terça-feira, 25 de junho de 2013

Restaurantes abraçam campanha pela educação especial

Estabelecimentos revertem parte da venda de produtos para projetos em escolas de Curitiba

     Os restaurantes de Curitiba se engajaram numa campanha em prol da educação especial, em ação promovida pela ASID (Ação Social para Igualdade das Diferenças). São 23 dos melhores estabelecimentos gastronômicos participando. Eles revertem parte do dinheiro da venda de pratos para projetos que serão desenvolvidos, gratuitamente, em escolas de educação especial.
     A parceria entre a organização sem fins lucrativos e os restaurantes começou em setembro de 2011. Até agora, já são 12 mil itens vendidos e uma arrecadação de R$ 20 mil. No caso de buffet por quilo, os estabelecimentos fazem investimentos mensais. “Esse dinheiro possibilitou a aplicação de diagnóstico e do IDEE (Índice de Desenvolvimento da Educação Especial) em oito escolas, abrindo caminho para trabalharmos na melhora da gestão e da estrutura dessas instituições”, conta Luiz Hamilton Ribas, um dos fundadores da ASID.
     A ideia nasceu da vontade dos próprios donos dos restaurantes, manifestada em feiras e eventos, de contribuir com a educação especial. Alguns deles participam da ação há quase dois anos. “Muitas pessoas também nos procuravam querendo contribuir com alguma coisa. Então, criamos a campanha. Para participar, basta ir a um dos estabelecimentos e consumir o item que integra a campanha e que foi determinado por cada estabelecimento”, explica Ribas.

     Os locais participantes são: Jacobina, Bistrô do Victor, Mercearia Anos 30, Jokers, Zapata, Cantina do Délio, Pata Negra, Rock’a Burger, Carmel, Capitu, Baroneza, Bistrô Passeio, Bella Brigadeiro, Ervin Churrascaria, Villa Sabor, Happy Burger, Dom Cordoni, Mago Merlin, Kebabix, Cantata Café, La Lupa, Quanto Basta e Bom Marché.


FONTE:

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Palestra REMODELANDO O ESPECTRO DO AUTISMO COM CÉLULAS-TRONCO - Alysson R. Muotri


Organização recruta pessoas com autismo para o mercado de trabalho

"Ele está perguntando: 'Você é humano ou máquina?'", diz Tobias Ussing enquanto seus dedos correm pelo teclado.
Tobias está codificando seu computador para colher dados sobre como uma empresa pode chegar ao topo da lista de resultados quando a palavra "contêiner" é escrita no Google. Uma seção na tela lhe pede para digitar algumas letras, como controle de segurança.
                                                                 Politiken
"Sim, sou humano", diz Tobias, e com velocidade
 instintiva digita as letras embaralhadas na tela.

"Sim, sou humano", diz Tobias, e com velocidade instintiva digita as letras embaralhadas na tela.
Tobias não se incomoda quando é descrito como nerd. E não se incomoda quando é chamado de especialista. Mas o especialista em dados, que tem 30 anos, não gosta de ser encaixado em uma categoria: autista. Apesar de ter recebido o diagnóstico do autismo, uma disfunção do desenvolvimento, quando tinha 14 anos de idade.
"Uma vez fiz um exame de sangue, e a enfermeira perguntou se eu tinha algum problema. Falei que tinha autismo e ela disse: 'Você pode voltar quando estiver bem de novo'", ele conta, sorrindo.
"Há tanto preconceito, tanta ignorância em relação ao autismo. As pessoas parecem sentir a necessidade de enquadrar você numa categoria. Mas dizer que todos os autistas são iguais é como dizer que todas as pessoas que têm um braço quebrado são iguais."
O governo americano estima que 1% da população mundial tenha alguma forma de autismo.
Estudos dinamarqueses e internacionais mostram que até oito em cada dez autistas são excluídos do mercado de trabalho, a um custo altíssimo para a sociedade.
Tobias Ussing ficou desempregado por dois anos, até entrar em contato com The Specialists, seis meses atrás. Entidade dinamarquesa sem fins lucrativos, o objetivo da The Specialists é mudar a visão convencional do autismo, levando as pessoas a enxergá-lo não como desvantagem, mas como vantagem.
Um benefício ao indivíduo, para as empresas e para a economia da sociedade. Com frequência os autistas podem ser destituídos de habilidades sociais e precisar de estrutura e segurança; ao mesmo tempo, porém, podem possuir habilidades singulares.
Tobias é um dos 35 autistas empregados na Dinamarca pela The Specialists como consultores de informática. Ele passa 20 horas semanais resolvendo tarefas de informática para clientes de empresas e do setor público. Suas tarefas incluem testar algumas páginas e livrá-las de bugs, ou, como sua tarefa atual, otimizar sistemas de busca. Ele aponta para uma planilha na tela e explica que o sistema agora colhe dados sobre quantas pessoas estão on-line à procura de respostas sobre vendas de contêineres.
"Digitar tudo isto manualmente levaria várias horas, mas deste jeito demora apenas dez minutos", ele revela.
O fundo de pensões dinamarquês ATP há um ano emprega um grupo de consultores da Specialists. A gerente de seção Vibeke Brask afirma que os seis consultores precisam de menos agitação à sua volta e mais informação direta que os outros funcionários. Por outro lado, eles otimizaram o atendimento ao consumidor e os procedimentos de trabalho para lidar com casos, graças à sua perseverança e seu dom inigualável para o reconhecimento de detalhes e padrões.
"Eles começaram com tarefas simples de atendimento de casos, mas em pouco tempo observaram detalhes ou estruturas que poderiam ser transformados em maneiras melhores de fazer coisas. Há muito poucos erros, e eles são capazes de trabalhar com listas longas que os outros simplesmente não conseguem. Quanto à motivação, muitos de nossos funcionários achariam insuportável fazer o que os Specialists conseguem fazer por várias horas a fio. Eles dão conta de muito mais do que nos foi dito e têm sido um trunfo real para nós", comenta Brask.
A The Specialists foi fundada dez anos atrás por Thorkil Sonne, que abandonou uma carreira promissora no grupo de telecomunicações TDC. Seu filho tinha nascido com autismo e, como acontece com a maioria das pessoas que recebem esse diagnóstico, poderia prever uma vida inteira de manutenção passiva.
"A Specialists foi fundada não como empresa para criar um emprego para meu filho, mesmo porque eu não tinha ideia do que ele ia querer fazer. O objetivo era mudar a atitude da sociedade em relação a ele e a todas as outras pessoas com autismo, para que encontrassem mais compreensão e tivessem opções melhores na vida", diz Sonne.
Sua meta era conseguir mil empregos para autistas, e essa meta está perto de ser alcançada. Com o sucesso do programa e a atenção internacional que vem recebendo, sua ambição também já cresceu. Agora a meta é criar 1 milhão de empregos para autistas.
Hoje a The Specialists e sua Specialist People's Foundation estão representados em nove países. Os países mais recentes a figurar na lista são a Espanha e os Estados Unidos. Em maio deste ano, a família Sonne se mudou para o Estado de Delaware. A partir de sua nova base, a organização finalmente conseguiu seu grande avanço internacional.
O grupo alemão de software SAP é o mais recente a ter formado uma parceria com a The Specialists para a criação de 650 empregos até 2020 para autistas na seção de informática --ou seja, 1% da força de trabalho global da empresa.
E, contando com o apoio do governador do Delaware, Jack Markell, Sonne formou um acordo de parceria nos EUA com o grupo global de informática CAI. Pelo acordo fechado, o CAI vai criar cem empregos para americanos com autismo nos próximos 2,5 anos. O grupo diz que os empregos mais comuns envolvem programação e testes de softwares, entre outros.
"As pessoas se definem por suas habilidades, e não suas disfunções. Ao empregar pessoas com autismo, o CAI se mune de talentos únicos que beneficiarão sua rentabilidade. Hoje em dia, mais que nunca, a competitividade de nosso Estado e nosso país depende de fazermos uso do potencial pleno da sociedade --o potencial pleno de todos", diz o governador Markell.
Nos Estados Unidos, a The Specialists também iniciou discussões com a gigante da informática Intel e com a maior rede varejista do mundo, Walmart.
Sonne afirma que a Specialists chegou aos EUA no momento certo. Cada vez mais pessoas vêm recebendo o diagnóstico de autismo; a cifra mais recente é de uma em cada 50 pessoas.
Ao mesmo tempo, a Associação Nacional de Governadores proclamou 2013 o ano da promoção do emprego para pessoas com deficiências.
"Essas parcerias me dão orgulho e alegria", declara Sonne. "Esse modelo nos ajudará a alcançar nossa meta de gerar 1 milhão de empregos. Aqui nos EUA testemunhei envolvimento muito forte entre os atores locais. A atitude americana de 'vamos fazer!' é muito diferente da atitude europeia, um pouco mais relutante em entrar em contato com o problema."
"Isso é lamentável, já que os autistas são capazes de desempenhar toda sorte de tarefas no setor da tecnologia de informação, na indústria farmacêutica e no setor financeiro. Na realidade, creio que pelo menos 5% das tarefas em qualquer setor econômico seriam perfeitas para autistas, já que eles sentem satisfação em exercer empregos que, antes, não davam satisfação a ninguém."
FONTE:
Tradução de CLARA ALLAIN
JACOB SORGENDRI KJAER
DO "POLITIKEN", DE COPENHAGUE


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Manifestantes com deficiência saem às ruas pedindo inclusão e acessibilidade

Na foto, uma manifestante de, Maringá - PR.

Pessoas com deficiência em 

todo Brasil se preparam 

para participar das 

manifestações.

As palavras de ordem são 

acessibilidade e inclusão já!




QUEM QUISER PODE BAIXAR O CARTAZ ABAIXO PARA LEVAR PARA A PASSEATA.
FONTE:

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Dia do Orgulho Autista no "gigante" não mais adormecido

  
 A luta não ocorre apenas nas ruas por trás de cartazes e sob holofotes. Muito pelo contrário, imagino que muitos sequer tenham noção do que esteja acontecendo. Aliás, quem realmente sabe???????
     A minha luta e a de muitas mães é diária, por uma população socialmente esquecida, que necessita de muito mais que 0,20. Eu me desculpo por dizer apenas "mães". é que, em geral, os companheiros abandonam sua cria total ou parcialmente quando algo não sai como previsto.
     O que sei é que fatos importantes estão ocorrendo em Brasília, com Mara Gabrilli e outras mães nos representando na luta em prol dos autistas, para a qual o "gigante" também deve acordar, e o mais rápido possível, pois há autistas nesse país totalmente desassistidos e à mercê da sorte.
     Comemora-se hoje mundialmente o Dia do Orgulho Autista. Vamos levantar também essa bandeira em  nossas "manifestações".
    Abraços azuis a pessoas que como eu, cada um a seu modo comemoram hoje essa data pelo que ainda temos a conquistar por nossos filhos e pelos demais autistas em situação de abandono nesse país tão rico de recursos tão mal distribuídos, não apenas por responsabilidade de governantes, aliás.
     Muitos que esbravejam contra políticas sociais sonegam impostas, cometem pequenas e grandes fraudes, mas têm a cara de pau de vir a público cobrar transparência dos demais.
    Construir um país justo para todos depende de todos nós em nossas atitudes cotidianas, não apenas do que se cobra de governos, os quais, sem dúvida, em sua maioria não favorecem o atendimento de direitos da população, sobretudo daqueles com muito menos posses.

Diva C. Calles, mãe do Dodô, 34 (SP-SP)

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Atividades em grupo têm sido mais procuradas por pais de crianças com autismo

          Assim que a cortina desceu e o teatro lotado começou a aplaudir, Wilker Vilela, 12, ficou feliz com a sua estreia nos palcos. "Gostei, é muito bom o calor dos aplausos."
Wilker é um dos 21 jovens do projeto Aut, que busca, por meio do teatro, ajudar crianças com autismo a melhorar suas habilidades sociais e a superar dificuldades de comunicação.
Wilker Vilela, 12, encena peça musical
no teatro Dias Gomes, em SP
 "Para ser um ator é necessário se expor ao público, esperar a vez de entrar, interagir, passar um certo charme. Tudo o que uma criança com autismo não tem", diz a neuropsicóloga Tatiane Ribeiro, que montou o projeto com a ajuda da também especialista em neuropsicologia Liège Felício, da fonoaudióloga Lais Mazzega e do diretor Deto Montenegro.
Depois de um ano de ensaios semanais, a estreia do musical teatral aconteceu no mês passado, no teatro Dias Gomes, em São Paulo.
No início, conta Ribeiro, os jovens não olhavam uns para os outros, apenas para baixo. O som alto, o ambiente apertado da coxia e a expressão das emoções em cada fala foram dificuldades superadas pelos agora atores.
Apesar de o objetivo inicial não ter sido uma terapia formal, as aulas de teatro acabaram dando resultados. A melhora na empatia dos jovens será medida por testes.
Esse tipo de atividade em grupo tem sido cada vez mais procurada pelos pais das crianças com autismo, segundo a psicóloga Roberta Marcello, diretora do instituto Priorit, no Rio.
"O foco é estimular a troca social das crianças", diz ela. Entre as atividades oferecidas na Priorit, especializada no tratamento de crianças com autismo e deficit de atenção, estão a capoeira, o judô, o canto e o desenho, indicadas a partir dos quatro anos de idade e realizadas com terapeutas que as adaptam à realidade do transtorno.
Segundo a psicóloga, muitos pais buscavam essas atividades em escolas normais, mas as crianças não conseguiam se adequar.
"É importante não só contornar as dificuldades da criança mas estimular suas habilidades", diz Marcello.
Segundo a psicóloga Caia Pacífico, colaboradora no Ambulatório de Autismo do IPq (Instituto de Psiquiatria) da USP, essas atividades não podem ser consideradas terapias, pois carecem de evidências científicas, "mas podem ter caráter terapêutico, na medida em que favorecem uma interação com o outro".
TERAPIAS
Entre os tratamentos individuais do autismo, destacam-se as terapias comportamentais e a psicanálise, sendo que a última tem sido alvo de críticas pela alegada falta de estudos científicos que comprovem seus resultados.
O método ABA (análise aplicada do comportamento, em inglês), usado desde a década de 1960, baseia-se em programas estruturados sob a ideia de um comando, um comportamento resultante (reação ou falta de reação) e uma consequência, como a recompensa por um comportamento desejado, explica a psicóloga comportamental Cláudia Romano, diretora do grupo Gradual.
"Há programas para desenvolver a sociabilidade, treinar o uso do banheiro, para alfabetização, linguagem etc.", completa Pacífico.
Já o Teacch (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Deficits relacionados com a Comunicação), desenvolvido no início dos anos 1970, usa estímulos visuais, como figuras, e corporais, como gestos, para a comunicação.
A psicanálise, por outro lado, não se concentra nos sintomas. Segundo Vera Regina Fonseca, diretora científica da Sociedade Brasileira de Psicanálise, o método busca a superação das dificuldades de relacionamento da criança por meio de jogos e da participação ativa do analista, como objeto de desenvolvimento da criança.
O objetivo é que ela consiga compartilhar emoções e compreender o que outras pessoas estão sentindo.
"Buscamos identificar quem a criança é, e não como gostaríamos que ela fosse. As outras terapias têm uma ideia de como a criança deve ser."
O Centro de Educação Terapêutica Lugar de Vida, em São Paulo, usa uma abordagem que mescla a psicanálise com a educação e também as atividades em grupo.
"Partimos da ideia de que a educação constrói a subjetividade e molda um modo de ser e como a criança se relaciona com os outros", diz Maria Cristina Kupfer, uma das fundadoras da instituição.
Uma característica do local são os grupos de educação terapêutica. "Formamos minigrupos com crianças com diferentes dificuldades, formando uma pequena experiência do que seria uma socialização de fato", diz Cristina Keiko, do conselho administrativo da instituição. Entre as atividades propostas estão oficinas de música, de cozinha e de escrita.

Maria Eugênia Pesaro, também da Lugar de Vida, diz que há uma busca por dar voz à criança autista: "Isso não significa que ela tenha de falar, o objetivo é que o que quer que a criança produza, seja fala, seja outro meio de expressão, tenha a ver com querer estar com o outro."
Para melhor visualização clique na imagem.

FONTE:
          FERNANDO TADEU MORAES

Dia Mundial do Orgulho Autista: Abraci lembra êxito do diagnóstico precoce

 Brasília - Para lembrar o Dia Mundial do Orgulho Autista, que será comemorado dia 18, a Associação Brasileira de Autismo, Comportamento e Intervenção do Distrito Federal (Abraci-DF) organizou hoje (16) em Brasília uma atividade para esclarecer o que é o transtorno e conscientizar as famílias da importância do diagnóstico precoce.
     O autismo é caracterizado pela dificuldade de socialização. Em geral, os primeiros sinais, como isolamento, dificuldade para falar e repetição de movimentos aparecem por volta dos 2 ou 3 anos de idade. De acordo com a presidenta da Abraci-DF, Lucinete Andrade, quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores as possibilidades de estimulação.
     “Quando se fala de autismo, não se trata de uma só realidade. Por essa diversidade, o diagnóstico é problemático. Às vezes, o diagnóstico fica errado e isso compromete o desenvolvimento e a estimulação dessas crianças”, avaliou.
     O autismo não tem cura, mas o desenvolvimento dos pacientes pode ser estimulado, além do uso de medicação. Como o transtorno é pouco conhecido, segundo Lucinete, muitos autistas não recebem a estimulação e o tratamento adequados. “Nosso objetivo é chamar a sociedade para dizer que não apenas o diagnóstico é importante, a estimulação também, é ela que vai fazer a diferença entre o diagnóstico e o desenvolvimento desse indivíduo. Hoje, no Brasil, só os pais que podem pagar, com situação financeira melhor é que oferecem a estimulação adequada. E isso tem que ser independente da questão social da família”.
     Mãe de um menino de 2 anos e 10 meses diagnosticado com autismo, a dona de casa Luísa Silva diz que iniciativas como essa são importantes para desmistificar o autismo, ampliar o conhecimento sobre a doença e ajudar os pais a identificar os primeiros sintomas.
     “O primeiro sintoma do Davi foi um atraso na fala, ele falava algumas palavras e de repente parou. Eu percebi que não estava normal. Um amigo da família notou também e perguntou se a gente conhecia um pouco sobre autismo. Na primeira leitura que fiz, vi que muita coisa que eu já vinha observando no Davi estava acontecendo. No dia seguinte, fui ao pediatra. Ele fez testes com o Davi e me deu encaminhamento para o neurologista”, contou.
     Segundo Luísa, além do apoio aos pacientes autistas, as famílias também precisam ser acompanhadas para lidar com realidades tão particulares. “ É muito importante esse trabalho de dar apoio aos pais. Tenho certeza que há muitas crianças sem falar, tendo gestos mal interpretados como manha ou birra e não é. E isso é muito sofrimento tanto para os pais quanto para as crianças”.

     Não há estimativas oficiais sobre o número de autistas no Brasil, mas organizações não governamentais calculam que o total pode chegar a mais de 1 milhão de pessoas.

domingo, 16 de junho de 2013

Autismo: Orgulho de quê mesmo?

       
Próxima terça-feira, dia 18 de junho é o dia do Orgulho Autista.
Tenho visto nas redes sociais ultimamente contestações muito sóbrias e sinceras de amigos pais de autistas.  Alguns pais não entenderam como alguém pode falar em orgulho quando o assunto é o devastador Transtorno do Espectro Autista.
Ora, não há nada de privilegiado ou glamouroso em ser mãe de uma criança que arranca seus brincos num acesso de raiva. O que há de tão especial em ser pai de um autista que não dorme e não te deixa dormir há 5 noites seguidas? Não tem essa de dádiva, de benção…
É duro, é difícil…às vezes trágico!
Acredito que se alguém chama para si o autismo como dádiva, certamente  refere-se à criança, à pessoa, não à condição. Por outro lado quando escutam a palavra benção, dádiva, outros pais se ferem, se agitam, acham que é uma minimização da coisa.
Nos EUA há um forte movimento da turma do “deixe como está”. Não precisamos de tratamento, somos como somos, dizem! Parem de nos tratar como um quebra-cabeça, bradam!  São aqueles que insistem que o autismo não precisa de tratamento, só de aceitação porque é só “um jeito de ser”. Fácil falar quando não há nada de errado com suas funções biológicas. Fácil falar se seu filho não tem convulsões, se dorme a noite toda, se sabe ler e escrever. Portanto, precisamos considerar e respeitar as nuances, os graus de comprometimento, o “tom de azul” ao qual cada um pertence dentro do espectro, digamos assim.
No autismo não há receitas prontas. Não há certezas, não há modelo. Há uma diversidade tão grande quanto se vê nos demais segmentos da sociedade. As mesmas características que os unem em um diagnóstico só, também os separam e distinguem dentro do espectro. Por isso mesmo a inclusão escolar, por exemplo, é um assunto tão complicado. O autismo nos obriga a jogar fora todas as fôrmas e nos convida a aprender a respeitar todas as suas facetas.
Amigos, invoco mais uma vez que separemos o diagnóstico da pessoa.  Acho que foi só assim que aprendi a enxergar além dos extremos. A realidade de cada um tem nuances muito particulares. A opinião do pai “encantado” com seu filho brilhante não reflete a opinião do pai machucado, maltratado, esquecido pelos amigos e familiares. Mas, a meu ver, todos têm de quê se orgulhar quando pensam em seus filhos. O autismo não define quem eles são, nem deveria! Não escolhemos o autismo, mas escolhemos ter e amar esse filho.
Existem pais que não se cansam de exaltar as habilidades, inteligência e singularidade de seu filho. Não importando se essa criança sabe se relacionar com outra da mesma idade. Um menino prodígio, que faz cálculos, que fala francês. Para esse pai é isso que o conforta.
Outros pais estão extremamente felizes porque seu filho dormiu depois de 3 noites em claro e não bate mais a cabeça na parede desde que iniciou “aquele” tratamento. O menino não é alfabetizado, mas anda de metrô, vai a festinhas de família e saiu das fraldas. Eis o conforto dessa família.
Hoje foi notícia que uma mãe e a avó de um rapaz autista o mataram e depois tomaram overdose de remédios controlados a fim de tirarem as próprias vidas. Não aguentaram mais a pressão. Que tristeza ler isso! Que angústia! Para elas o conforto é saber que ele se foi e seu sofrimento acabou! http://www.dailymail.co.uk/news/article-2340710/
Alex-Spourdalakis-Autistic-boy-14-killed-mother-godmother-removed-hospital.html
3 realidades extremamente distintas! E eu poderia passar o dia inteiro aqui relatando perfis de famílias, histórias diferentes, posicionamentos distintos diante de um mesmo diagnóstico. Tem autistas que declaram que amam ser autistas, que não gostariam de ser “iguais” ao demais”! Porém, tem autistas que perguntam a seus pais: por que sou assim? Só queriam que seu “sistema perturbado e confuso” se acalmasse e pudessem pensar com mais clareza, agir com mais “normalidade”.
Quantos “tons de azul” existem? De quais tons podemos ter orgulho? Não devemos ter orgulho de nenhum deles. Mas devemos sim honrar e ter orgulho das pessoas com autismo, das pessoas afetadas, das famílias atingidas. Da garra, da coragem que se renova em nossas vidas a cada dia, por amor. Orgulho para não ter vergonha! Orgulho para buscar a dignidade sem meias-palavras! Orgulho!
Eu já entendi que o meu orgulho é da minha filha. Não é do autismo. O orgulho é de não escondê-la, de não negar sua condição. O orgulho é de aceitá-la e de batalhar para melhorar sua qualidade de vida. O orgulho é pra falar do assunto, é pra conscientizar a sociedade, o governo, a família, os amigos, a escola. É orgulho do esforço que ela faz para falar uma frase. Orgulho de contabilizar quantas dificuldades ela já superou. Orgulho para me juntar aos que estão no mesmo barco que eu. Orgulho para afastar a negação.
Qual é o seu orgulho? Qual é o seu “tom de azul”? Na verdade, não importa!
Sendo eu integrante de um Movimento que me acolheu aqui em Brasília e que, inegavelmente, trabalha de forma apaixonada pelo bem estar das famílias afetadas pelo autismo, concluo com as palavras da minha amiga querida Adriana Cotta. (Movimento Orgulho Autista Brasil):
“O TERMO AUTISTIC PRIDE TRAZ A REFLEXÃO QUE A PALAVRA PRIDE TEM NA SOCIEDADE AMERICANA. DIFERENTE DO TERMO ORGULHO EM PORTUGUÊS, PARA ELES PRIDE SIGNIFICA ACEITAR QUEM VOCÊ É, IMPOR-SE SOCIALMENTE E REUNIR-SE COM SEUS PARES.
QUANDO FOI FEITA A TRADUÇÃO DO AUTISTIC PRIDE  (ORGULHO AUTISTA) PREFERIMOS MANTER A PALAVRA COMO ORGULHO PELO SÍMBOLO QUE ESSA BANDEIRA  SIGNIFICARIA PARA AS FAMÍLIAS QUE HISTORICAMENTE ESCONDIAM OS FILHOS AUTISTAS POR CAUSA DA ABSOLUTA FALTA DE ESPAÇO E APOIO SOCIAL.
TER ORGULHO DOS FILHOS É DIREITO DOS PAIS DE AUTISTAS. TER ORGULHO DELES, DE DESENCARCERÁ-LOS E DAR-LHES A DIGNIDADE QUE TODOS OS PAIS LUTAM PARA DAR AOS SEUS FILHOS.
SEMPRE ACREDITEI QUE SE AS FAMÍLIAS SE REUNISSEM PELOS SEUS AUTISTAS CONSEGUIRÍAMOS MAIS E MELHOR ESPAÇO E ACEITAÇÃO SOCIAL PARA NOSSOS FILHOS, DAÍ O LEMA QUE SEMPRE ESCREVI JUNTO AOS EVENTOS DO MOVIMENTO ORGULHO AUTISTA BRASIL: JUNTOS SOMOS MAIS FORTES !”

18 de junho é mais um dia para a conscientização!

FONTE:
EVELLYN DINIZ
Blog: Poder dos Pais.

sábado, 15 de junho de 2013

Uma virada histórica contra o autismo

Cientista brasileiro cria um modelo de pesquisa e um tratamento - em teste - para a doença ainda sem cura
Conheça, em vídeo, autistas que, apesar da doença, são geniais:
     Pela primeira vez na história, um grupo de cientistas conseguiu recriar, em laboratório, células nervosas do cérebro de crianças autistas. Antes desse feito, só era possível estudar neurônios de crianças autistas a partir de amostras tiradas de cérebros já sem vida. “Enfim obtivemos células vivas com as mesmas características genéticas daquelas encontradas no cérebro de crianças autistas”, diz o geneticista brasileiro Alysson Muotri, 38 anos, que liderou o trabalho pioneiro e dirige um laboratório de pesquisa que leva seu nome na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
ESPERANÇA
Ivan, 7 anos, doou amostras de células para o projeto que estuda as origens do autismo.
Sua mãe, a modelo Andrea, acredita que em breve surgirão novas terapias contra a doença
Foto: Pedro Dias
     O novo modelo de estudo está permitindo descobertas importantes para esclarecer a origem da doença neurológica que acomete, com forma e intensidade variada, uma em cada 88 crianças, de acordo com estatísticas recentes do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, o CDC. “Agora podemos acompanhar sua evolução desde o início”, diz Muotri.
Os cientistas já conseguiram ver, por exemplo, que os neurônios das crianças autistas são menores e têm menos dendritos (extremidades que atuam na troca de estímulos entre células nervosas e com o meio em que estão inseridas) desde a sua formação. Na tentativa de corrigir a forma e o funcionamento desses neurônios diferenciados, foram testados medicamentos. O estudo que narra essas conquistas científicas foi publicado pela revista científica Cell.
     Agora, remédios estão sendo testados com o intuito regularizar a forma e as funções desses neurônios alterados. Um deles foi o IGF-1, um hormônio semelhante à insulina e que é ministrado a pessoas com problemas de crescimento. No laboratório de Muotri, o IGF-1 reverteu a condição autista dos neurônios, igualando-os aos neurônios de crianças não autistas.
     A etapa seguinte foi avaliar o efeito desse medicamento em pacientes de autismo. Na Itália e nos Estados Unidos, estão em andamento estudos para avaliar os efeitos do IGF-1 em pacientes com Síndrome de Rett.       Os portadores dessa síndrome, que acomete 1% dos autistas, podem perder a coordenação motora, sofrer de rigidez muscular e morrer ainda na juventude. Espera-se que o remédio possa ter efeito também sobre outros tipos de autismo.
     A segunda e mais recente descoberta feita por Muotri e seus colaboradores foi um novo gene diretamente associado às alterações na forma e funcionamento dos neurônios de autistas com a Síndrome de Rett. O achado foi feito a partir do sequenciamento do DNA das células de um menino brasileiro. Este estudo, ainda inédito, está sob análise para publicação em revista científica.
     Em laboratório, foi testada uma nova molécula, a hyperforina, que se mostrou capaz de corrigir o funcionamento dos neurônios vivos recriados com características autistas.
     O resultado foi animador a ponto de a equipe ministrar a substância à criança que doou o dente de leite do qual foram derivados os neurônios estudados. “Foi um passo importante para uma futura medicina personalizada”, avalia Muotri.
    Com o uso da medicação, os pesquisadores observaram na criança uma melhora da capacidade de manter a atenção. Porém acreditam que ainda muito cedo para relacionar a mudança aos medicamentos porque a terapia foi interrompida por questões familiares.
     Em outra frente de pesquisa, a geneticista Maria Rita Passos-Bueno, do Centro de Estudos do Genoma Humano (CEGH) da USP, também parceira de Muotri, está seqüenciando o DNA dos neurônios cultivados em laboratório de crianças autistas. Ela descobriu que falta ou sobra um pedaço de DNA a uma população que pode ser de até 10% dos autistas.
     O teste que detecta essa variação, conhecido pela sigla aCGH, está em vias de ser lançado comercialmente pelo Centro de Estudos do Genoma Humano, da USP. “Ele oferece 15% de acerto na identificação do autismo. Os outros testes existentes chegam a 10%”, explica a cientista Maria Rita.
     Esse conjunto de achados científicos está revigorando as esperanças dos pais de autistas. “Ter no que acreditar torna a vida mais leve”, diz a modelo Andrea Coimbra, 43 anos, mãe de Ivan, 7 anos, que participou do projeto Fada do Dente. Ela sempre evitou dar remédios para acalmar o filho, às vezes bastante agitado, porque aguarda o resultado das pesquisas. “Espero um medicamento que seja específico para sua forma de autismo e mutações genéticas. Acho que esse dia não está longe”, diz Andrea.
CÉLULAS COPIADAS
     O primeiro passo para a criação desse novo modelo de pesquisa – com neurônios vivos derivados de pacientes com doenças neurológicas -- teve início com a coleta de amostras da polpa do dente de crianças com autismo.
     Para obter o maior número possível, o geneticista Alysson Muotri e seus colaboradores criaram o projeto Fada do Dente, que estimula os familiares de autistas no Brasil e nos Estados Unidos a enviarem pelo correio os dentes de leite dos filhos.
     Em seguida, algumas dessas amostras foram submetidas à técnicas de reprogramação celular, inventadas por cientistas japoneses, para fazê-las regredir até um estágio similar ao de uma célula-tronco embrionária, que pode se tornar qualquer tecido do corpo
     “Para promover essa transformação, recorremos a quatro genes presentes em células-tronco embrionárias, aquelas que podem evoluir e se diferenciar em qualquer tipo de tecido do corpo”, explica a geneticista Patrícia Braga, do Laboratório de Células-Tronco da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (USP) e parceira de Muotri em seus estudos. A geneticista atualmente trabalha na comparação das informações genéticas fornecidas pela análise do DNA de dez crianças autistas.
BASE MOLECULAR
     

A geneticista Patrícia Braga, da USP, está analisando o código genético de neurônios recriados
em laboratório de dez crianças autistas. 
Ela procura um denominador comum entre os vários tipos da doença

Foto: João Castellano 
A geneticista Patrícia está trabalhando na interpretação das informações geradas pelo sequenciamento genético dos neurônios recriados em laboratório de dez crianças autistas. O objetivo é agrupar os pacientes com mutações semelhantes em busca de um denominador comum entre os vários tipos de autismo. “Começamos a ver que existem variações comuns que compõem uma base molecular da doença”, diz ela.


     Os genes selecionados são conduzidos até o núcleo das células-tronco da polpa do dente de leite por um vírus modificado em laboratório e que tem a capacidade de infectar o núcleo da célula, exatamente onde fica guardado o código genético (o DNA). Ali chegando, o vírus despeja sua carga – os genes que vão modificar o DNA e, desse modo, alterar o funcionamento dessa célula.
     Três semanas após terem sido infectadas, as células-tronco da polpa do dente se tornam células-tronco pluripotentes ou embrionárias induzidas (iPS). O passo seguinte é converter essas células em neurônios.         Para que isso aconteça, elas são colocadas em um meio líquido contendo as moléculas necessárias para sua estimular a mudança.
    Ao evoluir para neurônios, as células carregam a predisposição ao autismo. Isso permite observar a evolução da doença desde estágios precoces e a avaliação do efeito de medicamentos.
Multinacionais farmacêuticas especulam a possibilidade de usar o novo modelo para testar novos medicamentos para doenças neurológicas e psiquiátricas.
NA TELINHA DA TEVÊ
     Na trama da novela Amor à Vista, de Walcyr Carrasco, transmitida às 21 horas pela Rede Globo, a atriz Bruna Linzmeyer vive uma garota autista de 20 anos. É uma oportunidade ímpar para dar visibilidade ao drama que envolve pelo menos 1 milhão de brasileiros com algum grau de autismo.
     "Estima-se que 1% da população mundial tenha autismo”, diz Estevão Vadaz, coordenador do Projeto Autismo no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. No Brasil, menos de 10% dos casos são diagnosticados.
     A situação se mantém inalterada apesar da aprovação da lei Berenice Piana, em dezembro de 2012, que garante aos autistas os mesmos direitos de outros portadores de deficiências.
     “A lei precisa ser implementada. Não há profissionais treinados, não há escolas com os recursos mais atuais para sua educação, não há medicamentos”, afirma Vadaz.
     No mês passado, a USP pediu novamente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a aprovação de dois remédios para tratar crianças autistas.
     O mesmo pedido de aprovação foi negado antes pela ANVISA sob a argumentação de falta de comprovação dos benefícios. “É um absurdo. São os mesmos remédios já aprovados nos Estados Unidos, Europa, Escandinávia e Austrália, mas que custam muito caro aqui por falta dessa aprovação e são alvo de muitas liminares”, diz o psiquiatra Vadaz.
     Frente ao atraso do País no enfrentamento da doença e diante dos avanços científicos recentes, o governo brasileiro discute com Muotri a criação de um centro de referência para diagnóstico, tratamento e pesquisa do autismo. Tomara que saia do papel e se torne realidade antes da novela das nove acabar.
SOBRE O AUTISMO
- Transtorno neurológico que afeta a comunicação, a sociabilidade e o comportamento
- Estima-se que existam 2 milhões de autistas nos EUA. Os cuidados com essa população são parcialmente assumidos pelo governo americano e consomem US$ 137 bilhões de dólares por ano.
- No Brasil, acredita-se que existam 1 milhão de autistas, 90% deles não diagnosticados.
- Em dezembro de 2012, foi aprovada a Lei Berenice Piana, que estende aos autistas os mesmos benefícios concedidos aos deficientes (creches, tratamento no SUS, intervenções precoces, tratamento odontológico)
FONTE:
Mônica Tarantino
MEDICINA & BEM-ESTAR | ISTOÉ - Atualizado em 14.Jun.13 - 22:14







terça-feira, 11 de junho de 2013

VENCEDORES DO VIII PRÊMIO ORGULHO AUTISTA 2012/2013



I- Livro Destaque:
AUTISTA COM MUITO ORGULHO - A SÍNDROME VISTA PELO LADO DE DENTRO
AUTOR:CRISTIANO CAMARGO, SÃO PAULO: EDITORA VERVE, 2012
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II - Diretor e Escola Destaque:
SANDRA SOUZA
 SITIO ESCOLA MUNICIPAL ESPAÇO DE INTEGRAÇÃO DO AUTISTA(SEMEIA)
 VOLTA REDONDA / RJ
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III - Professor Destaque:
ADRIANA DA COSTA
COLÉGIO DE APLICAÇÃO (UFSC)
FLORIANÓPOLIS / SC
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IV - Médica Destaque
SIMONE PIRES
MÉDICA DAN
SÃO PAULO
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V - Psicóloga Destaque
JOANA TEIXEIRA PORTOLESE
AUTISMO & REALIDADE
SÃO PAULO
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VI - Político Brasileiro Destaque
MARA GABRILLI  – DEPUTADA FEDERAL
SÃO PAULO
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VII - Imprensa Rádio Destaque
CAROLINA MORAND – RÁDIO CBN – EM 02/04/2012
http://cbn.globoradio.globo.com/programas/cbn-total/2012/04/02/NUMERO-DE-CASOS-DE-AUTISMO-DIAGNOSTICADOS-EM-CRIANCAS-AUMENTA-23-ENTRE-2006-E-2008.htm
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 VIII - Imprensa Televisão Destaque
 LEDA NAGLE
TV BRASIL – PROGRAMA SEM CENSURA
http://www.youtube.com/watch?v=LS4vCDKDUQ0
RIO DE JANEIRO
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IX - Imprensa Escrita - Revista Destaque
CAROLINA SAMORANO – REVISTA DO CORREIO - EDIÇÃO DE 21/10/2012
MATÉRIA: O BRILHO DE UM MUNDO PARTICULAR
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/revista/2012/10/21/interna_revista_correio,328867/o-brilho-de-um-mundo-particular.shtml
BRASÍLIA
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X - Imprensa Escrita - Jornal Destaque
ALISSON COELHO – JORNAL ZERO HORA EDIÇÃO DE 19/06/2012
MATÉRIA: COMUNHÃO DE ADOLESCENTE COM AUTISMO CAUSA POLÊMICA
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2012/06/comunhao-de-adolescente-com-autismo-causa-polemica-em-bom-principio-3795483.html
PORTO ALEGRE-RS
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XI - Imprensa Fotografia/ Arte  Destaque
RICARDO JARDIM
DESIGNE - CRIADOR DO LOGOTIPO DIA DO ORGULHO AUTISTA
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XII - Internet Destaque
CÍNTIA LEÃO SILVA
http://orgulhoautistadf.blogspot.com.br/
SÃO PAULO
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XIII - Pessoa e Organização Não-Governamental Destaque
BERENICE PIANA DE PIANA
GRUPO DE PAIS MUNDO AZUL
RIO DE JANEIRO
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XIV - Pessoa e Órgão Público ou Empresa Privada Destaque
MAURO CAMPBELL MARQUES
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
MANAUS/AM
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XV - Atitude Destaque
ALYSSON R. MUOTRI
BIOLOGO E PESQUISADOR

EUA

segunda-feira, 10 de junho de 2013

DIA DO ORGULHO AUTISTA

      
      O termo neurodiversidade foi cunhado, em 1999, por Judy Singer, uma socióloga asperger da Austrália.

           Outros autistas juntaram-se a ela em defesa da ideia de que o autismo não precisa ser encarado como uma doença a ser curada, mas como um modo profundamente diferente de ser e de estar no mundo.

       O Dia do Orgulho Autista é comemorado em diversos países, inclusive no Brasil, graças a esse movimento que ainda é pouco conhecido por aqui.


FONTE:
Rita Louzeiro


domingo, 9 de junho de 2013

Autismo na idade adulta

Texto de autoria de Camila Gadelha, psicóloga formada pela UFAM – atualmente, fazendo especialização em Psicologia Clínica no Instituto de Psicologia Fenomenológica Existencial do Rio de Janeiro, tendo o autismo como objeto de estudo.
Nas últimas semanas venho escrevendo sobre autismo e dando ênfase as crianças e adolescentes, mas no texto de hoje escreverei algumas considerações sobre o autismo na idade adulta. Pouco pode se encontrar na literatura a respeito do assunto, e talvez essa falta de pesquisa sobre o autismo no adulto faça crescer o mito de que na idade adulta, a criança que foi diagnosticada com autismo necessariamente sairá no espectro.
É fato que existe uma necessidade de intervenção precoce para que a criança diagnosticada com autismo possa ter maiores chances de se desenvolver e se tornar um adulto produtivo e o mais independente possível. Porém, se o diagnóstico na criança já é um desafio, na idade adulta é ainda maior.
O diagnóstico no adulto frequentemente é feito quando o indivíduo tem um filho que recebe o diagnóstico de autismo ou de outra perturbação do espectro e as manifestações clínicas são reconhecidas como semelhantes às que ele próprio apresentou na infância. (FOMBONNE, 2012)
Porém, muitas vezes isso não acontece, e pode ser por conta de muitos fatores, como a falta de preparo dos profissionais que poderiam fazer esse diagnóstico, ou do Estado que não oferece uma rede de atendimento para essas pessoas e suas famílias. Enfim, existem muitos motivos.
Vários estudos feitos sobre a transição da adolescência para a idade adulta demonstram que a resistência à mudança pode aumentar, comportamentos agressivos também tendem a ser mais frequentes, como também os comportamentos sexuais inadequados, e por não serem mais crianças, a família tem mais dificuldade de lidar com o autista.
A prevalência de atraso mental ou estabilidade no nível de QI da infância para a adolescência ou idade adulta tem apresentado uma taxa de 70% a 80%. Além disso, a maioria dos adultos com autismo continua a apresentar dificuldade no discurso e na linguagem (VOLKMAR & Col., 2005).
É importante lembrar que os sintomas do autismo que aparecem na infância prevalecem até a idade adulta. Porém, por causa das experiências de vida, aprendizagem e o próprio crescimento, esses sintomas aparecerão de maneira diferente dos quais apareciam na infância.
Também tem sido feito crítica aos manuais de diagnósticos, pois eles se pautam em um quadro típico que é apresentado por crianças de idade escola, e como foi citado acima, os sintomas em adultos se dão de maneira diferente.
Apesar de muitas vezes o autismo ser diagnosticado na infância ainda existem muitos casos de adolescentes e adultos que chegam aos médicos, psicólogos, psiquiatras sem um diagnostico de autismo fechado. E isso é agravado por existir um interesse de pesquisa muito menor em relação ao autismo em adultos comparado ao autismo infantil.
Ainda não é possível falar em cura, pois não se sabe ainda qual a causa do Transtorno de Espectro Autista, mas sabe-se que existem inúmeras técnicas para estimular o desenvolvimento das diversas áreas afetadas pelo autismo, essas técnicas e terapias serão usadas desde o momento do diagnóstico até o fim da vida dessas pessoas, por isso é tão importante o diagnóstico correto e mais ainda, persistir no tratamento até a vida adulta.
Referências:
FOMBONNE, E: Autism in adult life. Can J Psychiatry. 2012; 57(5), 273‑274.

VOLKMAR, E, PAUL, R, KLIN, A, COHEN, D. Handbook of Autism and Pervasive          
Developmental Disorders: diagnosis, development, neurobiology and behaviour (3ed). John Wiley & 
Sons,  Inc: New Jersey, 2005.
FONTE:
Figura de domínio público no Google.

Inc: New Jersey, 2005.