. Ao mesmo tempo, posso ficar furioso ou muito triste se alguém quebra minha confiança (descobri que pessoas com autismo tendem a ser extremamente leais).
Desde cedo mantive meus chefes informados de tudo o que descobria e, sabiamente, eles entendiam o problema e tentavam adaptar a forma de trabalhar. Para eles, assim como para mim, descobrir os problemas é a chave para poder aproveitar melhor as vantagens que minha condição proporciona. Com alguns colegas comentei sobre algumas das descobertas.
É curioso que os colegas em quem também identifiquei traços de autismo, ou de algum tipo de transtorno de ansiedade, são os mais céticos: Para eles também, ser diferente é normal, e eles não querem acreditar que as minhas diferenças (e logo as diferenças deles) podem ser tão grandes que podem pertencer a algum distúrbio psiquiátrico.
Nesse cepticismo, vi dois colegas que eu acreditava apresentarem depressão serem demitidos, enquanto se recusavam aceitar o problema e procurar ajuda.

Foto do Arquivo Pessoal
Gazeta do Povo 28/03/2010

AUTISMO NO TRABALHO I

Quando a assistente social do grupo SBS Adriana Amaral informa a algum gerente que ele vai receber um funcionário com deficiência que não seja física, ela costuma ouvir a pergunta: “Qual é a possibilidade de ele surtar no meio da loja?”
A resposta não muda: “A mesma possibilidade da assistente social surtar no meio da loja”.
O grupo para o qual Adriana trabalha é formado por 150 lojas, onde hoje estão empregadas 123 pessoas com os mais variados tipos de deficiência.
Uma das lojas é a Centauro do Shopping Estação, onde conhecemos Diego Mendonza de Melo, 24 anos.
Todos os dias, ele segue de Piraquara de ônibus até Curitiba para trabalhar, o que faz com um constante sorriso nos lábios. Enquanto atravessa o shopping, cumprimenta os funcionários que encontra e é chamado pelo nome. Figura simpática, ele conta que gosta de trabalhar e, contrariando os sintomas do autismo, também adora conversar.
Quem encontra Diego pode perceber que ele tem um comportamento infantilizado para seu tamanho e idade, mas dificilmente alguém acerta o seu diagnóstico.
Dentro do espectro autista, que se divide em graus mais ou menos severos, Diego estaria entre aqueles com menor comprometimento cognitivo. No entanto, a maior parte das pessoas com graus não tão severos de autismo nem ao menos conhecem o transtorno porque não foi diagnosticado.
“É mais fácil fazer o diagnóstico em casos mais graves, naqueles em que a deficiência men­­tal e o comportamento bizarro estão presentes. No caso dos aspergers (os chamados de alto funcionamento, com inteligência normal ou acima da média) é bem difícil”, diz o psiquiatra Estevão Vadasz, coordenador do Pro­­jeto Transtorno do Espectro Autista do Hospital de Clínicas, em São Paulo.
Para serem contratados pela Lei de Cotas, como é conhecida a lei que estabelece um número mínimo de pessoas com deficiências em grandes empresas, além de ter autismo, a pessoa precisa ter algum grau de deficiência intelectual, ou mental, assim como acontece com a Síndrome de Down.
Entretanto a inclusão não deve ser feita apenas pela lei, mas por uma questão social, conforme a psicóloga Julianna de Matteo, da Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape), ONG que atua no atendimento e na defesa de direitos de pessoas com deficiência. “O preconceito que as pessoas com autismo sofrem hoje vem da falta de conhecimento da sociedade. Pouco nos interessam as cotas, trabalhamos para a conscientização das empresas para a responsabilidade social”, afirma. A Avape oferece “palestras de sensibilização” em empresas sobre o potencial das diferentes deficiências. “No caso do autismo, alguns têm uma inteligência específica impressionante e facilidade para aprender.” Para que tenham sucesso, no entanto, é preciso que as empresas se ajustem às necessidades específicas daquele funcionário, pois cada pessoa com autismo é diferente da outra, assim como são diferentes suas necessidades, limitações e qualidades. “Os empregos devem levar em consideração os traços da síndrome e as características pessoais. Muitos são extraordinários em algumas áreas, mas é preciso empenho para que possam trabalhar no que gostam”, explica Estevão Vadasz.
Diego trabalha como ajudante de loja, ora no caixa, ora no estoque ou ajudando vendedores. Em seu tempo livre, navega no serviço de mapas do Google e, por causa disso, conhece de cor o mapa de ruas de cidades onde nunca esteve como Londrina.
Nas ruas de Curitiba, poderia andar de olhos fechados, e segue sonhando com o dia em que conseguirá entrar na faculdade e trabalhar como guia turístico.

Gazeta do Povo - 28/03/2010 -
Reportagem: Adriana Czelusniak
Foto: Hedeson Alves/ Gazeta do Povo

terça-feira, 20 de abril de 2010

SONHOS OU PESADELOS - Novo livro da Liê -

Olha aí a Liê, mãe do Gabriel Gustavo – o autista. Ele dando voltas na vida, ela as voltas com a vida.
Depois de Vivendo Sonhos, agora ela nos concede  Sonhos ou Pesadelos, um enquadramento sobre fantasias que podem transformar nossa vida comum em aventura.
Neste seu novo livro Liê mais parece um chafariz espargindo gotas de energia.
Poetisa de inspiradora e inegoista bondade, pariu mais um filho para que possamos juntos interpretar a vida tão carente de compreensão.
Em Sonhos ou Pesadelos, Liê nos ensina o caminho para despertar no melhor dos mundos.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

AUTISTAS - Os Pequenos Notáveis


Dificuldades de diagnóstico e avaliações mais criteriosas, ética, competência pedagógica, algumas reflexões sobre o preconceito e a atuação da psicologia, readequação de ambientes, interrupção de execução de serviços apropriados por falta de profissionais ou familiares, nem tanto de maneira privativa, mas global à natureza do autista, são preocupações que se intensificam.

Os avanços sociais educacionais imaginados por teóricos põem em curso a regulamentação da profissão de médico, gerando discussões, colidindo com outras da área de saúde estabelecidas em todos os seus aspectos, considerando o autismo como um fenômeno bio, psico, portanto mental e físico e mais, afetivo e biológico porque abarca as questões neurológicas e genéticas.

O médico, sem generalizar, somente ele e não estando em pauta a sua especialização, estará revestido de poder para formular o diagnóstico nosológico, ou seja, das enfermidades em geral e ainda, classificá-las a partir do seu ponto de vista pessoal, já que a capacidade de cada um não é uma verdade absoluta.

Para tratamento do autista, o médico terá que exercer a integralidade de outras profissões que agem no contexto dele, sem fragilizar a psicologia nas suas atribuições, pois que classificada como item de tratamento multiprofissional, não se deve prescindir da sua atuação.

Nos atuais centros de atendimento educacional especializados, complementar ou suplementar, os autistas e deficientes da mente já são tratados com avançadas estratégias utilizadas por psicólogos e educadores diversificados, orientando compreensão para si mesmo.

No cotidiano, o atendimento a criança ou adolescente autista já tem programas que garantem seus direitos com abordagens construtivistas e sócio-interacionistas, utilizando-se da filosofia de que o ser humano se desenvolve no ambiente familiar e social, frente a estímulos contínuos por respeito ao autoconhecimento das suas limitações.

É bem possível que mesmo Leo Kanner não tenha pensado o quanto instituições, profissionais e especialistas teriam que trabalhar na derivação da sua proposta, em busca de caminhos que levassem ao encontro de soluções para o autismo, após sua descrição na década de 40 do século XX.

Para acompanhar o comportamento em sua diversidade, com sensibilidade e conhecimento, os profissionais poderiam considerar a aplicação de metodologias com base no senso lúdico do autista, levando em conta o prazer que ele apresenta na participação do processo educacional, revelando a diversidade que permitirá a participação eventual no seu imaginário a partir da família.

Raramente um autista demonstra que retém ensinamentos. São mais comuns os registros das suas rotinas diárias serem constatadas mais tarde ou inesperadamente reveladas, depois de uma espécie de maturação pelo mesmo, sem que ele tenha demonstrado interesse pelo que lhe foi ensinado.

Médicos e especialistas, poderiam se reunir com educadores e pais, para discutirem soluções sobre as dificuldades que os autistas têm para compreender a evolução do ensino, principalmente nos aspectos afetivos e educacionais.

Quando a família é incorporada ao processo terapêutico do autista, de acordo com a orientação de psicólogos e educadores em conjunto com as dinâmicas de reflexão e conhecimento de cada área afim, essa interação se tornará o elo que facilitará a integração minimamente ideal para o aluno.

Diferentes designações conceituais têm sido aplicadas para a educação inclusiva, pois quando se trata de autismo, ela aparece apenas como mais uma nova nomenclatura direcionada para o aluno, surpreendendo o educador que de especialista em uma deficiência, antes da nova diretriz de ensino, agora precisa ter formação mais ampla.

Entendendo que criar conceitos na mente significa compreender, e decodificar significa reconhecer, o processo educacional de inclusão é o passo que possibilita o tratamento de deficiências, em conjunto com as novas metodologias que contribuem para a diminuição dos efeitos da síndrome do autismo, vistos como impeditivos para o progresso do aluno que deixou de ser paciente.

As escolas brasileiras devem cultivar a partir de agora, e que ninguém duvide disso, um novo olhar, acolhendo a todos como estudantes e não doentes, defendendo-os como uma arma poderosa de combate ao preconceito em favor de todas as pessoas com deficiência.

O desafio não é viver, isso é natural, o desafio é conviver, completaria... É ser, fazer e aprender.

Durante a vida inteira o autista fica subjugado pela ditadura da genética, crescendo física e fisiologicamente, sem parar, mas mesmo em idade avançada, quando não tem mais nada para crescer, continua a aumentar o tamanho do nariz para não esquecer o mau cheiro do preconceito, por que não há projeto de vida para ele com perspectiva de vida, lazer, educação, trabalho, vida sexual e velhice...

Reflexões, debates de ações e responsabilidade social devem ser tão obrigatórias quanto à inclusão em qualquer planejamento pedagógico, pois incluir não significa diferenciar atividades para deficientes autistas ou não, mas sim aceitar a oportunidade para tentar solucionar o seu problema.

O sistema brasileiro de educação é o primeiro entre muitos países, que determina o ensino regular aos alunos com deficiência intelectual, deficiências sensoriais, altas habilidades, deficiência física e transtornos invasivos do desenvolvimento, fazendo a erradicação das “classes especiais”, ampliando a perspectiva salutar da educação inclusiva.

Embora absolutista em tese, que os médicos continuem executando com dedicação os prognósticos, raciocinando diagnóstico, visando assegurar saúde e reabilitação das pessoas.

A vida do autista até pode ser fácil, mas a convivência que é o desafio maior, pelo fato de ter que viver com o outro, mesmo que indiretamente, desenvolvendo a tolerância, o perdão e seu senso de solidariedade entre outros, comprova que onde há sentimentos não existe aprendizado dissociado da prática.

Os autistas estão aí, mostrando que vieram para fazer parte do todo, exclusivamente abrindo caminho para que os pesquisadores façam provas dos insucessos pontuais das ciências transitórias, que entrecortadas pelo êxito das suas limitações têm, e nada mais são do que humanas.

Únicos em emoções e sentimentos, os autistas são pequenos notáveis, não nascem prontos, são moldados e guiados para apresentarem similaridade comportamental pelo menos entre os ditos normais.

Foto: goulbourmms

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Santos 10 x Cidadania 0

Aproveitando para surfar na onda da boa fase que atravessa, a diretoria do Santos Futebol Clube resolveu levar o time para uma visita beneficente ao Lar Espírita Mensageiros da Luz, que ampara crianças com paralisia cerebral.
Suas principais estrelas, entre elas Robinho, Neymar, Ganso, Fábio Costa, Durval, Léo, Marquinhos e André, recusaram-se a descer do ônibus que os conduzia, com base na revoltante desculpa de que seu caráter religioso os impedia de fazê-lo, já que a instituição de amparo para pessoas com deficiência professa a Doutrina Espírita.
Enquanto isso, os atletas menos votados fizeram à distribuição de ovos de chocolate oferecidos por um patrocinador do clube, para celebrar a Páscoa, desprovidos da preocupação em colidir sua religião com a filosofia praticada pelo Lar Espírita de Assistência à Paralisia Cerebral.
Para que não haja injustiça, é bom que se diga que ninguém falou se os colegas de clube que praticaram a atitude caridosa foram informados que a sua condição religiosa poderia provocar colisão ideológica com a filosofia da instituição, ou ainda que paralisia cerebral seja uma doença contagiosa, pois quem entrou no jogo foi à intolerância religiosa dos jogadores estrelados, que se dizem evangélicos, escancarando a discriminação e o preconceito contra aqueles deficientes.
Preconceito é a idéia.
Discriminação é a idéia colocada em "prática".
Um exemplo: em algum momento você pode não gostar de uma pessoa com determinada característica, feia ou bonita, bizarra ou estigmatizada, esse é um preconceito.
A partir do momento que você passa a insultá-las ou qualquer outro tipo de atitude pejorativa, é a discriminação.
Ao sentirem o impacto do gol que haviam marcado contra si mesmos, a turma que preferiu o abrigo do ônibus, correu até a sua diretoria acostumada a todos proteger, principalmente quando está em jogo a conveniência financeira, organizando um rápido contra-ataque, apelando para a proteção de “todos os santos” e inclusive de alguns hereges da imprensa esportiva, defensora dos seus atos falhos.
É comum ver jogador de futebol, sem generalizar é claro, visto pela hipocrisia de que ele é um infeliz necessitado, porque geralmente vem da pobreza, inclusive quando desprezam aqueles que não pediram para nascer deficiente e são amparados pela caridade de uma casa espírita, onde quem sabe o ovo de chocolate seria um lampejo de alegria por demais esperada.
Tristemente constatamos que aqueles que se acuaram no ônibus recusando-se a prestar um ato de caridade, ganharam reportagens protetoras, falsas matérias solidárias, enquanto aqueles que lá estiveram, não importa se contra sua vontade ou por obediência a hierarquia, sequer foram citados, o que evidencia discriminação dentro da própria classe.
Tinha razão o Wanderley Luxemburgo quando disse uma frase que é oportuníssima neste momento: “é preciso tomar cuidado com essa cristianização no futebol”.
O que dizer do espetáculo dantesco proporcionado por estes “atletas de cristo” que não quiseram descer do ônibus?
Há quem diga que depois desse lamentável acontecimento sob todos os aspectos, os protagonistas dessa ópera bufa voltaram ao Lar Espírita Mensageiros da Luz para uma nova visita. Nunca é tarde para se redimir. Quem sabe nas tentativas de amenizar o vexame comprometedor, pensaram nos seus filhos que um dia lhes cobrariam uma explicação pela arrogância.
Uma antiga música diz assim num dos seus versos: “magnífica é a escola de bola de um homem chamado Pelé”. De vez em quando eu a cantarolo.
Quando canto, meus filhos que conhecem Pelé e Santos dele pela história e algumas imagens me estigmatizam.
Ficam falando que eu nunca torci pelo Santos. Era mesmo torcedor do Pelé. Geração do Pelé, e mais, que ele parou em 1973 no Brasil contra a Ponte Preta porque não tinha mais o que fazer aqui, e depois foi jogar no Cosmos de New York, onde até 1977 ensinou os norte-americanos o que era bola.
Divirto-me com a brincadeira sadia.
Trinta e poucos anos depois, surgem alguns arremedos de Pelé, algumas imitações, que mesmo não querendo ser rigoroso, são efêmeras.
O preconceito e a discriminação variam pela maneira com que cada jornalista, colunista, apresentador de rádio ou televisão se expressa e, principalmente quando exterioriza o desprezo por determinados grupos portadores de alguma deficiência, da mente ou não, encontrado em determinada situação, como fizeram estes jogadores do atual Santos Futebol Clube.
O Santos de hoje tem lá suas virtudes com seu futebol irreverente, quem sabe até pela mediocridade dos rivais.
Infelizmente não dá para comparar
Nada igual a Pelé, nem ao time dele.
Nem em educação.
Que pena.

terça-feira, 30 de março de 2010

100 ANOS DE UM HOMEM CHAMADO AMOR

Feliz Páscoa aos que descobrem Deus escondido numa compota de figos em calda ou no vaga-lume que risca um ponto de luz na noite desestrelada. E aos que aprendem a morrer, todos os dias, para os apegos de desimportância e, livres e leves, alçam vôo rumo ao oceano da transcendência. LC=FB

segunda-feira, 29 de março de 2010

O QUE É O AUTISMO ?

Eros Daniel - Autista - 34 anos
Observe o olhar interrogativo.
Mãos na normalidade.
Os critérios diagnósticos para Autismo são usados universalmente.
A Associação Psiquiátrica Americana (APA) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) (1995) uniformizaram o diagnóstico do "Transtorno Autista" e dos outros "Transtornos Invasivos do Desenvolvimento".
A partir de 1995 propõem-se os critérios da DSM-IV e o código da CID-10.
No Brasil a classificação oficial a partir de janeiro de 1996 é: CID-10
CID-10 - Organização Mundial da Saúde
DSM-IV – Organização Mundial da Saúde
AMA - Site sobre a abrangência do espectro autista, com clareza solar.
Em 1943 o psiquiatra Leo Kanner, descreveu em uma publicação científica onze casos clínicos de crianças com "distúrbios autistas de contato afetivo" e apresentou a primeira tentativa teórica para explicar tal alteração.
Utilizou o termo "autista" para caracterizar a natureza do transtorno que consiste na limitação das relações humanas e com o mundo externo.
Autismo provém da palavra grega "autos" que significa " em si mesmo".
Nos casos descritos por Kanner foram levantados os seguintes sintomas básicos: Isolamento
Insistência obsessiva em manter rotinas
Tendência a ter centros de interesse limitados.
Eros Daniel - autista - 34 anos
Observe o estereotipo nos dedos da
mão esquerda que a câmara captou.

DESCREVENDO O INDESCRITÍVEL

De acordo com a National Society for Autistic Children, por definição da ciência médica: AUTISMO é uma inadequacidade que se manifesta de maneira grave, durante toda a vida.
Acomete cerca de cinco entre cada dez mil nascidos e é quatro vezes mais comum entre meninos do que meninas.
É uma doença identificada em todo o mundo e em famílias de toda configuração racial, étnica e social.
Desde 1943 quando foi descrita, até nossos dias, não se conseguiu provar nenhuma causa psicológica no meio ambiente do portador do AUTISMO ou o que possa causá-lo.
Na literatura o Autismo pode se revestir de grande beleza e ficção, nascida da capacidade criativa de cada um.
Também pode ser a vestimenta para transmitir experiências vividas que, parecem tão ricas, a ponto de impor a necessidade de ser compartilhada.

domingo, 28 de março de 2010

Crianças Índigo




 Durante o vendaval de previsões caóticas e utópicas que varreu o final do século XX, até o fim do mundo foi previsto com data e hora marcada, porém, com ressalvas: ficava combinado que esse fim não seria total. Provavelmente algumas lutas e confrontos próprios da humanidade chegariam ao final, catástrofes seriam pontuais, mas nada definitivo.
Sendo assim, os profetas do apocalipse que especularam sobre o final dos tempos na transição para o terceiro milênio, ganharam o seu dinheirinho, mas foi suado para convencerem alguns sobre o que ia acontecer.
Mas o assunto não parou por ali.
Escritores sobre autoajuda publicaram um livro narrando fatos e observações sobre as “Crianças Índigo”, que estavam chegando ao mundo a partir da década de 70, a partir da expressão cunhada por uma parapsicóloga, caracterizando as crianças que tinham a aura azul se destacando das demais.
O mundo inteiro impregnado de mazelas assistiu o parto do novo milênio com ordem, esperança e espiritualidade renovada.
Já no início do novo milênio, o assunto das crianças que se diferenciavam das demais pelo seu comportamento de rebeldia e hiperatividade muito peculiar pegou fogo, igual em capim seco, em todo o mundo.
As crianças índigo começaram a ser observadas por psicólogos, psicoterapeutas e pedagogos, pois alguns luminares do comportamento humano já decretavam a opção pelo mecanicismo protocolar do apoio médico.
Felizmente outros segmentos da psicologia concluíram que se tratava de uma nova geração, pois as crianças de aura azul possuidoras de alto nível de inteligência, não podiam ser confundidas com outras portadoras de distúrbios comportamentais, principalmente aquelas que reencarnaram em massa a partir dos anos 80 do século passado.
A criança índigo tem absoluto controle do que faz. É rebelde, não gosta de esperar, não é capaz de permanecer sentada determinado tempo, não demonstra medo de nada, e não teme ameaças. Com elas não se consegue fazer chantagens emocionais.
Seus sistemas neurológicos são diferenciados por isso mesmo os pais não devem tratá-los precipitadamente nas suas avaliações.
Quando a confusão se apresentar deve-se procurar orientação apropriada e ter a sensibilidade de perguntar o que eles estão vendo ou sentindo.
Dêem ouvidos a elas. Concedam a elas a oportunidade de ensinarem o modo de compartilhar seus atributos espirituais.
O desafio da educação de uma criança índigo pode passar pelo método Montessoriano ou Waldorf onde a pedagogia consiste em amor a criança, e não a um adulto em miniatura como estamos acostumados a ver na mídia que só induz à ganância.
A criança índigo matriculada em escolas convencionais tornam-se praticamente insuportáveis. Depois de diagnosticadas, seus responsáveis devem impedir a todo custo submetê-las ao imediatismo das drogas de obediência, onde seu cérebro carregado de substâncias químicas fica acessível, mas ela vai perder a espontaneidade e mais tarde na adolescência certamente derrapará na drogadição por necessidade.
É inevitável a verdade de que o mundo a partir da 2ª Guerra Mundial passa por mudanças expressivas e rápidas, principalmente com as gerações jovens.
A igualdade social e profissional da mulher com os homens. O interrelacionamento familiar onde tudo foi substituido por você, no tratamento com os pais. O relacionamento sexual irresponsável do filho ou da filha que denominam de ficar.
O pai, além de ausente, agora divide as obrigações com a esposa para garantir o sustento do lar e os adultos de maneira abrangente trazem valores morais às crianças sobre qualquer assunto.
No Livro dos Espíritos a Lei do Progresso submete tudo e a todos à incessante evolução, sempre compreendida pelo homem.
Não é de se estranhar que a atmosfera fica mais limpa após as tempestades e o solo mais generoso.
Sendo assim no mundo físico, porque seria outra a sistemática quanto à Humanidade?
Podemos citar o espírito Erasmo em O Livro dos Médiuns: “Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma falsidade, uma só teoria erronea.”
André Luiz, na série “A Vida No Mundo Espiritual” conta notícias de auras e cores, em vários dos seus 13 livros psicografados por Chico Xavier e alguns junto com Waldo Vieira.
Em “Os Mensageiros”, no capítulo 24, quando se refere a um Espírito evoluído — Ismália, em preces —, com luzes diamantinas que do tórax irradiavam todo o corpo. Dois outros Espíritos que acompanhavam Ismália estavam quase semelhantes a ela, “como se trajassem soberbos costumes radiosos, em que predominava a cor azul”.


Divaldo Pereira Franco no seu livro A Nova Geração: A visão Espírita sobre as Crianças Indigo e Cristal, acredita que já temos uma juventude que está fazendo a transição do mundo de provas e expiações, para o nível de mundo de regeneração.
Em nossos dias, podemos concordar com o mais humilde dos cientistas, que o tempo e o espaço se encontram tão intimamente ligados que é inconcebível um viver sem o outro.
Na Codificação do Espiritismo nada há sobre “crianças índigo” no entanto, em se tratando de transição planetária não conheço nenhuma religião ou sistema que trate desse assunto com tanta propriedade, pelo que concordo em ter as crianças índigo sob o abrigo da Doutrina dos Espíritos.
Estou sugerindo assim que os irmãos de ideal espírita devem refletir se devem aceitar ou não o que se diz sobre as crianças índigo.
Deixo claro que nada me autoriza a fazê-lo em nome do Espiritismo
Devemos dar aos nossos filhos o máximo de atenção, pois eles nos abençoarão por isso. Devemos amá-los incondicionalmente. Abençoá-los vigorosamente, pois conosco eles estão compartilhando a paz, harmonia e alegria.
Sejam eles Índigo, Cristal, ou não.

terça-feira, 23 de março de 2010

Estado do Paraná Recusa INCLUSÃO

O governo do Estado do Paraná está encaminhando à sua Assembléia Legislativa um projeto de lei que tornará permanente a política de manutenção das escolas de educação especial, depois de ter anunciando a prorrogação por mais três anos do convênio com as atuais escolas mantenedoras.

Isto significa que o governo paranaense não cumprirá a Lei de Diretrizes e Bases, que trata da Educação Especial, implantando a educação inclusiva preferencialmente na rede regular de ensino, para pessoas com necessidades educacionais especiais, desafiando a posição do Ministério de Educação e Cultura, que é pelo fechamento das escolas, inclusive das APAES, para consequente inclusão dos alunos deficientes no ensino regular.
O Paraná tem próximo de quatrocentas instituições mantenedoras de escolas de educação especial, que são entidades filantrópicas em convênio de cooperação técnica e financeira com a Secretaria de Estado de Educação, dez escolas municipais e três – pasmem - somente três escolas públicas.
Com o advento da Educação Inclusiva, em implantação, as escolas regulares e seus docentes, além de resistirem à reciclagem para atualização pedagógica, ainda não estão preparados para receber alunos com deficiência, daí o principal ponto de resistência contra a nova metodologia, ratificando a desinformação de que quase tudo o que acontece no universo da educação no Brasil é improvisado, pois integrantes do sistema manifestam a desconfiança de que os novos especialistas em educação ameaçam às suas posições conservadoras equivocadas ou no mínimo desatualizadas.
Politicamente correto ou não, o governo paranaense está sendo elogiado por se recusar a implantar a diretriz da educação inclusiva, não vendo contrassensos na iniciativa da manutenção das escolas de educação especial.
Cabe perguntar o que aconteceria se o governo paranaense tivesse cumprido os ditames da lei e no prazo regulamentar que tiveram para maturação do projeto da educação inclusiva, cujo prazo definitivo para implantação expira antes do final do ano.
Especialistas em educação especial aceitam a aplicação da educação inclusiva, condicionando que a escola regular tenha além de uma estrutura na área de educação formal e de saúde, conte com médico, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, e outros especialistas inseridos no contexto, o que em princípio torna economicamente inviável qualquer projeto educacional, uma vez que o custeio seria debitado na conta dos pais, já exauridos de recursos para manutenção dos cuidados necessários aos seus filhos deficientes, da mente ou não.
Na proposição do governo do Paraná, o projeto vai assegurar a manutenção das escolas de educação especial no futuro, pois será uma política de Estado, e mais, não está sendo “politicamente incorreto” em não implantar a educação inclusiva, enquanto reconhece a importância dela.
A coordenação pedagógica de educação especial e inclusão educacional explica que não é contra a política do Ministério de Educação e Cultura, pois o projeto paranaense, além de fazer uma inclusão responsável, sem discriminação e preconceito, estará atendendo as especificidades das crianças.
O senador Flávio Arns, reconhecidamente opositor ao modelo de educação inclusiva previsto pelo governo federal, elogia o posicionamento do governo paranaense, lembrando que colocar o aluno deficiente no ensino regular, tão somente, independentemente da dificuldade, é desnecessário, pois que as escolas de educação especial em funcionamento e as APAES têm competência reconhecida em todo o mundo.
No Paraná não poderia ser diferente, afirma o senador, exemplificando o caso do seu filho “que tem deficiência mental, sempre estudou em escola especial. Hoje, com 35 anos, ele trabalha, mas com supervisão”, conta o senador.
A inclusão a fórceps sem a preparação institucional, segundo Evelise Portilho, professora do curso de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e especialista em Psicopedagogia e Educação Especial, fará com que o aluno com necessidade especial acabe mais excluído do que antes.
O educador português José Pa¬¬checo autor do livro Caminhos para a Inclusão e mentor da Escola Ponte – em funcionamento há 33 anos em Portugal, conhecida por ter rompido com o ensino tradicional ao não dividir os alunos em séries e turmas –, é categórico: “Colocar crianças e jovens com deficiências especiais em escolas que não estão preparadas é um faz de conta da inclusão. É criminoso”, opina.
De acordo com ele, o resultado será uma sensação de inferioridade para esses alunos e um sentimento de frustração para os professores, que não se sentem capazes de ensinar.
Para José Raimundo Facion, autor do livro Inclusão Escolar, uma via de mão dupla, a política adotada pelo Paraná é sensata. “Todo mundo concorda que a discriminação não pode existir, mas, para pessoas com deficiências mais complexas e invasivas, o fato de estar na educação formal não é prioridade na vida delas. Elas têm outras necessidades”, opina.
No Paraná, a decisão sobre que tipo de escola deve ser encaminhado o aluno com necessidade especial é tomada em conjunto pelos pais, especialistas e eventualmente pelo próprio estudante.
Que discutam... Que briguem... Que xinguem... Mas que cheguem a determinados parâmetros para que nossos filhos sofram menos.
Enquanto isso nós, pais portadores da Síndrome da Paciência, oremos, esperando que o bom senso prevaleça.

EVENTOS EM COMEMORAÇÃO

Faça sua Parte - 1º de abril - Não é Mentira

Na noite de 1 de Abril o prédio Empire State em NY estará acesso com luzes azuis em conscientização sobre o Dia Internacional do Autismo em 2 de Abril.

Estão urgindo e repassando a campanha no resto do mundo para que todas as pessoas possam acender uma luz azul em suas casas. Outros prédios por todo o país e o resto do mundo estará acendendo luzes azuis.Coisas que se pode fazer para ajudar na conscientização o do autismo:
Usar o pin azul com o desenho de uma peça de quebra cabeça durante todo o mês de abril e quando as pessoas perguntarem você pode falar sobre o autismo e o porquê você esta vestindo.
Mudar as fotos do Orkut e perfil no twitter ou facebook com a peça azul de quebra ou com o logo da campanha light it up: Blue e repassar para 10 amigos.
Digitar todos os seus emails em AZUL e colocar o logo Light It Up Blue na assinatura durante todo o mês de Abril.
No dia 2 de Abril vestir uma peça de roupa azul, camiseta ou calça e pedir pra seus amigos, familiares ou colegas de trabalho pra vestir também e tirar fotos e repassá-las, pra gente aqui no grupo também! Se possível colocá-las nas galerias do Flickr, Orkut, twitter,facebook .
Cozinhar um bolo com o desenho da peça de quebra-cabeça Azul, preferência todo em azul e levar pra escola, pro trabalho e dividir com seus amigos explicando o porquê.
Existem várias maneiras de participar! O importante é fazermos nossa parte para divulgar o máximo pra conscientização o e um futuro melhor pros nossos pequeninos.

quinta-feira, 18 de março de 2010

APADEM NO DIA MUNDIAL DA CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO


PROGRAMAÇÃO
Segunda- dia 29/03 – 19:00
Tema do dia: Irmãos de Autistas
Abertura: Apresentação de Maria Clara Portela (teclado)
Exibição do filme Black Balloon –
Comentários Dra Erica V. Lacerda (Fonoaudióloga)
Local: Auditório SME (Secretaria Municipal de Educação/VR)
Rua Santa Helena, nº.22 – Niterói- Volta Redonda
Terça –dia 30/03 – 14:00
Tema do dia: Divulgando o Autismo
Caminhada, Panfletagem e Divulgação na Mídia
Concentração: Praça Brasil – Vila Santa Cecília
Quarta –dia 31/03 – 18:00
Tema do dia: A Arte Autista
Exposição de telas de pessoas com Autismo
Artistas: SEMEIA, Escola Dayse Mansur, Escolas Inclusivas, entre outros, de todo o Brasil.
Local: Auditório da SME
Sexta- dia 09/04- 14:00
Tema do dia: A Nutrição dos Autistas
Mini palestra, mini oficina, degustação e venda de produtos sem glúten e sem caseína
Nutricionista responsável: Lívia Eller
Local: Sede da APADEM
Rua Beira-rio ,413- Voldac- VR
Sábado- dia 10/04- 18:00
Tema do dia: O Autismo
Palestra: Autismo e a Importância do Diagnóstico Precoce Palestrante: Monica Accioly (Rio de Janeiro).
Fonoaudióloga, Membro fundador e Coordenadora Técnica da Associação Mão Amiga/RJ
Homenagem: Entrega da placa “Prefeito Amigo dos Autistas”
Ao Exmo Sr. Prefeito Municipal Antonio Francisco Netto.
Local: Auditório da SME
foto: Google

terça-feira, 16 de março de 2010

A CURA DO AUTISMO – Parte?!?!? ... Listas

A pergunta que não deve calar.
Não existe medicação para a cura do autismo, apenas para administração de alguns sintomas dele, já catalogados pelas Neurociências.
Os autistas trabalhados em conjunto com uma boa equipe multidisciplinar e o apoio integrado com os Pais, eliminam as preocupações em relação ao meio, ficando para combate o preconceito e a discriminação.
Pais de autistas necessitam de muito conhecimento espiritual, estudar afins, reforço da fé racionada, esperança acalentada no trabalho e dando amor é que conseguirão suplantar a oportunidade de progresso do filho ou da filha.
Aprendemos observando e sentindo que para educar um autista, é educar-se em relação a eles, e não é necessário ser professor.
Temos exigências, logo descobrimos que somos educadores e isto nos deixa em estado de graça.
O autista é aluno e simultaneamente nosso professor. Sua máxima é que ele ensina rapidamente, coisas para viver e coisas para nos dar prazer.
Pela decorrência de um longo processo de amoroso trabalho, "Ô meu Deus" como é bom ler Priscilla Siomara, Mônica Accioly, Vó Mara, Fausta, Claudia Marcelino, Cris, Lena, Wannya, Cláudia Moraes, Liê, Sergia Cal, Yvonne Falkas, Valéria e tantas outras aqui e ali, com suas variações sobre o mesmo tema.
Todas "Mães Excepcionais", integrantes de uma odisséia de rara beleza, cumpridoras dos seus papéis, sem serem coadjuvantes, mas com atuações honestas e divinas.
Vocês todas, Amadas do Caminho, são extensionistas que continuam se doando e contribuindo sabe Deus a que preço para levar nossos filhos autistas a participar da vida cotidiana e ao bem estar da família, mesmo que vez por outra pelo imediatismo social ou o inconformismo, sejam injustiçadas e incluídas entre os menos interessados pela causa.
Nesta interação não há discriminação, há somente a dignidade em honrar o ser humano como único compromisso.
Uma vez me disseram que eu gostava de sofrer só por que me envolvi demais com a síndrome. Entendi que sofria sim, mas não por mim, pois que emprestava o sofrimento dos outros e os metabolizava. Tinha muito para dizer, mas não sabia como falar.
Falar é com a voz de perto, mas escrever é dizer alguma coisa mudamente, de longe. O falar ouve-se com os ouvidos, mas o dizer escuta-se com o pensamento igual vocês costumam fazer.
Alguém registrou que o confronto com o Autismo, nos leva a ficar entre a benção e a maldição.
Benção porque as mínimas coisas simples que dele resultam, podem ser grandiosidades que nos levam a euforia.
Maldição porque nós, pais de autistas somos ambiciosos.
A dor para nós é mais intensa, por que sofremos de complexo de superioridade, pois não admitimos o contrário no enfrentamento da síndrome.
Remédio para o autismo existe, sim.
São vocês, "Mães Excepcionais" realizadas no prazer de preservar seus filhos, provocando expurgos para garantir sua autoridade invariavelmente enfraquecida pela falta de legitimidade de quem as critica.
E cura também.
Na Luz e na Paz

Texto do autor já publicado
Foto=Google

sábado, 13 de março de 2010

Exposição de Arte Autista na APADEM


APADEM
(Associação de Pais e Amigos do Deficiente. Mental)
31/03/2010 - na Secretaria Municipal de Educação de Volta Redonda/RJ.
Todos que conheçam um autista que faça pintura em tela e que queira participar, pode nos colocar em contato com a família, ou escola.
Todos os quadros doados serão vendidos, e a renda revertida para a Associação, que desenvolve trabalho em prol das famílias de autistas.
Esta ação condiciona a doação e envio das telas.
A exposição além da divulgação dos trabalhos e do autismo estará contribuindo para a inclusão social do autista.
Para maiores informações, fale conosco:
Claudia Moraes (APADEM/VR)
Fone: 55 (24) 3337-3683