Notícias sobre os estudos do cientista brasileiro
Alysson Muotri --que "curou" células autistas com um hormônio
--correram rápido entre as associações de pais de crianças autistas.
No mês passado, algumas delas se organizaram para
que o biólogo ministrasse uma palestra em São Paulo.
"Rezamos por ele. Não perdemos a esperança de
que um dia surja a cura", disse Berenice Piana, ativista que luta por
direitos de crianças portadoras do transtorno.
A perspectiva de que um dia surja um tratamento
farmacológico para o autismo, porém, é recebida com ceticismo por alguns
médicos.
"Quando ele [Muotri] diz que considera Rett um
modelo genético para o autismo, está completamente equivocado", diz José
Salomão Schwartzman, psiquiatra da Universidade Mackenzie e integrante do grupo
de trabalho do Ministério da Saúde sobre políticas para a doença.
As diferenças de perfil genético entre os pacientes
das duas doenças, diz, são sinal de que não deve existir um tratamento que
sirva para ambas. Para Salomão, a associação cria esperança ilusória entre pais
de autistas.
"Quem segura as pontas depois sou eu, como
clínico. Todos os dias me perguntam se a cura está próxima."
Clínicos que trabalham nos testes para síndrome de
Rett têm uma visão mais otimista, apesar de cautelosa.
"Não existirá uma droga capaz de mudar toda a
história do autismo de uma hora para a outra", diz a médica Daniela
Tropea, que coordenou o estudo da Itália. "O avanço das pesquisas vai na
direção de uma melhora progressiva. Mas não vai ocorrer um milagre."
(RG)
Fonte:
Foto: Google
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