sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Curso de jornalismo lança campanha “Autismo eu apoio de coração”


      Os alunos do curso de Jornalismo das Faculdades Integradas de Patos realizam durante o mês de novembro, uma campanha de arrecadação de materiais necessários para a montagem de uma sala de atendimento aos alunos autistas da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Patos-PB. De acordo com a psicopedagoga Conceição Campelo, que é presidente da APAE, o autismo é uma disfunção global do desenvolvimento que altera e afeta as relações sociais, de comportamento e de aprendizado.
      A iniciativa da campanha partiu dos estudantes do 6º período, das disciplinas Agência de Notícias e Oficinas Avançadas em Jornalismo II, ministradas pela professora Josiane Carla. “Através do jornalismo social e da prática acadêmica, os alunos poderão realizar uma atividade voltada para os futuros desafios encontrados no mercado de trabalho, além de colaborar com a causa do autismo”, explicou a professora.
      Para o aluno Jean Philippe, a experiência é válida no sentido de que eles estão aprimorando suas habilidades adquiridas na faculdade através de uma prática de extensão, ao mesmo tempo em que colabora com um movimento em prol de pessoas que precisam.
      A campanha visa informar a população, através das redes sociais e dos meios de comunicação em geral, sobre a necessidade de um melhor atendimento ao crescente número de pessoas autistas em nossa região, buscando assim, uma ampla participação da sociedade, mediante a doação dos materiais necessários para a sala, a exemplo de brinquedos pedagógicos e parte da estrutura organizacional.
      Para participar da campanha o doador deverá entrar no blog da instituição: apaepatospb.blogspot.com.
Lá haverá disponível a lista de materiais necessários, todas as informações sobre a campanha e como doar.
      A previsão para a inauguração da sala de autismo da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Patos é dia 02 de dezembro, quando também será lançado o site da entidade que já está em construção.

Fonte:
PB Agora










quarta-feira, 16 de novembro de 2011

RUDÁ RICCI esclarece "Sobre autismo"

Sobre autismo
     
      Outro dia postei um artigo que Pierre Levy divulgava pela internet a respeito do trabalhador autista.    Achei o artigo perigoso e postei no blog, com o título "o melhor trabalhador é o autista?". A pergunta era questionamento no duplo sentido. Mas confesso que fui sutil em demasia. Deveria ter sido mais claro. Tanto que recebi observação de Nilton Salvador, a respeito.
      Não imaginei maneira mais correta de corrigir, ou esclarecer, que reproduzir a mensagem de Nilton. Lá vai:

      "A maior preocupação dos pais de autistas, como é o meu caso, além da síndrome ainda desconhecida cerca de 70 anos da sua descrição, embora com uma imensidade de definições, quanto autores, é o "preconceito". Daí, a "ruindade e o perigo" da matéria divulgada pelo Pierre Levy, que começa pecando pelo título e por ser ele quem é, fez um julgamento prévio negativo de pessoas estigmatizadas por estereótipos, e como suas opiniões sempre têm profundo significado, poderá gerar mais uma polêmica, junto a pessoas menos informadas, que fatalmente levará o dotado da síndrome e seus responsáveis amargarem mais sofrimentos desnecessários. O Autista é considerado alienado e desprovido de sentimentos até pelas Neurociências, por isso suas relações afetivas não são consideradas boas, já que tem preferência pela solidão. Levy ouso dizer, desconhece a multiplicidade que faz com que cada autista seja único, pois não há fórmula pronta para tratamento da síndrome e cada família encontra caminhos e estratégias para alcançar o seu desenvolvimento e a sua integração na sociedade, que não seja pelo trabalho “mecânico” implantado na empresa dinamarquesa, necessariamente."

Rudá Ricci é dessas pessoas que sabe dar lições que pouca gente aprende,
por isso mesmo tem autoridade para ensinar.
Muito Obrigado
Nilton Salvador


Para saber mais visite:

http://rudaricci.blogspot.com





segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A peninha de Forrest Gump (Inesquecível)

      Existem filmes que ao assistirmos numa segunda vez, a conclusão que chegamos é diferente da primeira.
      Não irei contar a história do filme, Forrest Gump - O Contador de Histórias.
      Já assisti 14 vezes o filme, e cada vez tenho uma conclusão.
      Nesta última, pensei sobre a peninha que aparece no início do filme flutuando sob às árvores, carros, pessoas e finalmente, pára nos pés de Forrest. Quase que a peninha pousa no ombro de um homem, mas este segue em frente e a peninha continua a cair.
      Forrest pega a peninha ao lado do seu tênis (sujo, de tanto correr), abre sua mala, pega um livro de infância, coloca a pena numa página do livro que aparece o céu e nuvens. Não deu para ver bem, mas parecia que na imagem tinha a figura de um menino. Forrest, coloca a peninha ao lado da figura do menino, fecha o livro e guarda-o novamente na mala. E aí passa a contar sua história a pessoas que sentam ao seu lado no banco, aguardando assim como ele, o ônibus.
      Mas e a peninha? Porque a peninha aparece no início do filme e depois volta a aparecer somente no final do filme? Desta vez, cai do livro, vai parar nos pés de Forrest e flutua novamente.
      A resposta é dada pelo amigo do Forrest, o Ten.Dan., juntos lutaram na Guerra do Vietnã.

      Disse Forrest:

      "O tenente Dan ensinou que na vida, a gente é como uma peninha levada pelo vento, de um lado para outro, e nunca tem como descobrir para onde vai o sopro de Deus..., nunca a gente sabe para que lado vai a pena."
      Quando a gente não sabe mais para onde essa peninha vai nos levar, somos levados tão somente pelo vento.      
      Ficamos à deriva.
      Por isso, Forrest disse no túmulo de Jenny, uma moça que amou desde criança:
      "Mamãe disse que cada um tem um destino ou se a gente fica só flutuando por acaso, na brisa?"
      Quando a mãe de Forrest morreu de câncer, disse ainda:
      "A vida é uma caixinha de surpresas. A gente nunca sabe o que vai encontrar dentro."
      Como quem diz, chega uma hora na vida que a gente descobre para onde a peninha nos levou...
      No final, quando a peninha volta a flutuar, se volta para a lente da câmara, terminando o filme. Ou seja, acredito que o diretor quiz nos dizer:
      "A pena agora está com você!".
      Nos próximos meses, Irei assistí-lo pela quinta vez. Quem sabe chego a uma nova conclusão!
      É isso ai.

O melhor trabalhador é o autista?

      Thorkil Sonne, fundador da empresa dinamarquesa de computadores Specialisterne, contrata apenas pessoas com autismo. Sua experiência com eles tem demonstrado que essas pessoas não portadoras de necessidades especiais têm uma memória robusta e a atenção aos detalhes, se orgulham do que fazem, têm perseverança para tarefas repetitivas e são "muito precisos em sua forma de comunicação". São assim definidos aqueles capazes de viver com relativa independência em relação aos outros. Ao invés de pensar a colocação deste tipo de funcionário em equipes (o que demandaria ajustes de comportamento), a Specialisterne avalia as habilidades individuais e identifica o que os faria sentir queridos e satisfeitos no local do trabalho. A empresa vem apresentando resultados positivos em diversas áreas: testes de softwares, controle de qualidade e serviços de logística.

      Anita Russell, consultora da Escola Pathlight, sediada em Cingapura, explica que os autistas têm habilidades e capacidades muito variadas, assim como necessidades e preferências. Afirma, ainda, que para um "número significativo" de pessoas com autismo, o processamento de informações realizado através de meios visuais ou, em outras palavras, do "pensamento visual". E sugere um programa de formação que desenvolva talentos na área de informática de maneira a equilibrar outras áreas que autistas sentem dificuldades, tais como auto-organização e gestão de emoções, além de comunicação social.

Por repasse de:
Artigo elaborado por
ZDNet / Kevin Kwang
Foto: Google.



sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Idoso Autista

      As pessoas idosas com autismo têm os mesmos problemas de saúde que as outras pessoas idosas só que acrescidos das dificuldades de os comunicarem. Os problemas de comportamento podem, por isso, sofrer um agravamento (Federação Portuguesa de Autismo).
      Além disso, perdem muitas vezes o gosto pelo exercício físico e têm menor motivação para praticar desporto, o que não contribui para melhorar a sua qualidade de vida. (Federação Portuguesa do Autismo)
      Por outro lado, o seu comportamento pode tender a estabilizar-se com a idade. (Federação Portuguesa do Autismo)
      Relativamente à mortalidade, estudos a longo prazo de crianças e adolescentes com desordens psiquiátricas, demonstraram taxas de mortalidade acima da média, quando comparadas com grupos de controle de mesmo sexo e idade. As causas destas mortes, geralmente, não são de origem natural, são, muitas vezes, suicídios e acidentes. (Volkmar, F., Paul, R., Klin, A., Cohen, D.)
      As taxas de mortalidade são mais elevadas em indivíduos com Perturbação de Espectro de Autismo.       Algumas das causas são: acidentes de carro, encefalopatias, auto-agressão, asma, estados de epilepsia, afogamentos e pneumonia. (Volkmar, F., Paul, R., Klin, A., Cohen, D.)
      O estudo mais alargado de mortalidade, baseado em mais de 13000 indivíduos com autismo registado nas bases de dados do serviço de Departamento de Desenvolvimento da Califórnia, concluiu que as taxas eram duas vezes mais acima da média da população geral. Em indivíduos com atraso mental ou com QI elevado, as causas das mortes foram: convulsões, disfunções do sistema nervoso, afogamentos, sufocação. (Volkmar, F., Paul, R., Klin, A., Cohen, D.)

Bibliografia:


· Federação Portuguesa do Autismo. Autismo. Acedido a 09 de Janeiro de 2009, pelas 18horas no Web site:
http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/autismo.php
· Volkmar, F., Paul, R., Klin, A., Cohen, D. Handbook of Autism and Pervasive Developmental Disorders: diagnosis, development, neurobiology and behaviour (3ªed.), John Willey & Sons, Inc.: New Jersey. 2005

Fonte:http://umolharsobreoautismo.blogspot.com
Foto: divulgação







O Adulto Autista


      A transição para adulto pode ser um período de dificuldades para muitos jovens e suas famílias. Os pais de crianças autistas abordam este estádio da vida com ansiedade e trepidação. Em vários estudos a longo prazo, tem se verificado um aumento de comportamentos disruptivos na adolescência, resistência à mudança, compulsões, comportamentos sexuais desadequados ou agressões, e isto pode tornar-se difícil de lidar pela família.
      A prevalência de atraso mental ou a estabilidade do nível de QI da infância para a adolescência ou idade adulta tem apresentado uma taxa de 70% a 80%. Além disso, a maioria dos adultos com autismo continua a apresentar dificuldades no discurso e na linguagem (Colma, Paul, Klin e Cohen, 2005).
      Contudo os autistas com alto grau de funcionamento conseguem obter formação académica tirando cursos em que as capacidades exigidas correspondam às presentes no adulto com autismo. O exercer de uma actividade laboral propicia uma maior independência do adulto face aos cuidadores, promovendo também a sua inserção na sociedade. Desta forma a auto estima do adulto aumenta, bem como a sua motivação na sua participação ocupacional.(Shore, Rastelli, 2006).

Fonte:
Foto: divulgação

      Referências Bibliográficas:

      Shore, S., Rastelli, L. (2006). Understanding Autism for DUMmIES. Wiley Publishing, Inc. Canada.
Volkmar, F., Paul, R., Klin, A., Cohen, D. (2005). Handbook of Autism and Pervasive Developmental Disorders: diagnosis, development, neurobiology and behaviour (3ªed.), John Willey & Sons, Inc.: New Jersey.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Projeto equipara Autista a Portador de Deficiência e cria Política Nacional


Atualmente as pessoas com o distúrbio
não são reconhecidas como deficientes
   Tramita na Câmara o Projeto de Lei 1631/11, do Senado, que cria a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e equipara os autistas aos portadores de deficiência. Atualmente as pessoas com o distúrbio não são reconhecidas como deficientes, o que limita o acesso a serviços públicos de saúde. Com a proposta, autistas e seus familiares terão direito à atenção integral à saúde.
   O projeto, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), define o “transtorno do espectro autista”, nome clínico para a síndrome, traz os direitos dos portadores e as obrigações do poder público. O texto consagra que os portadores do distúrbio não podem ser submetidos à privação da liberdade, tratamento desumano ou degradante, e nem serem vítimas de preconceito.
   Segundo o PL 1631, a Política Nacional de Proteção se pautará pela participação da comunidade na sua formulação e pela visão multidisciplinar do atendimento ao autist

   Convívio social

   Um dos pontos principais da proposta é a garantia de inserção social dos autistas. O texto assegura, por exemplo, medidas de estímulo à entrada no mercado de trabalho – desde que respeitadas as limitações da síndrome –, acesso a atendimento multiprofissional e medicamentos, direito a acompanhante em escolas de ensino regular, e proteção previdenciária.
   A proposta garante ainda o acesso a plano de saúde privado. Deste modo, a constatação da síndrome não poderá ser usada para impedir ou retirar pessoa do plano. O texto proíbe também que os portadores sejam internados em asilos.

   Classes regulares ou especiais

   O projeto torna obrigatória ainda a inclusão dos estudantes com transtorno do espectro autista nas classes comuns de ensino regular quando o estudante tiver condições para ser inserido. Assegura também o atendimento educacional especializado gratuito àqueles que apresentarem necessidades especiais e sempre que, em função de condições específicas, não for possível a sua inserção nas classes comuns de ensino regular.
   Segundo o texto, o governo deve incentivar a formação e a capacitação de profissionais especializados no atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista, bem como a pais e responsáveis.
   De acordo com especialistas, o autismo é um transtorno neurológico que afeta o indivíduo em três áreas: interação social, comunicação e imaginação. Não se sabe exatamente as causas que levam à síndrome e as características podem variar muito entre os indivíduos. De modo geral, o distúrbio aparece antes dos três anos.
   O portador tem dificuldade em manter contato social, se comunicar espontaneamente e realizar tarefas cotidianas. A linguagem é atrasada ou não se manifesta, nos casos mais graves. E o comportamento tende a ser repetitivo em áreas de interesse.

Tramitação

   Antes de ir ao Plenário o projeto será analisado nas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; Seguridade Social e Família; e Constituição e Justiça e de Cidadania

Por:
Janary Júnior
Agência Câmara de Notícias - Brasília-DF
Rede Sacy





Autismo não é deficiência

Autistas são mentalmente superiores em vários aspectos
   "Nós precisamos parar de considerar que a estrutura cerebral diferenciada dos indivíduos autistas seja uma deficiência."
   O alerta está em um artigo do Dr. Laurent Mottron, da Universidade de Montreal (Canadá), publicado nesta semana pela conceituada revista Nature.
   Segundo o cientista, as pesquisas revelam que muitos autistas têm capacidades e qualidades que frequentemente excedem aquelas dos indivíduos ditos "normais".
   "Dados recentes, e minha própria experiência pessoal, sugere que é hora de começar a pensar no autismo como uma vantagem em algumas esferas, não uma cruz para carregar," afirma Mottron.
  
   Inteligência autêntica

   Mottron e sua equipe demonstraram de forma firme e sistemática as habilidades - e às vezes as superioridades - dos autistas em múltiplas operações cognitivas, tais como a percepção e o raciocínio, entre outras.
   Seu grupo inclui vários autistas, dos quais Michelle Dawson é um sucesso em particular. Michelle está dando grandes contribuições para a compreensão da condição por meio de seu trabalho e de seu julgamento.
   "Michelle desafiou a minha percepção científica do autismo," confessa Mottron.
   Esse desafio levou à interpretação dos pontos fortes do autista como a manifestação de uma inteligência autêntica, e não de uma espécie de truque do cérebro que lhes permite executar tarefas inteligentes sem pensar.
  
   Variação da espécie humana

   "É incrível para mim que há décadas os cientistas estimem a magnitude da deficiência mental baseando-se na aplicação de testes inadequados e na interpretação incorreta dos pontos fortes dos autistas," diz Mottron.
   "Nós cunhamos uma palavra para isso: normocentrismo, ou seja, o preconceito que você tem de que se você faz ou é algo, é normal, e se o autista faz ou é, então é anormal," acrescenta.
   O pesquisador afirma lamentar o fato de que muitas crianças autistas acabam fazendo trabalhos repetitivos, trabalhos braçais, apesar de sua inteligência e da aptidão para dar contribuições mais significativas para a sociedade.
   "Michelle e outros indivíduos autistas têm-me convencido de que, em muitos casos, as pessoas com autismo precisam mais do que tudo é de oportunidades, muitas vezes de apoio, mas raramente de tratamento," afirma.
   "Como resultado, meu trabalho e o de outros propõe que o autismo deva ser descrito e estudado como uma variante aceita dentro da espécie humana, não como um defeito a ser suprimido," conclui Mottron.


Fonte:
William Raillant-Clark
Por publicação do Argemiro no:
Foto: Google 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Novo Livro - Minha Filha ... Autista?

     Neste livro, a mãe relata toda a intensidade de seu amor pela filha.
     Leva-nos rever nossos conceitos, julgamentos e padrões, questionar nosso posicionamento frente à vida, em uma viagem por um mundo que até então era completamente desconhecido por ela.
O mundo autista.
     Um mundo que é habitado por pessoas que processam as informações de forma diferente e tem sua maneira própria e peculiar de comunicação, ou seja, se expressam completamente diferente de nós, os conhecidos neurotípicos, que temos uma enorme dificuldade de lidar com o “diferente” geradora do preconceito.
Débora Alves da Silva
Psicóloga
Para adquiri-lo, clique no título da matéria ou ainda em:
http://www.clubedeautores.com.br/book/116803--Minha_Filha_Autista

Cérebros de crianças autistas têm mais neurônios, diz estudo


     As crianças autistas têm mais neurônios e apresentam um cérebro mais pesado que as demais, revela um estudo publicado nesta terça-feira (8) no Journal of the American Medical Association (JAMA). O estudo, baseado em análises de cérebros de crianças autistas falecidas, sugere que a anomalía na zona pré-frontal do cérebro pode ter origem no útero, destacam seus autores.
     Os cientistas examinaram os cérebros de sete crianças autistas, com idade entre 2 e 16 anos, a maioria morta por afogamento. Ao comparar os cérebros dos autistas com os de outras crianças, a maioria morta em acidentes de trânsito, os pesquisadores encontraram 67% mais neurônios no córtex pré-frontal e 17,7% mais peso, em média, no primeiro grupo.
     "Já que os neurônios corticais não são gerados após o nascimento, este aumento patológico no número de neurônios em crianças autistas indica causas pré-natais", destaca o estudo. O córtex pré-frontal é responsável pela linguagem, comunicação e comportamentos como o ânimo, a atenção e as habilidades sociais. Habitualmente, as crianças autistas têm problemas nestas áreas.
     "Os fatores que normalmente organizam o cérebro parecem estar desconectados", destacam Janet Lainhart, da Universidade de Utah, e Nicholas Lange, da faculdade de Medicina e Saúde Pública de Harvard
     "Devido ao fato de que os neurônios em todas as zonas do cérebro, exceto no bulbo olfativo e no hipocampo, são gerados antes do nascimento, estas descobertas se somam à crescente evidência biológica de que a neuropatologia do desenvolvimento do autismo começa antes do nascimento, possivelmente em todos os casos".
     Estudos prévios sugeriam que os sinais clínicos do autismo tendem a convergir com um período de crescimento anormal da cabeça e do cérebro que começa a ser evidente entre os nove e os 18 meses.
     O autismo inclui um amplo espectro de diferentes desenvolvimentos, desde a dificuldade para as relações sociais até a incapacidade de comunicação, passando pela execução de movimentos repetitivos, extrema sensibilidade a certas luzes e sons e problemas de comportamento.

Fonte:
Foto:AP

ONG britânica ajuda autistas a encontrar namorados


     O inglês Mark Savage teve dois encontros românticos recentemente e gostaria muito de achar uma namorada. No entanto, Savage, que tem 30 anos de idade e sofre de uma condição conhecida como Síndrome de Asperger, disse que os encontros foram "cansativos e estressantes".
     Entre os sintomas da condição, que pertence ao chamado espectro autista, estão dificuldades de interação social, dificuldades em processar e expressar emoções e tendência a comportamentos repetitivos.
     A Síndrome de Asperger se diferencia do autismo clássico por não estar associada a atrasos no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do paciente.
     "Tive um relacionamento mas foi bem curto", conta ele.
     "Demora um pouco para eu avaliar as pessoas. Não respondo imediatamente aos códigos. Não consigo formar relacionamentos com rapidez."
     Savage conta que na adolescência e, mais tarde, já um jovem adulto, não procurou relacionamentos, preferindo "se concentrar em seus estudos".
     "Tentei estudar sociologia na University of Sussex quando tinha 26 anos, mas não consegui me entrosar com as pessoas".
     Recentemente, ele disse estar um pouco mais confiante socialmente.
     Savage trabalha meio período como assistente administrativo e mora com os pais em Finchampstead, a oeste de Londres.
     "No futuro, eu gostaria de ter um trabalho estável e de morar com uma parceira".
     "Pessoas que têm (Síndrome de) Asperger não batem papo e não fofocam", explica.
     "Namorar nos tira da nossa zona de conforto, então seria bom receber uma ajuda".

     Conselheiros Amorosos

     Agora, pessoas como Mark Savage, vivendo no condado de Berkshire, na Inglaterra, vão ter a ajuda de que precisam para tentar encontrar suas almas gêmeas.
     A entidade beneficente Ark Charity, com sede na cidade de Crowthorne, acaba de receber financiamento do Serviço Nacional de Saúde da Grã-Bretanha para um projeto que vai oferecer aulas de educação sexual e voluntários para acompanhar os clientes em seus primeiros encontros.
     A ONG já organiza alguns eventos, entre eles, uma noite semanal de clubbing para pessoas com dificuldades de aprendizado na cidade inglesa de Bracknell.
     Uma das envolvidas no projeto, Scott Walker, disse que uma pesquisa interna feita entre 105 pessoas atendidas pela Ark Charity revelou que dois terços deles gostariam de encontrar um parceiro ou parceira.
     "Também sabemos que há uma demanda por educação sexual e sobre relacionamentos para pessoas com dificuldades de aprendizado, já que houve sete gravidezes não planejadas entre mulheres com dificuldades de aprendizado em Bracknell no ano passado".
     Waller menciona um estudo feito em 2001 pelas autoridades de saúde britânicas que concluiu que a dificuldade em formar relacionamentos produz sentimentos de isolamento e de baixa autoestima em pessoas com problemas de aprendizado.
     "Várias das pessoas que atendemos pertencem ao espectro autista ou têm Síndrome de Asperger", ele diz.
     "Algumas tiveram encontros sociais, outras ficaram noivas".
     "Elas têm comportamento diferente das outras pessoas. Tendem a ter vida social limitada e não muitas delas conseguem ter relacionamentos".
     O pequeno estudo feito pela Ark revelou que entre as maiores barreiras à formação de novas amizades ou relacionamentos estão a falta de autoconfiança, preconceito, estigma e tendência a se relacionar sempre com o mesmo grupo de pessoas.
     Walker espera que o novo projeto permita que elas ampliem seu círculo social.

Foto: Google.
Reportagem: Emma Midgley
Fonte:
Uol - Notícia - Ciência e Saúde

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Em programa, Jô Soares revela: “Tenho um filho de 41 anos autista"


Em programa, Jô Soares revela:
“Tenho um filho de 41 anos autista"
     No programa Roda Viva, exibido na noite desta segunda-feira (7), na TV Cultura, Jô Soares falou, depois de muito tempo, do filho especial – seu único. O rapaz morou por alguns anos no exterior e nunca foi visto com o pai e quase nunca é citado por ele em entrevistas.
     No programa, que teve como entrevistadores vários jornalistas de diferentes veículos, o assunto surgiu quando Jô foi questionado sobre como consegue manter sua vida pessoal longe dos veículos voltados às fofocas de celebridades. Ele respondeu que se mantém longe das badalações e não vai a estreias. Disse ainda que sua vida pessoal só interessa a ele.
     Na sequência, falou do filho Rafael, fruto de seu primeiro casamento com a atriz Theresa Austregésilo, dizendo que ele tem dificuldades e ao mesmo tempo capacidades excepcionais.
     O apresentador e escritor ainda comparou o filho com o personagem de Justin Hoffman, que fez um autista no filmeRain Man, de 1988. Rafael toca piano, faz programa de rádio em casa, fala inglês, e aprendeu a ler sozinho aos 4 anos de idade Rafael possui uma boa capacidade de comunicação e inteligência, mas tem dificuldades motoras e vive em uma espécie de mundo particular.

     “Tenho um filho de 41 anos autista… Quando ele gosta da música, a vizinhança sofre, daí tenho que gritar, Rafael, abaixa isso...”

     “Não é que eu não fale [do filho], mas acho que não é da conta de ninguém”, avaliou

     E ainda discorrendo sobre a fama, Jô deu o seu ponto de vista sobre o que é celebridade:
     “Acho que celebriades têm que se enquadrar em pessoas que vão a estreias e que se auto-promovem…
    
     O filme Rain Man

     Charles Babbit (Tom Cruise), um jovem vendedor de carros caros, descobre que seu pai, com quem tinha brigado há vários anos, morreu e deixou sua fortuna para um irmão que desconhecia. Raymond (Dustin Hoffman) é autista e, desde criança, está internado em uma clínica. Para receber sua parte do dinheiro, Charles tem de levar o irmão para Los Angeles, mas ele se recusa a andar de avião e os dois praticamente cruzam o país de carro. Ao longo do caminho, Charles, que estava apenas interessado no dinheiro e sempre foi um homem frio e calculista, vai se aproximando do irmão e descobrindo suas estranhas habilidades.


Fonte: Fuxico



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Portugueses criam jogo para autistas


     Investigadores da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveram um conjunto de ambientes virtuais dinâmicos para estimular o desenvolvimento social de crianças com autismo e auxiliar os médicos na avaliação clínica e monitorização da reabilitação. No jogo desenvolvido, a criança interage com pessoas virtuais para, no futuro, interagir com pessoas reais.
     A plataforma tecnológica, que engloba um jogo de computador, um capacete de realidade virtual ou óculos 3D e sensores de EEG (medidor de atividade cerebral), regista o comportamento de crianças durante o jogo e envia informação para um módulo online.
     Os investigadores esperam que a ferramenta venha a permitir aos clínicos não só efetuar o diagnóstico e prescrever a terapia mais adequada, como monitorizar o doente à distância e registar a sua evolução.
     Segundo Marco Simões, um dos investigadores que estiveram envolvidos na criação deste mecanismo, "considerando que uma das grandes limitações dos sujeitos com autismo é a capacidade de interação social, o objetivo é que a criança possa, no conforto do lar e num ambiente que não lhe é hostil, realizar os exercícios e remotamente fornecer informação para o clínico que o acompanha".
     Em comunicado, a equipa da UC explica que este conjunto de ambientes virtuais "visa ensinar competências sociais, como cumprimentar, sorrir, identificar expressões faciais e repeti-las".
     O instrumento é um jogo de computador com objetivo pedagógico e de reabilitação. Para evoluir nos níveis do jogo, a criança tem de efetuar vários mecanismos de interação social, acabando por interiorizá-los e transpô-los para o dia-a-dia.
     A grande novidade desta investigação é a utilização da realidade virtual como ferramenta de treino de competências sociais no autismo, acompanhada com monitorização neuro-fisiológica: "No jogo, a criança interage com pessoas virtuais para, no futuro, interagir com pessoas reais. Desenvolvendo aplicações com tecnologias cada vez mais presentes na vida das pessoas e nas suas casas, é relativamente fácil o seu uso e, consequentemente, a sua comercialização. Os próprios pais podem participar (ainda mais) ativamente na educação dos filhos", conclui Marco Simões.
     Testado o conceito, os investigadores vão, agora, centrar-se em criar um design mais apelativo e explorar novas tecnologias de interação naturais, ou seja, mais fácil de usar pelas crianças com autismo.

Fonte: TVNet - Sapo - Portugal.


domingo, 6 de novembro de 2011

Apesar de ser uma doença, autismo não é defeito, mas sim pode ter muitas vantagens

     Segundo o Dr. Laurent Mottron, professor de psiquiatria da Universidade de Montreal, os profissionais de saúde precisam parar de ver as diferenças do autismo como defeitos, pois assim não entendem completamente a doença.
     O médico diz que, em algumas esferas, as pessoas com autismo têm vantagens sobre as pessoas sem a condição.
     “Os dados recentes e minha própria experiência pessoal sugerem que é hora de começar a pensar no autismo como uma vantagem em alguns aspectos, não como uma cruz para carregar ou um defeito para corrigir”, argumenta Mottron.
     Por exemplo, quando os pesquisadores veem que a ativação em regiões do cérebro das pessoas autistas é diferente do cérebro dos outros, eles relatam essas diferenças como déficits, ao invés de simplesmente evidências, às vezes bem sucedidas, de organização do cérebro.
     Ao enfatizar os pontos fortes das pessoas com autismo, decifrar como elas aprendem e evitar uma linguagem que o coloca o autismo como um defeito, os pesquisadores podem moldar a discussão sobre a condição na sociedade.
     A ideia do médico não é minimizar os desafios do autismo. “Um em cada 10 autistas não consegue falar, 9 em cada 10 não têm emprego regular e 4 em cada 5 adultos autistas ainda são dependentes de seus pais”, disse Mottron.
     A questão é que as pessoas com autismo podem fazer contribuições significativas para a sociedade no ambiente certo. O ambiente de pesquisa é um deles.
     Várias pessoas com autismo trabalham no laboratório de Mottron, e uma pesquisadora autista em particular, Michelle Dawson, já fez grandes contribuições para a compreensão da doença através do seu trabalho e discernimento.
     Pessoas com autismo têm, frequentemente, memórias excepcionais, e podem se lembrar de informações que leram semanas atrás.
     Elas também são menos propensas a lembrar erroneamente de algo, o que vem a calhar em um laboratório de ciência. Michelle, por exemplo, pode relembrar corretamente e instantaneamente os métodos usados para estudar a percepção do autismo quando precisa.
     Uma pesquisa recente mostrou que as pessoas com autismo muitas vezes superam os outros em tarefas auditivas e visuais, e também são melhores em testes de inteligência não verbais.
     Em um estudo realizado por Mottron, com um teste que envolveu completar um padrão visual, pessoas com autismo terminaram 40% mais rápido do que aquelas sem a condição.
     Na verdade, a deficiência intelectual é sobre-estimada entre pessoas com autismo, porque os pesquisadores utilizam testes inadequados. Elas são na verdade muito inteligentes.
     “Ao medir a inteligência de uma pessoa com deficiência auditiva, ninguém hesitaria em eliminar os componentes do teste que não poderiam ser explicados usando a linguagem de sinais. Por que não deveríamos fazer o mesmo para os autistas?”, disse Mottron. “Eu já não acredito que a deficiência intelectual é intrínseca ao autismo. Para estimar a taxa de verdade, os cientistas devem usar apenas testes que não exijam nenhuma explicação verbal”.Outros especialistas concordam que não devemos ver exclusivamente os déficits do autismo, no entanto, ele ainda deve ser pensado como uma doença, e não apenas uma diferença.
     Pessoas com autismo têm problemas graves de funcionamento no seu dia-a-dia. Intervenções adequadas podem melhorar a vida dessas pessoas. “Uma narrativa abrangente do autismo deve levar em consideração os pontos fortes e os pontos fracos da doença”, disse Rajesh Kana, professor de psicologia.
     Embora no passado os pesquisadores tenham se concentrado principalmente nos déficits do autismo, o campo agora tem uma visão mais ampla e profunda da desordem.
     Compreender os pontos fortes do autismo é importante para dar apoio para aqueles com a doença. Por exemplo, se uma criança tem habilidade verbal mínima, então você provavelmente deve encontrar uma forma visual de ajudá-la. “Qualquer intervenção deve visar os déficits, mas trabalhar com os pontos fortes”, disse Kana.

Live Science


sábado, 5 de novembro de 2011

Autistas chegam ao mercado de trabalho


Como o maior conhecimento sobre o transtorno, terapias adequadas e diagnóstico precoce têm permitido às pessoas
com autismo trabalhar
Fernanda Raquel desenvolveu a habilidade de desenhar para se comunicar.
Hoje trabalha como ilustradora
CONQUISTA
     Um cenário impensável no passado. Na empresa dinamarquesa de testagem de softwares Specialisterne, 80 dos 100 funcionários têm autismo. Uma das pioneiras na contratação de mão de obra autista, ela é um exemplo do grande avanço ocorrido nos últimos anos no universo das pessoas que convivem com esse transtorno. Com a melhor compreensão sobre a síndrome, os autistas têm deixado a clausura do espaço privado e ganhado o espaço público. “O autismo é um conjunto muito heterogêneo de condições que têm como ponto de contato os prejuízos nas áreas da comunicação, comportamento e interação social”, explica o neurologista Salomão Schwartzman. Se durante muito tempo se falou apenas dessas dificuldades, atualmente começam a ser discutidas as habilidades associadas e como isso pode ser aproveitado em diferentes profissões. Tanto que já há uma primeira geração a chegar ao mercado de trabalho. “Eles têm boa memória, uma mente muito bem estruturada, paixão por detalhes, bom faro para encontrar erros e perseverança para realizar atividades repetitivas”, disse à ISTOÉ o fundador da Specialisterne, Thorkil Sonne.
     Sonne resolveu investir no filão após o nascimento do filho autista Lars, hoje com 14 anos. A aposta deu tão certo que a empresa abriu unidades na Islândia, Escócia e Suíça e tem servido de inspiração para outras iniciativas. O empresário calcula entre 15 e 20 os projetos inspirados na matriz dinamarquesa em todo o mundo. Um deles é a Aspiritech, nos Estados Unidos, que, desde o ano passado, funciona com 11 engenheiros autistas trabalhando no teste de softwares. “Desde a década de 80, pesquisas mostram que essas pessoas têm uma capacidade muito maior de perceber pequenos detalhes visuais”, falou à ISTOÉ Marc Lazar, da Aspiritech. “Em testes para medir essa habilidade, eles cumprem o desafio em 60% do tempo gasto pelos demais e com grande acurácia.”
     Para se chegar à observação dessas qualidades foi preciso superar um erro de interpretação. “Por muito tempo, o autismo foi encarado como uma deficiência intelectual”, diz Adriana Kuperstein, diretora da Re-fazendo, assessoria educacional especial de Porto Alegre. O que se percebeu posteriormente é que em apenas alguns casos há a associação com deficiências intelectuais. Muitos autistas têm o intelecto preservado, vários com inteligência superior à média, mas não conseguem interagir porque não sabem usar os canais normais de comunicação.
     CONFIANÇA
O dinamarquês Thorkil Sonne tem uma empresa que explora as
habilidades dos autistas
     “É como um computador sem os softwares necessários para realizar determinada tarefa”, compara a psicóloga Alessandra Aronovich Vinic, que pesquisa autismo. Em seu consultório, ela aplica o método do treino das habilidades sociais. Seus pacientes aprendem, por exemplo, a reconhecer as feições relacionadas a sentimentos, como tristeza e alegria, ou a fixar o olhar no outro enquanto conversam. Pode parecer prosaico, mas faz toda a diferença para quem tem autismo. “As pessoas se comunicam visualmente o tempo todo”, fala Júlia Balducci de Oliveira, 23 anos. Para a jovem, não conseguir olhar nos olhos era uma fonte de angústia só superada com terapia. Formada em cinema, hoje Júlia trabalha na direção de um documentário sobre o autismo.
     Atualmente se sabe que quadros mais discretos também se incluem no chamado espectro autista, com boas possibilidades de tratamento. “Mas há 30 anos somente pacientes muito graves eram diagnosticados”, explica Ricardo Halpern, da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Eles eram internados, sedados e alijados do convívio social.” A delimitação desse grupo maior de pessoas aprimorou os métodos de tratamento. “As intervenções começaram a ser feitas mais precocemente, gerando maior inserção social”, disse à ISTOÉ o brasileiro Carlos Gadia, professor do departamento de neurologia da Universidade de Miami e diretor-médico da ONG Autismo&Realidade. Os principais beneficiados foram os pacientes de quadros mais leves.
     Foi o caso da jovem Fernanda Raquel Nascimento, 18 anos. A terapia ajudou a jovem a vencer os obstáculos que encontrava para interagir. Também progressivamente ela transformou em profissão o que era uma de suas formas de comunicação, o desenho. Hoje ela comemora seus primeiros trabalhos de ilustração para a Livraria Saraiva, em São Paulo. “Com o dinheiro, quero cursar faculdade”, diz. A jovem ainda trabalha em casa, mas o objetivo é que passe a dar expediente no escritório. “Ela realiza um trabalho de alta qualidade e com um ótimo atendimento da demanda”, fala Jorge Saraiva, proprietário da rede de livrarias.     
     Depois do contato com Fernanda, a empresa iniciou um plano para a contratação de pessoas com diferentes tipos de transtorno, entre eles, o autismo. Que se torne um cenário comum.

Comportamento
Revista ISTOÉ
Rachel Costa
N° Edição: 2191
 

O Menino Astronauta


Agradecemos pela admirável postagem deste video a Juliana Carla Firmino
Uma bela canção que retrata perfeitamente o sentimento de nossos autistas!
Agradecemos também a Elisa Carvalho e Bianco Marques por nos proporcionarem tão bela tradução desse nobre sentimento!
Grato também à Yvonne Falkas, sempre carinhosa e atenta a causa autista.
Abençoados sejam, todos.
Na Luz e na Paz



sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A ENGENHARIA DO AUTISMO


Quem é o psicólogo britânico que decidiu procurar entre profissionais da área de exatas as origens do transtorno que afeta a habilidade de se comunicar

O psicólogo Simon Baron-Cohen.
Sem medo de enfrentar controvérsias,
ele procura pelas origens do autismo
entre pessoas com inclinação para a matemática
      Eindhoven é o principal polo de tecnologia da Holanda. A cidade de 270 mil habitantes concentra duas importantes universidades tecnológicas e dezenas de indústrias de olho nos cérebros privilegiados formados lá. Nos últimos anos, as autoridades de saúde da cidade começaram a se dar conta de uma mudança. Não havia nenhum levantamento oficial, mas os especialistas tinham a sensação de atender mais crianças com autismo, um transtorno de desenvolvimento que atinge principalmente meninos e afeta a habilidade de relacionamento e comunicação.
      Os boatos despertaram a atenção do psicólogo britânico Simon Baron-Cohen, de 53 anos, diretor do Centro de Pesquisa em Autismo da Universidade de Cambridge.
     Baron-Cohen tem fama em seu campo por dois motivos. É primo do comediante Sacha Baron-Cohen, conhecido mundialmente pelo personagem  Borat, um jornalista do Cazaquistão politicamente incorreto e dono de um infame traje de banho verde-limão (quem viu não esquece).
     O segundo motivo que dá fama ao Baron-Cohen cientista e, provavelmente, o que mais lhe agrada são suas teorias polêmicas sobre as origens do autismo. Ele está longe de ser um oportunista. 
     É sempre cauteloso ao explicar a dimensão de suas descobertas. Mas tampouco foge de controvérsias     
       Para Baron-Cohen, o aumento de crianças com autismo, possivelmente o caso de Eindhoven, deve-se ao casamento entre pessoas com tendências autistas.
     Todo mundo conhece alguém assim: é o amigo da faculdade ou do trabalho com interesses muito específicos (pode ser organizar sua coleção de livros sobre trens ou colecionar espécies de um gênero de orquídea). Ele percebe facilmente padrões dispersos pelo cotidiano, como a sequência de funcionamento dos semáforos de uma avenida, e não tem muitos amigos.  
      Segundo Baron-Cohen, pessoas com esse perfil escolhem profissões que aproveitem essa facilidade para captar padrões. Tornam-se engenheiros, matemáticos, físicos, cientistas da computação.
 “Não estou dizendo que todos os engenheiros e matemáticos são autistas”, afirmou a ÉPOCA Baron-Cohen. “Mas é comum que, entre esses profissionais, existam mais pessoas com características compatíveis com autismo.”
      Há uma incidência maior de autismo entre matemáticos"Simon Baron-Cohen Esse tipo de habilidade está presente em todos nós, em maior ou menor grau. Entre os autistas, estaria absolutamente fora do normal.      
      Alguns são capazes de criar fórmulas matemáticas para calcular em que dia da semana caiu uma data passada e quando cairá no futuro. Nos profissionais das ciências exatas, “grandes sistematizadores”, segundo Baron-Cohen, essa capacidade estaria na fronteira entre o normal e o fora do comum. “Talvez, eles tenham apenas alguns dos genes do autismo e manifestam só algumas características”, diz. Como são atraídos por um tipo específico de profissão, se concentrariam em polos tecnológicos, onde conheceriam mulheres com interesses semelhantes e, provavelmente, também com alguns dos genes do autismo. Ao se casarem, teriam filhos autistas ao unir suas cargas genéticas.
      O caso de Eindhoven parecia a oportunidade perfeita para Baron-Cohen reunir evidências em favor de sua tese. Ele pediu que as escolas da cidade informassem o número de crianças autistas matriculadas. Fez o mesmo com escolas de outras duas cidades holandesas de tamanho semelhante – Haarlem e Utrecht –, mas cujas economias não são baseadas no setor tecnológico.
     A conclusão do estudo, divulgado há pouco mais de dois meses em uma importante publicação sobre autismo, parece confirmar as suspeitas de Baron-Cohen. Em Eindhoven, há entre duas e quatro vezes mais casos do que em Haarlem e Utrecht. A pesquisa foi a primeira a comparar a prevalência de autismo em um polo tecnológico com cidades de perfil econômico diferente. E, portanto, a provar cientificamente a relação. Mas a suspeita não é nova.
      O primeiro caso a chamar a atenção foi o da Califórnia, Estados Unidos. O Estado engloba o Vale do Silício, região que concentra algumas das principais empresas de tecnologia do mundo, como o Facebook, o Google e a Apple. Entre 1987 e 2007, segundo estatísticas do governo americano, o número de diagnósticos de autismo aumentou 1.148%. A população cresceu só 27%. 
     A ideia de que os pais de crianças com autismo tenham formas atenuadas da condição paira sobre o campo da psiquiatria desde o final da década de 1980. Mas foi Baron-Cohen que tomou para si a tarefa de provar ou refutar a teoria. Em sua busca pelas origens do autismo, já analisou milhares de familiares de matemáticos e engenheiros. As conclusões reforçam sua tese.
     Entre 1.405 parentes de estudantes de matemática, ele encontrou sete casos de transtornos semelhantes ao autismo. Nas famílias de universitários de outras áreas, achou apenas dois.   Em um estudo com crianças autistas, a probabilidade de que o pai da criança ou um dos avôs fosse engenheiro era duas vezes maior.
      A teoria, claro, é polêmica. “Esses achados precisam ser reproduzidos por outros estudos para que sejam considerados”, diz a psiquiatra Letícia Amorim, da Associação de Amigos do Autista. Os cientistas não têm certeza nem das origens genéticas do autismo. Não sabem se o transtorno é causado por dois ou 200 genes.      
      Logo, é difícil procurar por eles entre matemáticos e engenheiros. Além disso, existe a dificuldade de fazer o diagnóstico.
      Há um espectro de condições relacionadas ao autismo, algo parecido com uma escala. Pessoas com as formas mais graves têm quociente menor de inteligência, não desenvolvem a linguagem e não conseguem se relacionar. Na outra ponta da escala, os pacientes podem ter o quociente de inteligência acima da média da população e menos dificuldade para interagir socialmente.
     Baron-Cohen acredita que os físicos Albert   Einstein e Isaac Newton, criadores das teorias que explicam o Universo, estavam nesse extremo do espectro, uma síndrome conhecida como Asperger. Em alguns casos, a fronteira entre a síndrome e o considerado “normal” é tão tênue que é difícil saber se pais de crianças autistas, possivelmente os matemáticos e engenheiros da teoria de Baron-Cohen, também não são eles mesmos Aspergers. Isso torna ainda mais complicado provar a teoria das tendências autistas.
     Baron-Cohen diz que toda essa polêmica é por bons motivos. Porque ajuda os especialistas a entender como os autistas pensam e a refinar estratégias de aprendizagem destinadas a crianças com o transtorno. Além disso, serviria para mudar o olhar da sociedade. “Ao mostrar que esses traços podem estar presentes em profissionais, percebemos que o autismo engloba habilidades e até talentos”, diz.

Marcela Buscato
Revista Época - 16.09.2011
Foto: Brian Harris/Rex Features/Glow Images

INCLUINDO AUTISTAS NA CIÊNCIA

Alysson Muotri
     Quando se fala em indivíduos autistas, a maioria imagina pessoas isoladas socialmente, com dificuldade em comunicação e envolvidas em comportamentos repetitivos e estereotipados. De fato, para ser considerado dentro do espectro autista, basta apresentar sintomas relacionados a essas características.     Porém, essa definição é restrita, rasa, e não reflete a condição autista em sua totalidade. O lado positivo do autismo é pouco lembrado, o que contribui para problemas de inclusão social.
Indivíduos autistas são extremamente focados e conseguem se dedicar a uma atividade especifica por muito tempo. Em geral, essa dedicação vem acompanhada de uma atenção aos detalhes, sensibilidade ao ambiente e capacidade de raciocínio acima do normal, o que colocaria essas pessoas em vantagem em determinadas situações. Uma dessas situações está presente justamente em alguns aspectos do processo científicos.
     A ciência não vive apenas de criatividade e pensamento abstrato. Na verdade, a maioria dos cientistas segue uma carreira metódica, racional, com incrementos sequenciais no processo de descoberta científica.  Esse trabalho exige atenção e dedicação acima do normal, por isso mesmo cientistas acabam sendo “selecionados” para esse tipo de atividade. O momento de “eureca” é extremamente raro na ciência.
     Da mesma forma, são raros os casos de autistas superdotados, com capacidades extraordinárias. Esse tipo de característica, retratada no filme RainMan, acaba ajudando esses indivíduos a se estabelecerem de forma independente. É o caso de Stephen Wiltshire que vive de sua arte porque consegue desenhar em três dimensões uma cidade inteira após sobrevoá-la de helicóptero uma única vez. Mas e no caso dos outros indivíduos, que não necessariamente possuem uma habilidade tão evidente? Será que poderíamos incorporá-los em alguma outra atividade aonde suas características sejam de grande vantagem?
Indivíduos autistas usam o cérebro de forma diferente. Regiões do cérebro relacionadas ao processo visual são, em geral, bem mais acentuadas. Por isso mesmo, autistas conseguem perceber variações em padrões repetidos mais rapidamente e com mais precisão do que pessoas “normais”, ou fora do espectro autista.      Autistas também superam não-autistas em detectar variações em frequências sonoras, visualização de estruturas complexas e manipulação mental de objetos tridimensionais.
     Retardo intelectual é, quase sempre, relacionado ao autismo. Mas vale lembrar que a maioria dos testes utiliza linguagem verbal, o que coloca os autistas em desvantagem. Esse tipo de abordagem merece uma revisão mais criteriosa. Aposto que se refizéssemos algumas dessas pesquisas os resultados seriam diferentes e contribuiriam para a redução do preconceito.
     Muitos autistas poderiam ser aproveitados pela academia. Desde cedo, esses indivíduos demonstram profundo interesse em informações, números, geografia, dados, enfim, tudo que é necessário para a formação de um pensamento científico. Além disso, possuem capacidade autodidática e podem se tornar especialistas em determinada área – ambas as características são importantes no cientista. Algumas das vantagens intelectuais (e mesmo pessoais) de indivíduos autistas acabam sendo atraentes em laboratórios científicos. Não me interprete mal, não estou sugerindo o uso de autistas como objeto de estudo (o que já acontece e é útil também), mas como agentes da descoberta cientifica.
     Tenho certeza de que poderíamos incluir cientistas autistas no contexto de descoberta cientifica atual e explorar esse tipo de inteligência. Um exemplo disso é o laboratório do Dr. Laurent Mottron, que trabalha com a cientista-autista Michelle Dawson faz 7 anos. Laurent descreveu recentemente sua experiência empregando cientistas autistas na última edição da revista Nature. Michelle tem a capacidade de manusear mentalmente um número enorme de dados ao mesmo tempo, faz isso naturalmente. E enquanto não conseguimos nem lembrar o que vestimos ontem, autistas como Michelle nos surpreendem com uma memoria impecável.
     Ela recorda todos os dados gerados do laboratório e tem papel fundamental no desenho de experimentos de outros cientistas. Juntos, Laurent e Michelle já assinaram mais de 14 trabalhos juntos.    Outro exemplo clássico é Temple Grandin, autista que obteve seu PhD em veterinária e, usando seu raciocínio visual, desenvolveu novos protocolos para redução de estresse em animais para o consumo de carne. Grandin é atualmente professora da Universidade Estadual do Colorado, nos EUA.
     Acredito que autistas podem dar uma contribuição excepcional para o mundo se conseguirmos colocá-los no ambiente ideal. É um desafio social, mas que começa com a conscientização da condição autista.    Organizações internacionais já existem com a finalidade de auxiliar autistas a se encaixarem no mercado de trabalho. Exemplos são as firmas Aspiritech, nos EUA, e Specialisterne, na Holanda. Com o tempo, outros lugares vão perceber que a mão-de-obra autista é extremamente especializada e começarão a explorar esse nicho.
     Obviamente o autismo traz limitações, como o entrosamento social, problemas motores e a dificuldade de comunicação. Com isso, eles não vão conseguir se adaptar facilmente a trabalhos que envolvam comunicação social intensa. Em casos mais graves, muito provavelmente, vão depender da sociedade por toda a vida. Ignorar essas limitações é tão prejudicial quanto ignorar as vantagens que o autismo pode oferecer nos casos mais leves. Talvez o maior reflexo de uma sociedade avançada esteja em como ela acomoda suas minorias. Enquanto as oportunidades terapêuticas para o autismo não chegam, acredito que o que esses indivíduos mais precisam agora seja respeito, inclusão e, acima de tudo, oportunidades.

Fonte:
G1 - Globo Ponto.Com
Foto: Revista Época



Pitoco confundindo

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Juventude (Temple Grandin)



Temple Grandin – o mundo precisa de todos os tipos de mente
     Temple Grandin nasceu Boston em 1947 e até os três anos de idade só comunicava por intermédio de gritos, assobios e murmúrios de boca fechada.
     Nessa altura os médicos diagnosticaram-lhe autismo, contudo a sua mãe, já desde os seis meses de idade, tinha percebido que esta filha era diferente das outras crianças: rejeitava o colo da mãe, ficava rígida sempre que a queriam abraçar e o olhar era vago.
     Apesar de ter aprendido a falar, os comportamentos fora do comum sempre estiveram presentes durante o seu percurso escolar: batia na cabeça das outras crianças, às vezes ignorava sons altíssimos, mas reagia com violência aos estalidos de uma folha de celofane, o cheiro de uma flor recém colhida podia deixá-la descontrolada ou simplesmente refugiar-se no seu mundo interior.
     Com um ensino permanente e estimulante, com a persistência e acompanhamento familiar, Temple Grandin conseguiu, em 1966, concluir a sua formação no ensino secundário em Hampshire Country School, um internato para crianças sobredotadas, em 1970 licenciar-se em Psicologia pela Faculdade Franklin Pierce, em 1975 concluir o seu mestrado em Ciência Animal pela Universidade Estatal do Arizona e em 1989 obter a sua máxima distinção, o doutoramento, também em Ciência Animal, pela Universidade de Illinois, mostrando deste modo que o mundo precisa de todos os tipos de mente.
     Com base na sua experiência pessoal, Grandin defende a intervenção precoce para tratar o autismo, reforçando que os professores de apoio devem direcionar as fixações da criança com autismo, em direções frutíferas. She has described her hypersensitivity to noise and other sensory stimuli.
     Para Grandin o autista é um pensador essencialmente visual, sendo as palavras a sua segunda língua.    Temple attributes her success as a humane livestock facility designer to her ability to recall detail, which is a characteristic of her visual memory. Uma característica da sua memória visual é a capacidade para recordar detalhes e Temple atribui o seu sucesso como designer de gado a estas características. Em 2004 a organização PETA atribui-lhe um prémio pelo fantástico trabalho que tem realizado ao longo da sua vida com o objectivo de humanizar os currais onde se encontra o gado, bem como os matadouros.
     Grandin diz que consegue pensar como uma vaca, pois consegue perceber as mudanças e os detalhes a que os animais são particularmente sensíveis. Com a sua maneira de pensar em imagens tem a capacidade de elaborar equipamentos, recintos e espaços inteligentes para manter o gado calmo e sem stress.
     Grandin refere que, segundo a sua perspectiva de vida, é ético o homem alimentar-se de outros animais, contudo esses animais têm o direito de ter uma vida calma, com conforto e uma morte o mais indolor possível, pois até ao animal se tornar num bife ele é um ser vivo que merece respeito.
     Na América do Norte e também na América do Sul os currais projectados por Grandin já são uma realidade.
     Hoje, com 64 anos de idade, Grandin é considerada líder na defesa do bem-estar animal e na defesa de uma educação protetora das crianças autistas, sendo frequentemente convidada para fazer palestras sobre ambas as temáticas. Em 2010 viu o seu nome incluído no Time 100, lista onde anualmente são incluídas as pessoas mais influentes no mundo.
     E a partir desta crónica é-nos lícito colocar a questão:
     Poderá qualquer nação dar-se ao luxo de não atender às diferenças dos seus cidadãos, desprezando inteligências que no futuro farão elas a diferença?
     Autistas, sobredotados, Asperger, hiperactivos, disléxicos, quem sabe o que eles poderão trazer de novo para a humanidade.

                                                                    
Margarida Martins
   SETUBAL - Portugal 




terça-feira, 1 de novembro de 2011

11 sinais de alerta para os pais detectarem doença mental em crianças

    
     Para ajudar crianças com transtornos mentais não diagnosticados, pesquisadores lançaram uma lista de 11 sinais fáceis de reconhecer que podem ser usados como um alerta pelos pais e outras pessoas da comunidade.

     A lista se destina a ajudar a fechar uma lacuna entre o número de crianças que sofrem de doenças mentais e aquelas que realmente recebem tratamento para essas doenças. Com ela, os pesquisadores esperam que os pais distingam entre comportamentos normais da infância e verdadeiros sinais de doença mental.

     Entre os sinais, estão sentir-se triste ou “se fechar” por duas semanas ou mais, o que pode indicar depressão, e medos intensos ou preocupações que atrapalham atividades diárias, o que pode indicar um distúrbio de ansiedade.

     Estudos sugerem que três em cada quatro crianças com distúrbios de saúde mental, incluindo déficit de atenção e hiperatividade, distúrbios alimentares e transtorno bipolar, passam despercebidas e não recebem os cuidados de que necessitam.

     Pais que perceberem qualquer um desses sinais em seus filhos devem levá-los para ver um pediatra ou profissional de saúde mental para uma avaliação psiquiátrica.

     A identificação de um transtorno psiquiátrico no início da vida também irá permitir que as crianças recebam tratamento mais cedo, o que provavelmente irá torná-los mais eficazes.

     A lista foi criada por um comitê que analisou vários estudos de saúde mental, envolvendo mais de 6.000 crianças. Eles garantem que os sintomas na lista podem identificar a maioria das crianças com certos distúrbios de saúde mental.

     Os 11 sinais de alerta são os seguintes:

        • Sentir-se muito triste ou “se fechar” por duas ou mais semanas;

        • Tentar se ferir ou se matar, ou fazer planos para isso;

        • Medo súbito esmagador sem razão, às vezes com coração acelerado ou respiração rápida;

        • Se envolver em várias lutas, usando uma arma, ou querer ferir outros;

        • Comportamento fora de controle grave, que pode chegar a machucar a si mesmo ou outros;

        • Não comer, vomitar ou usar laxantes para perder peso;

        • Preocupações ou medos intensos que atrapalham atividades diárias;

        • Extrema dificuldade em concentrar-se ou permanecer quieto, o que o coloca em perigo físico ou causa insucesso escolar;

        • Uso repetido de drogas ou álcool;

        • Grave humor que causa problemas em suas relações;

        • Mudanças drásticas no seu comportamento ou personalidade.

     Esses sinais formam um “perfil” e não são em si diagnósticos específicos.
Para diagnósticos precisos, os pais devem procurar ajuda de um profissional de saúde.

     Para evitar o alarme potencial de pais, que podem diagnosticar transtornos mentais onde eles não existem, os pesquisadores disseram que projetaram a lista para ser conservadora. Ou seja, estes sinais não serão evidentes em todas as crianças que tem um distúrbio de saúde mental. Dos 15% dos jovens que se estima que tenham doença mental, os perfis vão identificar cerca de 8%.


LiveScience