Arthur Silva Nascimento, de seis anos, durante
sessão de equoterapia
Com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor,
Arthur Silva Nascimento, de seis anos, não andava antes de praticar a equoterapia,
método terapêutico que utiliza o cavalo para reabilitar pessoas com deficiência
física, paralisia cerebral, autismo, síndromes variadas, além de vítimas de AVC
(Acidente Vascular Cerebral).
"Ele vivia curvado com o queixo no peito e só
se arrastava no chão. Graças à equoterapia, meu filho hoje anda e brinca com os
colegas da escola", conta a atendente Maria Aparecida Nascimento, 39 anos,
mãe de Arthur, que conseguiu andar com ajuda de um andador após um ano e meio
de terapia. Quando completou quatro anos e meio, ele já andava sem o apoio.
Segundo Alessandra Vidal Prieto, fisioterapeuta da
Associação Nacional de Equoterapia, em Brasília, "nenhum aparelho na
melhor clínica do mundo produz uma resposta tão rica e rápida como o
cavalo".
A fisioterapeuta explica que o animal, do ponto de
vista motor, oferece o movimento tridimensional, ou seja, a cada passo, a
pessoa movimenta-se para direita e para esquerda, para cima e para baixo, para
frente e para trás, ao mesmo tempo.
Donos contam como suas vidas mudaram com a chegada
de bichos de estimação10 fotos 8 / 10
Veja video foto no endereço FONTE: abaixo.
A advogada Margarida De Donato diz que, depois de
aposentada, ficou deprimida, e sua cachorra Julieta passou a lhe fazer muita
companhia. E, mais do que isso: Julieta, que é adestrada, já a socorreu.
"Um dia, caí em casa. A Julieta tirou o interfone do gancho e latiu
freneticamente. O porteiro já sabe de antemão desse alerta e veio me ajudar a
me levantar". Há dois anos Margarida ganhou de presente um outro cão, da
raça whippet, que ela batizou de Segovia (por causa do violonista espanhol
Andrés Segovia). "A Julieta me reabilitou. Por isso, criei a Amica, a
Associação da Melhor Idade Para Proprietários de Cães Adestrados. Quis provar
que a terceira idade tem bastante vida por meio da criação de um bicho,
principalmente de um adestrado. Além disso, como advogada, defendo casos de
maus tratos contra animais e de tráfico" Rodrigo Capote/UOL
"As crianças que nunca tiveram oportunidade de
andar vão se perceber pela primeira vez em um movimento tridimensional, que é
95% semelhante ao andar do homem. E assim elas têm a sensação de estarem
realmente andando. A gente brinca que
são trocadas duas pernas paralisadas por quatro patas móveis", diz a
equoterapeuta Andrea Ribeiro, coordenadora da Walking Equoterapia, em São
Paulo.
A atividade exige a participação do corpo inteiro,
contribuindo para o desenvolvimento da força, tônus muscular, flexibilidade,
relaxamento, conscientização do próprio corpo, aperfeiçoamento da coordenação
motora e do equilíbrio, além do desenvolvimento na linguagem.
"A cada aula de 30 minutos, o praticante
recebe cerca de 2.000 novos estímulos cerebrais, que são enviados pela medula
espinhal até o sistema nervoso central. Nesse processo ocorrem as sinapses e a
formação de novas células nervosas. Após quatro meses, acontece uma mudança em
toda a arquitetura cerebral de tantas células nervosas que surgiram",
explica Andrea.
Todos esses ganhos são ainda mais potencializados
com o acompanhamento da equipe multidisciplinar formada por fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos e psicopedagogos, instrutores de
equitação, além de um médico responsável pelo centro de equoterapia.
Leonardo Soares/UOL
Amanda Oliveira, de cinco anos |
Durante a aula, estes profissionais estimulam de
forma lúdica os exercícios. Foi dessa maneira que Amanda Oliveira Ribeiro, de
cinco anos, aprendeu a falar aos dois anos e meio de idade, após seis meses de
tratamento.
"A melhora foi fenomenal. Antes, ela não
falava e tinha o lado esquerdo do corpo paralisado. Hoje, a gente brinca que
ela fala mais do que a boca. Ela se locomove com a ajuda de um andador, após
dois anos de tratamento. E tenho esperança de que ela um dia vá andar",
afirma Vanilda de Oliveira, de 46 anos, mãe de Amanda.
Após a aula, a criança alimenta o cavalo e o leva
de volta à baia. Ou seja, aquele que é cuidado passa a cuidar.
A facilidade de criar vínculo afetivo com um animal
ao mesmo tempo tão dócil e poderoso é outra vantagem do tratamento.
Existe uma frase que é muita conhecida por pessoas
que trabalham com equitação e é atribuída ao comportamento dos cavalos:
"eu te aceito do jeito que tu és", diz Andrea. Uma lição que todos
nós deveríamos propagar.
Onde encontrar a equoterapia?
São 300 centros de equoterapia espalhados pelo
país, onde já foram atendidos 60 mil praticantes, de acordo com a Associação
Nacional de Equoterapia. Em Brasília, na sede, as aulas são gratuitas; nas
outra unidades é preciso verificar.
Algumas escolas são pagas e outras, como a Walking
Terapia, oferece 70% das aulas gratuitamente. Os outros 30% pagam pelo serviço,
que custa R$ 360 por mês.
Para não aumentar a fila de espera, a Walking e
muitos outros centros disponibilizam cartas de apadrinhamento, que podem ser
pagos por empresas ou pessoas físicas.
É importante que o centro tenha um médico
responsável (muitos não têm) para fazer uma avaliação rigorosa na criança, já
que há contraindicação nos casos de epilepsia, luxação de quadril, doenças
degenerativas, osteoporose grave, entre outros.
Abaixo, veja a lista de sites de alguns centros
especializados. No site da Associação
Nacional de
Equoterapia há uma lista completa dos filiados de todo o Brasil.
Walking Terapia, em São Paulo
Fundação Rancho GG, Ibiúna (SP)
Centro de Equoterapia e Reabilitação da Vila
Militar (RJ)
Centro de Equoterapia de Varginha- Mundo Equo (MG)
Associação Baiana de Equoterapia, em Salvador
FONTE:
http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/redacao/2014/07/27/equoterapia-ajuda-criancas-com-paralisia-autismo-e-sindromes.htm
Um comentário:
Gabriel fez por 6 anos, muito bom
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