Tratamento ágil para autista
O informativo, que foca em crianças de 0 a 3 anos, contém tabela com os
principais sinais de alerta do transtorno. Quanto mais cedo for identificado o
problema, maiores as chances de melhora da criança.
O documento facilitará a
tarefa dos profissionais de saúde de identificar a doença para encaminhar os
pacientes a médicos especializados.
Esta é a
primeira iniciativa pública específica para o autismo que, só no Brasil, atinge
mais de 500 mil pessoas, de acordo com o Censo de 2000.
Dificuldades
de interação, sensibilidade exagerada a determinados sons e objetos, além de
respostas negativas a mudanças de rotina são algumas características de autismo
citadas no documento, que será distribuído em todas as unidades de saúde do
país. Uma vez identificados, os pacientes receberão tratamento adequado ao
nível de gravidade.
Em casos mais
sérios, serão encaminhados a Centros Especializados de Reabilitação (CERs), que
terão profissionais capacitados para tratar o transtorno. “Ao todo, serão
investidos R$ 41,2 milhões ao ano para o custeio dos CERs”, aponta o secretário
de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães. Segundo o ministério, hoje existem 22
CERs em construção, 23 em habilitação e 11 convênios com entidades que
receberão repasse do ministério para esse atendimento.
O psiquiatra
infantil da UFRJ Fábio Barbirato explica que os sintomas começam a se tornar
visíveis quando a criança tem entre 1 e 2 anos de idade, e que o diagnóstico
precoce é fundamental. “Se for descoberta antes dos 3 anos, a doença tem 80% de
chances de melhora. Até os 5 anos, essa taxa é de 60% e, após os 5, ela cai
para 40%”. De acordo com o especialista, o diagnóstico é feito através da
observação do psiquiatra, por isso a escolha do profissional deve estar bem
embasada.
O próximo
passo, segundo o Ministério da Saúde, é o desenvolvimento de uma cartilha com
linguagem acessível aos pais de pessoas com autismo. A conclusão do programa
deve ser feita até 2014.
SINAIS DE
ALERTA PARA O PROBLEMA
DE 6 A 12 MESES
Crianças sem o
transtorno começam a atender ao serem chamadas pelo nome, o que não ocorre em
autistas. Eles costumam ignorar a chamada e só reagir se alguém os tocar ou
insistir na chamada.
DE 1 ANO A 18
MESES
É uma fase de
explorar novos sabores e texturas, e as crianças autistas podem ser muito
resistentes a essas mudanças. Esse problema tende a persistir em outras
situações cotidianas.
DE 18 MESES A 2
ANOS
Em casos de
autismo, a criança não mostra ou dá objetos a seus cuidadores, a menos que
queira suprir uma necessidade imediata. As demais crianças interagem com o
responsável espontaneamente.
Indivíduos com
autismo não fazem distinção de gênero e número, e podem apresentar algumas
dificuldades na fala.
A voz é geralmente aguda e mais infantil que a da
maioria.
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