terça-feira, 11 de outubro de 2011

Na Etiópia, autistas sofrem por desconhecimento da condição e superstição

Crianças têm dificuldade de
serem aceitas nas escolas

Jojo, que é autista, tem o apoio da família; A mãe o descreve como
"um jovem bonito, com muitas vitórias"
     Em 1995, a etíope Zemi Yunus não sabia o que era autismo, mas tinha consciência de que seu filho Jojo, então com quatro anos, era "diferente das outras crianças da idade dele".
     Foi então que seu marido assistiu a um programa de televisão sobre o assunto. Na época, a família vivia nos Estados Unidos.
     De repente, o casal se deu conta de que era possível que Jojo fosse autista. Certamente, os sintomas descritos pareciam indicar isso.
Pouco tempo antes de retornar à Etiópia, Zemi começou a pesquisar o autismo com mais profundidade.
Zemi disse que, assim como muitos pais de crianças autistas, ela se preocupava com a demora do filho em começar a falar.

"Mimado"

     Vários médicos haviam dito a ela que não se preocupasse porque, frequentemente, meninos começam a falar um pouco mais tarde.
     No entanto, quanto mais pesquisava, mais Zemi reconhecia que o atraso na fala do filho, assim como suas ações repetitivas e dificuldades de comportamento eram claramente manifestações de autismo.
     Infelizmente, o diagnóstico da condição, particularmente em países em desenvolvimento, é raro.
     Ao retornar à capital da Etiópia, Addis Abeba, Zemi consultou psicólogos, médicos e outros profissionais durante vários anos. Nunca obteve uma confirmação de suas suspeitas.
Dona de seu próprio negócio, a mãe de Jojo teve dificuldade em encontrar uma escola para o filho. Muitos professores diziam que Jojo era "mimado". Ele foi expulso de cinco escolas consecutivamente.
Uma instituição pediu pagamento triplo para aceitar Jojo.

Problema comum

     A essa altura, Zemi já tinha pesquisado amplamente o tema e sabia que a ocorrência de autismo na região era bastante alta.
     Na Etiópia, ninguém falava publicamente sobre o assunto, mas ela insistiu. Começou a procurar por outros pais afetados pelo problema.
     Zemi ficou chocada com o que encontrou. Famílias com crianças autistas as mantinham em casa, com frequência em quartos escuros.
     Ela encontrou o caso de uma menina cujas mãos ficavam amarradas atrás das costas, provavelmente para impedir que ela agredisse a si própria. Esse não é um comportamento raro entre crianças autistas, especialmente quando estão estressadas.
     Suas experiências a levaram a querer falar publicamente sobre o autismo.
     Em 2002, usando seu bem-sucedido negócio para promover suas atividades beneficentes, Zemi inaugurou o Joy Centre for Children with Autism em Addis Abeba.
     A escola começou a funcionar com quatro alunos - entre eles, seu filho - e três funcionários. Hoje, 75 crianças estão matriculadas na escola e a equipe conta com mais de 30 funcionários.
     Como a escola não tem fins lucrativos, os pais pagam o que podem. A instituição recebe auxílio da ONU (Organização das Nações Unidas) e de outros doadores.
     A criação do centro levou o governo da Etiópia a iniciar um programa para crianças com necessidades especiais.

"Possuídos pelo demônio"

     Isso não quer dizer que os etíopes mudaram sua atitude em relação aos que sofrem de autismo.
     Muitas pessoas ainda pensam que as crianças afetadas pela condição são possuídas pelo demônio em virtude de pecados cometidos por seus pais. Isso explica por que, frequentemente, crianças autistas são escondidas pelas famílias.
     Também há muita ignorância sobre o assunto no setor médico.
     Elias Tegene, um psicólogo que se especializa em autismo, descreve a condição como um novo "tema" que só se tornou conhecido na última década.
     Apesar da falta de dados oficiais no país, ele acredita que a incidência da condição está crescendo rapidamente.
     O problema é acentuado pelo fato de que muitos médicos na Etiópia nunca ouviram falar da condição.
     Os que identificam o autismo tratam os pacientes como casos psiquiátricos - embora o problema seja, na verdade, neurológico - ou simplesmente dizem aos pais que precisam educar melhor seus filhos.
    Com base em suas observações, Tegene disse acreditar que o autismo é mais comum em crianças da chamada "geração boom", ou seja, etíopes que viajaram para o exterior para trabalhar e estudar.
     O menino de nove anos Addis é uma dessas crianças. Ele nasceu em Maryland, nos Estados Unidos, de pais etíopes. Seu diagnóstico foi feito quando ele tinha apenas dois anos.
     O diagnóstico rápido se deveu ao fato de que Addis nasceu prematuro, com 27 semanas, e já estava sendo monitorado por uma equipe médica.

Vida ativa

     O pai de Addis, Abiy, disse que demorou para que ele e a esposa aceitassem o diagnóstico inicial.
     - Todo mundo tinha uma teoria sobre por que isso tinha acontecido.
     Segundo ele, há uma percepção de que o autismo é mais comum entre comunidades de migrantes vindos do Chifre da África - na região nordeste do continente.
     - Alguém nos disse que as crianças que tinham sido diagnosticadas em casa [na Etiópia] eram aquelas que tinham nascido no exterior , nos Estados Unidos ou na Europa.
     Foi a esposa de Abiy, Azeb - uma professora primária hoje se especializando em crianças com necessidades especiais - quem primeiro sugeriu que talvez Addis fosse autista.O marido, no entanto, resistiu à ideia de procurar tratamento por não querer aceitar a realidade. O diagnóstico resultou em um período de muita reflexão para Abiy.Hoje, Addis vive uma vida ativa, cheia de atividades. Ele tem um senso de direção particularmente desenvolvido.
     - Meu filho é uma criança ótima. Se nasceu com autismo, que seja. Mas ele é o melhor filho [do mundo].     
     Ele se comporta bem e nunca nos atrapalhou de maneira alguma.
     Embora não haja pesquisas para confirmar a visão do psicólogo Elias, de que o autismo está aumentando entre os etíopes, e especialmente entre os que vivem no exterior, há evidências em relação a crianças da Somália vivendo no exterior.
     Em 2009, o jornal New York Times publicou uma reportagem dizendo que autoridades do Departamento de Saúde de Minnesota, nos Estados Unidos, tinham chegado a um acordo em relação a um fato impressionante: havia índices mais altos de autismo em crianças somalis vivendo no Estado.
     Embora enfatizando que a amostra era bastante pequena, as autoridades citadas no artigo disseram que as crianças somális tinham entre duas a sete vezes mais probabilidade de sofrer da condição do que pessoas de outras etnias.
     Dados da Suécia e de outros pontos dos Estados Unidos parecem reforçar essa teoria.

Pesquisas

     Abdirahman D. Mohammed - um médico somali que trabalha no Axis Medical Centre, em Minneapolis - trata um grande número de pacientes de várias origens e disse não ter dúvidas de que o autismo ocorre em índices anormalmente altos em crianças de origem somali.
     - Infelizmente, é um problema imenso para a nossa comunidade. Pode causar muita perturbação e ansiedade para as famílias.
     Além disso, algumas pessoas associam o autismo a programas de imunização infantil, embora esse vínculo nunca tenha sido provado.
     Como resultado, algumas crianças somalis nos Estados Unidos não estão sendo vacinadas contra doenças perigosas.
     E se de fato existe uma maior concentração de casos de autismo entre crianças da comunidade somali, qual seria a explicação para isso? Mohammed não sabe a resposta.
     - Será que isso é ambiental, genético, ambos? Não sabemos. É um grande mistério.
     Felizmente, o US Centre for Disease Control and Prevention acaba de aprovar financiamento para pesquisas sobre o assunto. Talvez sejam necessários mais estudos na Etiópia e entre comunidades de etíopes vivendo no exterior.
     E de volta a Addis Abeba, os anos se passaram e hoje o filho de Zemi, Jojo, é um jovem de 20 anos.
     A mãe o descreve como "um jovem bonito, com muitas vitórias". Recentemente, ele começou a dizer algumas palavras.
     - Ele está prestes a falar. Estou tão animada com isso! As coisas estão caminhando.
Histórias como as de Jojo e Addis enchem de esperança as famílias afetadas pelo autismo.

Fonte: BBC Brasil -
Foto: BBC Focus on Africa Magazine




domingo, 9 de outubro de 2011

Cientistas conseguem reproduzir imagens gravadas no cérebro

     Imagens mentais reproduzidas no computador ainda não são idênticas às originais


     Cientistas da Universidade da Califórnia desenvolveram um método que recria imagens de um filme vistas por pessoas a partir do que fica gravado no cérebro delas.

     Isto significa que as imagens mentais processadas a partir das experiencias visuais reais dos indivíduos foram capturadas e reconstruídas em formato de vídeos digitais.

     O experimento tem o objetivo de ajudar pessoas com dificuldades de comunicação, mas, no futuro, poderá reconstruir até nossos próprios sonhos em uma tela de computador.

      “Este é um avanço enorme rumo à reconstrução de imagens internas. Estamos abrindo uma janela para os filmes de nossas mentes”, disse o professor Jack Gallant, neurologista da universidade e um dos autores do estudo, publicado na revista americana "New Scientist”.

     Por enquanto, o processo só conseguiu recriar o que as pessoas já viram combinando imagens por ressonância magnética e padrões informáticos.

     Os pesquisadores monitoraram três pessoas que assistiram por horas a diversos trailers de filmes enquanto um aparelho de ressonância magnética gravava o fluxo de sangue que fluía através do córtex visual do cérebro delas.

     As leituras foram colocadas em um programa de computador, que se encarregou de dividi-las em pixels tridimensionais chamados voxels (pixels volumétricos), recriando as imagens do cérebro dos candidatos em um monitor de computador.

     O vídeo abaixo mostra o resultado do experimento, com a imagem real à esquerda, e o vídeo recriado com o uso da técnica à direita.

     Apesar de não serem idênticas às originais, as imagens recriadas mantêm uma semelhança assombrosa com as reais e abrem um novo horizonte para entendermos o funcionamento do cérebro humano.


Fonte: Tecnologia MSN


sábado, 8 de outubro de 2011

Cientistas procuram identificar base genética do autismo


Ratos mostram que o número de cópias de genes controla o comportamento
Os ratos com a exclusão dos genes agiram de modo diferente
Cientistas do Laboratório Cold Spring Harbor (CSHL), em Nova Iorque, descobriram que uma das alterações genéticas mais comuns no autismo, a exclusão de um grupo de 27 genes no cromossoma 16, causa características idênticas às da doença. Ao criarem modelos de autismo em ratos através de uma técnica chamada de engenharia dos cromossomas, Alea Mills e colegas do CSHL revelaram as primeiras evidências de que herdar menos cópias destes genes leva a características semelhantes às usadas para diagnosticar as crianças com autismo.
“Normalmente as crianças herdam uma cópia de um gene de cada pai. No estudo, quisemos averiguar se as alterações no número de cópias que se encontram nas crianças com autismo eram as causas da doença”, explica Alea Mills.
“A ideia de que essa exclusão pode causar autismo foi emocionante”, diz a professora. Por isso, em seguida, “questionámo-nos se retirar o mesmo conjunto de genes dos ratos teria qualquer efeito”.
Depois de manipularem o genoma dos ratos, os cientistas americanos analisaram esses modelos animais à procura de uma variedade de comportamentos, pois as características clínicas do autismo variam de paciente para paciente, mesmo dentro da mesma família.
“Os ratos com a exclusão agiram de modo completamente diferente de ratos normais”, explica Guy Horev. Estes ratos tinham uma série de comportamentos característicos do autismo: hiperactividade, dificuldade de adaptação a um ambiente novo, problemas em dormir e comportamentos restritos e repetitivos.
O grupo de investigação do Laboratório Cold Spring Harbor está agora a trabalhar para identificar qual gene ou grupo de genes entre os 27 que estão localizados dentro da região excluída é responsável por comportamentos e alterações de cérebro observadas.
Os ratos criados pelos cientistas são valiosos para identificar a base genética do autismo e para elucidar como essas alterações afectam o cérebro. Os modelos animais também podem vir a ser usados para inventar maneiras de diagnosticar as crianças com autismo antes que estas desenvolvam totalmente a síndrome, bem como para a concepção de intervenções clínicas.

Sábado, 08 de Outubro de 2011

sábado, 1 de outubro de 2011

Como é Causado o Autismo

     É possível que adultos, bem como as crianças sejam afetadas pelo autismo. Os sintomas apresentados por pessoas autistas podem ser diferentes entre cada caso, pois há mais de um tipo de autismo reconhecido. Aqueles diagnosticados com autismo podem mostrar sinais de falta de habilidades de comunicação, falta de vontade de comunicação social e uma incapacidade de lidar com as convenções regulares diárias. Embora existam vários fatores que possam entrar em jogo com autismo, mesmo os expers não tem certeza precisa das causas.
     Um dos potenciais fatores determinantes de autismo é o estresse pré-natal. Enquanto isso ainda tem que ser comprovada a hipótese do estresse pré-natal prejudicar o cérebro de um feto, em alguns casos causando autismo. Isso pode incluir um número elevado de estresse, tais como discórdia familiar, problemas financeiros e um bom número de outras questões psicológicas que os pais podem estar sofrendo.
     Embora seja possível que o estresse pré-natal possa ser um elemento que contribui para o autismo, apenas um número reduzido de cientistas pensam que é uma causa. No entanto, uma criança que é geneticamente predisposta ao autismo podem ser mais propensa a desenvolvê-lo se o ambiente familiar é estressante e se a mãe estava passando por problemas emocionais durante a gravidez.
     Algumas pessoas têm a impressão de que os campos eletromagnéticos (CEM) são um gatilho para o autismo. A predominância de campos eletromagnéticos é bastante recente, o que poderia ajudar a explicar o aumento óbvio no autismo ao longo das últimas décadas.
     CEM são causados por telefone celular, tomadas elétricas e Wi-Fi, além de outras coisas. O que os efeitos prejudiciais do CEM podem produzir ainda não estão bem documentados. Até agora, o pensamento que os campos electromagnéticos são um gatilho para o autismo ainda é idealizado, no entanto, é algo que vale a pena ser mais estudado. Muitos dos novos tipos de tecnologia que nós nem imaginamos e nem pensamos duas vezes sobre o assunto, acabam sendo por nós utilizandos sem que os cientistas ainda nem tiveram tempo suficiente para pesquisá-los a respeito de possíveis prejuízos que estas novas tecnologias podem estar nos causando.
     Através dos anos, muitos pesquisadores têm afirmado que o autismo pode acontecer, devido a infecções virais. Alguns estudos têm sido realizados, que suportam a idéia de que há algumas crianças autistas, que têm sistemas imunológicos danificados que foram causadas por vírus específicos, e os indivíduos autistas são mais propensos a experimentar as doenças relacionadas com o sistema imunológico.
    Alguns acreditam que o vírus do herpes pode ser uma causa do autismo, mas isso não foi provado conclusivamente. Em geral, a maioria dos cientistas acreditam que o autismo tem uma variedade de causas, e vírus pode ser um deles. Porque muitas pessoas já estão conscientes de que a genética desempenha um grande papel no autismo, pode ser que os vírus podem causar autismo em crianças que já estão predispostos a esta condição por conta de seus genes.
     Com tantos tipos de autismo, é difícil dizer que todos eles têm a mesma causa. A causa do autismo ainda não pode ser afirmada com absoluta certeza e mais pesquisas precisam ser feitas. Muitos prevêem que ao longo do tempo vamos descobrir que a genética ou mesmo toxinas ambientais desempenham um fator no autismo. Os fatores discutidos acima estão entre aqueles que muitos cientistas acreditam que podem contribuir para o autismo.

Artigo Público – Diretório de Artigos Gratuitos
Publicação AMA




quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Crianças autistas apresentam melhoras com tratamento baseado em experiências cotidianas

Tratamento se dá por meio de atividades como passeios, lanches
e brincadeiras em grupo
     Na ambientoterapia, profissionais estimulam o desenvolvimento e a socialização infantil

     Um tratamento baseado nas experiências com o próprio ambiente está trazendo alívio para crianças e familiares que transitam no enigmático universo autista: a ambientoterapia, na qual profissionais estimulam o desenvolvimento e a socialização infantil. Os benefícios da técnica foram avaliados na pesquisa realizada de uma clínica especializada e apresentados no Congresso Internacional de Autismo, em Curitiba, no fim do mês passado.
     — Temos tido resultados eficazes. Em vez do tratamento convencional, em que há um profissional para cada criança, há várias crianças e vários profissionais interagindo constantemente — explica a psicóloga Fabíola Scherer Cortezia, responsável pelo Espaço Dom Quixote, de São Leopoldo, que fez o estudo.
     Seis crianças foram acompanhadas por um ano, duas vezes por semana, três horas por dia, de forma transdisciplinar por psicóloga, psicopedagoga, terapeuta ocupacional, psicomotricista, fonoaudióloga e musicoterapeuta.
     A pesquisa aponta que as seis crianças demonstraram, após dois meses, maior tempo de troca de olhares com os profissionais estimuladores, incremento no vocabulário, maior tolerância ao barulho e menor agressividade. Após seis meses, foi possível perceber também maior tolerância à mudança de rotina e sinais de troca e interação social espontânea entre as crianças do grupo. Depois de 12 meses, os benefícios continuaram.
     — Buscamos estimular a interação da criança com outros colegas e não apenas a interação com o terapeuta. Há também a vantagem de que simulamos o ambiente com os pacientes, preparando-os para o convívio social por meio de atividades usuais do cotidiano, como passeios, lanches, brincadeiras em grupo, atividades pedagógicas e motoras — explica Fabíola.

Lívia Meimes
Foto: Miro de Souza / clicRBS














quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Menino autista é encontrado nos EUA graças a música de Ozzy Osbourne



"No More Tears" foi tocada por policiais para atrair Joshua Robb, de 8 anos, que estava desaparecido desde a última segunda, 12

Joshua Robb, um menino autista de 8 anos, foi tirado de uma floresta em Twin Peaks, Califórnia, após policiais do condado de San Bernardino tocarem músicas do cantor Ozzy Osbourne.

Joshua foi encontrado a cerca de 2,5 km de sua escola em Twin Peaks, quase 24 horas após ter desaparecido na última segunda, 12, pela manhã. O resgate tocou as músicas preferidas do menino - "No More Tears", de Ozzy Osbourne, e "Good Time", de Alan Jackson - para atraí-lo para fora da floresta, onde ele foi encontrado se escondendo atrás de um arbusto.

Desde então, Robb está sob cuidados de sua professora, segundo o site ABC News. Seus pais estão enfrentando acusações de abuso de menores, por supostamente amarrá-lo com uma corda em sua casa. "Tudo que ele conhece é a gente", disse o pai de Joshua, Ron Robb. "Nós nunca tiramos os olhos do meu filho desde que ele nasceu. Nós sabemos que é por causa disso que ele escapou: porque estava tentando nos achar."


Fonte:
http://rollingstone.com.br/

Projeto APADEM - Autismo & Inclusão

     APADEM (Associação de Pais de Autistas e Deficientes Mentais), de Volta Redonda – RJ lançou um projeto no início de 2011, chamado “Autismo, Inclusão nas Escolas”. Este projeto é gratuito e visa orientar professores sobre o Autismo, desmistificando o assunto.

     A presidente da APADEM, Claudia Moraes, tem recebido muitas propostas para levar o projeto às escolas da região. A primeira delas foi à escola Jardim de Infância Albert Einstein. Para Claudia, esse processo será possível com “a busca do conhecimento”. O projeto também oferece informações sobre a síndrome, divulga os serviços ofertados na APADEM tanto para pais, crianças e educadores.
     “A APADEM vai às escolas falar sobre o Autismo: o que é, as características, sintomas, etc… para que o professorado conheça um pouco mais sobre a síndrome. O que falamos em relação a inclusão é que eles conhecendo um pouco mais sobre a síndrome, terão mais condições de incluir o autista com dignidade. A orientação que eu e a terapeuta comportamental Erica Lacerda damos aos profissionais é sobre o assunto autismo”, completa Claudia.
     A Associação também tem outros projetos chamados: Oficina Pedagógica de Materiais Estruturados para Autistas, para pais e profissionais, e Autismo Inclusão nas Igrejas.

Interessados em solicitar palestras,
conhecer os projetos ou agendar visita à
Sede da APADEM
podem entrar em contato com através do
e-mail
apademvr@gmail.com






Direito dos deficientes intelectuais reconhecido na Espanha .


    Como observadora das ações travadas em todo o mundo em prol dos direitos de pessoas com deficiência intelectual como nosso filho Ricardo, que hoje tem 55 anos, acompanhamos com interesse notícias vindas de países nos quais ventos sobre esse direito já foram realizados, como a Declaração de Salamanca, iniciativa da UNESCO de reunir na Espanha em junho de 1994 educadores de muitos países.

     Desta vez, Inclusion Europe, o braço europeu de nossa organização maior, INCLUSION INTERNATIONAL vem a nosso encontro informando sobre decisão da Suprema Corte da Espanha à qual devemos dar toda atenção:

O reconhecimento da Suprema Corte espanhola diz o seguinte:

     “*Pessoas com deficiência intelectual têm o direito de freqüentar a escola com outras crianças. As escolas públicas devem dar apoio a crianças com deficiência intelectual. Um tribunal na Espanha afirmou que crianças com deficiências têm direito de conseguir o apoio da escola.”

     *A sentença surge depois de queixa apresentada por pais de uma criança autista contra o governo regional de Valencia por negligenciar as necessidades de seu filho numa escola pública.

     *“Nosso membro espanhol, a FEAPS, considera a determinação do Supremo Tribunal de Justiça da Espanha como um passo adiante para a obtenção de boa educação inclusiva em escolas públicas. Esta sentença fornece uma estrutura legal para a reclamação por melhorias em nível regional. Na Espanha os governos regionais são a autoridade competente para a implementação de leis educacionais.

     *A sentença reconhece que a falta de apoio educacional contraria os direitos fundamentais destas crianças. O direito à educação na Constituição Espanhola é reforçada por um dispositivo legal que estabelece a remoção de todas as barreiras que impedem que cidadãos com deficiências exercitem seus direitos em base igualitária com os demais.

     *Setores sociais da Espanha recentemente apresentaram reclamações sobre a crescente dificuldade de se conseguir educação de crianças com necessidades educacionais especiais, em decorrência de cortes orçamentários e falta de serviços de apoio.

     *A educação deve ser compreendida como um meio de desenvolver habilidades e capacidades e como um primeiro passo para alcançar independência pessoal. A educação inclusiva permite que crianças com deficiência estudem junto com outras crianças e se sintam parte da sociedade e dá às crianças sem deficiências a oportunidade de superar preconceitos em relação a seus colegas com deficiências.

      INCLUSION EUROPE acolhe com satisfação a sentença do Supremo Tribunal da Espanha porque estabelece o precedente para pedir mais melhorias quanto ao direito à educação de crianças com deficiência intelectual na Espanha.

     Temos notícias recentes de casos de crianças com características autísticas que não estão sendo aceitas nas chamadas classes inclusivas da rede pública de São Paulo.

     Não somos especialistas em educação, e sabemos, como todo mundo sabe, dos desafios que crianças e jovens com autismo trazem a suas famílias. Educar crianças autistas não é uma tarefa fácil.

     Em nossas classes superlotadas, com professores que não foram devidamente preparados em seus anos de formação pedagógica para lidar com a diversidade humana, parece-nos natural que haja relutância em aceitar alunos com autismo ou outros tipos de deficiências. Mas, se outros países estão enfrentando esses desafios com coragem e decisão, por que permanecermos simplesmente opositores?

     Daí a importância de que nossas APAEs, que são mais de 2.000, espalhadas por todo o território nacional, e que são frequentemente criticadas como segregadoras, acompanhem com cuidado e atenção o que ocorre em outros países. O mundo de hoje exige de cada um de nós uma tomada de consciência que nos permita ver cada um de nós, sem levar em conta raça, credo religioso ou tradições culturais herdadas de nossos antepassados, como cidadãos do mundo.

Traduzido do inglês por Maria Amélia Vampré Xavier em 11 de setembro de 2011 em São Paulo, Assessora da Diretoria de Assuntos Internacionais da FENAPAEs, Federação Nacional das APAEs, membro integrante da REBRATES (Rede Brasileira do Terceiro Setor), da Associação Carpe Diem, SP, Associação Sorri Brasil, SP, Membro honorário vitalício de Inclusion International.

Fonte: Rede Saci

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Filho Idealizado e o Ideal Social – Do Luto à Luta


* Fausta Cristina e sua filha Milena.
     Durante nove meses, dia após dia, a gestante sonha, respira e se alimenta de esperança. Uma nova vida se inicia e o filho que está sendo gerado, na grande maioria das vezes, é sinônimo de expectativa e projeto de uma pessoa bem-sucedida e feliz.
     Nenhuma mãe concebe a ideia de que está gerando alguém que um dia será um viciado ou um marginal, ninguém deseja uma criança que apresente problemas de saúde, ou de caráter. No imaginário da mãe está o filho médico, artista, engenheiro, poliglota, aquele que vai se destacar pela inteligência acima da média, pela doçura, pela educação. Seu companheiro ou companheira, fonte de alegrias e orgulho.
     Nesta época em que a mulher é toda emoção e a vida esperança, a notícia de que aquele sonho sonhado não irá se concretizar pode representar a abertura de um abismo escuro e a dor de abandonar o filho idealizado precisa ser compreendida em toda a sua dimensão. Os pais precisam de apoio neste momento para que possam se reestruturar internamente e seguir na semeadura do terreno de um futuro melhor para aquela criança.
     O racional vai indicar o caminho, afinal quem pode garantir o futuro de alguém? Um filho pode mesmo ser capaz de satisfazer desejos que não são seus? É justo que uma criança já venha ao mundo tendo como obrigação a impossível tarefa que é fazer outra pessoa feliz? Se todo ser humano tem problemas e desafios a serem superados, uma criança com autismo, com deficiência, síndromes ou dificuldades terá também os seus.
     Nesta fase, torna-se possível enxergar o horizonte para além do obstáculo e os pais mais uma vez se alimentam de esperança e iniciam a jornada da superação. É comum que estudem, leiam, se informem e se tornem verdadeiros especialistas da problemática que enfrentam. E para alguns destes obstinados pais, é necessário dar um passo a mais e dividir o que aprendem, democratizar o que conquistam para seus filhos, é preciso compartilhar.
      E surgem as Associações de Pais, carregando também seus desafios. Reúnem-se pessoas traçando objetivos e missões, lutam pela obtenção de recursos, pela formalização e administração da entidade jurídica e as poucas horas destinadas antes ao descanso são empregadas nesta nova empreitada. O trabalho voluntário destes familiares, fomenta pesquisas, pressiona o poder público a implementar leis e atendimento, conquista reconhecimento e espaço na sociedade para a pessoa com deficiência.
     Tenho tido a honra de conviver com pais que dão de si para mais que o bem-estar do próprio filho. Se dão assim, além da conta e de forma extraordinária, superam a dor e ampliam o próprio campo de batalha (ou plantio), corajosamente expõem suas vidas ainda mais a problemas de toda ordem. Não são simplesmente a borboleta vencendo a escuridão do casulo, são pássaros plenos de vontade de voar com asas fortes e uma determinação imbatível.
     A todos eles, o meu afeto e minha gratidão por fazerem surgir em mim um sentimento de inexplicável dimensão: o orgulho de ser humano! Capaz de absorver, processar, superar e transformar dor em ação.      Pela capacidade de compartilhar e de tornarem possível a mudança de um paradigma social baseado na exclusão.
     Juntos, somos mais fortes!

     Autora
   * Fausta Cristina
Divulgado na Lista:
Autismo no Brasil
Publicado originalmente em setembro de 2011 no site
VIDA MAIS LIVRE
com link para o Mundo da Milena






domingo, 11 de setembro de 2011

Uma cura para o autismo



Biólogo brasileiro testa remédio contra a doença, que pode ser consequência de um cérebro superativo
Imerso em pesquisa, o biólogo Alysson Muotri em seu laboratório na
Universidade da Califórina
 onde estuda drogas  que podem reverter o autismo.
Saber mais sobre como os neurônios se comportam ao longo de nossa vida sempre fascinou o biólogo Alysson Muotri. Depois do doutorado em genética na USP e uma passagem por Harvard, Muotri passou 6 anos no Instituto Salk, na Califórnia, que já abrigou prêmios Nobel como o inglês Francis Crick, um dos descobridores  da estrutura do DNA. Nesse período, se aprofundou em como neurônios surgem no cérebro adulto. Os estudos na área o levariam a uma explicação inédita e uma possível cura para o autismo — que atinge uma a cada 110 crianças norte-americanas. “Conseguimos abalar um dos grandes dogmas da neurociência, aquele de que doenças mentais não têm cura.”

A grande revelação científica de Muotri, já professor do Departamento de Pediatria e Medicina Celular e Molecular da Universidade da Califórnia, foi descobrir que, em cérebros autistas, novos neurônios se formam com mais  facilidade devido a uma mutação genética. Em pessoas comuns, o surgimento desses neurônios na fase adulta é possível porque nosso cérebro possui células-tronco (capazes de se diferenciar em diversas estruturas de nosso corpo) adormecidas.

Quando estimuladas , por exemplo por novas experiências e aprendizados, elas se transformam em neurônios. “Isso acontece graças à ativação de determinadas nsequências de genes, chamadas de elementos transponíveis.”
Na maioria das pessoas, exercitar a mente, seja lendo um livro, jogando xadrez ou aprendendo a tocar um instrumento, desperta os tais elementos transponíveis.

Porém, os autistas não precisariam de tanto exercício. Segundo a pesquisa de Muotri, eles já possuem esse sistema naturalmente mais ativo do que gente saudável. Em tese, isso seria bom, já que um cérebro dinâmico pode gerar habilidades extraordinárias, como uma supermemória ou destreza em cálculos matemáticos.

Mas isso também multiplica a chance de mutações que tornam os neurônios autistas defeituosos. Por exemplo, são menores e têm menos capacidade de completar sinapses, as regiões de comunicação entre as células cerebrais.

O pesquisador e sua equipe retiraram células da pele de pacientes autistas e saudáveis, depois fizeram com que elas voltassem a ser células-tronco e as submeteram a um ambiente similar ao do cérebro, usando vitaminais e sais minerais. “Assim, conseguimos que essas células se comportassem como neurônios”, diz Muotri. Acompanhando sua evolução, o grupo observou o surgimento dos defeitos nos neurônios autistas. Com o tempo, eles se atrofiavam. O passo seguinte foi testar várias substâncias para reverter o problema. Duas delas — o hormônio Insulin Grow Factor 1 (IGF1) e o antibiótico Gentamicina — provaram ser eficazes. “Em tese, curamos o autismo, mas ainda há vários testes para que essas drogas possam chegar ao mercado.”

Em caráter experimental, uma equipe de médicos do Children´s Hospital, em Boston, nos EUA, já usa as substâncias em um grupo de 10 crianças autistas. No entanto, os efeitos colaterais ainda não são completamente conhecidos. “Pode haver perda de memórias e até de conhecimentos adquiridos por conta da reconfiguração cerebral provocada pelos medicamentos”, diz Muotri. Se essas barreiras forem ultrapassadas, os autistas não devem ser os únicos beneficiados. “No futuro, talvez possamos ampliar a inteligência e a criatividade ao acelerar o desenvolvimento de neurônios em um cérebro adulto.”

TESTE DE LABORATÓRIO
Os experimentos que revelaram uma das causas da síndrome.
E como eliminá-la.
(Para melhor visualização da imagem, clique sobre ela)

Créditos:
Gustavo Heidrich
Postedo por http://priscilaspiandorello.wordpress.com/ em 09/08/2011
Crédityos à Revista Galileu Edição nº 2401 de julho 2011





quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A Síndrome da Simpatia

Cientistas estudam como a ausência de alguns genes causa as manifestações físicas e comportamentais da
Síndrome de Williams,
doença rara marcada pelo excesso de sociabilidade

ATENÇÃO

Maira ajuda o filho, Felipe, a se concentrar nos estudos
     Eles são falantes, sorridentes e demonstram uma sociabilidade excessiva. São os portadores de uma desordem genética rara, a síndrome de Williams. Ela atinge uma entre 15 mil pessoas e é caracterizada por uma combinação peculiar de sintomas. Além de muito amigáveis, os indivíduos podem ter alterações renais e cardiovasculares importantes, como estenose da válvula aórtica (defeito no funcionamento dessa estrutura cardíaca). Simultaneamente às dificuldades de aprendizagem na escola e hiperatividade, podem também revelar um talento musical impressionante, habilidade para idiomas e sensibilidade auditiva.
     Descrita em 1961, a síndrome é causada pela falta de 22 a 28 genes em um dos pares do cromossomo 7 (ao todo, são 23 pares de cromossomos, estruturas do DNA pelas quais se distribuem os genes). Até agora foram identificados os sintomas ligados a 20 desses genes ausentes. Para avançar no conhecimento da doença, o governo americano liberou, há três meses, US$ 5,5 milhões para custear as pesquisas de um grupo multi-institucional de cientistas reunidos no Instituto Salk de Estudos Biológicos. “Nosso foco é entender as ligações entre os comportamentos e as bases genéticas e neurobiológicas da doença”, disse    Ursula Bellugi, pesquisadora que lidera o grupo.
     No Brasil, a Universidade de São Paulo e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) conduzem pesquisas. “Estudamos quais genes faltam em cada paciente e comparamos com as manifestações da síndrome em cada um”, explicou o geneticista Danilo Moretti-Ferreira, da Unesp. O objetivo é identificar as funções de genes cujo impacto ainda não foi descrito na doença.
     Pouco conhecida, a doença é subdiagnosticada, o que pode gerar problemas sérios. “Cerca de 60% dos bebês com a síndrome nascem com problemas no coração, como a estenose da válvula aórtica. Precisam ser diagnosticados para ter acompanhamento”, afirma Jô Nunes, fundadora e presidente da Associação Brasileira da Síndrome de Williams (ABSW). Mãe de Jéssica, portadora da doença, Jô foi a mais de uma centena de médicos até obter o diagnóstico, feito quando a menina completou 7 anos. Jéssica submeteu-se a três cirurgias cardíacas, entre elas um transplante. “Seu caso foi pioneiro e abriu as portas para outras crianças receberem o transplante. Mostrou também que, se tiverem o suporte adequado, as crianças com Williams terão boa qualidade de vida”, diz Jô. A garota, que estagiava em um hotel, morreu em 2010, aos 19 anos, em consequência de uma infecção. Mas há pacientes com idade avançada.

SOM
Como outros portadores, Juliana tem muito talento musical

     Muitos pais repetem a perambulação por consultórios. “Meu filho só foi diagnosticado aos 5 anos”, diz Maira Zamorano, mãe de Felipe, 10 anos. “Ainda bem que ele já fazia sessões de fonoaudiologia e fisioterapia para auxiliar seu desenvolvimento”, diz. Após o diagnóstico, Maira foi à escola para propor adaptações na rotina do filho. Por exemplo, deixá-lo sair da aula quantas vezes quisesse para ir ao banheiro.     
     “Crianças com Williams pedem para fazer xixi várias vezes num curto espaço de tempo. Em geral, as professoras não entendem essa necessidade”, esclarece a geneticista Adriana Bührer Nascimento, diretora-científica da ABSW.
      A ex-dona de escola Belinha Lacerda deixou o trabalho para cuidar da filha Juliana, 30 anos. “Ela se desenvolveu muito e mostrou uma musicalidade impressionante”, diz. Belinha procura incutir na filha o cuidado com estranhos. “Ela fala com todos e fica exposta a riscos.”
     A ABSW está numa cruzada para tornar os sintomas da doença mais conhecidos. Uma das metas é conscientizar os pediatras para a necessidade de medir a pressão arterial dos bebês. “É um meio de identificar a síndrome e vários outros problemas”, diz a geneticista Adriana. Outra reivindicação é tornar realidade as consultas com geneticistas na rede pública. Hoje, o SUS não as oferece, apesar de a contratação desses especialistas ter sido aprovada há cinco anos.

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Medicina & Bem-estar
ISTOÉ Edição: 2182 - 02.Set.11


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O que nos leva a imitar?

Contato visual convida ao mimetismo, dizem cientistas
O contacto visual provoca mecanismos na região
frontal do cérebro que controlam a imitação



A imitação pode ser a forma mais sincera de elogio, mas como decide o nosso cérebro quando e quem devemos imitar? Segundo investigadores da Universidade de Nottingham, a chave pode estar num convite implícito comunicado através do contacto visual.
Um estudo publicado no Journal of Neuroscience pela equipa de cientistas da Escola de Psicologia da Universidade de Nottingham mostra que o contacto visual parece agir como um convite para o mimetismo, provocando mecanismos na região frontal do cérebro que controlam a imitação.
Os resultados podem ser as primeiras pistas para entender por que algumas pessoas, como crianças com autismo, lutam para compreender quando se espera que copiem as acções dos outros em situações sociais.
“Muitos estudos têm investigado a cópia e a imitação em termos de ‘neurónios-espelho’, que se acredita serem partes especializadas do cérebro humano que implementam imitação. No entanto, também sabemos que a imitação é cuidadosamente controlada, as pessoas não imitam tudo o que vêem e só copiam o que é importante”, afirmou Antonia Hamilton, investigadora principal do estudo.
“Estudos anteriores mostraram que quando alguém faz contacto visual connosco, é mais provável que copiemos essa pessoa. Então, o contacto visual parece agir como uma mensagem que diz ‘copia-me agora’. Este estudo recente teve como objectivo ver o que acontece a esse sinal no cérebro”, continuou.

Antonia Hamilton



A equipe de psicólogos utilizou a ressonância magnética funcional para mapear o cérebro de voluntários enquanto assistiam a vídeos de uma actriz que, por vezes, fazia contacto visual com eles enquanto abria e fechava a mão. O participante foi informado de que deveria abrir a sua própria mão sempre que visse a actriz a mover a dela. Em alguns ensaios o participante copiou a actriz, noutros não.
O tempo de resposta revelou que o participante imitou inconscientemente e mais rapidamente a actriz quando esta promovia o contacto visual. Os cientistas analisaram os dados de imagem cerebral para descobrir quais áreas do cérebro controlavam a decisão de imitar. A análise utilizou um novo método matemático chamado de modelagem causal dinâmica para calcular o processamento de informações no cérebro, algo que nunca foi aplicado à imitação.
Os dados comprovaram que as regiões do cérebro de neurónios-espelho desempenham um papel na tarefa de copiar.
Contudo, revelaram também que essas regiões são controladas pelo córtex pré-frontal medial, uma área do cérebro associada com o planeamento de complexos comportamentos cognitivos, expressando a personalidade, a tomada de decisões e resposta a situações sociais.
De acordo com Antonia Hamilton, “estudos anteriores mostraram que essa região cerebral pré-frontal medial está activa em muitas situações sociais, mas responde menos em pessoas com autismo, o que explica por que as crianças do espectro autista não possam copiar na altura certa”.
A cientista considera que “compreender o controlo da imitação tem implicações para muitas outras áreas da psicologia. Por exemplo, os adolescentes cujo córtex pré-frontal está menos desenvolvido podem ser mais facilmente levados a imitar comportamentos de risco? Poderia um maior contacto visual entre crianças e professores levar a uma melhor aprendizagem por imitação? Poderá um maior controlo da imitação ajudar as crianças com autismo a aprender e interagir de forma mais eficaz? Planeamos realizar mais investigação para responder a estas perguntas”.

Fonte:
Ciência Hoje
2011-08-17



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Para o Meu Pai

Cartão feito sob orientação da professora Eliane na aula de Arteterapia pelo
meu irmão,  Eros Daniel - autista, oferecido ao meu pai, junto com a lapiseira
pelo Dia dos Pais.
O que ele falou:
"Só nós pais de autistas somos capazes de entender a gransiosidade deste gesto"

sexta-feira, 29 de julho de 2011

ADOÇÃO - O Parto do Coração

Neste livro, a adoção é vista “de fora”, enquanto conceitos e julgamentos a “vêem de dentro”, sem recíproca, tão presente como está no espírito e no coração de cada adotante, pelo desencontro de posições a respeito das relações multisseculares do gênero humano, intrigantes acima de tudo.

Quanto aos costumes ainda desconhecidos, evoluções sem precedentes com o progresso do homem, deram para a adoção uma fisionomia nova, por suas mentes brilhantes em sua expressão, superando dissidências, unindo forças e irmanando povos.

A adoção de um ser humano, mesmo sendo consagrada desde os tempos imemoriais, deve ser cada vez mais estimulada em todos os campos de nossas atividades.

Falar sobre adoção parece estar entre o dever de todos, pois pensando no espírito das novas gerações que vicejam, é oportuno e necessário tomar conhecimento desse processo, pelas circunstâncias deste mundo multipolarizado e de diretrizes incertas dos nossos dias.

Pitoco e seus Mistérios Escolares

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Má saúde ao nascimento pode significar educação especial no futuro

           Um novo estudo aponta que bebês que nascem com problemas de saúde têm maiores chances de necessitar de educação especial quando adolescentes.

          A saúde do bebê pode ser observada logo após o nascimento, através do “índice de Apgar”. Os médicos utilizam o índice um e cinco minutos após o nascimento. Essa avaliação é uma medida do quão bem o bebê fez a transição da vida intra-uterina.

         O baixo índice de Apgar pode significar que algo deu errado durante o parto, como a privação de oxigênio em algum momento. Ele é importante para ver como o bebê e seu cérebro estão se comportando.

         A avaliação – que inclui teste de coração, pulmão e função cerebral – tem uma escala que vai de 0 a 10. A nota máxima significa que o bebê respira perfeitamente bem, tem ritmo cardíaco rápido o suficiente e bons reflexos.

        Agora, cientistas descobriram que os bebês que tem notas baixas na avaliação podem ser relacionados com dificuldades escolares na adolescência.

       Os pesquisadores analisaram dados de cerca de 900 mil bebês nascidos entre 1973 e 1986. A maioria das crianças tinha índice de Apgar normal, variando de 9 a 10. Apenas 1% tinha pontuação abaixo de 7 e um terço destes eram abaixo de 4, indicando sérios problemas imediatos.

       No total, cerca de 23 mil dessas crianças estavam indo para uma escola de educação especial aos 16 anos de idade. Crianças com um índice de Apgar abaixo de 7 tinham o dobro de chances de ir para escolas especiais comparadas a crianças com altos índices. Já as crianças que tiveram pontuações extremamente baixas, como 2 ou 3, eram cerca de três vezes mais propensas a precisar de educação especial.

       Alguns fatos já conhecidos sobre bebês com nota muito baixa no Apgar é que eles têm maior risco de morrer logo após o parto, e também são mais propensos a desenvolver paralisia cerebral.

       A pesquisa sugere que os pais devem ficar alertas caso o filho tenha apresentado baixo desempenho do índice de Apgar. Mas sem desespero: apenas 1 em cada 44 bebês com uma pontuação abaixo de 7 vai necessitar de educação especial no futuro. Isso demonstra que, mesmo sendo um indicador importante, o índice de Apgar não pode ajudar a prever quais crianças vão precisar de mais ajuda na escola.

      Os cientistas explicam que o índice de Apgar pode ter um impacto cerebral futuro, mas as crianças nascidas com baixo índice não devem ser tratadas como um grupo separado. Cada uma deve ser tratada individualmente, tanto em suas necessidades médicas como na capacidade acadêmica.
Stephanie D’Ornelas
Reuters
27.07.2011

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Metáfora do Autismo...Seria algum ensaio?





Lançamento do Livro:
POLÍTICA PARA NÃO SER IDIOTA 
de Renato Janine Ribeiro e
Mario Sergio Cortella.








Entrevista com o  filósofo Renato Jenine Ribeiro 
NO PROGRAMA DO JÔ DE 22.07.2011
Jô diz: é interessante esse título.
Renato Janine diz: O Mario Sergio começou dizendo, ele pensou na palavra idiota e pensou em mim, então eu achei um pouco curioso quando ele falou isso.
Mas que a idéia era a seguinte: para os gregos Idiota é a pessoa confinada na vida própria, que não sai de si. Então se a pessoa não tem convívio social, se a pessoa não vai a, não constrói laços com os outros e não discute os fins da sociedade, mesmo numa sociedade pequena, um condomínio, um clube uma coisa assim, essa pessoa se torna um idiota por causa que confinada nela,e ela acaba, tudo acaba sendo decidido pelos outros e não por ela.
Jô:
Entendi!
Renato Janine:
Então o ponto de partida é esse.
Jô: Quer dizer que, por exemplo, a idéia de que depois dos 70 anos, as pessoas não precisam mais votar, é chamar todo velho de idiota?
Renato Janine:
Não por que.
Jô: Por querer que todo velho fique idiota?
Renato Janine:
Votar é apenas uma das coisas, talvez a menos importante da política, porque voto você vota cada dois anos.
Jô:
Eu sei, estou perguntando fora idiota no sentido fora da comunidade que atua nas coisas.
Renato Janine:
É, mas, por exemplo: Essa pessoa pode continuar atuando muito na vida social, na moradia dela, com relação à família dela, com relação aos amigos, enquanto ela está atuando, tá opinando, não tá deixando que passem por cima dela, ela está de alguma forma fazendo política…
VEJAM O VÍDEO

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Especial Mães de Ferro - APAE de Itabira - MG.


A TV Cultura de Itabira no mês de maio buscando homenagear todas as mães, lançou uma matéria especial com algumas das mães apaeanas. Representando uma sincera homenagem à todas que cuidam de seu filho com deficiência com dedicação, paciência, determinação e muito amor.
Repercutindo ainda a Série Mães de Autistas aqui no Vivências, France Jane nos mostra os videos Mães de Ferro com os quais  a TV Cultura homenageou as mães da APAE de Itabira e por extensão todas as mães de Pessoas Deficientes.
Para todas as mães a nossa gratidão e carinho.
Visitem:

Vejam as reportagens completas no:
http://www.itabira.apaebrasil.org.br/noticia.phtml/37727/ESPECIAL+MAES+DE+FERRO+APAE+DE+ITABIRA.html

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Antidepressivos na Gravidez Aumentam risco de Autismo

     Segundo um novo estudo, crianças cujas mães tomam Zoloft, Prozac, e outros antidepressivos similares durante a gravidez são duas vezes mais propensas a desenvolver autismo ou um distúrbio relacionado.
     Essa classe de antidepressivos, conhecidos como inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), pode ser especialmente perigosa no início da gravidez: crianças expostas às drogas durante o primeiro trimestre tinham quase quatro vezes mais chances de desenvolver um distúrbio do espectro do autismo.
     O estudo incluiu menos de 300 crianças diagnosticadas com autismo ou doenças relacionadas. Usando um banco de dados de um hospital que inclui mais de 3,2 milhões de pessoas, a equipe identificou 298 crianças com a condição que nasceram entre 1995 e meados de 1999, e as compararam com 1.507 crianças sem autismo que tinham mais ou menos a mesma idade e nasceram no mesmo hospital.
     Em seguida, os cientistas checaram se suas mães, no ano antes do nascimento, preencheram prescrições para um ISRS, incluindo Prozac, Zoloft, Luvox, Celexa, e Paxil (ou suas versões genéricas).
     Os pesquisadores não puderam confirmar se as mães realmente tomaram a medicação, no entanto, 20 das crianças com austimo (ou 6,7%) foram expostas a ISRS no útero, comparativamente com 50 (3,3%) das crianças no grupo de controle. Depois de levar em conta outros fatores que poderiam afetar tanto o risco de autismo quanto o uso de ISRS (tais como a idade da mãe, etnia e histórico de depressão ou outras doenças mentais), os pesquisadores descobriram que a exposição às drogas no útero aumenta o risco de diagnóstico de autismo em 2,2 vezes, enquanto no primeiro trimestre a exposição ao risco aumenta 3,8 vezes.
      Cerca de 12% das mães cujos filhos tinham autismo foram diagnosticadas com depressão ou outro distúrbio mental. Pesquisas anteriores já haviam descoberto um maior risco de autismo nos filhos de mães com transtornos mentais, mas o novo estudo não encontrou tal relação em mães que não tomaram ISRSs.
     Os pesquisadores alertam que essa é a primeira pesquisa sobre o assunto, e não prova que tomar ISRS durante a gravidez causa diretamente a condição. Os resultados precisam ser confirmados em estudos maiores, e as mulheres não devem se guiar por essas informações ainda.
     Segundo os médicos, deficiência mental materna durante a gravidez é um grave problema de saúde pública. Não tratar não é uma opção. Enquanto algumas crianças podem estar em risco por causa de uma exposição à ISRS, muitas mães e seus filhos se beneficiarão.
     Depressão não tratada durante a gravidez carrega seus próprios riscos, tais como nascimento prematuro e problemas de crescimento. Os riscos potenciais para a criança tem que ser equilibrados com o risco da mãe não ser tratada. Os pesquisadores não querem que as pessoas parem de tomar antidepressivos por causa da nova associação: o correto é conversar com seus médicos sobre a relação risco-benefício.
     Evidências de estudos anteriores sugerem que as pessoas com autismo têm anormalidades nos seus níveis e regulação de serotonina, uma substância química do cérebro envolvida no humor e vários outros processos biológicos. Os cientistas acreditam que os ISRSs aumentam a disponibilidade de serotonina no cérebro, uma vez que as drogas passam através da placenta, e poderiam influenciar o desenvolvimento de um bebê.
     Em estudos com animais, as mudanças nos níveis de serotonina durante a gravidez tiveram grandes efeitos no desenvolvimento do feto e da prole. Se houver efeitos similares em seres humanos, dizem os pesquisadores, eles podem variar dependendo da composição genética de uma criança.
     A grande maioria das crianças do estudo que foram expostas a ISRSs no útero não desenvolveu autismo. Há muitas crianças que sofrem exposição pré-natal a ISRS e que são resistentes: o próximo passo da pesquisa é descobrir quem está em risco e quem não está.
     A Administração de Drogas e Alimentos americana diz que, quando administradas em altas doses, drogas dessa categoria têm sido relacionadas com defeitos de nascimento em estudos com animais. Não ficou provado se elas são seguras ou inseguras em seres humanos, mas as grávidas devem usá-las apenas se o benefício potencial justificar o risco potencial para o feto.
     Sim, estudos com animais fornecem fortes evidências de que a exposição a altos níveis de serotonina no útero produz comportamentos autistas e mudanças na estrutura do cérebro. Como há poucos estudos realizados em humanos, os cientistas acreditam que a coisa mais sensata a se fazer é estar ciente dos riscos e pensar duas vezes antes de tomar tais drogas durante a gravidez.

CNN
HypeScience

domingo, 10 de julho de 2011

Música Até o Fim, de Fantine Tho, com o tema AUTISMO

    
     A cantora Fantine Tho lançou dia 07/07/2011, no site da MTV Brasil, um videoclipe da música "Até o Fim", dirigido por Marco Rodrigues, com um tema incomum: o autismo.
    A ideia do clipe nasceu no início de 2011, após a música ter sido escolhida como trilha sonora do vídeo institucional da Revista Autismo, produzido por Marie Shenk, para o Dia Mundial do Autismo (todo 2 de abril, decretado pela ONU), pois retratava bem a luta dos pais para ir "até o fim" na batalha de conquistar mais habilidades e qualidade de vida a seus filhos com autismo. Fantine (ex-integrante do grupo Rouge), ao autorizar a utilização da música, disse se sentir "honrada com o convite para uma causa tão nobre". Já havia um entendimento entre o jovem cineasta Marco Rodrigues e a cantora para a produção de um videoclipe e Fantine sugeriu que o trabalho fosse com a canção "Até o Fim" e tivesse um formato que abordasse um tema social e informativo: o autismo. Marco, que é de Santos (SP), topou o desavio e "abraçou" a causa em sua estreia nos videoclipes


 Revista Autismo

quinta-feira, 7 de julho de 2011

AUTISMO - MTV Documentário

Exposição pré-natal a Antidepressivos pode provocar Autismo


      Filhos de mulheres que fizeram uso de antidepressivos durante a gestação, e em fase anterior a essa, têm mais probabilidades de desenvolverem autismo, segundo investigadores da Kaiser Permanente Northern California, nos Estados Unidos.
      O estudo envolveu dois grupos: o primeiro composto por 298 crianças autistas e as suas mães, e um grupo controlo com 1.507 crianças sem o transtorno e suas mães.
     No grupo do autismo, 20 (6,7%) das mães teve prescrição de pelo menos um antidepressivo no ano anterior ao nascimento da criança, contra 50 (3,3%) das mulheres do grupo de controle.
     Das 20 mães que fizeram uso de antidepressivos na gravidez no grupo do autismo, 65% receberam prescrição de inibidores selectivos da recaptação da serotonina, 10% apenas um inibidor e a 25% foram prescritos um ou mais inibidores não-selectivos da recaptação.
     Entre as mães do grupo de controle que fizeram uso de antidepressivos, 50% utilizaram inibidores selectivos da recaptação, 18% um inibidor selectivo da recaptação da serotonina em combinação com outro antidepressivo e 32% um ou mais inibidores não selectivos da recaptação da serotonina.
    O estudo mostrou que quanto maior o uso do medicamento e a combinação entre eles, maiores são as hipóteses de a criança desenvolver o transtorno.



Foto:Google.