segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Novela Amor à Vida - Ator Rodrigo Andrade e considerações finais

Um dos galãs da nova geração da TV, Rodrigo Andrade, o Daniel da novela Amor à Vida (Globo), conta que torce por um final feliz entre o seu personagem e Perséfone (Fabiana Karla).  Perto do desfecho do folhetim, o ator diz que o trabalho na novela de Walcyr Carrasco tem um significado especial na sua carreira, pois permitiu que ele passasse mensagens relevantes sobre o autismo e também sobre o preconceito contra as mulheres com excesso de peso.
Mesmo imerso nas gravações da novela, ele já vislumbra mais trabalho para os primeiros meses deste ano, quando pretende lançar o CD 30 Anos, dando continuidade à carreira musical, que é uma de suas paixões desde a infância. Em mais esse projeto, ele conta com uma torcida especial, da namorada,  a empresária Joyce de Paulo.
Amor à Vida está caminhando para a reta final. Daniel conseguirá reconquistar Perséfone e assim ter um final feliz ao lado da enfermeira?
RODRIGO ANDRADE – Acho que o Daniel merece, acima de tudo, um final feliz. Vejo um amor mal resolvido entre ele e Perséfone. Mesmo após o término e com possíveis novas relações, os dois ainda vivem um em função do outro, ficam se provocando, fazendo ciúme... (risos). Torço para que deixem o orgulho de lado, conversem e sigam felizes juntos! Confio muito no trabalho do Walcyr e sei que, qualquer que seja o final, será excelente.
Em pleno horário nobre, seu personagem se casou com uma mulher que foge do estereótipo do corpo perfeito. Você acredita que essa era a mensagem que o autor queria passar?
RODRIGO – Além da questão de quebrar os estereótipos, que é muito importante, ele tem também outras questões interessantes: a da irmã com autismo (Linda, interpretada por Bruna Linzmeyer), por exemplo. Aprendi desde cedo a respeitar o próximo e as diferenças, mas quando trabalhamos em tramas assim, recebemos muitas mensagens de pessoas que, de fato, passaram pela situação. Nós aprendemos sempre com essa troca. Nunca tive muito contato com o tema autismo e a novela me trouxe essa oportunidade. Sou grato por isso. O autismo está mais presente do que a gente imagina, mas é tão pouco divulgado que, às vezes, nem a própria família sabe identificar. Acho que novela é entretenimento, mas é também uma ferramenta muito eficiente de alerta e conscientização. E é ótimo fazer parte disso!
Para você seria um problema se casar com uma mulher gordinha, como Daniel fez com Perséfone?
RODRIGO – Eu não teria preconceito nenhum em assumir ou me casar. Tem tantas outras coisas que são mais relevantes e importantes do que o peso, que é até difícil entender como isso, para algumas pessoas, é tão gritante.
Mas o preconceito contra mulheres com excesso de peso existe ainda...
RODRIGO – Infelizmente, existe e eu pude constatar isso com o personagem. Muita gente chega para compartilhar experiências parecidas com as que assistiram na novela.
Qual foi o maior desafio que você enfrentou com o personagem? Teve alguma cena especial?
RODRIGO – Acho que um grande desafio é sempre o começo, a construção do personagem. O Daniel, de uma forma geral, é gente como a gente. Então tem de haver sutileza nas atitudes, não é nada caricato. Tinha acabado de sair do Berto (da novela Gabriela, de 2012), um mau-caráter de marca maior, sem escrúpulos e sentimentos, para entrar de cabeça no Daniel, que é boa-praça. Para mim, como ator, foi excelente.
Você já tinha trabalhado com Walcyr Carrasco em Gabriela. Qual a importância de Amor à Vida na sua carreira?
RODRIGO – Uma novela das 21h, com um personagem desses, com um autor como Walcyr e um elenco talentoso, não teria como não somar muito na minha carreira. Um dos meus maiores desejos é seguir uma trajetória sólida e ter muitas boas oportunidades de mostrar meu trabalho para o maior número possível de pessoas.
Você e Caio Castro são superamigos e dividem a mesma casa. Como conseguem morar no mesmo espaço sem conflitos? Seguem algumas regras para terem uma boa convivência?
RODRIGO – Sou melhor na cozinha, gosto de cozinhar, mas, por outro lado, sou desorganizado; chego em casa e vou jogando tudo. O Caio (Castro) é mais organizado do que eu, ele acorda e arruma a cama dele. Eu não, se vou dormir à noite, não vejo motivo para arrumar a cama (risos).
Depois de Amor à Vida, o que seria um personagem desafiador em novelas?
RODRIGO – Adoraria interpretar, por exemplo, um personagem com algum distúrbio psicológico, que confunda, intrigue. Ou algum que tenha duas caras ou mais para um lado esquizofrênico, em um nível grave, de não conseguir diferenciar imaginação de realidade.
Você nasceu em Altinópolis, uma pequena cidade do interior de São Paulo. Hoje, está em uma novela da Globo, no horário nobre. Tinha imaginado chegar tão longe?
RODRIGO – Sempre sonhei alto e sou muito otimista, então sempre espero o melhor.
Por não conhecer ninguém no meio artístico, provavelmente, foi complicado para você conseguir chegar às novelas. Em algum momento passou pela sua cabeça desistir?
RODRIGO – Às vezes passam pensamentos ruins pela nossa cabeça, com certeza. Mas eles nunca duraram tempo suficiente para me guiar para a desistência.
Após o final de Amor à Vida, você pretende voltar a investir na carreira musical? Algum outro projeto como ator?
RODRIGO – A carreira musical nunca esteve de lado, música é uma grande paixão, desde criança. Neste ano, lanço meu CD 30 Anos e o meu primeiro videoclipe. Vocês podem aguardar muitas novidades!
Atualmente, você namora a empresária Joyce de Paulo. Qual é o segredo para ter uma relação feliz? Ela comenta as cenas de Daniel e sai a favor de Perséfone?
RODRIGO – Ela torce muito pela minha felicidade e sucesso e vice-versa. Acho que isso é muito importante em uma relação.
FONTE:
Agência ESTADO


sábado, 11 de janeiro de 2014

Crianças com autismo serão cadastradas



Foto: Google.
     A partir de agora, assim que uma criança for diagnosticada com autismo em Campo Grande, ela deve passar a fazer parte de um cadastro único da prefeitura. 
       Para isso, profissionais da saúde e da educação devem ser sensibilizados sobre os sinais de riscos de autismo.

     
      Quando diagnosticadas com a doença, as crianças devem ser cadastradas para receber tratamento. As estatísticas devem estar disponíveis para averiguar a evolução da doença.

Fonte:Patrícia Belarmino
    Campo Grande - MS.


          

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A ciência bossa-nova


Alysson Muotri

Como seria essa “ciência bossa-nova”?


Cheguei a conclusão de que se realmente tivesse essa oportunidade, mudaria muita coisa. O método cientifico tem sido eficaz, é verdade, mas lento. Descobrimos o principio fundamental da genética, evolução, biologia molécula, etc. Com isso, fomos capazes de curar diversas doenças, prever processos biológicos complicados entre outras coisas. Porém, ainda sinto que estamos bem pra atrás em diversas áreas, como por exemplo no entendimento do cérebro. A ciência tem sido lenta por diversas razões, incluindo interesses financeiros, egocentristas e falta de visão cooperativista. Então, penso que a ciência poderia ser ainda mais eficiente se fosse otimizada seguindo algumas dessas idéias que listo abaixo.

Começaria por fazer a ciência um patrimônio da humanidade. Seria a real ciência sem fronteiras, aonde não haveria conhecimento restrito por barreiras territoriais. O fim da ciência “nacional” seria acompanhado por um esforço mundial, aonde grupos de cientistas trabalhando numa mesma área usariam de ferramentais virtuais para dividir resultados antes de serem publicados. Obviamente que esse tipo de parceria iria gerar questionamentos sobre os direitos autorais ou mesmo royalties gerados por produtos oriundos dessa pesquisa. Não quero causar a impressão que sou a favor de uma ciência comunista, não é isso. Argumento que da mesma forma que hoje já existem consórcios mundiais que conseguem resolver a questão financeira, as consequências da ciência mundial seriam voltadas para o bem da humanidade, portanto o produto final seria igualmente dividido entre os grupos participantes.

A forma de publicar também deveria ser seriamente alterada. Na minha visão “bossa-nova” existiriam apenas três jornais, de livre acesso, funcionando como uma dinâmica forma de blog. A submissão dos trabalhos é uma só, direta. Manteria a revisão por pares, mas abriria o processo para deixá-lo mais transparente. Além disso, incluiria comentários da comunidade em geral. A diferença entre publicar no jornal X em relação ao jornal Y seria apenas de caráter classificatório: trabalhos que descrevem um novo fenômeno (exploratórios), aqueles que propõe uma nova teoria baseando-se em alguns dados e trabalhos que provem uma hipótese (mecanisticos). A própria comunidade cientifica se encarregaria de julgar qual a classificação dos trabalhos através de votos online. Essa classificação ajudaria os outros cientistas (que não são necessariamente daquela área), a julgar como os resultados publicados permitiram a avançar o conhecimento.

Acabaria de vez com a estabilidade do pesquisador em universidades ou institutos de pesquisa públicos, fazendo com que o processo seja o mais meritocrático possível. Além disso, dividiria os pesquisadores em categorias como administrador, executor e teórico. Todos teriam o mesmo treinamento, mas escolheriam a carreira a seguir basendo-se naquilo que gostam mais de fazer. Hoje em dia, a maioria dos pesquisadores fazem tudo junto, não necessariamente da melhor forma possível. A última categoria seria a de professor, encarregados de passar o conhecimento e não necessariamente gerá-lo. Sei que todo tipo de classificação é, de certa forma lúdico, e portanto não imagino que essas classes sejam rígidas, mas flexíveis, mutáveis. Poderíamos até dispor de um serviço rotacional.

Outra parte que eu alteraria seria o financiamento para pesquisas. Acho que todo pesquisador que começa deveria receber um “startup” rico o suficiente para deixá-lo independente por um certo período. Depois disso, o volume de financiamento para determinado grupo ou pesquisador seria modulado em relação a produtividade. Já sei, alguém vai dizer que produção é difícil de se julgar. Concordo que seja difícil, mas não podemos esquecer que conhecemos apenas no esquema atual. Ao eliminarmos a perfumaria dos jornais (impacto, nome, grupo editorial, etc) conseguiríamos ter uma visão mais clara da contribuição do pesquisador, pois estaríamos julgando qualidade do conhecimento gerado.

Enfim, é impossível criar um modelo de ciência novo o suficiente que deixe de lado todos os problemas anteriores. Também é impossível criar o modelo ideal. Mas o exercício de imaginar um mundo cientifico mais eficiente, pode incitar discussões  interessantes entre gerações de cientistas que tem o poder de fazer alterações significativas no sistema.

FONTE:
G1