Atualmente abordado pela novela das nove, da Rede
Globo, o autismo é uma doença há muito conhecida, mas pouco entendida e
difundida entre a sociedade. Segundo a psicóloga e psicopedagoga da Amhpla
Cooperativa Médica, Raquel Bueno, "hoje as pessoas estão melhor informadas
sobre o autismo, mas o preconceito e o medo quando se trata de doença mental
ainda é uma realidade. A pessoa com deficiência não pode andar nas ruas sem ser
alvo de olhares e comentários, algumas vezes sofrendo até discriminação",
lamenta a especialista.
No entanto, a principal arma no combate ao
preconceito e para a melhoria na qualidade de vida de quem convive com a
doença, é a informação. Também especialista no assunto e credenciada da Amhpla,
a psicóloga Karina Liboni afirma que "fornecer informações precisas sobre
o autismo e autistas e suas características através da mídia, folhetos,
palestras e grupos de apoio são importantes para a quebra de tabus sobre o
tema. É preciso aumentar a conscientização sobre a diversidade, as semelhanças
e as diferenças entre os indivíduos”, frisa.
Para quem não conhece, o autismo é uma disfunção
global do desenvolvimento, é uma alteração que afeta a capacidade de
comunicação do indivíduo, de socialização e de comportamento. Quando
diagnosticado com autismo, a família do portador da doença também deve se
moldar e estudar sobre o assunto, a fim de proporcionar maior qualidade de vida
àqueles que precisam de auxílio.
"Para os pais poderem fazer a inclusão do
autista, seja na sociedade ou a nível escolar, é necessário conhecimento.
Conhecimento dos direitos da pessoa com deficiência para poder exigir do Estado
toda a estrutura necessária para o desenvolvimento e bem estar do autista;
conhecimento de como educar e de como entender o universo em que essa pessoa vive,
tudo para poder traduzir a nossa realidade para ele", afirma Raquel. E
Karina completa dizendo também que os pais precisam ser presentes e pacientes:
“É importante o incentivo para as habilidades como vestir, comer, beber, que
ajudam a criar independência. No processo de socialização, por exemplo, a
prática de comunicação ajuda a criança autista a fazer amigos e ser aceito por
seus pares”.
Além disso, destaca Raquel, os graus de autismo são
diferentes, assim como os tratamentos e as limitações: “A educação tem que ser
especializada, levando em conta as habilidades e limitações de cada indivíduo,
pois temos autistas com graus variados de comprometimento. Pais e educadores
têm que estar preparados para poder ensinar”.
Neste sentido, uma educação diferenciada e livre de
preconceitos contribui para o desenvolvimento psicológico, social e motor das
crianças autistas. A inclusão social e o auxílio dos pais, portanto, são
fundamentais no processo de inserção dos autistas no meio social.
Ilustração Blog/Facebook Vivências Autísticas
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