sábado, 15 de março de 2014

Mobilização tentar manter projeto para autistas com mais de 14 anos Movimento em Assis envolve mães, prefeitura, Câmara e Ministério Público.



Decisão do governo transfere alunos para atendimento na APAE da cidade.

Projeto ajuda no desenvolvimento de jovens e adultos 
(Foto: Reprodução/TV TEM)
O projeto Fênix de Assis (SP) é referência no estado no tratamento de autistas. Mas uma decisão do governo transfere para APAE a responsabilidade daqueles que tem mais de 14 anos. A prefeitura cumpriu a decisão e gerou revolta nas mães. Uma força tarefa entre município, Câmara e Ministério Público pode manter o atendimento especializado.
O atendimento era para pessoas de 3 a 30 anos e 17 alunos frequentavam as aulas e participavam de atividades multidisciplinares. Agora, são apenas cinco crianças. Mais de dez mães procuraram o presidente da Câmara de Vereadores e conseguiram uma reunião com o prefeito de Assis para cobrar explicações sobre a suspensão parcial das atividades. A Secretaria da Saúde informou que, por lei, é obrigada a dar atendimento a menores de 14 anos e que os outros pacientes seriam encaminhados para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).
Mesmo assim, o prefeito Ricardo Pinheiro Santana se comprometeu a tomar providências. “Vamos verificar qual será o melhor caminho, ou seja, retomar o atendimento que era feito ou em outro local. Ou adequar na APAE para atendimento. Mas as crianças serão bem atendidas”, enfatizou o prefeito.
O assunto também chegou ao Ministério Público. O promotor da Pessoa com Deficiência prometeu cobrar a prefeitura uma solução imediata. “Me parece que o projeto como anteriormente estabelecido estaria funcionando melhor. Vamos analisar a possibilidade de o projeto permanecer como ele estava”, afirmou José Calderoni Júnior, promotor da pessoa com deficiência
Os pacientes com autismo que deixaram o projeto Fênix em Assis, por enquanto, são atendidos na APAE. As mães preferem o tratamento antigo, no projeto, já que a abordagem era específica para a pessoa com autismo. Mas na maioria das cidades da região, é a APAE quem é responsável pelos cuidados com o autista.
A vida da dona de casa Márcia Aparecida da Silva é integralmente dedicada aos cuidados com Cauê, que tem 18 anos e é autista. Ele tem um grau avançado do transtorno mental.
Por 10 anos o rapaz foi atendido no projeto Fênix, mantido pela Secretaria da Educação de Assis. Só que em janeiro deste ano, Márcia e Cauê foram surpreendidos pela notícia de que o atendimento seria suspenso para maiores de 14 anos. “A mudança para um autista é drástica porque ele não pode ficar com muita mudança. Ele começa a entrar na crise”, disse.
As vagas, no entanto, não foram extintas. Agora são ocupadas por alunos do ensino regular que têm dificuldade de aprendizado. Com isso, estudantes como Nicolas, de 11 anos, passaram a conviver com menos colegas autistas. A mãe do menino teme que a mudança de rotina prejudique o filho. “Ele está bem mais agressivo. Em relação ao banheiro, ele vem com roupa suja da escola, então, a rotina da escola mudou. Então, ele tem só duas horas e meia de aula. Dificulta muito porque é o único espaço e tempo de convívio que ele tem com outras crianças”, informou a dona de casa, Alessandra Alcântara.
 
Mães e alunos do projeto fizeram mobilização na cidade
(Foto: Reprodução/TV TEM)
Dados na região
Em Ourinhos, apenas pacientes com graus leves e moderados estão sendo inseridos gradativamente no ensino regular. Em Botucatu e Bauru, os alunos com autismo são assistidos tanto nas escolas regulares quanto na APAE, dependendo do grau do transtorno e podem frequentar a instituição até os 30 anos.
Já em Marília, 62 pacientes são atendidos pela APAE, mas ainda existe uma demanda de 28 autistas que não podem tem acompanhamento por falta de espaço físico e recursos financeiros da entidade.
No ano passado, várias unidades da APAE protestaram contra a medida do governo de suspender um repasse de verbas para a instituição. Segundo informações da APAE, o Plano Nacional de Educação, que colocava em risco o funcionamento de todas as Apaes do Brasil, não foi votado ainda pela Câmara dos Deputados. A votação estava marcada para o dia 17 de fevereiro, porém, foi adiada para novembro deste ano e sem data específica. Desta forma, o funcionamento continua normal até a decisão.
 Atendimento especializado está em discussão em Assis 
(Foto: Reprodução/TV TEM)



 FONTE:

http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2014/03/mobilizacao-tentar-manter-projeto-para-autistas-com-mais-de-14-anos.html






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