Pesquisadores anunciaram a descoberta de
anormalidades em algumas das camadas do cérebro de crianças com autismo,
indicando que as origens do transtorno podem estar no início do desenvolvimento
fetal.
Utilizando uma coleção única de marcadores
moleculares aplicados ao cérebro de crianças que já haviam morrido, eles
encontraram áreas na superfície do órgão nas quais faltavam certos componentes
celulares.
Células cerebrais ainda estavam presentes nessas
áreas, mas elas não possuíam determinadas proteínas que são encontradas em
cérebros normais, disse Rich Stoner, um dos autores do artigo, publicado ontem
na revista científica "New England Journal of Medicine".
A equipe analisou cérebros de crianças entre 2 e 15
anos que haviam morrido. As áreas suspeitas foram encontradas em 10 dos 11
indivíduos que haviam sido diagnosticados com autismo, mas não foram
encontradas em 10 de 11 crianças que não haviam recebido esse diagnóstico.
As áreas anormais apareceram em diferentes lugares
nos cérebros analisados. Segundo Stoner, isso se encaixa com o fato de que os
sintomas do autismo podem variar de pessoa para pessoa.
"A coleção de sintomas de cada paciente pode
depender fortemente do lugar onde essas áreas estão e de quantas elas
são", acrescentou o pesquisador da Universidade da Califórnia em San
Diego. "Mas nós não sabemos como essas áreas anormais afetam o
comportamento".
Nos EUA, cerca de uma em cada 68 crianças possui o
diagnóstico de transtorno do espectro autista.
"É um estudo bastante interessante",
disse Sophie Molholm, professora do Colégio de Medicina Albert Einstein.
"O que eles mostraram é que certas regiões do córtex cerebral implicadas
no autismo já possuem uma organização inusual bastante sugestiva dos sintomas
do transtorno".
A equipe de pesquisadores já havia descoberto que
crianças com autismo tendem a ter cérebros mais pesados e 67% mais neurônios no
córtex pré-frontal, região do cérebro que possui importante papel no
comportamento social e na expressão pessoal.
FONTE:
http://www.jornalfloripa.com.br/cienciaevida/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=12367
http://www.jornalfloripa.com.br/cienciaevida/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=12367
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