quarta-feira, 12 de março de 2014
terça-feira, 4 de março de 2014
Autismo e tendências suicidas podem ser potencializados caso o pai tenha tido o filho com idade mais avançada
Uma pesquisa americana afirmou que a idade do homem quando
se torna pai pode afetar diretamente a saúde dos filhos. Segundo o estudo, o
fator idade do pai está ligado ao desenvolvimento de autismo, esquizofrenia,
transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, bipolaridade e
comportamentos suicidas, além de aumento nas tendências do filho, quando jovem,
ser mais propenso a um maior consumo de entorpecentes.
Estes
problemas seriam causados pelas mutações naturais que a idade causa nos
espermatozoides. Porém, na questão emocional, ser pai com mais idade pode
facilitar o relacionamento com os filhos, de modo que haja mais equilíbrio e
estabilidade na relação.
A pesquisa foi
realizada na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, e contou com
colaboração internacional do Instituto Karolinska, na Suécia, e é tida como um
dos mais aprimorados e bem planejados estudos já realizados sobre o tema. Ao todo,
foram pesquisadas 2,6 milhões de pessoas, incluindo filhos nascidos do mesmo
pai em períodos curtos e mais longos.
Riscos de
doenças chegam a ser 25 vezes maiores
Outros
fatores, como a educação dada pelos pais, foram pesquisados para conhecer a
relação entre eles e os problemas de saúde. Entre os resultados detectados
quando a comparação foi entre filhos com pais de 45 anos e de 24 anos, os
primeiros foram detectados com três vezes mais chances de desenvolver autismo,
13 vezes mais risco de transtorno de déficit de atenção com hiperatividade e
2,5 mais probabilidade de transtorno bipolar.
Além disso, as
crianças de pais mais velhos têm, segundo o estudo, o dobro de chances de terem
desordem psicopática, 2,5 vezes mais risco de desenvolver comportamento suicida
ou problemas com drogas e desempenho escolar inferior.
Os números
assustam por serem muito maiores do que os já apresentados em outros estudos,
mas o risco geral, de acordo com os cientistas, permanece baixo. Ou seja, a
idade não é um fator determinante para o desenvolvimento dessas e outras
doenças, e esses casos representam apenas uma pequena parcela da população.
FONTE:
http://www.noticiasbr.com.br/autismo-e-tendencias-suicidas-podem-ser-potencializados-caso-o-pai-tenha-tido-o-filho-com-idade-mais-avancada-137712.html
Foto: Google.
Foto: Google.
segunda-feira, 3 de março de 2014
A quem possa interessar!
Eu sou mãe, eu tenho três filhos.
Meu terceiro filho tem autismo, mas isso não o
define.
Ele é uma pessoa, tem essa deficiência, mas tem
capacidades também, tem vontade de melhorar, de progredir como qualquer jovem
de sua idade.
Meu filho
tem 19 anos e não fala. Ele não teve o diagnóstico precoce, nem ajuda
precoce. Tudo faltou quando o autismo apareceu em nossa vida, tudo, menos a
esperança.
Tentei coloca-lo em escolas que não o aceitaram,
dizendo que não estavam preparadas para isso. Profissionais da área da saúde
também não estavam preparados para isso, ninguém estava...
Eu não sei se eu mesma estava preparada, mas o certo
é que MÃE sempre acaba se preparando, de um jeito ou de outro.
Em pouco tempo eu fiquei sabendo que o BRASIL não
estava preparado para nossas crianças, os autistas.
Então pensei no que fazer em uma terra de
despreparados, onde ninguém sabe o que fazer com nossos filhos, como fazer como
diagnosticar, como tratar, como educar...
Era uma boa pergunta... Sem resposta...
Em pouco tempo encontrei companheiros para
empreender uma luta que ficaria na história do autismo no Brasil.
Não sabíamos no que ia dar, mas o certo é que de
alguma forma precisávamos começar.
Toda luta nasce da indignação e a nossa não foi
diferente. Indignados com a ausência de tudo, o silêncio do poder público, a
dor de famílias inteiras sofrendo pelo isolamento e preconceito e nenhum apoio
do poder público.
Assim nasceu nossa luta, EM DEFESA DO AUTISTA
BRASILEIRO!
Ulisses da Costa Baptista me foi apresentado por
Eloah Antunes e entre nós se estabeleceu uma grande amizade e companheirismo.
Tínhamos em comum o filho com autismo e a vontade de lutar pela melhoria de
vida e tratamento adequado para todos.
Levantamos essa bandeira e hoje o país tem a lei
12.764/12!
Temos um exercito de seguidores pelo país e esse
número aumenta a cada dia, de forma assustadora.
Não sabemos onde vai parar tudo isso, quando os
números que hoje são de 1 para 50 nascimentos, venha a ser de 1 para 1, pelo
que se desenha no decorrer dos anos...
Hoje lutamos por um DECRETO que regulamente nossa
tão suada e sofrida lei, que nos custou noites de sono e dinheiro do escasso
orçamento doméstico para viagens a
Brasília, em audiências e visitas à gabinetes, socorrendo o projeto de lei cada
vez que algo o ameaçava...
Fazendo isso, socorríamos os autistas, a esperança,
a única luz no fim do túnel para DOIS MILHÕES DE BRASILEIROS!
Esse mesmo DECRETO, caros senhores, corre o risco
de jogar por terra o trabalho de anos, de pais que sonharam em ajudar seus
pares, sonharam em tirar do "despreparo" um país injusto, onde os
excluídos não tem vez!
Um órgão que deveria nos apoiar, estar conosco
irmanados, nos trai e altera a minuta colocando um item que nos joga ao ponto
de partida.
O CONADE, Conselho Nacional da Pessoa com
Deficiência, pede vistas do decreto e no item "C" propõe: fortalecer
e qualificar a rede de atenção psicossocial para o atendimento da pessoa com
transtorno do espectro autista."
Esse é o lugar onde jamais queremos ver nossos filhos.
Autistas são PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, diz a Convenção da ONU de 2008 e nossa
lei 12.764/12!!!
CAPS ou RAPS como queiram, são para DOENÇAS MENTAIS
E DEPENDENCIA QUÍMICA. Nunca para autismo. Nossos filhos são pessoas em
situação de VULNERABILIDADE EXTREMA, não podem ser expostos a ações de pessoas
com estado alterado de consciência, seja por álcool ou crack ou cocaína etc., etc.,
etc.
Frequentemente crianças autistas sofrem abuso por
estarem expostas a perigos como esse e o CONADE não teve o mínimo de ponderação
ao inserir esse item no nosso decreto.
Deus, onde vamos parar!
Queremos um lugar seguro para o tratamento de
autistas, onde sejam protegidos e tratados realmente, com profissionais
especializados, como garante a lei e os direitos humanos e nossa constituição!
Não permitam que nossa luta seja inglória!
Solicito a supressão urgente desse item, pelo bem
do país, por respeito a uma luta honesta e nobre que durou anos e anos e
principalmente, pelo bem de DOIS MILHÕES DE BRASILEIROS!
Berenice Piana
Mãe de uma pessoa com autismo
Por repasse: VIVÊNCIAS AUTÍSTICAS
Nilton Salvador
Pai de autista
domingo, 2 de março de 2014
sábado, 1 de março de 2014
Estudo explica por que autismo é mais comum em homens
Os homens têm
maior risco de distúrbios de desenvolvimento neurológico – do cérebro e do
sistema nervoso, como por exemplo o autismo – do que que as mulheres. As
estatísticas médicas são claras. O que não era claro era a origem da diferença.
Um estudo que analisou milhares de casos demonstrou agora que o motivo da
diferença está na genética.
Os cérebros de
homens e mulheres têm várias diferenças, e isso vem da fase de desenvolvimento
da infância em diante.
E mutações
genéticas, ou seja, modificações nos genes, podem criar desordens, distúrbios
no desenvolvimento neurológico.
O que se viu
agora é que as mulheres têm mais resistência do que os homens quando se trata
de acumular mutações genéticas nocivas. Os «defeitos» nos genes que bastam para
causar os problemas precisam de estar em bem maior quantidade nas mulheres para
produzir o mesmo efeito nocivo nos homens.
«Este é o
primeiro estudo de, que modo convincente, demonstra uma diferença a nível
molecular entre rapazes e raparigas que foram para uma clínica por conta de um
distúrbio de desenvolvimento», afirmou um dos líderes do estudo, Sébastien
Jacquemont, da Universidade de Lausanne, na Suíça. O trabalho está publicado na
última edição da revista científica American Journal of Human Genetics.
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Diga NÃO ao CONADE
Curitiba, 20 de fevereiro de 2014.
Exma.
Ministra-chefe
da
Secretaria
de Direitos Humanos da Presidência da República.
MARIA DO
ROSÁRIO NUNES
DECISÃO CONADE
O Conselho Nacional da Pessoa com Deficiência – CONADE – decidiu em
encontro específico por ato de extrema infelicidade, que os Autistas, deverão
ser tratados pelos: CAPS – Centro de
Atenção Psico Social, trazendo perplexidade,
afetando pais, responsáveis e afins, pois é de conhecimento inclusive do
governo, que a instituição citada, sem capacidade e capacitação profissional
específica dos seus quadros, trará o caos para estimados cerca de dois milhões
de brasileiros inseridos nesta condição médica.
Causa-nos profunda estranheza, que o seu grupo de gestão, ao tomar essa
decisão, faz entender que não estava informado que o autismo é uma deficiência
múltipla e complexa, não podendo ser considerada no mesmo nível da
esquizofrenia e nas áreas onde as drogas interferem por ilusão química e uso
compulsivo, daí a especificidade dos CAPS.
Por outras razões, inclusive ambientais de procedimentos novos ou
adaptativos, sem especialização específica, o CAPS às vista de hoje,e num
futuro muito prolongado, deixa órfão o autista de todo e qualquer tratamento,
inclusive preexistente, interrompendo
eficácias bem como progressos duramente conseguidos, e pior,
contrariando o que institui, o próprio CONADE como colegiado, criado
para acompanhar e avaliar o desenvolvimento da pessoa com deficiência, efetivando
direitos por meio de políticas públicas adequadas, fazendo caminho contrário,
alterando inclusive o Decreto de Regulamentação da Lei 12.764/12, que instituiu a “Política
Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro
Autista”.
Tendo em vista a grave situação que materializará um quadro quadro
doloroso para os autistas, rogamos a adoção da sua serena decisão para revogar
a decisão do CONADE.
É do nosso desejo ministra Maria do Rosário, ver
seu nome gravado indelevelmente na história em favor dos menos favorecidos e
pessoas com deficiência, e não estigmatizado pelo que deixou de fazer, indispensável à vida dos
nossos filhos autistas, para que não sofram mais do que o inevitável.
Consideramos que não seria justo com V.Excia falar
no que diz respeito à imensa carência de políticas públicas necessárias aos
cuidados e proteção das pessoas na condição de autista, e o descaso do Estado
não reconhecendo essa população à deriva, sem vislumbrar um porto seguro
imposto pela vida sofrida tanto do deficiente quanto muitas de suas famílias,
pelo estigma da sociedade que se manifesta explicitamente com discriminação e
preconceito frente a eles, por isso esta mensagem rogando sua compreensão para
a ocorrência aqui exposta.
Nesta oportunidade queremos reiterar nossos
protestos de consideração e apreço ficando à sua disposição para eventuais
esclarecimentos que se façam necessários.
Atenciosamente
Nilton Salvador e...
Mais dois milhões de pais de autistas do
Brasil.
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Autismo: infinito particular
População brasileira com espectro autista margeia 2
milhões, e nós ainda não os conhecemos
Livia Vieira Psicóloga |
“Em alguns
instantes sou pequenina e também gigante. Vem, cara, se declara, o mundo é
portátil pra quem não tem nada a esconder, olha minha cara. É só mistério, não
tem segredo. Vem cá, não tenha medo”. O trecho entre aspas foi retirado de
Infinito Particular, canção escrita em parceria entre Marisa Monte, Arnaldo
Antunes e Carlinhos Brown. Os compositores tem em comum a sociabilidade, são
comunicativos e livres de diagnósticos disfuncionais, mas a letra poderia muito
bem retratar a percepção de mundo de um indivíduo com transtorno do espectro do
autismo (TEA) – desordem que compromete o desenvolvimento e afeta cada paciente
de forma singular.
Para Laísa Acioly, mãe de Lavínia, de 07 anos, foi
visível que sua criança era diferente das demais. “Já bebê, seus olhos nunca
cruzavam com o olhar dos amigos e parentes que a visitavam. Quando entrou na
escola, percebi que não se reunia aos coleguinhas na rodinha para ouvir as
histórias quando a professora chamava”, lembra. Por atuar na área da saúde,
desconfiou que a evolução da filha não seguia correspondente ao considerado
natural e procurou auxílio com diversos profissionais, sem muito sucesso no
diagnóstico até aproximadamente seis meses depois.
Lavínia estava com a idade de 3 anos e 4 meses, e
uma resposta: era uma criança com espectro autista. Os próximos passos,
enxergou a genitora, incluíam conscientização e conhecimento das limitações
conexas ao resultado e meios para melhora da qualidade de vida.
Qualificar alguém com TEA ainda é complicado, pois
inexistem exames específicos para resultar num diagnóstico preciso. A psicóloga
do Hapvida Saúde, Lívia Vieira, comenta que é comum haver falhas dos
profissionais na conclusão de uma análise exata. “Existem crianças que são
falsamente classificadas com autismo, pois apresentam um comportamento mais
reservado, ficam muito tempo na televisão ou apegados aos estudos, e até pela
falta da presença assídua de adultos”, afirma.
O inverso também é possível. Há casos em que a
leigalidade dos pais confunde a falta de interação social e as demais
características com timidez, retardando as oportunidades de acompanhamento
evolutivo.
Embora as características sejam unânimes, seu
desenvolvimento varia de quadro para quadro. “Frieza sentimental, dificuldade
no contato visual e na comunicação, principalmente pela fala, solidão
voluntária e resistência a comandos verbais são alguns dos sinais que levam a
identificar o distúrbio”, descreve Lívia Vieira. A manifestação desses indícios
acontece ainda nos primeiros meses de vida.
Para a afirmação de pessoa com espectro de autismo,
ampara-se à comparação ao disposto no Dicionário da Saúde Mental (DSM),
produzido pela Associação Americana de Psiquiatria. A última revisão, publicada
em maio e atualizada após 13 anos, que resultou na quinta edição do documento,
sofreu mudanças quanto às definições estabelecidas ao transtorno.
O DSM-5 engloba o autismo clássico, o transtorno de
Asperger, o transtorno invasivo do desenvolvimento e o transtorno
desintegrativo da infância numa única condição – transtorno do espectro do
autismo –, antes diagnosticadas reservadamente. Quanto à gravidade da desordem,
nenhuma citação é feita à listagem popularmente utilizada, que classifica como
grau “leve”, “moderado” ou “severo”, desconsiderando o caráter oficial dessa
divisão. Mas entende-se, em consenso, por níveis 1, 2 ou 3, de acordo com as
limitações e possibilidades de cada.
Mais
comum que se imagina e por vezes despercebido, o TEA acomete uma em cada 110
pessoas e tem caráter congênito, ou seja, é adquirido pelo bebê ainda na
gestação. Os dados são reciclados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças
(CDC, sigla em inglês), dos Estados Unidos, já que ainda é impossível traçar um
panorama em semelhantes proporções no Brasil. Um estudo publicado em 2010
estima, no entanto, com base no Censo de 2000, que meio milhão de brasileiros
eram portadores à época. Em números atuais, a estimativa é que tenha
quadruplicado, embora a proporção permaneça 4 para 1 – incidência no gênero
masculino sobre o feminino.
Toda
construção psicológica do paciente sofre mudanças, refletidas em suas ações
perante a sociedade, independente da idade. É comum que toda criança desponte
uma personalidade limpa, sem máscaras. Na fase adulta, podemos fingir ou
manipular, o que na psicologia é conhecido como persona. Esta faculdade o
autista não possui.
Com
Lavínia, Laísa passou por experiências que comprovam a transparência e
espontaneidade do comportamento. Ela recorda um acontecimento em que todos os
funcionários e clientes de um centro de compras pararam para observar uma
agitação que direcionava à porta de entrada. “Ela não compreende que cada
escada rolante tem um sentido, e quis descer na mesma em que subiu. Como
repreendi a ação, ela começou a gritar. São momentos de birra que para quem
convive se tornam corriqueiros, mas quem está de fora, estranha, principalmente
por desconhecer o atraso que a criança possui”.
O
modo de extravasar e agir também são afetadas. O autista não aguenta esperar
muito tempo numa fila nem decidir qual roupa quer vestir ou dizer o que está
com vontade de comer. Até as brincadeiras ocorrem de forma diferente. “Se um
menino brincar com carrinhos, não vai ser forçando seu rolamento no piso ou
disputando qual possui a maior velocidade, mas sim empilhando-os ou
ordenando-os”, exemplifica a psicóloga do Hapvida Saúde.
Esta inocência leva a atitudes que podem ser
prejudiciais, como brincar com terra, expondo-se a germes e doenças, e até
repetitivos atos de introduzir o dedo no nariz e em seguida na boca. A
orientação de Lívia é advertir. “Tudo que faz mal deve ser evitado. O
responsável não pode consentir com essas práticas, mas a abordagem é parte
importante para obter resultados satisfatórios. Gritar ou agredir fisicamente
não é o método correto de instrução, em nenhuma situação”.
Com acompanhamento contínuo e trabalhando da
maneira adequada, a reinserção na sociedade passa a ser uma etapa conclusiva.
Não a final. “TEA não tem cura, portanto, a estrada é longa e permanente.
Entretanto, a colaboração dos que o cercam deve começar com o entendimento que
uma pessoa com espectro autista é, antes do ‘espectro autista’, uma pessoa”,
finaliza Lívia Vieira.
Como o Brasil enxerga o espectro do autismo?
Em dezembro de 2012 foi sancionada pela presidenta
Dilma Rousseff a Lei nº 12.764, que institui a Política Nacional de Proteção
dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, considerando “com
deficiência, para todos os efeitos legais” qualquer cidadão brasileiro com
espectro autista. Assim, a lista de benefícios estenderam-se principalmente nos
âmbitos da saúde, educação e assistência social, fornecendo suporte para que as
famílias garantam melhores oportunidades ao seu ente.
Dentre as principais mudanças estão a garantia de
que escolas regulares não possam negar matrícula a um espectro autista, sob
penalizações que vão de multa até afastamento de cargo; estímulo a
desenvolvimento de carreira profissional em empresas com quadro de funcionários
superior a 100; acesso a medicamentos, nutrientes e atendimento
multiprofissional, incluindo admissão irrefragável em planos de saúde; e
capacitação de mão-de-obra especializada, assim como dos pais e responsáveis.
Para Maryse Suplino, psicopedagoga e fundadora da
filial brasileira do Instituto Ann Sullivan, referencial no atendimento a
pessoas nessa condição, a aprovação dessa Lei foi uma vitória. “Os Direitos
deles estão fortalecidos. Um dos Artigos diz que compete ao poder público a
responsabilidade por tornar públicas informações relacionadas ao transtorno, e
esse é um importante benefício para eles: o entendimento da sociedade”, coloca.
Na ficção
Nos últimos meses, o tema passou a ganhar destaque
na mídia após a novela “Amor à vida” apresentar uma personagem, Linda,
interpretada pela atriz Bruna Linzmeyer, com as características do transtorno.
Maryse Suplino conta que ela pode representar sim
algumas pessoas com TEA, mas não a totalidade. “Cada quadro é único. Dentro do
imaginário social, e realidade só é retratada se tiver todas as
características, mas eles podem ser completamente diferentes entre eles.
Enquanto uns apresentam fragilidade verbal e desapego a rotina, outros podem
desenvolver uma melhor oratória e serem dependentes das ações repetitivas. E
tem quem some as disfunções”, afirma.
Questionada quanto ao relacionamento que o autor
Walcyr Carrasco apostou para a personagem, e a consequente oposição da família,
a doutora comentou que é uma reação corriqueira.
“Existe a dificuldade de aceitar a possibilidade,
esse é o fato. Mas uma pessoa com espectro do autismo em sua fase adulta ou até
na adolescência pode vir a participar de um relacionamento afetivo, assim como
qualquer pessoa na sua idade. E é preciso aceitar e incentivar isso, do mesmo modo
que a imersão no mercado de trabalho, liberdade para percorrer a cidade
utilizando transportes públicos ou qualquer outro papel que ela demonstre
aptidão e vontade de exercer”, orienta.
O drama de linda conquistou o Brasil, mas ela não é
a primeira a retratar o assunto na ficção. Em “Rain Man” (1988), Dustin Hoffman
garantiu sua segunda estatueta do Oscar ao representar um autista com
habilidades atípicas de cálculo e memória eidética (popularmente conhecida como
memória fotográfica). Os sintomas também são observados em Sheldon Cooper, um
dos protagonistas de “The Big Bang Theory”, e em Max Braverman, de
“Parenthood”, ambos seriados com alguns das audiências mais expressivas nos
Estados Unidos.
Nem
o cinema de Bollywood ficou de fora, utilizando como cenário o drama do 11 de
setembro, onde o indiano com autismo Rizwan Khan, vivido Shah Rukh Khan, é
confundido com um terrorista e preso.
FONTE:
http://www.tribunahoje.com/noticia/94556/cidades/2014/02/19/autismo-infinito-particular.html
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