sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Autismo? O que é isso?



Foram longos nove meses de espera. Enquanto isso, a emoção ao ouvir pela primeira vez seus batimentos cardíacos, a ansiedade para saber o sexo, um enxoval montado, a escolha do nome, conversas e carinhos para alguém que ainda estava na barriga e muitas expectativas para ver aquele rostinho.  Enfim, chega o grande dia! Um bebê lindo, encantador e saudável. Nos primeiros meses de vida foi uma alegria só: risadas, caretinhas, balbucios, primeiros passinhos. Até que um dia, algo ficou diferente. Aquele bebê tão risonho agora parece estar um pouco distante, com o olhar perdido, já não responde mais aos chamados e tampouco está falando “mama” ou “papa”.
Preocupados, os pais iniciam uma busca desenfreada para saber o que está acontecendo. No entanto, em muitos casos, a resposta não vem rapidamente. Existe a dificuldade de diagnóstico. Até que um dia um especialista fala sobre autismo. Autismo? O que é isso?
O Autismo é um transtorno do desenvolvimento que apresenta algumas características ainda nos primeiros três anos de vida da criança e que pode ter como causa a genética ou os fatores ambientais. Apesar de o desenvolvimento da criança ter sido compatível com sua faixa etária por um período de tempo, a criança que tem autismo começa, em um determinado momento, a apresentar um déficit na realização desses mesmos comportamentos e também na aprendizagem de novos.
Pode-se dizer que a criança que tem autismo percebe o mundo de forma fragmentada, com uma dificuldade especial em interpretar contextos, resultando em prejuízo significativo na comunicação e na interação social. Essas são as principais características do autismo, mas não as únicas. Não responder quando chamam por ela, não gostar de contato físico, intolerância a alguns sons, autoagressão, ecolalia, comportamentos repetitivos (estereotipias), apreço por movimentos circulares e particularidades durante o brincar são outras características do autismo. Há ainda casos de autismo em que é possível identificar o desenvolvimento de alguma habilidade extraordinária em determinadas áreas, como por exemplo, a matemática.
Mas é preciso frisar aqui que existem diferentes graus de autismo: leve,  moderado e severo. Vale ressaltar que o que há algum tempo era conhecido por Asperger recentemente passou a fazer parte do espectro autista. Portanto, as características apresentadas pela criança com autismo variam de acordo com o grau. Da mesma forma, irá variar também como será a aquisição de comportamentos.
É muito importante que o autismo não seja diagnosticado tardiamente, pois quanto mais cedo diagnosticar, mais rapidamente será iniciado o tratamento adequado. Para os pais aflitos que temem que seus filhos com autismo não possam ter uma vida tranquila assim como desejaram, é importante saber que eles terão sim algumas dificuldades já que possuem algumas limitações. Mas também é essencial saber que a criança com autismo é capaz de realizar uma variedade de comportamentos desde que esses sejam ensinados para ela de forma adequada.
O tratamento do autismo deve ser realizado por uma equipe multiprofissional: psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, pedagogo e neurologista, entre outros. A Terapia Comportamental é forma mais indicada para o tratamento do autismo. Em virtude das dificuldades apresentadas e da necessidade de aquisição de novas aprendizagens, a Terapia Comportamental objetiva o desenvolvimento de habilidades sociais de uma forma geral, incluindo tanto as tarefas de vida diária quanto as de cunho acadêmico (proporcionando maior independência à criança e maior desenvolvimento cognitivo).
Papai e mamãe, diante de tal diagnóstico não se desesperem. Pelo contrário, o que seu filho autista necessita não é de desorganização, e sim organização. Conhecendo bem o transtorno, com dedicação e com a ajuda de profissionais especializados, seu filho com autismo terá muita qualidade de vida. E como diria uma das melhores campanhas sobre autismo que já vi: “ensina-me de várias maneiras, pois sou capaz de aprender”.

Por Renata Lopes Santos
CRP 15/3296
Psicóloga Clínica Comportamental











FONTE:
 http://www.jaenoticia.com.br/blog/100/Alem-da-Caixa

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