sábado, 1 de fevereiro de 2014

Cérebro de autistas tem mais conexões neurais



 Resultados de duas pesquisas desafiam a noção prevalecente na comunidade científica de que os autistas apresentam carência de conexões neurais
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O cérebro de crianças com autismo tem mais conexões do que o daquelas que apresentam um desenvolvimento tradicional. De acordo com duas pesquisas lideradas por cientistas norte-americanos, os neurônios hiperconectados podem explicar o distúrbio mental. Esse efeito seria proporcional, pois os estudiosos observaram que o cérebro de pacientes com os sintomas sociais mais graves são também os mais hiperconectados. Os resultados, divulgados no jornal científico Cell Reports, desafiam a noção prevalecente na comunidade científica de que os autistas apresentam carência de conexões neurais.
“Nosso estudo aborda uma das perguntas em aberto mais quentes da pesquisa científica em autismo”, avalia Kaustubh Supekar, um dos autores e professor da Escola de Medicina de Stanford. O trabalho realizado por ele e por Vinod Menon teve como objetivo caracterizar a conectividade de todo o cérebro em crianças. Usando um dos maiores e mais heterogêneos conjuntos de dados pediátricos de neuroimagem funcional, a dupla mostrou que o órgão de crianças com autismo são hiperconectados de forma proporcional à gravidade do comprometimento social exibido por elas. “Nossos resultados sugerem que o desequilíbrio de excitação e inibição dos circuitos cerebrais locais poderiam gerar deficits cognitivos e comportamentais observados no autismo”, acrescenta.

Esse desequilíbrio é uma característica da epilepsia, o que pode explicar por que as crianças com autismo sofrem muitas vezes também com as crises epiléticas. “Baseando-se nessas observações, pode não ser um exagero especular que os medicamentos usados para tratar a epilepsia podem ser potencialmente úteis no tratamento do autismo”, cogita Supekar.
Análise pontual
O segundo artigo focou em regiões cerebrais vizinhas para encontrar um aumento atípico de conexões em adolescentes com diagnóstico de transtorno do espectro do autismo. Um excesso de conexões observado pelos estudiosos, em particular nas regiões do cérebro que controlam a visão, também foi associado à gravidade dos sintomas. “Nossos resultados apoiam o estatuto especial do sistema visual em crianças com mais pesada carga de sintoma”, resume Ralph-Axel Müller, da Universidade Estadual de San Diego.
Ele lembra que todos os participantes da pesquisa foram considerados “de alto funcionamento”, apresentado quociente de inteligência (QI) acima de 70 — cerca de 70% das crianças com autismo apresentam um quadro de atraso mental, com QI inferior a 70. Segundo os dados encontrados, é possível que as medidas de conectividade local no córtex possa ser usado como um auxílio no diagnóstico do distúrbio mental, baseado hoje puramente em critérios comportamentais. Para os pesquisadores de ambos os trabalhos, as descobertas podem levar a novas estratégias de tratamento e novas maneiras de detectar o autismo mais precocemente.
Por: Bruna Sensêve
FONTE: - Correio Braziliense http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2014/02/01/noticia_saudeplena,147368/cerebro-de-autistas-tem-mais-conexoes-neurais.shtml

O casamento de uma autista é errado?



 Linda, personagem de 'Amor à Vida'.(Foto: TV Globo/ Divulgação)       
* Carol Patrocínio
Vou começar esse texto dizendo o óbvio: não sou especialista em autismo. Dito isso, explico que li muito sobre a síndrome e busquei entender como funciona a mente de uma pessoa autista. Há níveis de autismo, cada um reage de uma maneira aos estímulos externos e se desenvolve de forma diferente.
Na novela Amor à Vida, que se tornou um poço de absurdos, a personagem Linda, que é autista, se casou com um rapaz. Ele pediu sua mão aos pais, eles liberaram. Ele perguntou se ela queria casar com ele e teve de explicar o que era casamento. A explicação foi que era viver junto, como os pais dela, os exemplos que a garota tem. Ela disse sim. Quem não diria sim frente a essa promessa?
Mas o que isso diz sobre Linda? Nada. Qualquer criança quer ter o que vê nos pais. Os pais são perfeitos, os exemplos do que deve ser feito na idade adulta. Heróis. Crianças querem seguir os passos dos pais, ser como eles. Por quê? Porque são crianças felizes, que se sentem protegidas naquele ambiente e querem reproduzir o modelo. Simples.
Porém Linda não é mais criança, biologicamente. Linda é uma adulta incrivelmente bonita e sexy. Ainda assim não toma muitas decisões sozinha, se fecha para estímulos e não leva uma vida simples. Lidar com síndromes como o autismo não é fácil.
E o que isso diz sobre um homem que quer casar com uma mulher incapaz de tomar decisões? Muito! Ele diz que está apaixonado, claro, que a ama. Mas como é possível amar de maneira romântica uma pessoa que sequer é adulta? É como homens que casam com meninas de 13 anos. É abuso de menores. É errado.
Muitos homens sonham com mulheres submissas, que não tomam decisões sozinhas e que precisam deles para tudo. Muitos homens criam esse tipo de dependência em suas mulheres. Muitas mulheres são tão inseguras que acreditam que realmente não podem viver sem eles. Nesse ponto elas são chamadas de loucas, mas ninguém fala sobre o quão cruel é o que foi feito pelo homem.
Uma garota de 13 anos pode ser tão linda e sexy quanto a personagem Linda. E talvez seja até mais madura, psicologicamente, do que ela. Mas ainda assim é uma criança. Por mais que muita gente diga que as meninas de 13 anos sabem o que fazem, elas não sabem. Elas seguem o que veem todo mundo fazendo, espelham-se nos adultos que têm como exemplo. Assim como Linda, as meninas de 13 anos querem alcançar o exemplo de sucesso que têm por perto, seja ele qual for.
A novela mostrar o casamento de uma garota sem maturidade e um rapaz com funções mentais completamente normais – no padrão psiquiátrico da coisa – é um desserviço imenso. Ela abre precedentes, mostra que pessoas incapazes não são tão incapazes assim e as tornam vítima fácil para predadores sexuais.
O mundo não é tão horrível? Mas ele é tão maravilhoso? Esse cara, no mundo real, levaria Linda para sair com os amigos? Eles fariam viagens? Teriam filhos? Cuidariam juntos da casa? Ou vão morar para sempre na casa dos pais dela e ele teria roupa lavada e comida na mesa sempre? E teria tempo para seguir sua vida social? Como seria isso na vida real? E a vida sexual, como seria resolvida? Linda, como personagem mesmo, teria condições de decidir se quer ou não fazer sexo? Ou ela apenas faria porque isso deixaria o marido feliz? Ninguém pensou em quão abusivo isso poderia ser?
Há diferentes níveis de autismo. Há autistas que têm vidas totalmente iguais à sua e à minha, porém há outros, como Linda, que são diferentes e devem ter suas diferenças respeitadas. Nem todo mundo precisa ter uma vida romântica, nem todo mundo precisa casar e ter filhos para ser feliz. Nem todo mundo precisa seguir as regras impostas por uma sociedade que não pensa no indivíduo.
A Linda é uma metáfora, além de tudo, para milhares de meninas que ainda não estão maduras para decidir seu futuro e têm situações praticamente impostas em suas vidas. Elas poderiam dizer não? Claro! Mas não têm maturidade suficiente para isso.
No mundo real, o que menos precisamos é de desculpas para que mulheres tenham sua vida decidida por outras pessoas, seus corpos abusados sem que tenham condições de fazer uma escolha consciente e que tudo isso ainda seja naturalizado pela mídia. E o que autistas menos precisam é ter suas questões tratadas de forma tão leviana em uma novela de grande audiência.
FONTE:
 http://br.mulher.yahoo.com/blogs/preliminares/o-casamento-uma-autista-%C3%A9-errado-113553882.html

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Autismo? O que é isso?



Foram longos nove meses de espera. Enquanto isso, a emoção ao ouvir pela primeira vez seus batimentos cardíacos, a ansiedade para saber o sexo, um enxoval montado, a escolha do nome, conversas e carinhos para alguém que ainda estava na barriga e muitas expectativas para ver aquele rostinho.  Enfim, chega o grande dia! Um bebê lindo, encantador e saudável. Nos primeiros meses de vida foi uma alegria só: risadas, caretinhas, balbucios, primeiros passinhos. Até que um dia, algo ficou diferente. Aquele bebê tão risonho agora parece estar um pouco distante, com o olhar perdido, já não responde mais aos chamados e tampouco está falando “mama” ou “papa”.
Preocupados, os pais iniciam uma busca desenfreada para saber o que está acontecendo. No entanto, em muitos casos, a resposta não vem rapidamente. Existe a dificuldade de diagnóstico. Até que um dia um especialista fala sobre autismo. Autismo? O que é isso?
O Autismo é um transtorno do desenvolvimento que apresenta algumas características ainda nos primeiros três anos de vida da criança e que pode ter como causa a genética ou os fatores ambientais. Apesar de o desenvolvimento da criança ter sido compatível com sua faixa etária por um período de tempo, a criança que tem autismo começa, em um determinado momento, a apresentar um déficit na realização desses mesmos comportamentos e também na aprendizagem de novos.
Pode-se dizer que a criança que tem autismo percebe o mundo de forma fragmentada, com uma dificuldade especial em interpretar contextos, resultando em prejuízo significativo na comunicação e na interação social. Essas são as principais características do autismo, mas não as únicas. Não responder quando chamam por ela, não gostar de contato físico, intolerância a alguns sons, autoagressão, ecolalia, comportamentos repetitivos (estereotipias), apreço por movimentos circulares e particularidades durante o brincar são outras características do autismo. Há ainda casos de autismo em que é possível identificar o desenvolvimento de alguma habilidade extraordinária em determinadas áreas, como por exemplo, a matemática.
Mas é preciso frisar aqui que existem diferentes graus de autismo: leve,  moderado e severo. Vale ressaltar que o que há algum tempo era conhecido por Asperger recentemente passou a fazer parte do espectro autista. Portanto, as características apresentadas pela criança com autismo variam de acordo com o grau. Da mesma forma, irá variar também como será a aquisição de comportamentos.
É muito importante que o autismo não seja diagnosticado tardiamente, pois quanto mais cedo diagnosticar, mais rapidamente será iniciado o tratamento adequado. Para os pais aflitos que temem que seus filhos com autismo não possam ter uma vida tranquila assim como desejaram, é importante saber que eles terão sim algumas dificuldades já que possuem algumas limitações. Mas também é essencial saber que a criança com autismo é capaz de realizar uma variedade de comportamentos desde que esses sejam ensinados para ela de forma adequada.
O tratamento do autismo deve ser realizado por uma equipe multiprofissional: psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, pedagogo e neurologista, entre outros. A Terapia Comportamental é forma mais indicada para o tratamento do autismo. Em virtude das dificuldades apresentadas e da necessidade de aquisição de novas aprendizagens, a Terapia Comportamental objetiva o desenvolvimento de habilidades sociais de uma forma geral, incluindo tanto as tarefas de vida diária quanto as de cunho acadêmico (proporcionando maior independência à criança e maior desenvolvimento cognitivo).
Papai e mamãe, diante de tal diagnóstico não se desesperem. Pelo contrário, o que seu filho autista necessita não é de desorganização, e sim organização. Conhecendo bem o transtorno, com dedicação e com a ajuda de profissionais especializados, seu filho com autismo terá muita qualidade de vida. E como diria uma das melhores campanhas sobre autismo que já vi: “ensina-me de várias maneiras, pois sou capaz de aprender”.

Por Renata Lopes Santos
CRP 15/3296
Psicóloga Clínica Comportamental











FONTE:
 http://www.jaenoticia.com.br/blog/100/Alem-da-Caixa

Benefício do INSS contempla pessoas com deficiência de baixa renda



 O BPC-Loas (Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social), com valor de R$ 724, atende ao deficiente que comprove que a renda familiar mensal per capita (ou seja, o valor total ganho pela família dividido pelo número de familiares) seja inferior a 25% do salário-mínimo.

Não é de hoje que a Previdência Social oferece benefício para aqueles que possuem algum tipo deficiência. No entanto, o caminho para conquistar a ajuda financeira não é fácil.
O BPC-Loas (Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social), com valor de R$ 724, atende ao deficiente que comprove que a renda familiar mensal per capita (ou seja, o valor total ganho pela família dividido pelo número de familiares) seja inferior a 25% do salário-mínimo (o que corresponde a R$ 181 atuais). Além disso, de acordo com a Previdência, a deficiência será avaliada por um perito do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para saber se de fato a limitação incapacita o requerente para a vida independente (sem a supervisão de outros) e para o trabalho.
“A avaliação é sempre necessária, mas, no quesito financeiro, acaba por beneficiar apenas as famílias de baixa renda, o que acaba não sendo justo. Todos aqueles que possuem um parente com deficiência, consequentemente, têm gastos mensais muito maiores, por isso deveria ter o direito de receber o Loas, até para investir em tratamentos específicos”, avalia a superintendente do IBDD (Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência)Site externo., Teresa Costa do Amaral. Apesar do processo bastante criterioso, o volume desse amparo assistencial no Grande ABC cresceu entre 2012 e 2013, passando de 1.298 para 1.350 concessões – alta de 4% –, o que totaliza 2.648 pessoas. Essa ajuda do INSS também contempla idosos, que possuem 65 anos de idade ou mais, que não recebam nenhum benefício previdenciário, ou de outro regime de previdência, e que a renda mensal familiar per capita seja inferior a 25% do salário-mínimo vigente. Para esse grupo, o INSS concedeu 2.015 benefícios em 2013, contra 1.694 em 2012, somando 3.709 beneficiários (diferença de 18,94% – veja arte).
De acordo com a constatação da equipe do Diário, para dar entrada no Loas é preciso, primeiramente, agendar dia e horário por meio do telefone 135 do INSS.
Nesse momento, o atendente informa os documentos que devem ser levados no dia da entrevista: RG e CPF do beneficiário e do responsável (no caso de crianças deficientes, por exemplo, é comum que seja o da mãe), comprovante de residência, além de laudos e exames médicos. Já quando a pessoa chega à unidade do INSS agendada é dada uma senha, mas não há filas ou muita espera. A equipe foi atendida em 15 minutos.
O problema inicial é que os documentos requisitados não são apenas os solicitados pelo telefone.
É necessária a cópia de todos os documentos e da certidão de nascimento do requerente, além de RG e CPF de todas as pessoas que moram com o futuro beneficiário. Além disso, é preciso preencher formulário na hora. Quem quiser se antecipar pode imprimi-lo no site da Previdência.
Outra dica importante é que o laudo médico precisa estar assinado, carimbado e ter data de no máximo até 30 dias antes. Se tudo estiver certo, são marcadas a perícia e a entrevista com a assistente social. Na perícia, o deficiente ou o idoso devem estar presentes. O Loas, tanto para o idoso quanto para o deficiente, deixará de ser pago quando houver superação das condições que deram origem à concessão do benefício ou pelo falecimento do requerente. O amparo assistencial é intransferível e, portanto, não gera pensão aos dependentes.
BRECHA DA LEI
“O que muitas famílias que têm deficientes fazem, quando o benefício é negado pela assistência social mas concedido pelo perito, é entrar com processo na Justiça requerendo o direito de receber o Loas. Com o documento do INSS negando o mesmo, se dá entrada no processo. É longo, trabalhoso, mas, muitas vezes, dá certo. Se a família tem uma renda maior do que eles exigem, mas o orçamento familiar está bastante comprometido com necessidades básicas, o ganho é quase certo. É uma pena que tenha que ser assim”, diz a superintendente do IBDD.
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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014