segunda-feira, 2 de abril de 2012

Estimule o desenvolvimento da criança com autismo

Brincadeiras e interação social trazem benefícios a quem tem essa disfunção

A psicanalista Sônia Pires, da clínica Bem-me-Care, de São Paulo, explica que o primeiro desafio dos pais é aceitar as limitações do filho. "A ideia de um filho sem autismo deve ser abandonada e dar lugar à compreensão das dificuldades da criança", afirma. Estimular a convivência com outras crianças e adultos tanto no ambiente familiar quanto em outros lugares é uma maneira natural de treinar as habilidades sociais e integrar a criança: só não adianta deixá-la isolada, distante do movimento e das conversas.

Convívio com a família

Diferente do que propõe o senso comum, o autismo não retira uma pessoa do convívio social. Sem dúvida, as habilidades de comunicação são prejudicadas quando há esse tipo de disfunção, mas os estímulos cognitivos realizados na intensidade adequada e com profissionais especializados são capazes de reverter alguns padrões de comportamento.

"O autismo é uma síndrome comportamental de base neurobiológica, caracterizada por dificuldades de interação social e de comunicação e por padrões restritos de comportamento", afirma a psiquiatra Letícia Calmon Amorim, da AMA (Associação de Amigos dos Autistas) de São Paulo. Mas o tratamento disponível hoje em dia pode estimular uma criança a se desenvolver e ganhar mais independência.
Não se conhece a causa exata do autismo, tampouco existe cura. Segundo dados do Center of Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos, uma em cada 88 crianças está dentro do espectro do autismo. Esta denominação refere-se a todos aqueles que apresentam características da disfunção, que abrange diferentes graus de limitação. Dia 2 de abril é o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, aproveite para conhecer as atividades que ajudam no desenvolvimento da criança que tem essa disfunção.

Escolarização

Letícia Calmon explica que a inclusão é importante, mas o ideal é, inicialmente, fazer o treinamento dos professores e consultar profissionais capacitados para colaborar neste processo, como o psicólogo, o fonoaudiólogo, o terapeuta ocupacional e, em alguns casos, buscar também um acompanhamento pedagógico. "Cada criança deve ter um programa individualizado". A escolarização pode trazer benefícios, como a possibilidade de vivenciar situações sociais e ganhar independência.

Brinquedos e brincadeiras

Estimular a criança com autismo a compartilhar seus brinquedos e a brincar com outras crianças pode ajudar muito na interação social. "Os brinquedos para as crianças com autismo devem ser simples e estimular a criatividade", afirma o psicólogo Yuri Busin, mestrando em estudos do desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo. O mais importante é que os pais e os profissionais observem o nível de desenvolvimento da criança e escolham o brinquedo mais adequado ao nível cognitivo dela. Um psicólogo pode ajudar nessa escolha, já que a indicação presente nas embalagens dos brinquedos não se aplica à crianças com autismo.

Lidando com o comportamento característico

Mexer as mãos sem parar, rodar objetos ou balançar o tronco para frente e para trás são alguns movimentos típicos do autismo. Interrompê-los totalmente é difícil, mas o acompanhamento de um psicólogo pode contribuir para que os gestos diminuam e deixem de atrapalhar a criança.

Atribuindo tarefas

A realização de tarefas depende do nível de cognição e das potencialidades de cada criança. O psicólogo Yuri sugere que sejam propostas à criança tarefas como escovar os próprios dentes, pentear os cabelos ou colocar a mesa, por exemplo, elogiando o desempenho em cada atividade.

Atividade física

A psiquiatra Letícia explica que a presença de limitações físicas em pessoas com autismo não é comum. "Isso só acontece quando existem outros problemas associados, como as convulsões". Caso não haja esse tipo de restrição, qualquer tipo de atividade física está liberada e vale a pena consultar um fisioterapeuta para definir qual o melhor esporte para o seu filho.

Comunicação

Letícia Calmon explica que o mais importante é a criança se sentir apta para se comunicar, mesmo que não seja pela linguagem falada, mas por gestos, sinais e até mesmo pela troca de figuras (sistema chamado PECS) e isso deve ser usado tanto em casa quanto na escola. Para estimular a fala, o ideal é procurar o acompanhamento de um fonoaudiólogo.
É interessante também que os pais estimulem as crianças, fazendo elogios ou criando sistemas de recompensas frente a um comportamento adequado, conhecido como reforço positivo. "Um modelo é a entrega de cartões: juntando dez, por exemplo, a criança ganha um presente ou agrado", explica o especialista.  

       MSN - Corpo e Saude
por Manuela Pagan



domingo, 1 de abril de 2012

Celebrações do Dia Mundial da Conscientização do Autismo

quinta-feira, 29 de março de 2012

Ámame como soy - Poesia da Liê Ribeiro ganha versão em espanhol


No insistas en que cambie
El tono de mis sueños
Ni para ponerme a la moda…
Ámame como soy…
Misterioso e incoherente.
... Obstinado y cariñoso…
Cada día menos ausente
Un poco más presente
Pero experimentado en la soledad sabrosa
Traduce el mundo para mi,
A fin de cuentas, ¿quién es el incoherente?
Pero,
Ámame como soy,
Caminante de trayectos desconocidos
De sonrisa perdida…
La luz que no puede medirse…
La paz no se viste de exigencias.
La paz se desnuda de odios,
Es mística y solidaria con el otro…
Ámame como soy,
Un cuerpo adulto con alma de niño.
Y quien me condena al olvido
No comprende que yo amo a mi manera
Por eso,
Ámame como soy,
Medio gente, medio ángel,
Casi una esencia…
Me duele la vida que no comprendo.
No me olvido de los rostros…
Pero prefiero los detalles de los objetos
Que no me compran y no me instan
A ser lo que no soy
Por favor, ámame como soy,
Medio piedra, medio mar, medio arena…
Medio cielo, medio infierno.
Lo que hizo la genética no me ayudó.
Por eso, ámame como soy…
Medio oyente, medio hablante, casi mudo.
Nada pasional, nada malicioso,
Casi un ser invisible…
Pero, humanidad, ¡ámame como soy!

Autora: Lie Ribeiro, mamá de un chico con autismo
Versao para o espanhol:
Vicky Galvez


quarta-feira, 28 de março de 2012

Dia Mundial de Conscientização do Autismo 2012 - Curitiba - PR

UPPA
União de Pais pelo Autismo

... estão programando diversas ações para o dia 2 de abril, as que já estão confirmadas são:

     -800 ônibus a Rede de Transporte, circularão com cartaz de informativo, durante toda a semana do Autismo,

     -Quiosque informativo na Rua XV de Novembro (Boca Maldita), TRANSFERIDO PARA DOMINGO, DIA 01/04 NA FEIRINHA DO LARGO DA ORDEM das 8:00 as 14:00

     -Com o apoio do SETRAN, panfletagem em alguns semáforos da cidade, Rua Roberto Barrozo esquina com a Nilo Peçanha e Nilo Peçanha com Lysimaco Ferreira da Costa das 9:00 às 12:00 e das 13:30 às 18:00

     -Sessão Solene na Assembleia Legislativa, no dia 02 de abril, e Iluminação de azul da Assembleia Legislativa do PR e da torre da RPC, em parceria com AAMPARA E CENEP
(encontro em frente a ALEP às 13:30)

     Em paralelo, confeccionamos camisetas de divulgação R$15,00 infantil e R$20,00 adulto
(interessados em participar das ações ou na camiseta, deixar contato nos comentários do blog)

“Dia Mundial da Conscientização do Autismo”; CENEP -Hospital de Clínicas - Curitiba - PR


Cenep/HC e Unilehu promovem evento para celebrar a data em Curitiba

O Centro de Neuropediatria (Cenep) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC/UFPR), em parceria com a Universidade Livre para a Eficiência Humana (Unilehu), e com o apoio da Associação Pró-Neuropediatria (Apronep), Prefeitura Municipal de Curitiba e Departamento de Pediatria da UFPR, promove evento em referência ao “Dia Mundial da Conscientização do Autismo”, comemorado no dia 02 de abril.
Confira a programação:

Dia 31 de março (sábado) no Estacionamento do Parque Barigüi:

09 horas: início do “Rally da Inclusão”

09:30 horas: introdução ao “Dia Mundial de Conscientização do Autismo”

10 horas: apresentação do cantor Saulo Laucas Pereira*

12 horas: retorno do Rally

Durante toda a manhã, serão realizadas atividades recreativas.

Dia 02 de abril (segunda-feira):

Período da manhã: distribuição de material informativo no centro de Curitiba

13:30 horas: encontro na Assembleia Legislativa do Paraná

14:30 horas: apresentação do projeto de lei em defesa da pessoa com autismo na Assembleia Legislativa do Paraná.

* Saulo Laucas é tenor, autista e cego. Ele cursa a faculdade de música da UFRJ. Confira um vídeo de sua apresentação, cantando a Ave Maria, na audiência pública sobre o autismo, realizada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, dia 17 de novembro de 2009:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=u1_u_rwAeJQ#!

Serviço:
O quê:
Dias e horários: 31 de março de 2012, das 09 às 12 horas, e 02 de abril, das 09 às 14:30 horas;
Locais: Estacionamento do Parque Barigüi e Assembleia Legislativa do Paraná.

Dia Mundial da Concientização do Autismo - P A C I Ê N C I A

domingo, 25 de março de 2012

Brasileiro é escolhido melhor professor do ano de todo condado de Miami-Dade


     Um brasileiro está fazendo história nos EUA com um projeto de inclusão em escolas: Alexadre Lopes recebeu o prêmio de Melhor Professor do Ano de Miami-Dade.
     Ele foi escolhido entre 24 mil professores de todas as escolas públicas do condado. O processo de seleção é longo e incorpora diversos aspectos do professor, fora e dentro da sala de aula, desde o seu método de ensino à filosofia e politica educacional.
“É um orgulho, uma honra muito, muito grande deles terem escolhido neste país um brasileiro nascido e criado no Brasil”, diz ele. “Foi um processo intenso de seleção. “Não foi só pré-escola, não foi só no departamento de crianças especiais, não foi só entre os latinos. Eu competi em termos de igualdade com todos os professores daqui”.




Lopes ganhou um Toyota novinho, US$5.500 e uma bolsa de estudos na Nova University – que ele abriu mão pois já está cursando o doutorado na Florida International University.



 Mas para ele, o mais importante foi receber o troféu, que simboliza o reconhecimento do seu trabalho. E as homenagens não param. Hoje, Alexandre vai receber uma homenagem de Bárbara J. Jordan, representante
de um dos condados de Miami-Dade.
   “Levou um bom tempo para conseguir o respeito pelo que eu faço, e acho que foi muito importante ganhar esse titulo, não só por mim mas, por todos os outros professores que trabalham na pré-escola”, diz Lopes emocionado.
Hoje aos 43 anos, o carioca é, agora, o porta-voz de educação de todo o condado de Miami-Dade. O próximo passo é o prêmio estadual com mais 71 concorrentes. Se ganhar, entra como finalista ao prêmio nacional, que será anunciado no inicio de 2013.
Seu programa de inclusão é composto de dois grupos diários de 12 crianças, de 3 a 5 anos – um de manhã e outro no inicio da tarde. Em cada grupo, há oito que exibem desenvolvimento regular da idade e quatro com algum tipo de desordem que compromete o desenvolvimento, como, por exemplo, o autismo.

“As crianças com autismo estão integradas a um ambiente onde elas tem a capacidade de interagir socialmente com crianças fora do espectro autista”, diz ele. “É uma sala de aula normal, onde temos alunos com autismo e alunos sem autismo. Não são diferenciados em absolutamente nada”.
Numa rotina extremamente bem estruturada, Lopes, apaixonado pela música – e um estudioso de piano desde cedo, usa a sonoridade e a melodia como técnicas de ensino – na comunicação, compreensão e aprendizado de palavras e respeito mútuo.
Na hora que entram na sala de aula, as crianças dão as mãos e formam uma roda, cantando, “we are glad you are here. Hello to you and me” (“estamos felizes por estarem aqui. Olá para você e para mim”), fazendo com que todos se sintam bem-vindos e unidos. Lopes usa tambores e canções para ensinar conceitos, como tolerância e o controle emocional: “When you are mad, take a deep breath and relax” (“quando está bravo, respira fundo e relaxa”).

“O que enfatizamos aqui, que de repente não é tão enfatizado em outras salas de aula, — mas que na minha opinião deveria ser enfatizado em todos os lugares — é o ensino da interação social: como lidar com uma pessoa, pegar sua atenção, olhar no olho daquela pessoa, chamá-la pelo nome”, diz o carioca, que atribui parte do seu sucesso ao fato de ser brasileiro – não só pela sua musicalidade mas pela forma que se relaciona com as pessoas.
“Eu acho que faço com que cada um se sinta especial, e isso é importante”, diz ele. “Eu acho que o brasileiro tem isso, quando quer, de realmente mostrar ao mundo do que ele é capaz”.
     Lopes nunca se imaginou trabalhando na área de educação. Nascido e criado em Petrópolis, o carioca se formou em comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e trabalhava em companhias aéreas. Sempre gostou muito de viajar, e em 1995, se mudou para Miami. Aqui, como comissário de bordo, na época pela United Airlines, fazia rotas para a América Latina e servia como intérprete de português e espanhol. Com os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, as companhias aéreas tiveram muitos problemas financeiros, e a United ofereceu um pacote de benefícios para quem se afastasse. Lopes aceitou imediatamente, e retomou os estudos. Validou em Miami seu diploma do Brasil e começou mestrado em “Educação Especial” na Universidade de Miami, com foco em crianças autistas, rumo a um trabalho sério que, está rendendo frutos.

 Terça-feira 20 de março de 2012
Cris Delboni
Direto de Miami



sábado, 24 de março de 2012

Vivendo o autismo sem preconceitos


Vida Independente e Inclusão na Comunidade

     O autismo é considerado um distúrbio do neurodesenvolvimento que se manifesta precocemente e afeta as habilidades de comunicação, comportamento e interação social.O termo engloba os conhecidos como "Transtornos do Espectro do Autismo - TEA", também chamados "Transtornos Globais do Desenvolvimento". Estudos no âmbito internacional apontam que quase 1% da população possui algum Transtorno do Espectro do Autismo, no Brasil isso pode significar algo em torno de 1,9 milhão de pessoas.  O grupo de pessoas com TEA é bastante diverso, composto desde pessoas que não se comunicam verbalmente e que também têm deficiência intelectual até os chamados gênios com habilidades específicas.
     O diagnostico precoce, apoio à família e atendimento multiprofissional adequado podem ajudar às pessoas com autismo a desenvolverem seu potencial, no entanto em todo apoio e suporte oferecidos devem ser levados em consideração os princípios fundamentais da dignidade, não discriminação, participação, inclusão, autonomia e respeito pela diferença.
     A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece os direitos básicos e liberdades fundamentais das pessoas com autismo através da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que foi ratificada pelo Brasil com status de emenda constitucional em julho de 2008.
     A despeito de terem seus direitos humanos garantidos na Convenção, não são raros os casos de pessoas com autismo que vivem reclusas em suas própria casas, recolhidas em abrigos de longa permanência ou abandonadas em situação de negligência, sem o mesmo acesso que as outras pessoas têm aos bens e serviços da comunidade.
     Fazem parte da realidade das pessoas autistas e suas famílias experiências de preconceito, indiferença, abandono, falta de escolas inclusivas que atendam suas necessidades, indisponibilidade dos serviços médicos qualificados e pouca cobertura e abrangência dos serviços de habilitação e reabilitação.
     No entanto, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, em seu Artigo19 - Vida Independente e Inclusão na Comunidade -, determina que as pessoas com autismo têm direito de ser acolhidas por sua família assim como viver e usufruir dos bens e serviços disponíveis na comunidade. Os Governos devem adotar medidas para prevenir situações de abando e garantir a todos e a todas o acesso à vida em comunidade com o máximo de independência possível. Medidas que incluem:
     -Disponibilizar serviços específicos em domicílio, inclusive serviços de atendentes pessoais ou cuidadores, que forem necessários como apoio para que as pessoas com autismo vivam e sejam incluídas na comunidade e para evitar que fiquem isoladas ou segregadas;
     -Preparar os serviços e instalações públicas disponíveis na comunidade para serem inclusivas e acessíveis às pessoas com autismo. As escolas, postos de saúde, praças, parques e serviços disponíveis a população geral devem estar disponíveis e aptos a atender também as pessoas com autismo. Nenhum serviço público ou privado pode ser negado sob alegação de que é autista. Isso é discriminação baseada na deficiência.
     -Empoderar autistas e suas famílias. É preciso fornecer informações, conscientizar e fortalecer as famílias para que elas estejam habilitadas a defender os direitos de seus filhos com autismo.
     O dia 2 de abril foi decretado pela ONU o Dia Mundial de Consciência sobre o Autismo com intuito de fomentar Governo e Sociedade a discutir e repensar a situação das pessoas com autismo sob a ótica dos direitos humanos. É hora então de pensar o que está faltando para que as pessoas com autismo possam usufruir dos bens, serviços e da vida em comunidade, com pleno acesso a sua cidadania.
                                                                   Atenciosamente,
Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo -
ABRAÇA

Fortaleza, 2 de abril de 2011.
Divulgação:
REDE SACI

sábado, 17 de março de 2012

Crianças portadoras de síndrome de down ou autismo podem sim ser artistas

   Em palestra realizada no CEU Paraisópolis, o artista Israelense, Yaron Peretz, falou sobre a importância da arte como forma de expressão para crianças autistas e portadoras de síndrome de down
    
   Hoje, em sintonia com o dia da Jornada Pedagógica, evento realizado pelas escolas da rede de ensino Municipal do Estado de São Paulo, o teatro do CEU Paraisópolis abriu as portas para receber o artista israelense Yaron Peretz.
  
     Fruto de uma parceria entre a União dos Moradores e o consulado de Israel, o artista em algumas palavras que eram traduzidas por sua esposa Dayse Peretz, brasileira, explicou, demostrou e provocou a platéia, formada especialmente, por educadores, pedagogos e professores a interagirem com o universo dos portadores de necessidades especiais, autismo e síndrome de down.
     Yaron trabalha em Israel com um grupo de 6 artistas com essas necessidades, de acordo com a sua experiência, essas crianças encontram no desenho uma maneira de transmitirem o que pensam, ou seja, é a linguagem que usam. E foi a semelhança entre os traços que eles fazem e os de grandes artistas que o levou a acreditar que eram sim capazes.
     “O humor deles ocila muito”, explicou o artista, alertando a platéia de que é fundamental que a pessoa seja calma, se quiser trabalhar com esse público. O stress será transmitido para eles, por isso é necessário que o ambiente os acalmem. Em resposta a uma pergunta se ele usava música como instrumento de trabalho, ele foi preciso. “ Eu mesmo canto”.
     Ao contrário do que foi abordado por educadores presentes sobre a dificuldade que se tem em trabalhar com as famílias dessas crianças, Dayse disse que em Israel, os pais não tem vergonha dos seus filhos por serem portadores de algum tipo de necessidade. Diante disso, O acessor de imprensa do consulado israelense propôs uma oficina na qual Yaron interagiriam com as famílias; já os educadores presentes se comprometaram a darem continuidade no discurso através de uma rede de convivência na pagína do Facebook.
     De acordo com Dayse, é a primeira vez que eles estão trabalhando com o projeto em comunidades, e que esperam bons resultados. Quando questionado a respeito dos que trabalham com crianças possuírem ou não o dom para lidar com portador de algum tipo de necessidade especial Yaron foi bem calro: “ Basta ter vontade”.
     A riqueza do trabalho desenvolvido pelos artistas israelenses podia ser notada em alguns desenhos trazidos por Yaron , e, esses foram expostos em cima do palco para quem quisesse observar de perto, algo feito por poucos.

Fonte:
Rádio Novaparaisópolis
Por: Flaviane Fernandes

quinta-feira, 15 de março de 2012

Livro explica os sinais do autismo em bebês e crianças


Incentivar o diagnóstico — ou ao menos a suspeita — de autismo. Essa é a intenção do livro Autismo — Não espere, aja logo! — Depoimento de um pai sobre os sinais de autismo, lançado neste mês (março) pela editora M.Books (136 páginas, R$ 39). O livro, de autoria do jornalista Paiva Junior, editor-chefe da Revista Autismo e pai de um garoto com autismo, busca explicar sem nenhuma linguagem técnica os sintomas do autismo e destacar a importância de um dos únicos consensos a respeito do transtorno em todo o planeta: quanto antes se inicia o tratamento, melhores são as chances de se ter mais qualidade de vida e desenvolvimento de habilidades. O livro tem prefácio do neuropediatra José Salomão Schwartzman e contra-capa com texto do neurocientista Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia (EUA).
Mesmo que os pais não aceitem bem o diagnóstico ou ainda não tenham uma confirmação definitiva, fechada (até porque essa confirmação comumente vem depois dos 3, 5 ou até 6 anos de idade), o autor procura incentivar que iniciem o tratamento logo: “não esperem, ajam!”. “É preciso aproveitar essa grande ‘janela’ de desenvolvimento dos primeiros anos de vida”, explica o autor, com a autoridade de quem tem um filho de quase 5 anos, que está no espectro do autismo. Paiva é também pai de uma menina de quase 3 anos, porém, com desenvolvimento típico (“normal”).

     O jornalista escreve como pai, por isso não há o uso excessivo de termos técnicos e jargões: “Não escrevo em ‘linguagem técnica de médico’, escrevo de forma que profissionais de educação e saúde, além de pais e parentes de autistas possam entender o autismo e, ao suspeitar de comportamentos autísticos em alguma criança possam sugerir que encaminhem-na para a avaliação de um especialista. “É um texto de leigo para leigo, de pai para pais”, explicou Paiva Junior, que faz questão de destacar que “o livro não habilita ninguém a diagnosticar autismo, papel que é dos médicos neurologistas, neuropediatras e psiquiatras da infância”.
Conteúdo extra
    
     Nesta primeira edição do livro, toda a arrecadação do autor será revertida para a Revista Autismo, um projeto sem fins lucrativos. Portanto, comprar o livro não apenas ajuda no diagnóstico precoce, mas também contribui para que a revista permaneça existindo.Outro diferencial do livro são os links para conteúdo extra, com QR Codes (códigos de barras de duas dimensões que podem ser fotografados por telefones celulares para acessar conteúdo online) levando a extensões de capítulos, relatos de famílias, vídeos e material que será permanentemente atualizado.

IMPORTANTE
Para adquirir o livro AUTOGRAFADO o endereço é:

quarta-feira, 14 de março de 2012

2 de ABRIL - No Dia Mundial do Autismo, Brasil espera aprovação de lei pelos deputados

Todo 2 de abril comemora-se o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, data decretada pela ONU (Organização das Nações Unidas), desde 2008, pedindo mais atenção ao transtorno do espectro autista (nome "oficial" do autismo), cuja incidência em crianças é mais comum e maior do que a soma dos casos de AIDS, câncer e diabetes juntos. No Brasil estima-se que tenhamos 2 milhões de autistas, mais da metada ainda sem diagnóstico.
     O Brasil fez o maior evento de sua história para a data no ano passado (2011) em todos os Estados. E agora, em 2012, repete-se com ainda mais força, monumentos serão iluminados de azul na data, como o Cristo Redentor (no Rio de Janeiro), a Ponte Estaiada, o Viaduto do Chá, o Monumento à Bandeira, a Fiesp e a Assembleia Legislativa (em São Paulo), a torre da Unisa do Gasômetro (em Porto Alegre) e muitos outros locais. No mundo estarão iluminados também vários cartões-postais, como o Empire State Building (nos Estados Unidos), a CN Tower (no Canadá) entre outros — é o movimento mundial chamado "Light It Up Blue", iniciado pelos estadunidenses. O azul foi definido como a cor símbolo do autismo, porque a síndrome é mais comum nos meninos — na proporção de quatro meninos para cada menina. A ideia é iluminar pontos importantes do planeta na cor azul para chamar a atenção da sociedade, poder falar sobre autismo e levantar a discussão a respeito dessa complexa síndrome. O logo brasileiro do "Dia A", adaptado pelo publicitário Martim Fanucchi sobre a arte do logo oficial, assim como o cartaz e o vídeo da campanha estão disponíveis no site RevistaAutismo.com.br/DiaMundial, página oficial do evento no Brasil. Martim é editor de Arte da única revista a respeito dessa síndrome na América Latina, a Revista Autismo, uma publicação gratuita, sem fins lucrativos, feita por pais de autistas, que pode ser acessada íntegralmente no site citado, sem restrições
À espera dos deputados federais
     Muitos podem pensar que autismo é algo raro, porém, os números aceitos pela comunidade internacional são de um autista para cada 110, estatística do CDC (Center of Deseases Control and Prevention), órgão do governo dos Estados Unidos. Números alarmantes, que deveriam colocar o autismo entre as prioridades nas políticas de saúde pública.
     Em junho de 2011, o Senado aprovou um projeto de lei que garantirá direitos e atendimento aos autistas do Brasil — que atualmente não contam com tratamento pela rede pública de saúde. Para ir à sanção da presidente Dilma e virar lei, o projeto precisa ainda ser aprovado pela Câmara Federal, mas está parado sem entrar na pauta dos deputados há mais de oito meses. Muitos pais perguntam: "Até quando?" — o andamento do projeto pode ser acompanhado online em http://LeiFederal.RevistaAutismo.com.br com informações do site da Câmara. O autismo não é considerado uma deficiência física nem mental, portanto não se encaixa na maioria dos direitos já conquistados pelas pessoas com deficiências no país. No início deste ano, no Rio de Janeiro (RJ) e em Belo Horizonte (MG) pais se mobilizaram para derrubar vetos do Executivo a leis que beneficiam os autistas.
     Outro episódio de destaque em 2011, foi o lançamento no Brasil do primeiro videoclipe a respeito de autismo, com a música "Até o Fim", da cantora Fantine Thó (ex-integrante do grupo Rouge), dirigido pelo cineasta Marco Rodrigues — o clipe pode ser visto online no Youtube e na MTV Brasil.
Vários níveis no espectro
     Um dos únicos consensos entre a comunidade médica em todo o mundo é de que quanto antes o diagnóstico for feito e o tratamento iniciado, melhor será a qualidade de vida da pessoa com autismo. A fim de auxiliar a descoberta precoce e para que a sociedade comece a conhecer os sutis sinais do autismo em bebês e crianças cada vez mais cedo, a editora M.Books está lançando o livro "Autismo — Não espere, aja logo!" (132 páginas, R$ 39), sem linguagem técnica, de leigo para leigo, do jornalista Paiva Junior, pai de um garoto que está no espectro do autismo e editor-chefe da Revista Autismo. O livro, que tem prefácio do neuropediatra José Salomão Schwartzman e contra-capa com texto do neurocientista Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia (EUA), poderá ser encontrado no site do autor (PaivaJunior.com.br) a partir de abril, o mês do autismo.
      Para muitos, o autismo remete à imagem dos casos mais graves, porém há vários níveis dentro do espectro autista. Nos limites dessa variação, há desde casos com sérios comprometimentos do cérebro, até raros casos com diversas habilidades mentais, como a Síndrome de Asperger (um tipo leve de autismo) – atribuída inclusive aos gênios Leonardo Da Vinci, Michelângelo, Mozart e Einstein. Mas é preciso desfazer o mito de que todo autista tem “superpoderes”. Os casos de genialidade são raríssimos.
     A medicina e a ciência, de um modo geral, sabem muito pouco sobre o autismo, descrito pela primeira vez em 1943 e somente 1993 incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID 10) da Organização Mundial de Saúde como um Transtorno do Desenvolvimento, que afeta a comunicação, a socialização e o comportamento.
     Outro mito é o de que o autista vive em seu próprio mundo. Não. Ele vive em nosso mundo. Muitos autistas, porém, têm dificuldade em interagir e se comunicar, por isso não estabelecem uma conversa, ou mantêm uma brincadeira, e tendem a isolar-se — não porque querem, mas por não conseguirem. Ao pensar que o autista não tem um mundo próprio, teremos mais chances de incluí-lo em "nosso mundo" com o respeito que merecem, pois preconceito se combate com informação. Para contribuir, procure saber mais sobre o autismo e ajude a divulgar o 2 de abril.

Fonte:






    

terça-feira, 13 de março de 2012

Especialistas contestam afastamento de aluno autista

     O afastamento do aluno Lucas Cotichini Marques, 17 anos, que tem deficiência mental moderada e autismo, de uma escola de educação especial localizada em São Bernardo, há uma semana, mostra o despreparo por parte das instituições de ensino em relação à inclusão. Essa é a avaliação de especialistas a respeito do caso. Com problemas comportamentais e quadro agressivo, o morador de Santo André foi encaminhado para avaliação médica e impedido de continuar a frequentar a unidade de ensino na última semana.
     O garoto estudava na escola privada Gapi, especializada em ensino especial Infantil e Fundamental, localizada no Jardim do Mar, há três anos, por meio de bolsa paga pela Secretaria Estadual de Educação. Segundo a mãe, a dona de casa Sandra Regina Cotichini, 49, o filho foi impedido de continuar os estudos por puro preconceito. "A diretora disse em bom som que não queria mais meu filho na escola dela porque ele é grande, gordo e oferece risco aos demais alunos", destaca.
     São diversas as leis que asseguram os direitos de pessoas com necessidades especiais na sala de aula. Vale destacar o decreto 3.956, de 2001, que reafirma o direito de todas as pessoas com deficiência a uma educação inclusiva. "A inclusão está aí, mas nem todos os profissionais e escolas estão preparados", destaca a presidente da Abra (Associação Brasileira de Autismo), Marisa Furia Silva.
     A direção da escola Gapi não quis se pronunciar. Já a Secretaria Estadual de Educação esclareceu que o aluno foi afastado temporariamente das atividades escolares para que passe por avaliação médica e tratamento psiquiátrico. A mãe, no entanto, contesta a justificativa ao dizer que Lucas faz acompanhamento médico desde criança. "Ele toma remédio todos os dias e passa com o médicos direitinho", observa Sandra.
     A secretaria estadual afirma ainda que, conforme informado aos responsáveis pelo estudante, o afastamento foi necessário para resguardar a integridade dos demais alunos e integrantes da instituição, uma vez que o adolescente tem comportamento agressivo. Nos próximos dias, o adolescente será encaminhado para avaliação junto à Secretaria de Estado da Saúde e, posteriormente, após a devida reavaliação médica, deve receber novamente atendimento educacional.

Escola não cumpriu seu papel, diz psicóloga

     Por tratar-se de escola focada no ensino especial, a estranheza sobre a atitude tomada pela instituição de ensino é ainda maior, revela a psicóloga especializada em distúrbios do desenvolvimento Sabrina Ribeiro. "A escola não está fazendo a inclusão, que é o trabalho dela", argumenta.
     Segundo a profissional, que atua no atendimento a pessoas com autismo desde 1995, há diversas formas de trabalhar a agressividade do aluno. "O manejo do professor é muito importante, tanto que a medicação responde por 10% do tratamento; os outros 90% dizem respeito a atividades comportamentais", considera.
     Na visão da presidente da Abra, Maria Furia Silva, a batalha por políticas públicas e atendimento de qualidade para pessoas com autismo tem avançado, mas não da forma considerada ideal. "A saída para os pais que precisam de ajuda tem sido as associações."

AUTISMO

     Denominado transtorno do espectro do autismo, essa alteração cerebral compromete o desenvolvimento psiconeurológico e afeta a capacidade da pessoa em se comunicar, compreender e falar, assim como o convívio social. A doença pode se manifestar de forma leve, moderada ou severa.
     Segundo Sabrina, o autismo traz prejuízo em três áreas: comunicação, comportamental e social. "Geralmente as pessoas com autismo têm dificuldade em contar algo ou entender", explica a especialista. Há ainda alterações no comportamento, como manias ou interesses restritos e dificuldade em se relacionar com outras pessoas.

Reportagem
Natália Fernandes
Fonte: Diário do Grande ABC









quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Derrubado o veto do governador Sergio Cabral

     O veto do governador Sérgio Cabral ao Projeto de Lei nº 689/11, negando a “apenas” 185.000 autistas do Rio de Janeiro, o direito a um tratamento digno, foi derrubado por 57 dos 37 votos necessários. 
     A lição principal deste acontecimento, é que os pais de autistas, exaltando-se a iniciativa do Ulisses da Costa Batista, o Vivências Autísticas parabeniza a todos que acreditaram, choraram, mas, acima de tudo batalharam em defesa dos autistas. Temos aí mais um exemplo para JAMAIS DESISTIR com o objetivo simples de tentar fazer com que nossos filhos sofram menos de discriminação e preconceito.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

REGISTRO: Após polêmica com autistas, "Comédia MTV" vai ser ao vivo


  Alvo de polêmicas por conta de um quadro que ridicularizava portadores de autismo, o "Comédia MTV" terá edições ao vivo neste ano. Um programa-teste será gravado na semana que vem. Marcelo Adnet, Dani Calabresa e Tatá Werneck, entre outros vão participar.

Em 2011, a MTV foi condenada a pagar indenização de R$ 40 mil a pais ofendidos por causa do quadro "Casa dos Autistas", uma paródia do reality "Casa dos Artistas" (SBT), feita com atores simulando autismo. Neste ano, a MTV já demitiu 34 funcionários. O canal diz que está terceirizando sua equipe, mas que manterá o núcleo de criação.







P A R T I C I P E





25/02/2012 - 01h20

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Vacinem seus filhos! Mais um estudo confirma que vacina não causa autismo


Segundo um novo estudo, mercúrio não causa autismo. Essa é mais uma de muitas pesquisas que concluem que os níveis de mercúrio na urina de crianças com autismo não é superior aos níveis de mercúrio na urina de crianças sem a doença.
A ideia desacreditada que uma forma do mercúrio, chamada etilmercúrio, por vezes utilizada em vacinas, pode levar ao autismo levou à redução das taxas de vacinas e aumentos nos casos de doenças evitáveis no mundo, tais como sarampo e papeira.
Mas, mesmo quando o mercúrio deixou de existir nas vacinas de alguns países a partir de 2001, as taxas de autismo continuaram a aumentar.
Os pesquisadores coletaram amostras de urina de 54 crianças com transtornos do espectro do autismo, e compararam com outros três grupos: 115 crianças da população em geral, 28 crianças que frequentavam escolas especiais (principalmente por causa de dificuldades de aprendizagem), e 42 crianças que não tinham autismo, mas tinham um irmão com a condição.
Não houve diferenças, entre qualquer um dos grupos, na concentração de mercúrio encontrada na urina. Os pesquisadores também observaram que os testes de outros metais pesados, tais como o lítio, manganês, cádmio e chumbo, também foram os mesmos em todos os grupos.
Estudos anteriores demonstraram que o etilmercúrio, por vezes utilizados em vacinas, não pode atravessar a barreira sangue-cérebro.
Já uma forma de mercúrio que tem sido associada a problemas do sistema nervoso, chamado metilmercúrio, pode entrar no cérebro a partir do sangue.
Estudos anteriores que analisaram os níveis de mercúrio na urina em crianças com autismo tiveram resultados contraditórios, mas eles envolveram testes de urina de crianças que receberam tratamentos de quelação, o que reduz o nível de mercúrio e outros metais no sangue.
Tratamentos de quelação, que são às vezes impostos a crianças com base na ideia de que podem tratar o autismo ou melhorar os seus sintomas, podem representar riscos para a saúde das crianças.

Reportagem:
Natasha Romanzoti
Foto:
My Health News Daily 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Diferenças cerebrais em crianças autistas manifestam-se com seis meses




Problemas neurológicos acontecem durante desenvolvimento longo e progressivo durante a infância
Problemas neurológicos acontecem durante desenvolvimento longo e progressivo durante a infância
O cérebro dos autistas difere de quem não sofre de nenhum problema de desenvolvimento neurológico. Já vários trabalhos usando Imagem Funcional Cerebral revelaram que essas diferenças implicavam dificuldades de comunicação e sociais dos autistas. Um estudo, recentemente publicado no «American Journal of Psychiatry», apresenta essas alterações como fruto de um desenvolvimento longo e progressivo durante a infância.
A equipe de investigação da Universidade da Carolina do Norte comparou o desenvolvimento cerebral de crianças de seis, 12 e 24 meses. Todos estes bebés tinham um irmão mais velho a quem fora diagnosticado autismo – um terreno genético que os coloca numa categoria de “alto risco” de vir a sofrer de transtorno do espectro autista (TEA).
Com dois anos, 28 destas crianças mostraram sintomas e a técnica de imagem usada apresentou diferenças no desenvolvimento da matéria branca em relação aos seis meses de idade. Esta matéria rica em ramificações nervosas, envolve de forma protetora a mielina – importante no transporte de sinais nervosos e informação entre diferentes partes do cérebro.
Reconstituindo em 3D a matéria branca, a equipe norte-americana observou que um desenvolvimento mais lento entre essas ramificações, em crianças, dos seis aos 24 meses, diagnosticadas com autismo. O estudo mostra que as diferenças de desenvolvimento no cérebro de crianças com este tipo de problema ocorrem muito cedo.
Fonte:

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Crianças podem ser infectadas por variações do vírus usado na vacina


Pesquisadores brasileiros criaram uma técnica para 
identificar se uma criança está infectada pelo rotavírus selvagem,
presente na natureza,
ou por uma derivação do vírus usado nas vacinas.

  
Contra-ataque dos vírus

O combate ao rotavírus no Brasil conta com um aliado importante: a vacinação gratuita, incluída no calendário nacional de imunizações.
A vacinação, no entanto, coloca um desafio para os cientistas.
O rotavírus tipo A - o maior responsável por casos de gastroenterite infantil aguda em todo o mundo - pode apresentar uma série de pequenas variações genéticas, compondo um conjunto de diferentes genótipos.
Por isso, eventualmente uma criança vacinada poderá ser infectada por uma variante do próprio vírus usado na vacina.

Infecção pelo vírus da vacina


Para que o tratamento seja adequado, é crucial identificar quando uma criança está infectada pelo próprio vírus da vacina, o genótipo G1P, que é utilizado na produção da vacina Rotarix™, adotada no Brasil.
Como, então, diferenciar se a amostra clínica de uma criança infectada contém vírus vacinal ou selvagem?
Cientistas do Instituto Oswaldo Cruz compararam as diversas técnicas disponíveis e acharam a solução.
O resultado é um método inovador, eficaz, altamente específico e que pode ser executado em apenas 24 horas.
A rapidez do diagnóstico é indispensável na investigação de casos de crianças vacinadas que foram novamente infectadas pelo rotavírus A.

Rotavírus


A vacinação é a estratégia de controle mais eficaz contra o rotavírus, por reduzir a forma grave da doença.
Para gerar imunidade, contudo, a vacina inclui em sua formulação partículas virais atenuadas.
Os rotavírus A estão associados às gastroenterites agudas e são responsáveis pela morte de aproximadamente 511 mil crianças menores de 5 anos todos os anos, sobretudo nos países em desenvolvimento.
Transmitidos principalmente por via oro-fecal, por água, alimentos e superfícies contaminadas e pelo contato direto com pessoas infectadas, provocam um quadro de diarreia, vômito e febre branda nos pacientes.

Eficácia da vacina


"A técnica que utilizamos é mais rápida e sensível para distinguir entre o gene NSP3 da vacina Rotarix™ e o da amostra selvagem do rotavírus A. Com o nosso método, em apenas 24 horas é possível saber se a amostra é vacinal ou selvagem", ressalta Tatiana Rose, da Fiocruz.
De acordo com os pesquisadores, o trabalho terá efeitos importantes na saúde pública, especialmente no Brasil, na América Latina e nos países que adotaram a mesma vacina, pois o monitoramento dos genótipos circulantes do rotavírus A e a diferenciação entre amostras são cruciais.
"Teremos, assim, a possibilidade de avaliar o impacto do esquema vacinal na prevalência dos genótipos mais comuns, no surgimento de genótipos que 'escapam' da imunização e, ainda, no estudo da evolução dos rotavírus A", justifica José Paulo Leite, membro da equipe da Fiocruz.

Imagem: Fiocruz
13.02.2012

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Somos todos autistas, a gradação está nos rótulos


Quando me recuso a ter um autista em minha classe, em minha escola, alegando não estar preparado para isso, estou sendo resistente à mudança de rotina.
Quando digo a meu aluno que responda a minha pergunta como quero e no tempo que determino, estou sendo agressivo.
Quando espero que outra pessoa de minha equipe de trabalho faça uma tarefa que pode ser feita por mim, estou a usando como ferramenta.
Quando, numa conversa, me desligo, "viajo", estou olhando em foco desviante, estou tendo audição seletiva.
Quando preciso desenvolver qualquer atividade da qual não sei exatamente o que esperam ou como fazer, posso me mostrar inquieto ansioso e até hiperativo.
Quando fico sacudindo meu pé, enrolando meu cabelo com o dedo, mordendo a caneta ou coisa parecida, estou tendo movimentos estereotipados.
Quando me recuso a participar de eventos, a dividir minhas experiências, a compartilhar conhecimentos, estou tendo atitudes isoladas e distantes.
Quando nos momentos de raiva e frustração, soco o travesseiro, jogo objetos na parede ou quebro meus bibelôs, estou sendo agressivo e destrutivo.
Quando atravesso a rua fora da faixa de pedestres, me excedo em comidas e bebidas, corro atrás de ladrões, estou demonstrando não ter medo de perigos reais.
Quando evito abraçar conhecidos, apertar a mão de desconhecidos, acariciar pessoas queridas, estou tendo comportamento indiferente.
Quando dirijo com os vidros fechados e canto alto, exibo meus tiques nervosos, rio ao ver alguém cair, estou tendo risos e movimentos não apropriados.
Somos todos autistas. Uns mais, outros menos. O que difere é que em uns (os não rotulados), sobram malícia, jogo de cintura, hipocrisias e em outros (os rotulados) sobram autenticidade, ingenuidade e vontade de permanecer assim.

Fonte: Rede Saci
Autora: Scheilla Abbud Vieira

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Prefeitura de São Paulo inicia Serviço Público de Equoterapia


A Prefeitura de São Paulo assinou um convênio com o Centro Social Nossa Senhora da Penha (Cenha) para a realização de equoterapia na rede municipal. Serão 60 vagas oferecidas gratuitamente a pessoas com deficiência encaminhadas pela Secretaria Municipal da Saúde.
O prefeito de São Paulo esteve no Centro Social Nossa Senhora da Penha (Cenha), na Zona Leste da capital, para assinar convênio das secretarias  municipais da Saúde (SMS) e da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED) com a entidade para a realização de equoterapia na rede municipal. São 60 vagas oferecidas gratuitamente a pessoas com deficiência encaminhadas pela SMS.
 "Esse novo serviço é uma ampliação do atendimento prestado a essa comunidade de jovens e crianças com algum tipo de limitação e que precisam desta assistência. A Prefeitura admira todo o trabalho feito pelo CENHA e sempre esteve ao lado do centro, com a assinatura de convênios para que possamos atender cada vez mais o maior número de pessoas", afirmou o prefeito.
 No convênio firmado entre a entidade e as secretarias fica estabelecido que os encaminhamentos e o custeio dos atendimentos serão atribuídos à SMS. Inicialmente serão oferecidas 60 vagas para o tratamento a pacientes de Núcleos Integrados de Reabilitação (NIR) de três coordenadorias de saúde da cidade: Sudeste, Leste e Norte. A previsão é que o serviço seja ampliado para outras regiões da cidade.
 Na modalidade de equoterapia serão 12 atendimentos diários, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, 60 atendimentos semanais e 240 mensais. Esse método terapêutico é considerado uma das formas mais eficazes para reabilitação de pacientes com problemas motores - distrofias, esclerose múltipla, sequelas de paralisia cerebral, AVC, entre outros - a equoterapia também traz bons resultados no aumento da autoestima, autoconfiança, qualidade de vida e sociabilização das pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.
 "Após o início do tratamento percebi avanços significativos, principalmente na coordenação motora do Luiz Gustavo, que com a equoterapia ganhou mais equilíbrio, força muscular e raciocínio. Todo esse conjunto faz com que ele sinta bem melhor em todas as suas atividades", declarou Fernanda Pestana, mãe de Luiz Gustavo, que pratica a equoterapia há quatro meses.
 Até hoje, todo paciente que necessitava desse recurso terapêutico tinha de recorrer obrigatoriamente a serviços privados. Gradualmente, o serviço será ampliado para outros pontos da cidade.
 "Hoje também inauguramos um prédio ao lado e um terreno de 2 mil m² doado pela Prefeitura no ano passado. A equoterapia vai possibilitar o atendimento  a 60 crianças carentes, sem custo para elas", ressaltou Abdo Antônio Hadade, presidente do Cenha.
Em outubro de 2011, a Prefeitura publicou um decreto autorizando a concessão de um terreno ao lado para a entidade. O local vai abrigar o projeto de ampliação da área de equoterapia.
O Cenha é uma entidade social de caráter filantrópico fundada em 1965, situada na rua Francisco Bueno, 384, Tatuapé, Zona Leste, que tem por objetivo o atendimento de crianças especiais carentes. Possui uma clínica que faz em média 2.000 atendimentos por mês e uma escola com 180 alunos especiais carentes.
 A entidade educacional foi declarada de Utilidade Pública Municipal: Decreto nº 9027 de 01.10.70, Utilidade Pública Estadual: Diário Oficial de 09.12.71 e de Utilidade Pública Federal: Decreto nº 90935 de 12.02.85. No local são realizados trabalhos nas seguintes áreas: Serviço Social, Psicologia, Pedagogia, Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia, contando com técnicos habilitados e comprometidos com esta problemática.
 Para o desenvolvimento dos programas que realiza, o Cenha conta com algumas parcerias e convênios em instância Estadual: Hospital do Serviço Público Estadual (CEAME e METRUS) e em instância Municipal com a Secretaria Municipal de Educação (SME) e Secretaria de Assistência Social (SMADS).
Após lançar o serviço público de equoterapia, o prefeito participou da cerimônia de posse da presidência do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo para o biênio 2012/2013. A cerimônia foi realizada no anfiteatro do tribunal à rua Dr. Vila Nova, na Vila Buarque, e contou com a presença de representantes do poder público.  Foram empossados o juiz Orlando Eduardo Geraldi, como presidente, como vice-presidente, o juiz Evanir Ferreira Castilho, e o juiz Paulo Adib Casseb assume a função de corregedor geral

Fonte: 
http://www.onoticiado.com.br/index.php/outras-noticias/noticas-em-destaque-87564/12481-sao-paulo-prefeitura-inicia-servico-publico-de-equoterapia-para-pessoas-com-deficiencia.html

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Avanços na pesquisa da genética do autismo


      Pesquisadores do Centro de Estudos do Genoma Humano (CEGH) deram importantes passos para desvendar o mecanismo genético do transtorno do espectro autista – como é classificado atualmente o autismo.
Eles identificaram mais um dos diversos genes relacionados ao distúrbio comportamental, além de uma desordem genética que pode dar pistas para explicar a dificuldade que os autistas têm em interagir socialmente. Ligado ao Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), o CEGH é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP.
Os resultados da pesquisa foram apresentados na Escola São Paulo de Ciência Avançada: Avanços na Pesquisa e no Tratamento do Comportamento Autista, realizada no início de janeiro na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
O evento, realizado no âmbito da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA), modalidade de apoio da FAPESP, foi organizado pelo professor Celso Goyos, do Departamento de Psicologia da UFSCar, em parceria com Caio Miguel, da Universidade do Estado da Califórnia, e Thomas Higbee, da Universidade do Estado de Utah, nos Estados Unidos.
Ao estudar, nos últimos três anos, os cromossomos de cerca de 200 pacientes com autismo atendidos no CEGH, os pesquisadores brasileiros identificaram em três deles uma alteração cromossômica do tipo translocação equilibrada, isto é, a troca entre segmentos cromossômicos sem aparente perda do material genético.
Em um dos três pacientes, observou-se que essa translocação genética provocou o rompimento de um gene, chamado TRPC-6, que atua em um canal de cálcio no cérebro, controlando o funcionamento dos neurônios, em particular, das sinapses neuronais – a comunicação entre os neurônios.
“Imaginamos que, por causa desse desequilíbrio no rearranjo cromossômico dos pacientes com autismo, ele tenha uma menor quantidade dessa proteína TRPC-6, o que faz com que menos cálcio vá para os neurônios”, disse Maria Rita dos Santos e Passos-Bueno, pesquisadora do Centro de Estudos de Genoma Humano da USP, à Agência FAPESP.
“O resultado final dessa alteração genética é um neurônio menos ramificado, que realiza menos sinapses [comunicação entre neurônios]”, explicou.
De acordo com a cientista, essa translocação genética, em que metade do gene TRPC-6, localizado no cromossomo 11, migrou para o 3, aniquilando sua função, é muita rara e dificilmente é encontrada em outros pacientes com autismo.

Porém, a via de sinalização celular comprometida pela mutação de um gene relacionado ao autismo, como a observada no paciente atendido, pode ser comum a outras pessoas afetadas pelo distúrbio neurológico. “Em outros pacientes com autismo, a mutação pode estar em outro gene desta mesma via de sinalização celular”, indicou.

Tratamento personalizado

Segundo Passos-Bueno, alguns dos principais avanços no estudo do autismo nos últimos quatro anos foi a constatação de que o distúrbio neurológico está relacionado a mutações específicas em um ou dois genes, que variam de um paciente para ou outro.
Os desafios para os próximos anos serão estudar as vias de sinalização celular envolvidas pelos genes relacionados ao autismo para que se possa tentar desenvolver alternativas de tratamento.
“Precisamos investigar se os genes relacionados ao autismo de cada paciente estão envolvidos com uma ou mais vias de sinalização celular. Se estiverem envolvidos com várias vias de sinalização, será preciso desenvolver quase que uma droga por paciente. Será um tratamento personalizado”, disse.
Outro desafio a ser superado será entender o funcionamento dos genes possivelmente relacionados ao autismo identificados por seu grupo no Centro de Estudos do Genoma Humano para testar o quão semelhantes são entre eles.
Para isso, o grupo utiliza a tecnologia de iPS, que possibilita que células-tronco da polpa de dente de pacientes autistas sejam induzidas a se tornarem pluripotentes, derivando-se em células de todos os tipos, como neurônios.
Por meio de uma colaboração iniciada na pesquisa sobre o gene TRPC-6 com o brasileiro Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia em San Diego, o grupo de pesquisa passou a dominar a técnica e a implantou no CEGH para dar continuidade ao projeto.
Os pesquisadores do centro também pretendem utilizar outros modelos mais simples para estudar o funcionamento dos genes relacionados ao autismo, como em drosófilas e peixe-zebra (Danio renio), antes de partir para modelos mais complexos, como camundongos ou a própria iPS.
“A vantagem desses modelos mais simples é a possibilidade de testar combinações de vários genes e realizar mais de uma mutação para analisar sua relação com o funcionamento neuronal a um custo relativamente mais baixo do que a iPS e o modelos utilizados”, disse Passos-Bueno.
    Por Elton Alisson
da Agência Fapesp