terça-feira, 17 de abril de 2012

A definição possível de autismo


Dificuldades na linguagem, na interação social e de comportamento 
são as principais características da doença

     O autismo se caracteriza por atraso no desenvolvimento da linguagem e da comunicação por outros meios, como gestos; dificuldades de interação social, comportamentos estereotipados e movimentos repetitivos. Pode se manifestar precocemente, no primeiro ano de vida, ou de modo tardio, após o segundo aniversário. A capacidade intelectual varia desde o déficit cognitivo até um grau de desempenho acima do normal. É comum que haja outras doenças genéticas ou neurológicas associadas ao autismo.
      
     Autismo clássico: É aquele em que a criança parece alheia ao que se passa à sua volta.
Síndrome de Heller: Ou Transtorno Desintegrativo da Infância. Em geral, aparece após os 4 anos e causa retardo grave.
     
     Síndrome de Rhett: Acomete quase sempre as meninas, que, a partir dos 2 anos, apresentam sintomas como movimentos repetitivos com as mãos, isolamento e um quadro degenerativo grave. Hoje já se sabe que é causada por uma anomalia no gene mecp2, e, por isso, na nova classificação, ela deixará de ser considerada uma forma de autismo.

     Síndrome de Asperger: As crianças têm cognição normal ou acima da média, mas apresentam comportamentos e interações características do autismo.

     TID/SOE: Ou Transtornos Invasivos do Desenvolvimento sem Outras Especificações.
Nele,o quadro é mais leve, e dificilmente há outras patologias.

O Globo Saúde
LILIAN FERNANDES

sábado, 14 de abril de 2012

Quando o celular salva


sábado, 7 de abril de 2012

Inconformado com 1 em 88

     O dia 2 de abril é especial.

     É o momento do ano em que diversas pessoas mundo afora param para refletir sobre o autismo, um conjunto de diversas síndromes que afetam a habilidade de socialização, linguagem e comportamento humano.

     Por muito tempo, acreditava-se que pessoas dentro do espectro autista eram raras, uma minoria. Porém, com um trabalho de conscientização intenso, familiares e cientistas conseguiram convencer os médicos e a sociedade de que o autismo não é tão raro assim. Desde então, a prevalência do autismo tem sido motivo de discussão.

     Dados recentes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) agora mostram que uma em cada 88 crianças nos Estados Unidos são diagnosticadas com autismo(http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/ss6103a1.htm?s_cid=ss6103a1_w).
     Os números representam um aumento de 23% nos casos entre 2006 e 2008 e 78% de aumento desde 2002. Ainda assim, é possível que o estudo esteja subestimando números reais. Um estudo publicado ano passado mostrou incidência de autismo de um em 38 crianças na Coréia do Sul.

     É provável que os números no Brasil não sejam muito diferentes dos Estados Unidos, mas ainda não existe um estudo formal feito no país.

     Os dados novos de CDC, liberados ao público na última quinta-feira (29), mostra que incidência aumentou entre a população negra e hispânica. A diferença entre sexos é grande, um em cada 54 é a proporção para os meninos, cinco vezes maior que em meninas. Sabemos muito pouco de por que o autismo tem um viés masculino. Algumas hipóteses associam genes duplicados no cromossomo X – do qual as meninas têm duas cópias – como um fator protetivo.

     Parte da justificativa desse aumento parece estar associada a uma melhora no diagnóstico e conscientização da população. A idade média de diagnóstico caiu de quatro anos e meio para quatro anos. Porém, muitos pais detectam o problema bem mais cedo, o que sugere que o processo de diagnóstico pode melhorar muito ainda. Uma contribuição ambiental ainda desconhecida também tem sido apontada como um fator que justificasse a alta incidência de autismo nos dias de hoje, mas não existe evidência científica forte o bastante pra apoiar essa idéia. Não importa se estes fatores justificam ou não por completo os números do CDC; de toda forma, o aumento é preocupante e sugere um quadro epidêmico. São mais de 1 milhão de crianças afetadas, com um custo anual de US$ 126 bilhões nos Estados Unidos.

     Infelizmente, por trás de toda essa estatística, estão familiares e pacientes, que se esforçam todos os dias para lidar com a condição. A preocupação com o futuro dessas crianças é justificável e a luta para torná-los independentes começa cedo. Erra quem pensa que isso é um problema das famílias dos pacientes apenas. Crianças são as maiores riquezas de um país e preservar os cérebros delas é garantir o futuro competitivo. Ignorar o problema é a pior coisa que um governo pode fazer. A isenção da iniciativa privada também preocupa. Custos com seguros saúde vão aumentar drasticamente, afetando a produção daqueles que cuidam de crianças autistas, por exemplo. Com esse tipo de prevalência na população é difícil de encontrar quem não seja, direta ou indiretamente, afetado pelo autismo.

     Em tempos de crise, a história tem mostrado que o incentivo a pesquisa na área é o que, em geral, leva à solução do problema. Jovens adultos e crianças da atual geração nunca devem ter ouvido falar de poliomielite ou pólio. Isso porque a epidemia de pólio, que deixou milhares de crianças e adultos paralisados por volta de 1910, foi erradicada a partir de iniciativas como a “Corrida contra o pólio” nos anos 50, que investiu pesado na busca científica da “cura” do problema. Pólio continua sem cura, mas foi erradicado da maioria dos países através do financiamento de uma vacina, originada numa polemica pesquisa do médico Jonas Salk.

     O mundo é formado, em sua maioria, por pessoas conformadas, e por uma minoria de pessoas que não se conformam. São os conformados que nos trazem conforto nas horas mais difíceis, que nos ensinam a aceitar as situações como são e agradecer por aquilo que temos. São os conformados que vão te dizer que o autismo não tem solução, que não há o que fazer.

     Mas são os inconformados que transformam nossa perspectiva e que fazem o mundo melhor. Acho que o quadro de autismo atual pede um plano nacional de ataque, a criação de um centro de excelência em autismo brasileiro, formador de profissionais qualificados e com pesquisada cientifica de ponta com colaborações internacionais. Será preciso reunir pais, políticos, terapeutas, médicos e cientistas inconformados e que estejam dispostos a lutar por dias melhores.

Alysson Muotri
G1 - ESPIRAL

sexta-feira, 6 de abril de 2012

FELIZ PÁSCOA

Estudo genético revela complexidade do autismo

Autismo esporádico


Cientistas da Universidade de Washington publicaram na revista Nature desta quinta-feira os resultados de uma nova abordagem para estudar o autismo.

Eles estudaram a chamada desordem do espectro autista em crianças que não tem histórico familiar deste ou de outros debilitamentos similares - o chamado autismo esporádico.

O Dr. Brian O'Roak e seus colegas afirmam que não se deve esperar por mecanismos de previsão do risco de autismo por meio de técnicas de DNA, porque múltiplas mutações contribuem para a doença

Eles estavam particularmente interessados em descobrir porque o autismo varia em seus sintomas e na severidade de acometimento de cada criança.

Focando no autismo esporádico, eles queriam avaliar um modelo genético para o risco de autismo, mais especificamente o surgimento de novas mutações nas crianças, mutações estas não presentes nos seus pais.

Múltiplas mutações

A conclusão é, também de um ponto de vista genético, o autismo é uma condição complexa, ligada a uma rota de regulação de genes no cérebro e no sistema nervoso.

Várias alterações nesta rota contribuem para o desenvolvimento do autismo de formas muito diferentes.

Mutações nesta rota também contribuem para uma variedade de debilidade intelectuais, sociais e psiquiátricas nas crianças, com implicações além da desordem do espectro autista.

É por isto que é comum o anúncio de descobertas de genes que afetam risco de surgimento do autismo.



Autismo pode ser detectado no cérebro aos seis meses de idade

Diagnóstico do Autismo

As mudanças no desenvolvimento do cérebro que estão por trás do transtorno do espectro do autismo podem ser detectáveis em crianças a partir dos 6 meses de idade.
Enquanto os comportamentos básicos associados com o chamado autismo - comunicação social prejudicada e comportamentos repetitivos - tendem a ser identificados após o primeiro aniversário da criança, os cientistas encontraram diferenças claras nas vias de comunicação do cérebro aos seis meses de idade em crianças que receberam mais tarde um diagnóstico definitivo de autismo.

Risco de autismo

O Dr. Joe Piven e seus colegas da Universidade da Carolina do Norte (EUA) estudaram o cérebro e o desenvolvimento do comportamento de 92 crianças.

Essas crianças tinham irmãos mais velhos com o espectro do autismo e, portanto, tinham risco elevado de desenvolver a condição.

"Esses resultados nos dão a esperança de que possamos um dia ser capazes de identificar as crianças com risco de autismo antes que os sintomas comportamentais apareçam," disse a Dra. Geri Dawson, coautora do estudo.

"O objetivo," acrescenta ela, "é intervir o mais cedo possível para prevenir ou reduzir o aparecimento de sintomas incapacitantes."

Uma área promissora para o prosseguimento das pesquisas é a identificação de mecanismos genéticos e biológicos específicos por trás das diferenças observadas no desenvolvimento do cérebro entre crianças autistas e não-autistas.
Massa branca

Os pesquisadores usaram uma tecnologia de ressonância magnética, chamada imagens de tensores de difusão, para avaliar os cérebros de crianças de 6 meses, 1 ano e 2 anos de idade.

Isto permitiu criar imagens tridimensionais que mostram alterações ao longo do tempo na "massa branca" de cada criança.

A massa branca representa a parte do cérebro que é particularmente rica em fibras nervosas que formam as vias principais de informação entre diferentes regiões cerebrais.

Ela é um marcador cerebral que difere em crianças que passam a ser classificados com autismo.

Essas diferenças de desenvolvimento podem sugerir um desenvolvimento mais lento da substância branca durante a primeira infância, quando o cérebro está criando e fortalecendo conexões vitais.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A responsabilidade do pediatra: diagnóstico precoce de autismo

Ricardo Halpern*
     Desde 2007, o dia 02 de abril foi definido pela ONU como o Dia da Conscientização do Autismo. Essa data, através do seu simbolismo, tem trazido um diálogo maior da sociedade através das famílias e de indivíduos com Autismo e os profissionais que atuam nesta área. Veio como um alerta necessário para que os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID), antes considerados raros, fossem vistos com maior responsabilidade. Pesquisas e interesse pelo TID, onde o Autismo aparece como o mais prevalente, têm aumentado ano a ano, produzindo mais conhecimento, desmistificando situações anedóticas e afastando o que não é científico. Com isso, os critérios diagnósticos se ampliaram e o olhar sobre o Autismo fez com que um número maior de casos fosse diagnosticado. A prevalência do autismo é de cinco a vinte casos por 10000 nascidos. Estudo recente realizado por Fombonne, em 2009, refere uma prevalência de até 30 casos por 10000 quando considerado todos os TIDs. Em geral, tem seu início no primeiro ano de vida em 25% dos casos, 50% no segundo ano, e 25% a partir do terceiro ano de vida. É considerado um distúrbio de desenvolvimento complexo, com etiologias múltiplas, e variados graus de comprometimento.
     Nesse contexto, a responsabilidade do pediatra na identificação precoce do autismo fica muito evidente. O conhecimento de que é possível o diagnóstico antes dos 36 meses, a disponibilidade de instrumentos de triagem, e a certeza dos resultados benéficos dos programas de intervenção precoce fazem do pediatra um participante ativo e potencial para o reconhecimento do Autismo.
     A SBP, acompanhando a evolução da pediatria e preocupada com a nova agenda do pediatra para o século XXI, tem preparado e incentivado, através dos diversos eventos científicos, os pediatras brasileiros para o diagnóstico dos TIDs. A identificação precoce dessas condições modifica de forma marcada o prognóstico e a qualidade de vida das crianças e de suas famílias. Fica colocado aqui um desafio que tem sido trazido por várias vozes dentro da pediatria brasileira, o de incorporar definitivamente na nossa prática diária a utilização de instrumento de triagem para autismo! Vamos estender a conscientização para além do dia 02 de abril, para todos os dias da nossa rotina profissional.

* Dr. Ricardo Halpern é presidente do Departamento Científico de Pediatria do Comportamento e Desenvolvimento da SBP - Sociedade Brasileira de Pediatria


Fonte e Foto:
http://www.sbp.com.br/show_item.cfm?id_categoria=95&id_detalhe=1762&tipo=D
 



A.L.A.R.M.E. Para Autismo

 Autismo é prevalente
  • Uma em seis crianças é diagnosticada com problemas de desenvolvimento e comportamento Uma em cada 166 é diagnosticada dentro do espectro autista
Lembrar
  • Problemas de desenvolvimento apresentam sinais discretos e podem passar despercebidos Sinais precoces de autismo podem estar presentes antes dos 18 meses
Agir precocemente
  • Vigilância e triagem são importantes pontos de sua pratica clinica Utilizar instrumentos apropriados de triagem quando necessário Reconhecer sinais de alerta (atraso de linguagem, falta de reciprocidade social, comportamentos atípicos) Melhorar a qualidade de vida das crianças e suas famílias através de intervenção precoce
Referir
  • Para um programa de intervenção precoce ou escola apropriada Para um especialista ou equipe para confirmação diagnostica Para uma avaliação sensorial imediata Para os recursos da comunidade (escolar, saúde) para auxilio as famílias
Monitorar
  • Marcar acompanhamento para discutir a evolução Observar aparecimento tardio de outros comportamentos ou características do paciente Buscar outras características de comportamento e fenotípicas Oferecer aos pais atualização e informação sobre o assunto Advogar a favor dos direitos da criança e sua família em busca de benefícios para intervenção
Escutar
  • A informação dos pais porque ela é acurada e de qualidade
  • Os pais em geral têm uma idéia muito clara de que algo esta errado
  • Quando os pais não trazem o problema pergunte se eles têm alguma duvida sobre o desenvolvimento do seu filho
 Fonte:
Halpern R, 2010 adaptado de Autism A.L.A.R.M. Project from AAP,
National Center on Birth Defects and
Developmental disabilities CDC


 


terça-feira, 3 de abril de 2012

Aprovada no Senado a aposentadoria especial para deficientes

Proposta segue para votação final na Câmara dos Deputados e poderá beneficiar 24,6 milhões de brasileiros.
Veja infografia

     O Senado Federal aprovou por unanimidade, na tarde desta terça-feira (3), o Projeto de Lei da Câmara (PLC) nº 40/2010, que concede aposentadoria especial para pessoas com deficiência. A proposta, que é de autoria do atual vereador de Belo Horizonte Leonardo Mattos (PV), ex-deputado federal, agora segue para votação final na Câmara Federal.

     Em 2005, o então deputado federal Leonardo Mattos apresentou o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 277/2005, reduzindo o tempo de contribuição e a idade mínima para aposentadoria da pessoa com deficiência. A proposta regulamenta o artigo 201, §1º da Constituição Federal, que cria a possibilidade de diferenciação na concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social para os segurados com deficiência.

     Após ser aprovado na Câmara Federal em 2010, o projeto recebeu o nome de PLC 40/2010. “Com ele (o benefício) vamos melhorar, consideravelmente, a qualidade de vida das pessoas com deficiência”, disse Mattos.

     De acordo o Censo 2000 do IBGE, existem 24,6 milhões de brasileiros com deficiência. Para Leonardo Mattos, o projeto cumpre a máxima de que todos são iguais perante a lei, tratando de forma igual aqueles que são iguais e de forma desigual os desiguais.

     O parlamentar afirmou que atualmente existem milhares de deficientes trabalhadores, os quais enfrentam diversas dificuldades diariamente, pois o trabalho das pessoas com deficiência é uma situação nova para a sociedade brasileira. “Até muito pouco tempo atrás nós eramos pensionistas e, agora, estamos sentindo o impacto da vida laborativa. Muitas pessoas com deficiência estão se sentindo na obrigação de aposentarem-se prematuramente por invalidez, pois não têm tempo de contribuição nem idade exigidos pela legislação”, destacou Mattos.
Fonte:

O Coração tem Cérebro

Coração tem cérebro
    Descobriu-se que o coração contém um sistema nervoso independente e bem desenvolvido com mais de 40 mil neurônios e uma completa e espessa rede de neurotransmissores, proteínas e células de apoio.
      Ele é inteligente.
     Graças a esses circuitos tão elaborados, parece que o coração pode tomar decisões e passar à ação independentemente do cérebro; e que pode aprender, recordar e, inclusive, perceber.
     Existem quatro tipos de conexões que partem do coração e vão para o cérebro da cabeça.
     1. A comunicação neurológica mediante a transmissão de impulsos nervosos.
     O coração envia mais informação ao cérebro do que recebe, é o único órgão do corpo com essa propriedade e pode inibir ou ativar determinadas partes do cérebro segundo as circunstâncias.
     Significa que o coração pode influenciar em nossa maneira de pensar.
     Pode influenciar em nossa percepção da realidade e, portanto, em nossas reações.
     2. A informação bioquímica mediante hormônios e neurotransmissores.
     É o coração que produz o hormônio ANF, aquele que assegura o equilíbrio geral do corpo: ahomeostase.
     Um dos efeitos é inibir a produção do hormônio do estresse e produzir e liberar a oxitocina, que é conhecida como o hormônio do amor.
     3. A comunicação biofísica mediante ondas de pressão.
     Parece que através do ritmo cardíaco e suas variações, o coração envia mensagens ao cérebro e ao resto do corpo.
     4. A comunicação energética.
     O campo eletromagnético do coração é o mais potente de todos os órgãos do corpo: 5 mil vezes mais intenso que o do cérebro.
     E tem-se observado que muda em função do estado emocional.
     Quando temos medo, frustração ou estresse se torna caótico.
     E se organiza com as emoções positivas.
     Sim. E sabemos que o campo magnético do coração se estende ao redor do corpo entre dois ou quatro metros, ou seja, todos que estão ao nosso redor recebem a informação energética contida em nosso coração.
     A que conclusões nos levam estas descobertas?
     O circuito do cérebro do coração é o primeiro a tratar a informação que depois passa para o cérebro da cabeça.
     Não será este novo circuito um passo a mais na evolução humana?
     Há duas classes de variação da frequência cardíaca: uma é harmoniosa, de ondas amplas e regulares e toma essa forma quando a pessoa tem emoções e pensamentos positivos, elevados e generosos.
     A outra é desordenada, com ondas incoerentes e aparece com as emoções negativas. Sim, com o medo, a raiva ou a desconfiança.
     Mas há mais: as ondas cerebrais se sincronizam com estas variações do ritmo cardíaco; ou seja, o coração incentiva a cabeça.
     A conclusão é que o amor do coração não é uma emoção, é um estado de consciência inteligente.
     O cérebro do coração ativa no cérebro da cabeça centros superiores de percepção completamente novos que interpretam a realidade sem se apoiar em experiências passadas.
     Este novo circuito não passa pelas velhas memórias, seu conhecimento é imediato, instantâneo e, por isso, tem uma percepção exata da realidade.
     Está demonstrado que quando o ser humano utiliza o cérebro do coração, ele cria um estado de coerência biológica, tudo se harmoniza e funciona corretamente, é uma inteligência superior que se ativa através das emoções positivas.
     Este é um potencial não ativado, mas começa a estar acessível para um grande número de pessoas.
     E como posso ativar esse circuito?
     Cultivando as qualidades do coração: a abertura para o próximo, o escutar, a paciência, a cooperação, a aceitação das diferenças, a coragem.
     É a prática dos pensamentos e emoções positivas.
     Em essência, liberar-se do espírito de separação e dos três mecanismos primários: o medo, o desejo (avareza) e a ânsia de controle, mecanismos que estão ancorados profundamente no ser humano porque nos têm servido para sobreviver por milhões de anos.
      E como nos livramos deles?
     Assumindo a posição de testemunhas, observando nossos pensamentos e emoções sem julgar e escolhendo as emoções que possam nos fazer sentir bem.
     Devemos aprender a confiar na intuição e a reconhecer que a verdadeira origem de nossas reações emocionais não está no que ocorre no exterior, e sim no nosso interior.
     Cultive o silêncio, entre em contato com a natureza, viva períodos de solidão, medite, contemple, cuide de seu entorno vibratório, trabalhe em grupo, viva com simplicidade.
     E pergunte a seu coração quando não sabe o que fazer.

Annie Marquier, matemática e pesquisadora da consciência.
Professora em Soborne, França,
fundou no Quebec o Instituto para o Desenvolvimento da Pessoa.
É autora de “O poder de escolher”,
“A liberdade de ser” e “O mestre do coração”.


segunda-feira, 2 de abril de 2012

Estimule o desenvolvimento da criança com autismo

Brincadeiras e interação social trazem benefícios a quem tem essa disfunção

A psicanalista Sônia Pires, da clínica Bem-me-Care, de São Paulo, explica que o primeiro desafio dos pais é aceitar as limitações do filho. "A ideia de um filho sem autismo deve ser abandonada e dar lugar à compreensão das dificuldades da criança", afirma. Estimular a convivência com outras crianças e adultos tanto no ambiente familiar quanto em outros lugares é uma maneira natural de treinar as habilidades sociais e integrar a criança: só não adianta deixá-la isolada, distante do movimento e das conversas.

Convívio com a família

Diferente do que propõe o senso comum, o autismo não retira uma pessoa do convívio social. Sem dúvida, as habilidades de comunicação são prejudicadas quando há esse tipo de disfunção, mas os estímulos cognitivos realizados na intensidade adequada e com profissionais especializados são capazes de reverter alguns padrões de comportamento.

"O autismo é uma síndrome comportamental de base neurobiológica, caracterizada por dificuldades de interação social e de comunicação e por padrões restritos de comportamento", afirma a psiquiatra Letícia Calmon Amorim, da AMA (Associação de Amigos dos Autistas) de São Paulo. Mas o tratamento disponível hoje em dia pode estimular uma criança a se desenvolver e ganhar mais independência.
Não se conhece a causa exata do autismo, tampouco existe cura. Segundo dados do Center of Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos, uma em cada 88 crianças está dentro do espectro do autismo. Esta denominação refere-se a todos aqueles que apresentam características da disfunção, que abrange diferentes graus de limitação. Dia 2 de abril é o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, aproveite para conhecer as atividades que ajudam no desenvolvimento da criança que tem essa disfunção.

Escolarização

Letícia Calmon explica que a inclusão é importante, mas o ideal é, inicialmente, fazer o treinamento dos professores e consultar profissionais capacitados para colaborar neste processo, como o psicólogo, o fonoaudiólogo, o terapeuta ocupacional e, em alguns casos, buscar também um acompanhamento pedagógico. "Cada criança deve ter um programa individualizado". A escolarização pode trazer benefícios, como a possibilidade de vivenciar situações sociais e ganhar independência.

Brinquedos e brincadeiras

Estimular a criança com autismo a compartilhar seus brinquedos e a brincar com outras crianças pode ajudar muito na interação social. "Os brinquedos para as crianças com autismo devem ser simples e estimular a criatividade", afirma o psicólogo Yuri Busin, mestrando em estudos do desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo. O mais importante é que os pais e os profissionais observem o nível de desenvolvimento da criança e escolham o brinquedo mais adequado ao nível cognitivo dela. Um psicólogo pode ajudar nessa escolha, já que a indicação presente nas embalagens dos brinquedos não se aplica à crianças com autismo.

Lidando com o comportamento característico

Mexer as mãos sem parar, rodar objetos ou balançar o tronco para frente e para trás são alguns movimentos típicos do autismo. Interrompê-los totalmente é difícil, mas o acompanhamento de um psicólogo pode contribuir para que os gestos diminuam e deixem de atrapalhar a criança.

Atribuindo tarefas

A realização de tarefas depende do nível de cognição e das potencialidades de cada criança. O psicólogo Yuri sugere que sejam propostas à criança tarefas como escovar os próprios dentes, pentear os cabelos ou colocar a mesa, por exemplo, elogiando o desempenho em cada atividade.

Atividade física

A psiquiatra Letícia explica que a presença de limitações físicas em pessoas com autismo não é comum. "Isso só acontece quando existem outros problemas associados, como as convulsões". Caso não haja esse tipo de restrição, qualquer tipo de atividade física está liberada e vale a pena consultar um fisioterapeuta para definir qual o melhor esporte para o seu filho.

Comunicação

Letícia Calmon explica que o mais importante é a criança se sentir apta para se comunicar, mesmo que não seja pela linguagem falada, mas por gestos, sinais e até mesmo pela troca de figuras (sistema chamado PECS) e isso deve ser usado tanto em casa quanto na escola. Para estimular a fala, o ideal é procurar o acompanhamento de um fonoaudiólogo.
É interessante também que os pais estimulem as crianças, fazendo elogios ou criando sistemas de recompensas frente a um comportamento adequado, conhecido como reforço positivo. "Um modelo é a entrega de cartões: juntando dez, por exemplo, a criança ganha um presente ou agrado", explica o especialista.  

       MSN - Corpo e Saude
por Manuela Pagan