sábado, 10 de agosto de 2013
Um elo entre a super-higiene moderna e o autismo?
O espectro autista, como o próprio nome sugere, é
muito heterogêneo. Possivelmente múltiplos subtipos e etiologias existem, o que
torna difícil seu estudo. A alta prevalência do autismo na sociedade (1 a cada
88 pessoas, segundo estudos dos EUA), tem estimulado a pesquisa científica para
entender as causas do autismo e como combatê-lo. Alguns estudos haviam
previamente implicado o sistema imunológico materno com o quadro clinico de
algumas formas de autismo.
Decididos a investigar essa relação mais a fundo,
um grupo do centro de excelência de estudos para o autismo da Universidade da
Califórnia, conhecido como Instituto M.I.N.D., detectou a presença de
anticorpos maternos tipo IgG com reatividade a duas proteínas do cérebro fetal
em 12% das mães de crianças autistas. Como muitos outros estudos em autismo, a
amostra inicial fora pequena, deixando dúvidas se realmente existiria algo
assim. Além disso, a identidade dessas proteínas fetais ainda é um mistério.
Afinal, com o que realmente os anticorpos maternos estavam interagindo no
cérebro do feto e qual seria seu mecanismo de ação?
Durante a gravidez, as mulheres normalmente passam
seus anticorpos para o feto, permitindo que esses nasçam com anticorpos que os
defendam de eventuais infecções até que o próprio sistema imune da criança
esteja maduro. É uma mordomia evolutiva adquirida milhares de anos atrás por
nossos antepassados. A teoria por trás da descoberta do grupo M.I.N.D. é que
esses anticorpos IgG maternos específicos do autismo também cruzem a placenta durante
a gravidez e afetem o desenvolvimento do cérebro de forma indireta e não
intencional. Um tiro pela culatra dessa vantagem evolutiva.
Em maio deste ano, o mesmo grupo de pesquisa
validou os achados iniciais, replicando o estudo num grupo maior de mães de
autistas. Além disso, observaram que os autistas nascidos das mães com altos
níveis desses anticorpos tinham a tendência a ter a circunferência da cabeça
bem maior do que crianças típicas (controles) da mesma faixa etária. Vale
lembrar que o cérebro maior é uma característica clínica de 20 a 30% das
crianças autistas.
Agora em julho, o grupo publicou mais um artigo,
dessa vez com testes funcionais em macacos. Os anticorpos IgG maternos foram
purificados de mães com crianças autistas e mães de crianças típicas e
administrados em dois grupos independentes com oito macacos fêmeas cada,
durante o primeiro e segundo trimestre de gravidez. Um terceiro grupo não
recebeu anticorpo algum. O cérebro e o comportamento da prole foi analisada por
dois anos após o nascimento. Diferenças no comportamento dos macacos que
nasceram de fêmeas inoculadas com anticorpos de mães de autistas apareceram
desde cedo. Esses animais mostravam comportamento social inapropriado quando
comparado com os outros dois grupos controle (parâmetros analisados incluíram
contato/proximidade com a mãe e contato com indivíduos estranhos).
Além disso, animais juvenis mostraram movimentos
estereotipados e superatividade. A ressonância magnética revelou que os
indivíduos do sexo masculino nascidos do grupo afetado, tinham um cérebro
significativamente maior comparado com os controles. A diferença maior parece
estar relacionada com a massa branca, com diferenças mais pronunciadas no
córtex frontal (região relacionada ao comportamento social em primatas). Vale
lembrar que estudos anteriores, usando a mesma estratégia cientifica mas em
camundongos, também revelou que os anticorpos derivados desses 12% de mães com
crianças autistas causaram alterações comportamentais.
A ideia de que uma parte, ou um subtipo, do autismo
seja causado por uma reação inflamatória que comece no útero materno é antiga.
Tornou-se especialmente atraente com a observação de que nos últimos 60 anos, a
frequência de doenças imunológicas tem aumentado consideravelmente. Correlações
de autismo com outras condições inflamatórias durante a gravidez, como doenças
autoimunes, alergias, asma ou artrite, são comuns mas difíceis de se comprovar
causalidade. Talvez isso faça sentido sob uma perspectiva evolucionária – é a
teoria da super-higiene moderna. Populações humanas vivendo em condições
semelhante a de nosso ancestrais (cheias de micróbios e parasitas) não
apresentam problemas imunológicos tão frequentes. Dados ainda incertos sugere
que o mesmo aconteceria com autismo. Porém existem poucos estudos
epidemiológicos em populações rurais, por exemplo.
Conforme essas teorias são comprovadas ou
rejeitadas pela ciência, iremos aprender o porquê essa população de mães de
autistas estariam desenvolvendo anticorpos contra proteínas fetais. Além disso,
identificar os alvos desses anticorpos pode levar anos de estudo. O grupo
M.I.N.D. tem publicado sobre isso. Dos 8 alvos já identificados, apenas uma das
proteínas fora previamente relacionada com o desenvolvimento de neurônios no
cérebro humano. Outro antígeno, conhecido como LDH já foi associado ao
metabolismo celular mas nunca ao desenvolvimento neural. Por outro lado,
sabemos que o LDH aumenta quando exposto a toxinas, como solventes industriais,
por exemplo. Isso sugeriria um fator ambiental envolvido nesse complexo
mecanismo.
Tudo isso ainda é muito recente e requer mais
estudos, inclusive da interação entre esses fatores e não apenas seu impacto
individual. Infelizmente a ciência caminha a passos lentos. O autismo tem
influenciado como a ciência é feita nos EUA. A imagem do cientista trabalhando
sozinho numa única teoria provavelmente não vai funcionar para o autismo. É
preciso colaboração de disciplinas diferentes e uma nova perspectiva
cientifica. A contrapartida é justamente a criação de centros de excelência
para estudos do autismo, como o que existe no instituto M.I.N.D. Só a
Califórnia tem 3 desses centros, o que indica o quão sério esse estado
americano considera o problema, estimulados por uma conta de US$ 137 bilhões
aos cofres públicos americanos todo ano.
Crédito da foto: Reprodução/TV Tem
Fonte:ESPIRAL - Alysson Muotri – G1.
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Para adquiri-lo Clique no endereço:
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
(Fantástico) "Autismo: Universo Particular"
Especialistas afirmam que existe uma pessoa com
autismo para cada 92
Autismo era considerado uma condição rara, que
atingia quatro indivíduos para cada 10 mil vivos.
Hoje, a pesquisa mais recente
fala em um para cada 92.
Neste domingo (4), o Fantástico estreou a série
‘Autismo: Universo Particular’.
Para produzir a série, Dráuzio Varella esteve
casa de vários pacientes portadores desse transtorno para mostrar como vivem
essas famílias e essas crianças.
No Paraná, há uma família com dois filhos em que o
autismo se manifesta de uma forma bem diferente em cada um dos irmãos. O pai
passa as noites segurando o filho enquanto ele dorme.
Kevin não para de se mexer e se bate repetidamente.
Durante a noite, ele acorda querendo tomar banho, porque só isso o acalma por
algum tempo. “Já tive vontade até de me matar pela situação de bater nele, dele
se agredir e não ter o que fazer, entendeu? Já passou pela minha cabeça de
fazer qualquer besteira, então é difícil”, conta o pai.
Os pais de Kevin estão em busca do diagnóstico de
que o filho tenha autismo, um distúrbio que desafia a ciência. Não se sabe as
suas causas e ele é cada vez mais comum. Especialistas calculam que o autismo
atinja 1% das crianças.
“O autismo hoje é considerado um distúrbio no
desenvolvimento causado por condições genéticas e ambientais e que, na verdade,
não é uma condição só. Hoje, a gente fala em um conjunto de autismos pela
enorme variabilidade que ele tem. A característica fundamental dos autismos é o
prejuízo na comunicação, na interação social e na presença de comportamentos
peculiares. Comportamentos repetitivos sem muito significado, que os indivíduos
parecem ficar realizando sem uma finalidade muito clara”, explica o
neuropediatra especialista em autismo Salomão Schwartzman.
O médico explica que o autismo era considerado uma
condição rara, que atingia quatro indivíduos para cada 10 mil vivos. Ele aponta
que a pesquisa mais recente fala em um para cada 92. “A gente está falando de
uma coisa que não é rara, é extremamente comum. Você encontra na escola, no
escritório, no seu consultório, identifique ou não”, avalia Schwartzman.
Segundo o especialista, o autista é metódico. “O
mundo ideal é aquele em que as coisas não se modificam. Eu acordo na mesma
hora, visto a mesma roupa, tomo café do mesmo jeito, no mesmo prato, com a
mesma xícara. Qualquer variação disso traz um extremo desconforto”, explica o
neuropediatra.
Uma família que vive o autismo muito intimamente
mora em Teófilo Otoni, em Minas Gerais. Renato, o pai, sempre foi meio
esquisitão. “Desde criança eu achava ser estranho normal, mas porque eu tirava
por mim. Para mim, todo mundo era estranho”, conta ele. Renato casou com Ana
Maria, que já tinha uma filha, Fernanda. Juntos, eles tiveram Mateus e Máximo –
os dois com autismo – e Bárbara, a mais nova. “Eu já estou mais do que
acostumada a lidar com eles. Na verdade, acho eles mais fáceis por causa da
questão da rotina”, diz Ana.
Mas mesmo as atividades mais rotineiras podem ser
um imenso desafio para pessoas com autismo. Escolher um conjunto de roupas para
trocar o filho pode ser uma tarefa impossível.
“É muita opção. Combinação de cor, de não sei o
que... Sempre me visto pelo conforto e, exatamente para não ter esse problema
de combinação, visto uma cor só”, brinca Renato.
Os humanos são animais sociais. Se não tivessem
formado grupos, os antepassados teriam desaparecido da face da Terra. Mas há
pessoas com transtorno de desenvolvimento que apresentam enorme dificuldade de
relacionamento social. Para elas, sons, movimentos, olhares e solicitações dos
outros provocam um curto-circuito que as deixa desorientadas e aflitas. O
autismo é um transtorno desse tipo, no qual a rede de neurônios que controla,
no cérebro, a comunicação e os contatos sociais está desorganizada. “Diria que
a marca registrada do autismo é a falta de desejo ou de possibilidade de
interagir com o outro”, diz Schwartzman.
Atualmente, o autismo é considerado um distúrbio
com um amplo espectro de manifestações, desde as crianças, como Kevin e Máximo,
que têm enormes dificuldades de responder aos estímulos, até pessoas que têm
problemas de convívio social, mas são extremamente talentosas em áreas
específicas. O cérebro deles funciona de forma única, que ainda é um mistério
para a ciência.
Em um quarto cheio de circuitos eletrônicos e
fórmulas matemáticas, um autista genial é Jacob Barnett. Ele está prestes a se
tornar mestre em física quântica aos 14 anos. Ele dá aulas na internet desde
pequeno e hoje participa de pesquisas na Universidade de Indiana, nos Estados
Unidos, e pode ganhar o Prêmio Nobel.
O caso dos irmãos de Curitiba Nicholas, de 13 anos,
e Thomas, de 15, é parecido. O mais velho, que já aos 3 anos demonstrava
facilidade com números, já fez diversos cursos em nível universitário nas áreas
de matemática e ciência da computação.
Segundo o neuropediatra Salomão Schwartzman, o
impacto de um filho autista em uma família pode ser brutal. “É algo muito
difícil de você lidar. Quando você tem um filho que é um deficiente
intelectual, por qualquer razão que seja, depois de algum tempo, por maior que
seja o luto que você tem com relação a isso, você se habitua a uma criança que
bem ou mal tem uma linha de base. Ou seja, ele tem prejuízos, mas que depois de
algum tempo você sabe quais são e passa a conviver bem com isto”, diz.
Na novela ‘Amor à vida’, a atriz Bruna Linzmeyer
interpreta Linda, uma garota com autismo. “Eu tinha ouvido falar muito pouco
sobre o autismo, porque é um tema muito pouco conhecido pela nossa sociedade. A
gente criou uma linguagem dessa personagem se comunicar, como ela
dramaturgicamente se envolve em cena. Isso é o mais difícil. Cada detalhe é
muito importante”, conta ela.
Na próxima semana, o Fantástico investiga o
diagnóstico de autismo: como descobrimos que alguém tem autismo se nem sabemos
ao certo o que provoca esse distúrbio? Não perca!
Foto Pragmatismo Político
Autismo no Fantástico
http://g1.globo.com/fantastico/videos/t/edicoes/v/programa-estreia-serie-sobre-autismo/2735501/
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
AGENDE: Fantástico estreia nova série sobre autismo, com Dr. Drauzio Varella
"Autismo: Universo Particular"
aborda temas distintos relacionados ao transtorno como
sintomas, diagnóstico, direitos e benefícios com tratamento e educação, bem
como o futuro dos pacientes através da inclusão no mercado de trabalho.
Neste domingo (4), o Fantástico estreia a nova série
de Dráuzio Varella sobre autismo. ‘Autismo: Universo Particular’ aborda temas
distintos relacionados ao transtorno como sintomas, diagnóstico, direitos e
benefícios com tratamento e educação, bem como o futuro dos pacientes através
da inclusão no mercado de trabalho. “Sempre há o interesse em discutir o
assunto, pela amplitude do tema e porque o diagnóstico leva muito tempo para
ser feito, uma vez que os médicos não consideram o autismo”,
diz Dráuzio
Varella.
A série tem a consultoria do doutor José Salomão
Schwartzman, médico especialista em neurologia da Infância e da Adolescência e
Professor Titular do Curso de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da
Universidade Presbiteriana Mackenzie. “É uma grande iniciativa aproximar o meio
acadêmico do leigo para o esclarecimento de transtornos como o autismo”,
destaca o especialista.
O tema também é assunto na novela ‘Amor à Vida’ e
tanto o autor Walcyr Carrasco como a atriz Bruna Linzmeyer, que dá vida à
personagem autista Linda, serão entrevistados durante a série.
Em quatro episódios, o novo quadro acompanha
histórias de pacientes recém-diagnosticados e também daqueles que já na vida
adulta conseguem driblar os limites da comunicação e ter uma boa convivência
familiar e social.
FONTE: Divulgação FANTÁSTICO/Rede Globo
Foto Bruna Linsmeyer : Divulgação Rede Globo
=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=
=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=0=
SITE:
SINOPSE
O que está escrito neste “Vida de Autista... E Eles Cresceram”, não escorrega para dentro de um vale de lágrimas, como quando a síndrome nos obriga a profundas transformações. É um reencontro das condições de vida de um filho autista, face a face, onde deixamos transparecer tudo o que sentimos em algumas décadas, principalmente quando ocorreram desequilíbrios das nossas emoções.
O cotidiano da existência de quem estava destinado a ser eternamente criança pela existência de preconceitos a respeito dos autistas e das pessoas com deficiência, aqui não encontrou abrigo como querem aqueles que, além de não terem compromisso com a diferença, tentaram nos levar para o imaginário social, do “não pertencimento”, ao grupo das “pessoas negadas” sem abertura à tolerância, porque “Eles Cresceram”.
Neste livro, você vai sentir que está em sua casa, que é o seu lugar de interações, troca de experiências, construção de significados compartilhados, comportamentos, atitudes com êxito, fracasso, rejeição e interação, lembrando que o seu filho continua revisando o autismo para servir o progresso da humanidade e da ciência como modelo emergente.
quarta-feira, 31 de julho de 2013
Pitoco lendo o livro Vida de Autista... E eles Cresceram.
terça-feira, 30 de julho de 2013
Livro VIDA DE AUTISTA... E Eles Cresceram (Lançamento)
Sinopse:
O que está escrito neste “Vida de Autista... E Eles
Cresceram”, não escorrega para dentro de um vale de lágrimas, como quando a
síndrome nos obriga a profundas transformações. É um reencontro das condições
de vida de um filho autista, face a face, onde deixamos transparecer tudo o que
sentimos em algumas décadas, principalmente quando ocorreram desequilíbrios das
nossas emoções.
O cotidiano da existência de quem estava destinado a ser
eternamente criança pela existência de preconceitos a respeito dos autistas e
das pessoas com deficiência, aqui não encontrou abrigo como querem aqueles que,
além de não terem compromisso com a diferença, tentaram nos levar para o
imaginário social, do “não pertencimento”, ao grupo das “pessoas negadas” sem
abertura à tolerância, porque “Eles Cresceram”.
Neste livro, você vai sentir que está em sua casa, que é o
seu lugar de interações, troca de experiências, construção de significados
compartilhados, comportamentos, atitudes com êxito, fracasso, rejeição e
interação, lembrando que o seu filho continua revisando o autismo para servir o
progresso da humanidade e da ciência como modelo emergente.
SITE:
sábado, 27 de julho de 2013
Veja 20 filmes sobre o autismo:
Adam – 2009
Adam, um rapaz com síndrome de asperger, é apaixonado por
astronomia, e passa a morar sozinho após a morte do pai. Tem um único amigo
para apoiá-lo, Harlan. O filme trata do seu relacionamento com uma nova
vizinha, a professora Beth. Foi escrito e dirigido por Max Mayer, que teve a
ideia quando ouviu uma entrevista de um homem que sofria da doença. Foi
premiado no Sundance Film Festival e no Method Fest Independent Film Festival
do ano seguinte
Um Amigo Inesperado – 2006
História de um menino frágil que sofre de autismo. Seus pais
fazem de tudo para tentar se comunicar com ele, até que um cachorro chamado
Thomas consegue criar uma relação com o menino, que o ajudará a escapar do seu silêncio
Um Time Especial – 2011
Baseado no livro The Legend of Mickey Tussler, o filme conta
a história de um técnico de uma liga juvenil de beisebol que chama um garoto
com autismo para ser seu lançador. Os dois terão que vencer preconceitos e a
rejeição de alguns jogadores do time para seguir em frente
A Mother's Courage: Talking Back to Autism – 2009
Narrado por Kate Winslet, este inspirado filme mostra a
busca de uma mulher para desbloquear a mente de seu filho autista. Margret
encontra os principais especialistas e advogados no assunto e se conecta com
várias outras famílias tocadas pelo autismo. À medida em que se depara com
terapias inovadoras, Margret encontra a esperança de que seu filho possa ser
capaz de se expressar em um nível que nunca pensou ser possível
Ben X: A Fase Final – 2007
Ben é um jovem que sofre da síndrome de asperger e que se
isola em sua própria realidade no mundo de Archlord, um jogo virtual. Seu modo
de vida causa estranheza em seus colegas de classe, que o julgam e não o
aceitam
Ressurreição – 1998
O Nome dela é Sabine – 2007
A atriz Sandrine Bonnaire narra a história da irmã Sabine,
que é autista, através de imagens filmadas ao longo de 25 anos. Sandrine
testemunha o momento atual de Sabine, que depois de uma estadia infeliz em um
hospital psiquiátrico, passa a viver em uma estrutura adaptada a ela. E, dessa
forma, numa casa na região de Charente, na França, reencontra a felicidade. A
partir desse episódio, o documentário mostra a penúria e o despreparo de
algumas instituições especializadas e as dramáticas conseqüências que podem
causar aos doentes
O Menino e o Cavalo – 2009
Mary e Max: Uma Amizade Diferente – 2009
Uma história de amizade entre duas pessoas muito diferentes:
Mary Dinkle, uma menina gordinha e solitária, de oito anos, que vive nos
subúrbios de Melbourne, e Max Horovitz, um homem de 44 anos, obeso e judeu que
vive com síndrome de asperger no caos de Nova York. Alcançando 20 anos e 2
continentes, a amizade de Mary e Max sobrevive muito além dos altos e baixos da
vida. Mary e Max é exploram a amizade, o autismo, o alcoolismo, de onde vêm os
bebês, a obesidade, a cleptomania, a diferença sexual, a confiança, diferenças
religiosas e muito mais
Código Para o Inferno – 1998
Experimentando a Vida – 1999
Elisabeth Shue interpreta Molly, uma jovem autista que sai
do período de internação e fica sob os cuidados de seu irmão, Buck (Aaron
Eckhart). Ele permite que a irmã inicie um tratamento experimental. Molly se
transforma em um gênio, com inteligência superior, para a surpresa de Buck. Mas
esse progresso acaba sendo relativo, já que Molly não se livra completamente da
sua extrema concentração autista. Buck e sua irmã enfrentam agora outro grande
desafio
Loucos de Amor – 2005
Donald Morton (Josh Hartnett) e Isabelle Sorenson (Radha
Mitchell) sofrem da síndrome de asperger, uma espécie de autismo que provoca
disfunções emocionais. Donald trabalha como motorista de táxi, adora os
pássaros e tem uma incomum habilidade em lidar com números. Ele gosta e precisa
seguir um padrão em sua vida, para que possa levá-la de forma normal.
Entretanto, ao conhecer Isabelle em seu grupo de ajuda tudo muda em sua vida
Rain Man – 1988
Testemunha do Silêncio – 1994
Não há pistas, nem motivos, nem suspeitos. E a única
testemunha ocular sabe que nem tudo poderá ser dito. Ele é uma criança autista
de nove anos cujas memórias do brutal massacre de seus pais estão seladas
dentro dele, a não ser que um determinado e carinhoso psicólogo infantil possa
acessá-las
Um Certo Olhar – 2006
Temple Grandin – 2010
Sei Que Vou Te Amar – 2008
Uma Viagem Inesperada – 2004
Quando Corrine descobre que seus dois filhos gêmeos são
autistas, ela fica inconformada, mas acaba aceitando o veredito. Ela então
conta ao marido sobre o fato, e ele lhe diz que não quer lidar com o problema
do autismo. Por isso, Corrine o abandona, e passa a criar os meninos sozinha.
Ela os coloca numa escola e não informa sobre problema dos meninos. Mas a
atitude estranha das crianças faz com que os professores a acusem de maus
tratos e, quando Corrine conta a verdade, eles a mandam procurar outra escola
À Sombra do Piano – 1996
Franny luta por mais de trinta anos para dar apoio e
respeito a Rosetta, sua irmã mais nova, que é autista. Ela acredita que Rosetta
tenha uma intensa vida emocional e intelectual escondida sob o seu rosto
impassível. O principal obstáculo é a mãe, Regina, uma cantora lírica que
abandonou a carreira para se dedicar à família e agora, amarga e ressentida, é
obcecada por controle e carente de adulação.
Gilbert Grape: Aprendiz de Um Sonhador – 1993
Na pequena cidade de Endora, Gilbert cuida de seu irmão
autista Arnie e de sua mãe extremamente obesa. A cidade é calma e a vida segue
seu rumo, até que Becky aparece, e Gilbert se apaixona por ela. Agora ele terá
que lidar com a problemática família ao mesmo tempo em que quer aprender os
segredos da moça.
O Enigma das Cartas (1993)
O Enigma das Cartas (1993)
Quando o marido de Ruth Matthews (Kathleen Turner) morre em
uma queda, quando à noite fazia escavações arqueológicas em umas ruínas maias,
a caçula do casal, Sally (Asha Menina), reage à morte do pai de maneira muito
estranha, pois ao voltar para sua casa não profere uma só palavra. Quando o
comportamento de Sally piora, Ruth se vê obrigada a deixar que Jacob T.
Beerlander (Tommy Lee Jones), um especialista em crianças autistas, examine sua
filha. Jacob tenta tirar Sally da sua desordem mental por métodos tradicionais,
mas Ruth tenta de outra maneira, ao reproduzir em grande escala um castelo de
cartas que sua filha tinha construído. Por mais estranho que seja, Ruth crê que
só assim terá Sally de volta.
Em ''Amor à Vida'', Bruna Linzmeyer interpreta Linda, uma jovem que tem autismo
Um dos temas de Amor à Vida, o autismo é
retratado pela atriz Bruna Linzmeyer, que interpreta a personagem Linda, uma
menina que gosta de brincar no computador, é sensível, carinhosa e afetuosa.
Filha de
Amadeu (Genézio de Barros) e Neide (Sandra Corveloni), que, com medo das
reações da jovem, a superprotegem do mundo, Linda ainda tem que lidar com os
maus tratos da irmã, Leila (Fernanda Machado). A secretária de Pilar (Susana
Vieira) não gosta de dividir o quarto com Linda, faz bullying com a menina e
ainda a critica a todo tempo por não conseguir realizar tarefas consideradas
simples, como arrumar a própria cama e não fazer xixi enquanto dorme.
Para alívio de
Linda, seu irmão, Daniel (Rodrigo Andrade) é um fisioterapeuta disposto a
ajudá-la a conquistar sua liberdade. O assunto ainda promete render emoções e
boa sequências na novela das 21h, de autoria de Walcyr Carrasco. O Terra
selecionou outras obras que já trataram do tema.
terça-feira, 23 de julho de 2013
Drauzio Varella, estreia em agosto um novo quadro sobre AUTISMO no "Fantástico".
O oncologista e colunista da Folha de São Paulo vai tratar sobre o autismo na nova série, abordando casos reais, tratamentos, educação e mercado de trabalho.
A inspiração para o quadro veio da sanção da Lei n.º 12.764, batizada de Lei Berenice Piana, que assegura aos autistas os mesmos direitos das pessoas com necessidades especiais.
A informação é da coluna Outro Canal, assinada por Keila Jimenez e publicada na Folha desta terça-feira (23).
A atual novela das 21h da Globo, "Amor à Vida", de Walcyr Carrasco, traz o drama com a personagem Linda, interpretada por Bruna Linzmeyer.
A inspiração para o quadro veio da sanção da Lei n.º 12.764, batizada de Lei Berenice Piana, que assegura aos autistas os mesmos direitos das pessoas com necessidades especiais.
A informação é da coluna Outro Canal, assinada por Keila Jimenez e publicada na Folha desta terça-feira (23).
A atual novela das 21h da Globo, "Amor à Vida", de Walcyr Carrasco, traz o drama com a personagem Linda, interpretada por Bruna Linzmeyer.
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Autismo político provocará protestos mais violentos
DIÁRIO DA MANHÃWELLITON CARLOSSem reformas profundas, analistas políticos acreditam que manifestações podem voltar mais agressivas
O Brasil vive hoje um paradoxo: a população
protestou contra a qualidade dos serviços públicos e cobrou ações eficazes
contra a corrupção. Ao mesmo tempo, a classe política começou a articular para
dar migalhas: plebiscito em vez de constituinte, R$ 0,20 em vez de qualidade de transporte público,
importação de médicos em vez de aumentar a qualidade dos recursos investidos em
saúde. Nada foi dado em sua totalidade.
Hoje, estão paralisados os debates quanto à
constituinte (não teve sequer discussão procedimental a respeito no
parlamento), a reforma política (existe mera movimentação na mídia), a
necessidade de mudanças na legislação penal (algo que atende a grande maioria
da população, como a diminuição da menoridade penal), imposto sobre grandes
fortunas, o aumento do investimento real em educação (já dividiram os recursos
do pré-sal), redução do número de políticos em todas as casas legislativas
(fingem que não escutam que existe uma PEC a esse respeito), desoneração
tributária, a punição mais severa dos corruptos, o “Fora Renan”, a cobrança
maior do Estado quanto ao conteúdo das emissoras de televisão (parte dos
protestos se direcionou às emissoras de televisão, que teoricamente nem
legalmente cumprem seu papel), a diminuição dos ministérios da presidenta Dilma
Rousseff e da revisão de todos os contratos da Copa do Mundo e das
Olimpíadas.
A identificação do “autismo político” é um dos
primeiros diagnósticos de tudo o que aconteceu no Brasil. Conforme o cientista
político Itami Campos, a classe não percebeu que existiam circunstâncias de
muita opressão e desespero nas camadas sociais e que algo (de verdade) deve ser
feito. Políticos fingem que estão no mundo da lua.
Daí que deputados e executivos, nos últimos dez
dias, apenas continuaram com a mesma forma de se fazer política, voltada para
dentro, para seus próprios interesses.
A prova é que Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente
do Senado, já começou a declarar que nem tudo pode ser feito. O corpo mole se repete na Câmara dos
Deputados, que após reagir às manifestações começa a colocar marcha lenta nos
projetos estruturantes do Brasil. Os parlamentares dividiram os recursos da PEC
com a saúde. E tudo ficou por isso mesmo.
Moralidade
Não bastasse, existe a crise da moralidade. Goiânia
foi palco de embates exemplificativos. Dias antes de estourar as manifestações
no País, um vereador de Goiânia, Paulo Borges (PMDB), já citado em escândalos
recentes (inclusive foi preso), teria respondido de forma deselegante um
possível eleitor em seu Facebook.
A internauta Akyla Priscilla disse: “Q vergonha
Vereador, vc não quis votar afavor de bater ponto. Na próxima eleição eu e
minha família lembraremos de não votar em vc” (sic). De repente aparece a
resposta: “Quem é vc para me cobrar sobre os meus atos. Guarde o seu voto e o
da sua família, se é que vc tem esse poder e faça bom uso dele” (sic).
O vereador, atolado até o pescoço com problemas
sérios e denúncias criminais, disse que foi um assessor que fez a reposta – o
que seria um desvio ético, de qualquer forma, de seu gabinete. Rede social é personalizada, tem conta
pessoal, usuário específico.
É desse autismo político que os cientistas tratam
com suas mais recentes reflexões, do desprezo com o que pensa o eleitor e o que
deseja. “A tendência é aumentar a agressividade. O movimento mais forte já
existe na internet. É gente pedindo cadeira elétrica para político, outros
incitando colocar fogo no Congresso. Seria algo terrível para a democracia, mas
será inevitável esse contato físico do eleitor com o político. Eles saíram das
redes sociais, se materializaram e sabem onde moram os políticos, como ocorreu
no Rio de Janeiro, com Sérgio Cabral (PMDB)”, diz Luis Gustavo de Almeida,
cientista político e professor universitário.
No caso de Paulo Borges e seus companheiros, que
rejeitaram o ponto eletrônico para vereador, assunto tratado nacionalmente pela
imprensa, exigia-se uma resposta ética apenas – um mínimo ético, já que o
máximo é ainda distante. Quanto a Câmara Municipal de Goiânia, a indignação do
eleitor é clara: a casa corre para aprovar projetos de interesse de grandes
grupos econômicos, mas quando precisa intervir para atender a população, finge
que o assunto não é com ela ou simplesmente não vai à Câmara.
Redes sociais
Antes de estourar a onda de protestos no Brasil, a
Câmara Municipal de Goiânia foi um termômetro de todo o estresse popular,
quando centenas deles foram ao plenário protestar contra a aprovação das
mudanças no Plano Diretor – mudanças semelhantes deram origem a onda violenta
de protestos na Turquia, que se iniciaram pouco antes dos protestos no Brasil.
“Até pouco tempo, as mídias tradicionais não
conseguiam aproximar o eleitor do político. Mas com as redes sociais e outros
formatos da internet, os indivíduos invisíveis, sem voz, ganham formas,
tornam-se participantes e a palavra de um cidadão comum vale o mesmo dito por
um político”, analisa Carlos Almeida de Soares, cientista da comunicação e
autor de livros sobre mídias digitais.
Respostas sem eficácia
A prova de que os políticos vivem um autismo é a
resposta dada aos reclames da população.
A pauta inicial e momentânea do Movimento Passe Livre foi atendida
exclusivamente para estudantes. Ou seja, a luta de todos tornou-se privilégio
apenas de alguns. E algo momentâneo, pois uma hora tem que ocorrer aumento. No
Brasil, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), foi o primeiro a
anunciar assinatura permitindo o benefício do passe livre aos estudantes. Em seguida, uma avalanche de gestores assinou
embaixo. Mas quem paga essa conta? Se o
passe é livre, deveria ser para todos.
Outra reivindicação, mesmo que sem pleno domínio de
conteúdo dos que a exigiam, foi atendida: a derrubada da Projeto de Emenda
Constitucional (PEC) 37, que tratava da liberdade dos promotores de Justiça
para investigar. A “Cura gay”, projeto de lei do deputado federal João Campos
(PSDB), também foi tratorado sem sequer causar debates no Congresso.
Estas são as migalhas que foram dadas ao povo. As
reformas profundas começaram a ser negadas. A primeira delas diz respeito à
inserção do povo na tomada das decisões por meio de mecanismos como a
democracia direta – em que o próprio eleitor decide aspectos importantes da
sociedade.
A Constituição Federal não necessita de nenhuma
emenda. Ela já estabelece que a população pode exercer o direito do plebiscito
ou do referendo. O parágrafo único do primeiro artigo já dá o recado: “Todo o
poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição”.
Diretamente significa o povo votar os projetos de lei.
É preciso recordar: a presidenta Dilma Rousseff
veio a público oferecer a reforma política como tema de plebiscito. Mas logo a
classe política criou um imbróglio pseudo-jurídico do que pode e não pode ser
feito. Moral da história: a ideia de plebiscito (leia-se, de consulta direta ao
povo) está de molho. A Constituinte, então, já era. E o motivo é simples: a
reforma política, se feita de verdade, impediria inúmeros problemas e vícios de
origem da corrupção brasileira, como a relação promíscua entre empresários e
políticos.
A Medida Provisória 611, por exemplo, é um
achincalhe aos manifestantes. Ela continua a existir e permite brechas de
investimentos de milhares de reais em projetos da Fifa. Cerca de R$ 33 milhões já foram investidos
graças ao ato normativo assinado pela presidenta Dilma Rousseff e que não
passou por debates deliberativos importantes.
Caso a Medida Provisória 611 fosse debatida em
público, por meio da participação popular, dificilmente teria eficácia. Mas
Dilma usa do expediente dela mesmo achar o que pode e não pode ser feito no
Brasil para dar dinheiro aos magnatas do futebol. Sua gestão abusa das Medidas
Provisórias, consideradas um estupro ao Poder Legislativo, principalmente para
atender grandes grupos econômicos.
Políticos atendem empresários, bancos e outros
políticos
Para atender os reclames populares a presidenta
Dilma Roussef (e qualquer político) é uma gatinha. Mas leoa quando defende os
interesses dos poderosos e ricos. No dia 15 de maio, no apagar das luzes, a Lei
12.810 sancionada pela presidenta Dilma trouxe uma ótima notícia para os
bancos: quem entrar com uma ação contra
banco sobre financiamento ou empréstimo, é obrigado a continuar a pagar as
prestações, até a decisão da sentença – mesmo que a instituição esteja errada.
Ou seja: a lei pega mais da metade dos brasileiros e garante dinheiro jorrando
nas contas dos magnatas, agiotas e factorys.
Depois, tem que enfrentar toda uma dificuldade para
receber. A estratégia de Dilma e dos bancos é simples: enrolar ao máximo os
processos judiciais (o que não precisa de muita ajuda) e assim tirar o dinheiro
de quem fez o empréstimo. Cerca de 60% das ações contra bancos são vencidas
pelos proponentes das ações. Existe até um filão na advocacia chamada “direito
contra banco”. Todavia, a medida de
Dilma vai esfriar as ações contra os bancos.
A norma que emenda o Código de Processo Civil é
apenas uma em um milhão de leis que são feitas exatamente para enganar o
povão. Elas são elaboradas sem que 99,9%
da população saibam ou tenha em mente do que se trata. Se ficar sabendo, não
protesta, queima tudo.
FONTE:
Conduta sexual inapropriada de AUTISTAS não é sinal de desvio e pode ser modificada
A limitação de conhecimento sobre o autismo pode
resultar na confusão de simples expressão de sexualidade com desvios de
conduta, colocando em risco a integração da criança, adolescente ou adulto com
autismo. “As pessoas com autismo correm grande risco de consequências negativas
e castigos que incluem perda de privilégios como andar de transporte público ou
mesmo um trabalho”, aponta o estudo “Comportamentos sexuais no autismo:
problemas de definição e gerenciamento” (no original: “Sexual Behaviors in Autism:
Problems of Definition and Management”).
Os autores ressaltam as dificuldades que as condutas
sexuais de pessoas com autismo podem trazer para seus pais. Existem hipóteses
sobre a exibição pública da conduta sexual do autista, e alguns especialistas
apontam que a masturbação persistente de alguns autistas pode ser reforçada
como opção para liberar sua tensão sexual. “Os comportamentos socialmente
inaceitáveis podem estar relacionados às características do autismo”, alertam.
Antes de se pensar em castigos ou reprimendas,
portanto, é importante lembrar que autistas apresentam consciência social
alterada, assim como a noção de reciprocidade. Esses elementos são essenciais
para o processo de aprendizagem e compreensão da interação sexual apropriada.
De acordo com o estudo, a dificuldade para aprender os comportamentos sociais
de uma maneira estruturada confundem o desenvolvimento sexual do autista e
contribuem para as chamadas condutas inadequadas. Autistas, ressaltam os
autores, não reconhecem facilmente sinais afetivos sutis, e têm dificuldades em
reconhecer outros pontos de vistas.
Os autores destacam as condutas sexuais inadequadas
mais comuns em pessoas com autismo: tirar a roupa em público, masturbação em
público e tocar suas partes íntimas em público, além de debater determinados
temas de cunho sexual. Com o aumento da socialização, é possível ensinar-lhes a
ser discretos e seletivos. “Desde 1970, os tratamentos enfocam a repressão da
conduta inadequada e o reforço de um comportamento alternativo”, aponta o
estudo, que questiona ainda a efetividade das chamadas terapias de aversão,
assim como o tratamento hormonal, devido aos possíveis efeitos secundários.
Fonte:
Journal of Autism and Developmental Disorders.
quarta-feira, 17 de julho de 2013
O crescimento do Autismo
Sabemos
muito pouco sobre o Autismo, entretanto a cada ano aumenta o número de
indivíduos diagnosticados com TEA (Transtorno do Espectro Autismo). Muitas são
as especulações do que pode ser ou não a causa do elevado crescimento destes
índices, conforme o Centro dos EUA de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de
1980 até a data de hoje o crescimento foi muito significativo.
Segundo
Emily Willingham, escritor da Forbes, dentro desses números aparece a
constatação de que a maior parte do aumento de 2007 para 2013 ocorreram em
crianças em idade escolar. Em outras palavras, se é possível diagnosticar o autismo por volta
dos 18 meses de idade até os 5 anos, porque muitos destes novos diagnósticos de
autismo foram detectado somente mais tarde? Por que o autismo “passa”
despercebido em algumas crianças, antes de sua vida escolar? Isso se encaixa
com a ideia de que uma grande parte do aumento no autismo que temos visto na
última década, tem muito a ver com uma maior consciência e identificação do
mesmo, bem como a aceitação das pessoas autistas, verificação de seu potencial,
e a busca para garantir os apoios e os recursos necessários para cumprir esse
potencial.
De acordo
com o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), cuja
última revisão foi agora em maio de 2013, ocorreram mudanças significativas
para os critérios de diagnósticos para o autismo. A nova revisão do DSM inclui
uma definição diferente de TEA (Transtorno do Espectro Autista, ASD em inglês).
Para ser diagnosticado com TEA, o indivíduo deve ter apresentado sintomas que
comecem na infância precocemente e devem comprometer a capacidade do indivíduo
em função da sua vida e do dia a dia.
No DSM-IV,
havia cinco transtornos do espectro do autismo, cada um dos quais tinha um diagnóstico
único: Transtorno Autista ou autismo clássico, Transtorno de Asperger
,Transtorno Invasivo do Desenvolvimento - Sem Outra Especificação ( PDD-NOS ),
Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância.
Na última
revisão do DSM, esses transtornos não existirão como diagnósticos distintos no
espectro do autismo. Em vez disso, com exceção da síndrome de Rett, eles vão
ser incluídos no diagnóstico de "Transtorno do Espectro do Autismo."
A Síndrome de Rett vai se tornar uma entidade própria e deixará de ser parte do
espectro do autismo.
De acordo
com a Associação Americana de Psiquiatria DSM-V Development Team, os padrões
para o diagnóstico de transtornos do espectro do autismo mudaram por várias
razões:
- Embora seja
possível distinguir claramente a diferença entre as pessoas com TEA’s e aqueles
com o funcionamento neurotípico, é mais difícil de diagnosticar os subtipos
válidos e consistentes.
- Uma vez que todas as pessoas com transtornos do
espectro autista exibem alguns dos comportamentos típicos, é melhor para
redefinir o diagnóstico por gravidade do que ter um rótulo completamente
separado.
- Um único diagnóstico de TEA reflete melhor a atual
pesquisa sobre a apresentação e patologia do autismo.
Novos Critérios Diagnósticos para Transtorno do
Espectro do Autismo
Quando um
médico ou psicólogo diagnostica alguém com autismo, ele ou ela compara o
comportamento do indivíduo com os critérios estabelecidos no DSM. Se o
comportamento se encaixa na descrição listada no texto, então o indivíduo pode
ser diagnosticado com um distúrbio do espectro do autismo.
A nova
revisão do DSM incluída uma definição diferente de ASD. Para ser diagnosticado
com ASD, e indivíduo deve ter exibido sintomas começam na infância precoce, e
esses sintomas devem comprometer a capacidade do indivíduo de funcionar na vida
do dia-a-dia.
Os déficits sociais e de comunicação
A fim de receber um diagnóstico de Transtorno do
Espectro do Autismo, uma pessoa deve ter as três seguintes déficits:
·
Problemas de interação social ou emocional
alternativo - Isso pode incluir a dificuldade de estabelecer ou manter o
vai-e-vem de conversas e interações, a incapacidade de iniciar uma interação, e
problemas com a atenção compartilhada ou partilha de emoções e interesses com os
outros.
·
Graves
problemas para manter relações - Isso pode envolver uma completa falta de
interesse em outras pessoas, as dificuldades de jogar fingir e se engajar em
atividades sociais apropriadas à idade e problemas de adaptação a diferentes
expectativas sociais.
· Problemas de comunicação não-verbal - o que
pode incluir o contato anormal dos olhos, postura, expressões faciais, tom de
voz e gestos, bem como a incapacidade de entender esses sinais não-verbais de
outras pessoas.
Comportamentos repetitivos e restritivos
Além disso, o indivíduo deve apresentar pelo menos
dois destes comportamentos:
·
Apego
extremo a rotinas e padrões e resistência a mudanças nas rotinas
·
Fala ou movimentos repetitivos
·
Interesses intensos e restritivos
·
Dificuldade em integrar informação sensorial ou
forte procura ou evitar comportamentos de estímulos sensoriais
O DSM-V
terá apenas duas áreas principais: comunicação social e os déficits e os
comportamentos fixos ou repetitivos.
O DSM-V
Development Team explica que é difícil separar os déficits de comunicação e os
déficits sociais, uma vez que estas duas áreas se sobrepõem de forma
significativa. A comunicação é frequentemente utilizada para fins sociais, e os
déficits de comunicação podem afetar drasticamente o desempenho social.
Os atrasos de linguagem não fazem parte do
diagnóstico
Anteriormente, um atraso de linguagem foi um fator significativo no
diagnóstico de autismo clássico. Além disso, os indivíduos com Transtorno de
Asperger não poderiam ter um atraso de linguagem, a fim de receber esse
diagnóstico.
A nova
versão do DSM não inclui atraso de linguagem como um critério para o
diagnóstico. Os atrasos de linguagem podem ocorrer por muitas razões e não
foram consistentes em todo o espectro do autismo, a Equipe de Desenvolvimento
DSM-V sentiu que eles não devem ser necessários para o diagnóstico.
Fonte:
MILLER-WILSON, Kate. Critérios para o autismo, no
DSM-V. Disponível online em:
http://autism.lovetoknow.com/diagnosing-autism/criteria-autism-dsm-v
WILLINGHAM, Emily. Prevalência do autismo está agora
em 1 em 50 crianças. Disponível online em:
http://www.forbes.com/sites/emilywillingham/2013/03/20/autism-prevalence-is-now-at-1-in-50-children/
Assinar:
Postagens (Atom)