sábado, 23 de junho de 2012
Entrega do Prêmio Orgulho Autista 2012
Vencedores do VII Prêmio Orgulho Autista reunidos no estúdio da Rádio Nacional de Brasília |
O prêmio foi criado em 2005 para evidenciar as iniciativas
que se destacavam na integração de autistas à sociedade. O Cotidiano foi um dos
ganhadores, na segunda edição do prêmio, e desde então transmite as premiações
ao vivo para todo o território brasileiro. “O prêmio que o programa recebeu nos
fez perceber a importância do nosso trabalho e a necessidade de intensificarmos
as nossas ações em prol dos pessoas com necessidades especiais, entre eles, os
autistas e seus familiares”, disse Luiza.
Na edição de 2012, foram homenageados os trabalhos mais
importantes do ano anterior. Um dos premiados foi o fotógrafo da EBC, Renato
Araújo. Sua galeria de imagens publicada pela Agência Brasil mostra o Congresso
Nacional iluminado em azul, uma homenagem prestada em abril de 2011 ao Dia
Mundial da Conscientização do Autismo. “Foi prazeroso ganhar este prêmio por
uma foto que rodou o mundo divulgando essa casa”, disse Renato Araújo.
Foto premiada
Congresso Nacional em azul no dia Mundial da Conscientização do Autismo |
Confira a lista completa dos vencedores:
I - Livro Destaque:
Liê Ribeiro – Meu Filho Autista, o Reencontro Definitivo (RJ)
Ramilton Cordeiro – Colégio Estadual Raphael Serravalle (BA)
III - Professor Destaque:
Ângela Ferreira – Centro de Ensino Especial 1 de Sobradinho (DF)
IV - Médico Destaque:
Carla Gikovate – Neurologista (RJ)
V - Psicólogo Destaque:
Gisele Tridapalli – Associação dos Amigos dos Autistas de Florianópolis (SC)
VI - Político Brasileiro Destaque:
Senador Lindbergh Farias – Senado Federal (RJ)
VII - Imprensa Rádio Destaque:
Pastor Donizete Santos – Rádio Redentor AM (DF)
VIII - Imprensa Televisão Destaque:
Karen Albuquerque – Repórter Justiça (12/04/2012)
IX - Imprensa Escrita - Revista Destaque:
Editor Paiva Júnior – Revista Autismo (SP)
X - Imprensa Escrita - Jornal Destaque:
Márcia Néri – Correio Braziliense (18/06/2011) (DF)
XI - Imprensa Fotografia Destaque:
Fotógrafo Renato Araújo – EBC (02/04/2011)
XII - Internet Destaque:
Cláudia Moraes – Site Apadem (RJ)
XIII - Pessoa e Organização Não-Governamental Destaque:
Presidente Horácio Campos – Associação dos Amigos dos Autistas do DF (DF)
XIV - Pessoa e Órgão Público ou Empresa Privada Destaque:
Defensora pública Renata Tibyriçá – Defensoria Pública de São Paulo (SP)
XV - Atitude Destaque:
Padre Samuel Ferreira do Carmo – Paróquia do Verbo Divino (DF)
FONTE:
Fernando Cotta
MOAB -
Movimento Orgulho Autista Brasil
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Imagens mostram o cérebro de quem perde a paciência
Quanto mais o estoque é exigido, maior a probabilidade de uma pessoa perder o controle.
Saiba mais
CÓRTEX CINGULADO ANTERIOR
Parte frontal do córtex cingulado, região que é responsável
por regular tanto funções autônomas, como a pressão sanguínea, quanto
cognitivas, como a emoção e o aprendizado. É ativo na regulação da motivação e
detecção de conflitos.
CÓRTEX PRÉ-FRONTAL DORSO LATERAL
Região cerebral
envolvida em decisões morais e de risco. Faz parte do córtex pré-frontal, que é
responsável pela tomada de decisões, moderação do comportamento social e pela
coordenação entre as emoções internas e as ações.
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O estudo,
liderado pelo neurocientista William Hedgcock, é o primeiro a usar imagens de
ressonância magnética para mostrar a atividade cerebral de um voluntário
enquanto ele realiza tarefas que necessitam de autocontrole. As imagens obtidas
mostram que a atividade na região conhecida como córtex cingulado anterior
permanece estável durante toda a tarefa. Essa área é responsável por reconhecer
as situações onde o autocontrole é necessário.
No entanto, a atividade do córtex pré-frontal
dorsolateral, responsável pelo manejo do autocontrole e pela escolha das
melhores respostas para as situações estressantes, não permanece igual. Ele é
ativado com menor intensidade depois de cada esforço, sinalizando que a
paciência vai se esgotando.
O cientista
interpretou esses resultados como uma prova de que as pessoas não têm problemas
em reconhecer situações estressantes que exigem autocontrole. No entanto, fica
cada vez mais difícil manter a cabeça fria e tomar as melhores decisões quando
o estresse é contínuo ou recorrente.
O estudo também
questiona a ideia de o autocontrole funciona como um músculo, que pode ser
exercitado. Ao contrário, de acordo
com a metáfora usada pelos pesquisadores, ele funcionaria como uma piscina que
se esvazia conforme o uso – e leva tempo para enchê-la novamente.
Segundo o
pesquisador, o estudo é importante por ajudar a elaborar uma melhor definição
do que é autocontrole e explicar por que as pessoas tomam decisões que não são
boas para elas mesmas. Uma possível implicação da pesquisa é no desenvolvimento
de novas terapias para tratar o vício em drogas, comida e compras. Além disso,
pode ajudar também a identificar pessoas que tenham problemas de autocontrole
decorrentes de problemas no nascimento.
FONTE:
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/imagens-mostram-o-cerebro-de-quem-perde-a-paciencia
16.06.2012
terça-feira, 19 de junho de 2012
Orgulho de mãe de Autista
*Liê e Gabriel Gustavo |
Esse dia passou
meio despercebido por mim, à lida, a correria, mas tenho tanto orgulho do meu
filho, da sua tentativa em estar presente, mesmo às vezes não sabendo como,
tantos porquês.
Penso também nos
milhões de autistas sem oportunidades, ainda esquecidos nos porões dessa
sociedade, imediatista que segrega de maneira cruel essas pessoas.
O caminho parece
tão fácil, investimento, trabalho, métodos, pesquisa, altruísmo.
Mas na verdade o
caminho é espinhoso, pedregoso, quase impossível de seguir.
Mas há em nós
pais, uma insistência de soldado, que vai para guerra, ser herói de sua pátria,
tentamos ser heróis dos nossos filhos autistas.
Criamos
trincheiras para que tenhamos fôlego para vencer a batalha.
Quando ela
termina?
Parece que nunca,
tememos a vida, o presente, o futuro, de morrer antes de vê-los seguros. De
jogar a toalha. De não aguentar o repuxo.
Mas no dia como
esse, onde tentamos plantar na terra árida do amor ao próximo, uma bandeira de
esperança.
Queremos ações com
certeza, queremos atitudes, mas precisamos dos poemas, dos relatos, da
perspectiva de vermos lá no fim do túnel, a tão sonhada Luz.
A mesma luz que
poucos conseguem enxergar em nossos filhos autistas...
Afinal a
humanidade sofre de uma cegueira crônica, vê defeito, onde somente há a
diferença.
Autora
Mãe do Gabriel/autista.
Dia Mundial do Orgulho Autista em Rio Grande - RS, reúne bom público
Presidente da Amar, Nei Rodrigues, apresentou um panorama da situação do autista em Rio Grande |
O Dia Mundial do Orgulho Autista, celebrado na sexta-feira,
15, reuniu bom público nas atividades realizadas em Rio Grande. O evento
mobilizou associações, escolas, familiares e profissionais ligados ao tema.
A
iniciativa foi organizada pelo mandato do deputado Alexandre Lindenmeyer.
Autora do livro “Minha filha... Autista?”, Lúbia Aguiar
emocionou todos com a história da filha adotiva Laura. Lúbia Aguiar relembrou
as dificuldades, a inexperiência, os desafios e a superação de uma família que,
atualmente, possui uma convivência tranquila com a menina, hoje com 14
anos. Para a mãe, “vivenciar o autismo é
amar incondicionalmente”.
O presidente da Associação de Pais e Amigos dos Autistas de
Rio Grande (Amaar), Nei Rodrigues, apresentou um breve panorama sobre o
espectro autista em Rio Grande.
Mostrou como funcionam os espaços dedicados ao
atendimento desta demanda, as reivindicações de pais e demais familiares,
a dificuldade no diagnóstico e no
atendimento.
Segundo Rodrigues, ainda não há um levantamento atualizado
com o número de portadores do espectro no Município, e destacou que, a partir
desta estimativa, será mais fácil elaborar políticas públicas direcionadas para
o segmento.
Nilton Salvador cativou o público presente com o seu carisma
numa palestra carregada de emoção. Autor de diversos livros sobre o assunto,
todos dedicados ao seu filho, também autista, compartilhou cada vitória ao lado
do menino e salientou a necessidade da conscientização das pessoas. “Quanto
mais informação, menos preconceito e mais acolhimento”, frisou.
Pouco antes do término da solenidade, o representante do
mandato do deputado, Paulo Rodrigues, convidou a presidente da Associação de
Amigos, Mães, Pais de Autistas e Relacionados com o Enfoque Holístico
(AMPARHO), Karin Scheer, e uma das palestrantes da noite, Lúbia Aguiar,
para retornarem ao palco e receberem a
medalha da 53ª Legislatura da Assembléia Legislativa.
Fonte:
Foto: Tiago Collares
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Dia do Orgulho Autista na cidade de Rio Grande – RS.
Entre os participantes estava a rio-grandina Lúbia Aguiar, mãe de autista e autora do livro Minha Filha... Autista? que fez uma comovente exposição da convivência com Laura |
Acompanhado da diretora Laci Piccioni Rosado, visitei a
Escola Municipal de Educação Especial Maria Lúcia Luzzardi, onde fui recebido
com muito carinho pelo grupo de professoras e colaboradores da instituição, que
nos presentearam com uma peça de artesanato em homenagem ao Dia das Mães,
executada pelo aluno Gabriel, integrante do Centro de Convivência.
Ainda a presença marcante da Daniela Laidens, do Blog Janelinha para o Mundo que fez a entrevista com o Dr. Dr. Alysson Muotri, http://janelinhaparaomundo.blogspot.com.br, publicada aqui no Vivências, também.
0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0-0- O trabalho que se faz na cidade de Rio Grande em prol dos dotados de autismo e a orientação prestada aos seus familiares, é um dos itens que fazem do Dia do Orgulho Autista um marco dos eventos que acontecem com essa grandeza. |
Eu e Roseli Antonia, pais de
autistas, ficamos mais felizes por sentirmos que as vitórias fazem parte do Dia
do Orgulho Autista de 2012, como mais um
fragmento de contribuição para que o PL 1.631 seja sancionado na sua íntegra.
Meu afetuoso abraço a todos os que tão bem me receberam em Rio Grande, Pelotas e todos aqueles, pais de autistas da região que compareceram nas celebrações.
A atitude altamente louvável do deputado estadual Alexandre Lindenmeyer, que viabilizou nossa participação no evento, nossa mensagem para ele é a de que ele só eleva nossa confiança no uso do seu bom senso, pelo seu conhecimento acadêmico das causas que fundamentam o PL 1.631/2011, para proteção do autista durante toda sua vida, sendo que V.Excia tem a oportunidade ímpar de historicamente participar da causa em favor dos deficientes da mente ou não.
Queremos deputado ver seu nome gravado indelevelmente na história em favor dos menos favorecidos e deficientes da mente, autistas ou não, por acreditar no seu trabalho, e não ver no senhor mais um nome estigmatizado pelo que deixou de fazer por eles, como alguns parlamentares que em outros projetos desperdiçaram a oportunidade.
Cabe-nos tentar impedir que nossos filhos sofram mais do que o inevitável, mas às senhoras e aos senhores deputados, pais de deficientes ou não, cabe precipitar o fato e o direito.
domingo, 17 de junho de 2012
Gato ajuda menino autista a sair da sua "concha"
Os animais não param de demonstrar uma capacidade natural para serem os melhores amigos do ser humano. Desta vez, um exemplo dessa capacidade chega-nos através da história do gato Billy e do seu jovem dono Fraser, um menino autista britânico que, graças ao companheiro, conseguiu "sair da concha" e ganhar confiança.
De acordo com o Daily Mail, Billy e Fraser tornaram-se inseparáveis desde o primeiro dia. A família do menino decidiu adotar o felino depois de este ter sido abandonado pelos antigos donos e salvo por uma associação de proteção animal e, a partir desse momento, a vida de todos tornou-se mais simples.
"Ele aparece sempre que o Fraser começa a ficar nervoso, impaciente ou zangado e dá-lhe mimos para o tranquilizar", conta a mãe, Louise Booth, ao diário britânico. "Dizem que os animais conseguem sentir as coisas e é verdade que o Billy parece saber sempre antes de todos nós quando isso vai acontecer", revela.
Fraser, de quatro anos, foi diagnosticado com autismo quando tinha 18 meses, depois de Louise e o marido, Chris, se aperceberem de que o filho não estava a desenvolver-se tão rapidamente como outras crianças da mesma idade.
A partir desse momento, o menino começou a fazer terapia para aprender a lidar de forma mais tranquila com as atividades do dia-a-dia, que para si podem ser muito complicadas, gerando mudanças repentinas de humor e muitas lágrimas.
Porém, a chegada de Billy tem sido um dos elementos-chave dos progressos de Fraser. "Ele tem feito uma diferença total na vida da nossa família. Afastou o stress e trouxe-nos alegria e uma atmosfera de calma. É um gato fantástico", afirma Louise.
"Pode parecer estranho, mas o Billy é, verdadeiramente, o guardião do Fraser. A relação deles é muito especial", conclui a mãe, que se dedica a tempo inteiro a cuidar de Fraser e da irmã, Pippa, de 15 meses.
Fonte:
quinta-feira, 14 de junho de 2012
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Eventos pelo Dia do Orgulho Autista 2012
Movimento Orgulho Autista Brasil
Informa e convida
Para os eventos alusivos ao
Dia do Orgulho Autista
Em sua 8ª Edição
Brasília - DF.
BLITZ DO AUTISMO
Dia 15/06/2012 (sexta-feira)-9 às 11 horas na rodovia BR040,
Km 01– próximo da entrada de Santa Maria, em frente ao posto da Polícia
Rodoviária Federal.
DESABAFO AUTISTA ASPERGER
Dia 16/06/2012 (sábado)-14 às 17 horas na APAE-DF - SEPN
711/911, Conjunto E- Asa Norte, entrada pela W4.
SESSÃO SOLENE
Dia 18/06/2012 (segunda-feira)-15 horas na Câmara
Legislativa do Distrito Federal – Praça Municipal, quadra 2, lote 5 – Setor de
Industrias Gráficas – confirmar presença pelos telefones
(61)3348-8195/(61)3348-8196.
VII PRÊMIO
ORGULHO AUTISTA
Dia 20/06/2012 (quarta-feira)-10 às 12 horas, Rádio Nacional
AM 980 KHz, Entrega do VII Prêmio Orgulho Autista, no programa Cotidiano da
radialista Luiza Inês .
AUDIÊNCIA PÚBLICA
Dia 21/06/2012 (quinta-feira)-9 horas na Câmara Federal –
Plenário 9- Palácio do Congresso Nacional – Praça dos Três Poderes – confirmar
presença na Comissão de Direitos Humanos com a Sra. Clotildes pelo telefone
(61) 3216-6573.
Compareça e divulgue estes e todos os outros eventos que
ocorrerão em diversas cidades brasileiras e do mundo, em prol das pessoas
Autistas e suas famílias!
LEMBRE-SE: O AUTISMO PRECISA DO SEU APOIO!
(61) 9901-8192
movimentoorgulhoautistabrasil@gmail.com
www.orgulhoautistabrasil.org.br
terça-feira, 12 de junho de 2012
Entrevista do Dr. Alysson Muotri ao Blog Janelinha Para o Mundo
Alysson Muotri é um neurocientista brasileiro, formado
pela Unicamp com doutorado em genética pela USP. Fez pós-doutoramento em
neurociência e células-tronco no Instituto Salk de pesquisas biológicas (EUA).
Hoje é professor da faculdade de medicina da Universidade da Califórnia.
Em 2010, Muotri conseguiu transformar neurônios de
pacientes com a sindrome de Rett em neurônios saudáveis.
No início de 2012, fez o mesmo com autismo clássico.
Janelinha para o mundo: Qual foi a tua
motivação para começar a trabalhar com o autismo?
Alysson: Comecei a trabalhar com autismo para
entender a evolução do lado social do cérebro humano. Fui me interessando cada
vez mais pelas diversas síndromes do espectro e me aproximando dos pacientes.
Hoje, posso dizer que a minha motivação são os pacientes.
Janelinha para o mundo: Pode-se dizer que o
autismo tem na sua grande maioria, fatores unicamente genéticos?
Alysson: Correto. Apesar de não sabermos
exatamente qual o modo de herança do autismo (como é transmitido de uma geração
para outra), sabemos que a contribuição genética é forte. A dificuldade em
entender a parte genética esta no fato de que temos a contribuição de diversos
genes ao mesmo tempo, cada um contribuindo de uma forma e intensidade
diferente. Existem sim fatores ambientais que contribuem para o autismo, mas
numa porcentagem bem pequena (10%).
Janelinha
para o mundo: Dentre os inúmeros fatores ambientais que possam
desencadear o autismo como os citados e publicados em pesquisas profissionais
que enquadram: febre durante a gestação, problemas de depressão ou estresse
gestacional, alimentação materna durante a gestação e amamentação, problemas
hormonais, inalação tóxica de mercúrio e outras toxinas, etc e outros. Qual
destas é cientificamente palpável e plausível para a biologia neuronal?
Alysson: Interessante notar que de todos os
fatores ambientais propostos pra explicar o autismo, nenhum mostrou-se forte o
suficiente quando estudados de forma profunda. Ao meu ver a explicação estaria
justamente na interação entre genética e ambiente, que é diferente em cada um
de nós. Portanto, se somarmos uma gestação difícil em uma pessoa geneticamente
privilegiada, ela poderá se recuperar ao nascer. A mesma gestação difícil, em
um individuo geneticamente propenso, pode levar ao autismo. Acho que é por aí,
não dá pra generalizar a questão ambiental na minha opinião.
Janelinha para o mundo: O autismo regressivo
também possui causa genética? O que pode explicar a “demora” na sua
manifestação?
Alysson: Sim, causa genética também. Imagine
que os genes seriam como cartas de baralho e cada pessoa nasce com uma
"mão" de 10 cartas. Se dessas 10 cartas, você tem 8 ruins, tem
grandes chances de sair do jogo rapidinho, principalmente se os outros
jogadores tiverem cartas boas (eles seriam o "ambiente" favorável ou
não). Se o acaso lhe der apenas 3 cartas ruins, é capaz de você levar mais
tempo pra sair do jogo. Alternativamente, você pode até ganhar o jogo começando
com 3 cartas ruins, mas vai depender muito das cartas dos outros jogadores
(ambiente). Vejo o autismo de forma semelhante, dependendo dos genes afetados
os sintomas são mais cedo ou tardios, mais severos ou brandos.
Janelinha para o mundo: Há uma corrente forte
de pais que acreditam que a (atual) quantidade de vacinas durante a infância podem levar ao
autismo. Existe algum estudo novo que comprove cientificamente esta vertente?
Alysson: Não. Existem sim diversos estudos que
descomprovam essa teoria. Se existe alguma relação entre vacina é autismo não é
regra.
Janelinha para o mundo: Eu tenho uma menina,
com idade de 4 anos (diagnosticada com 3), que está em pleno desenvolvimento,
graças ao diagnóstico precoce. Podes nos explicar por que o autismo é mais
comum em meninos?
Alysson: Ninguém sabe ao certo. Uma das
teorias é que muitos dos genes ligados ao autismo estão presentes no cromossomo
X. Meninos (XY) possuem um único cromossomo X, enquanto que meninas (XX)
possuem dois cromossomos X. Portanto, meninas possuem duas cópias de cada gene
presente no cromossomo X. Caso uma das copias esteja alterada, elas possuem uma
segunda copia funcional que daria maior resistência.
Janelinha para o mundo: É possível
diagnosticar um feto com autismo através de análises genéticos e/ou
laboratoriais após a conclusão de pesquisas como a sua e após descobertas
medicamentosas desse porte?
Alysson: Em teoria sim, mas não fizemos esse
experimento ainda. O desenho experimental seria o de coletar células de uns 100
neonatos, gerar redes nervosas em laboratório usando nosso modelo, identificar
aqueles propensos ao autismo e esperar até que os sintomas apareçam para
confirmar o diagnóstico. Trabalhoso e demorado, mas vai ser feito no futuro,
pois o impacto para a humanidade de uma ferramenta de diagnóstico desse tipo
seria enorme.
Janelinha para o mundo: Encontrar a descoberta
de uma droga eficaz é mais uma questão de tempo ou de financiamento?
Alysson:
Certamente uma questão de financiamento. Temos o modelo e as bibliotecas
químicas, mas precisamos de financiamento para juntar as duas coisas. No meu
laboratório, leva-se anos para testar algumas drogas manualmente. Queremos
testar milhares de drogas em poucos meses usando métodos automáticos.
Janelinha para o mundo: Seu trabalho já
reverteu o autismo clássico em um neurônio. E quanto aos casos mais leves como
o Asperger, estariam solucionados, caso a descoberta de uma droga para os mais
graves se concretizasse?
Alysson:
Uma parte do meu laboratório se preocupa em repetir esses experimentos
com diversos tipos de autismo, inclusive Asperger. Sinceramente, acho que vai
funcionar da mesma maneira.
Janelinha para o mundo: Seria possível
considerar um prazo estimado para que esta tua pesquisa se reverta em uma
medicação disponível para venda no mercado?
Alysson: O prazo estimado se tudo correr bem é
de 10 anos, incluindo os ensaios clínicos e considerando que teremos uma nova
droga experimental nos próximos 2-3 anos.
Janelinha para o mundo: Já existe algum
interesse de laboratórios farmacêuticos ?
Alysson:
Estamos namorando com algumas Farmas, mas até agora nada de concreto.
Janelinha para o mundo: Esta medicação valeria para os
autistas adultos?
Alysson: A resposta só viria com os ensaios
clínicos em pacientes, mas não vejo porque não funcionar. A reversão em
laboratório foi observada com neurônios funcionais, portanto ficaria surpreso se
não funcionasse.
Janelinha para o mundo: Li recentemente, na Revista Autismo, uma possível parceria sua
com a Microsoft. Isso é formidável. De que maneira este encontro pode
beneficiar suas pesquisas?
Alysson:
A idéia é usar a parceira da Microsoft no desenvolvimento de uma
plataforma inteligente para leitura e quantificação automática das sinapses
formadas nas culturas de neurônios em laboratório. Seria a automatização de
mais um passo do processo. A biologia já provou que o modelo funciona,
precisamos agora da engenharia para acelerar e otimizar o caminho.
Janelinha para o mundo: Qual a participação e
o interesse do governo brasileiro em sua pesquisa sobre o autismo ?
Alysson:
Zero. Ao contrario dos EUA e outros paises, nunca fui contactado pelo
governo brasileiro sobre minha pesquisa com autismo. Faria sentido pois sou
brasileiro e tenho interesse em levar futuros ensaios clínicos ao Brasil. No
entanto estou fora do país há muito tempo e talvez não saiba exatamente como
proceder para despertar o interesse do Brasil nessa área.
Janelinha para o mundo: As famílias têm
pressa, mas não têm dinheiro; talvez tenham os meios para arrecadá-lo em um
movimento internacional que poderia contar com empresas como o Facebook. O que
achas disso? Acreditas que é viável uma campanha destas?
Alysson: Sim, acho que esse é o caminho. Não
dá pra esperar ajuda do governo ou da indústria farmacêutica. Mesmo o governo
americano não estando na melhor fase de financiamento de pesquisa, talvez a
situação melhore no futuro, mas agora nos EUA é época de vacas magras. A
indústria farmacêutica investiu bilhões em modelos de doenças neurológicas
usando camundongos ou outros modelos não-relevantes. Elas tem medo de entrar
num negócio novo e arriscado, preferem esperar pelos avanços da academia, que é
mais vagaroso. Esse tem sido o quadro atual na minha constante busca por
captação de recursos.
Janelinha para o mundo: Uma pesquisa dessa importância e grandeza
como as suas sobre autismo exige o foco integral do pesquisador ou há como se
dividir com projetos paralelos?
Alysson:
Existem alguns projetos paralelos no laboratório, mas a maioria é focada
no entendimento das causas do autismo e intervenção terapêutica no espectro
autista.
Janelinha para o mundo: Tens notícias dos outros grupos de
pesquisadores, e dos resultados de suas respectivas pesquisas, que decidiram
também pesquisar sobre o autismo, após a publicação da sua aclamada pesquisa
sobre a Síndrome de Rett ? Chegam a
ocorrer trocas de “figurinhas” entre sua equipe e estes novos grupos?
Alysson: Sim, desde nossa publicação, outros
grupos foram capazes de reproduzir nossos achados e inclusive mostrar
resultados semelhantes em outras síndromes do espectro. Foi um salto enorme
para a ciência e tem muita gente de olho nesse novo modelo. Posso dizer que a competição
aumentou pro meu lado, mas não me importo, o que interessa é que tem mais gente
pesquisando o autismo agora. A percepção de que existe a possibilidade de
reversão dos sintomas do espectro autista é extremamente atraente aos
cientistas, pois é muito mais agradável trabalhar em uma condição aonde existe
esperança de tratamento ou cura.
Janelinha para o mundo: Depois de tua pesquisa
ser divulgada, ficaste muito conhecido e “assediado” pelos pais brasileiros – e
do mundo inteiro, que ainda não conheciam o teu abençoado trabalho. Viraste uma
espécie de “ídolo” para nós. Isso te motiva ainda mais?
Alysson:
Tento desmistificar essa imagem de "ídolo". Não fiz isso
sozinho, tenho uma equipe excelente e motivada que acredita num futuro melhor
para os pacientes. Continuo fazendo meu trabalho e não vou parar enquanto não
encontrar uma maneira de ajudar os autistas a se tornarem mais independentes.
Esse sim é meu objetivo final.
Janelinha para o mundo:
Pais especiais tem preferência, tem sede e pressa. Quem poderia participar do
programa de "cobaia-humana (clinical trial)" quando esses remédios
forem autorizados para testes? E quanto tempo podemos esperar? O Brasil
entraria no rol de designáveis?
Alysson:
Quando o momento chegar, vamos procurar por grupos de pacientes com
características clínicas semelhantes. Por exemplo, pacientes com determinada
idade, verbais ou não, com diâmetro cerebral grande ou pequeno e por aí vai.
Quanto mais homogêneo o grupo inicial, melhor, pois os dados serão mais
conclusivos, mais claros. Ainda não tenho esse perfil, mas provavelmente
começaremos com adultos autistas clássicos. Sim, minha idéia sempre foi de
fazer testes em dois lugares independentes, na California e no Brasil. Lógico
que isso vai depender de outros fatores (suporte médico, apoio financeiro,
etc), mas até lá ainda tem um tempinho. Tenho muita confiança no método
científico e acho que o novo modelo abriu novas portas para o entendimento do
autismo, trazendo esperanças para tratamento. É a luz
Janelinha para o mundo: Agora falando no projeto “ a fada do dente” –
apenas dentinhos de leite coletados de crianças diagnosticadas com o autismo
clássico serão pesquisadas? Como os pais podem ajudar/enviar este material?
Alysson:
Sim, estamos focando em autismo clássico agora porque já coletamos
bastante material dos outros tipos de autismo. A melhor forma de colaborar é
entrar em contato pelo email: projetoafadadodente@yahoo.com e pedir informações
sobre como participar da pesquisa.
Janelinha para o mundo: E o surf? No meio desta
tua vida agitada, ainda tem tempo para esta paixão?
Alysson: Porque estou viajando muito (muito
mesmo), tive que reduzir o surf, mas sempre que dá eu caio na água. Assim como
a Yoga, o surf me ajuda no equilíbrio físico e intelectual.
Janelinha para o mundo:
Que Deus abençoe suas ondas, seu corpo e espírito. Que
continues sendo esta luz acesa, brilhante, aquecendo os corações de todas as
famílias dos autistas. Namastê, Dr. Alysson !
FONTE:
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Dia do Orgulho Autista em Rio Grande - RS.
Vencedores do Prêmio Orgulho Autista 2012
Homenagem do Vivências Autísticas
Vocês todos nos fazem
mais felizes e fortes para continuar na busca do possível, para que nossos
filhos não sofram mais do que o inevitável.
Com muita honra
destacamos a nomeação de nossa associada Liê Ribeiro, e a da APADEM como
Internet Destaque! Obrigada a todos do Movimento Orgulho Autista!
Desde 2005 o Conselho
Brasileiro do Prêmio Orgulho Autista, formado por pessoas ligadas ao tema de
todo o Brasil, busca evidenciar personalidades e instituições que se destacaram
de forma significativa na vida de autistas, agraciando-os em diversas
categorias,
conforme suas realizações.
No primeiro momento,
os membros do Conselho indicam os concorrentes e apresentam as defesas com o
motivo pelo qual essas pessoas/instituições foram incluídas como candidatas. Na
segunda fase, os integrantes do grupo votam naqueles que acreditam merecer a
homenagem. Naturalmente, os mais votados são os vencedores.
A entrega do VII
Prêmio Orgulho Autista é referente aos destaques de 2011 e será realizada no
dia 20 de junho de 2012, como parte das celebrações alusivas ao Dia do Orgulho
Autista, às 10h, tradicionalmente como nas edições anteriores, nos estúdios da
Rádio Nacional, em Brasília, com transmissão ao vivo para todo o território
nacional.
Parabéns aos Vencedores do VII Prêmio Orgulho
Autista 2011/2012
I - Livro Destaque:
AUTORA LIÊ RIBEIRO
O MEU FILHO AUTISTA,
O REENCONTRO DEFINITIVO
AGBOOK EDITORA - 2011
RIO DE JANEIRO
II - Diretor e Escola Destaque:
DIRETOR RAMILTON
CORDEIRO
COLÉGIO ESTADUAL
RAPHAEL SERRAVALLE
SALVADOR - BAHIA
III - Professor Destaque:
PROFESSORA ÂNGELA
FERREIRA
CENTRO DE ENSINO
ESPECIAL 1 DE SOBRADINHO
SOBRADINHO – DF
IV - Médico Destaque:
MÉDICA CARLA GIKOVATE
NEUROLOGISTA
RIO DE JANEIRO
V - Psicólogo Destaque:
PSICÓLOGA GISELE
WAGENFÜHR TRIDAPALLI
ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS
DOS AUTISTAS DE FLORIANÓPOLIS
SANTA CATARINA
VI - Político Brasileiro Destaque:
SENADOR LINDBERG
FARIAS
SENADO FEDERAL
RIO DE JANEIRO
VII - Imprensa Rádio Destaque:
PASTOR DONIZETI
SANTOS
RÁDIO REDENTOR AM
TAGUATINGA - DF
VIII - imprensa Televisão Destaque:
APRESENTADORA KAREN
ALBUQUERQUE
REPÓRTER JUSTIÇA
EXIBIDO EM 12/04/2011
TV JUSTIÇA
IX - Imprensa Escrita - Revista Destaque:
EDITOR PAIVA JÚNIOR
REVISTA AUTISMO
SÃO PAULO
X - Imprensa Escrita - Jornal Destaque:
JORNALISTA MÁRCIA
NÉRY
"TESTE PARA O
AUTISMO" - matéria publicada em 18/06/2011
Jornal CORREIO
BRAZILIENSE
BRASÍLIA
XI - Imprensa Fotografia Destaque:
FOTÓGRAFO RENATO
ARAÚJO
CONGRESSO NACIONAL
ILUMINADO AZUL - publicado em 02/04/2011
EMPRESA BRASILEIRA DE
COMUNICAÇÃO
XII - Internet Destaque: PRESIDENTE CLÁUDIA
MORAES
WWW.apadem.com.br
VOLTA REDONDA
XIII - Pessoa e Organização
Não-Governamental Destaque:
PRESIDENTE HORÁCIO
CAMPOS
ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS
DOS AUTISTAS DO DISTRITO FEDERAL-AMA/DF
RIACHO FUNDO - DF
XIV - Pessoa e Órgão Público ou Empresa
Privada Destaque:
DEFENSORA PÚBLICA
RENATA TIBYRIÇÁ
DEFENSORIA PÚBLICA DO
ESTADO DE SÃO PAULO
SÃO PAULO
XV - Atitude Destaque:
PADRE SAMUEL FERREIRA
DO CARMO
ARQUIDIOCESE DE
BRASÍLIA
PARÓQUIA DO VERBO
DIVINO
BRASÍLIA
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Autismo: um problema, muitas causas
Autismo:
uma única palavra que sugere uma única doença. Mas na verdade, cada pessoa que
vive com esse transtorno tem uma doença muito particular. Uma avalanche de
novos dados genéticos, descoberto em um estudo, mostra claramente que não há um
único culpado pelo autismo.
Cada caso surge de uma mistura única de fatores
genéticos e ambientais que funcionam como um gatilho para a doença. Por isso,
descobrir a causa do transtorno em cada pessoa é praticamente impossível.
Se a notícia soa cruel, na verdade ela contém
muita esperança. Isso porque com a descoberta de um grande número de aberrações
genéticas, será possível encontrar os pontos em comum que levam ao autismo e
combatê-los.
As mudanças genéticas descobertas no estudo podem
responder questões cruciais aos cientistas, sobre o porquê os meninos são mais
vulneráveis do que as meninas, por exemplo – o autismo atinge quatro meninos
para cada menina.
Alguns dos genes afetados por essas alterações
parecem funcionar em redes comuns de atividade molecular no cérebro, e muitas
dessas mutações genéticas prejudicam a comunicação entre as células nervosas.
Entender esse processo e encontrar outras atividades celulares em comum pode
levar a maneiras eficazes de combater o autismo, independentemente do que o
causou.
As famílias que convivem com autistas estão sendo
muito pacientes, com a espera de muitos anos pela solução do problema. Enfim,
os geneticistas estão trazendo uma boa notícia, já que os estudos dos últimos
meses nessa área têm sido um processo produtivo e animador quanto ao combate da
doença.
As atuais pesquisas vêm em dois sentidos: na
análise das mudanças de DNA com a identificação e as relacionando entre si, e
estudando como os genes se comportam nos autistas.
A compreensão dos problemas, das alterações
genéticas em comum e a descoberta das redes cerebrais que se comportam de
maneiras semelhantes podem levar os cientistas a encontrar maneiras de tratar
ou prevenir o autismo no futuro. Descobrir maneiras de proteger os processos
cerebrais vulneráveis ao transtorno pode vir a ser ainda mais importante do que
saber exatamente como as coisas deram errado nos processos cerebrais.
Por Stephanie D’Ornelas
Science News
domingo, 3 de junho de 2012
quinta-feira, 31 de maio de 2012
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Publicidade inclusiva ganha mais espaço
O popular encarte da loja Target que circula nos
jornais de domingo nos Estados Unidos trouxe novidades para a publicidade
inclusiva.
Já conhecida por usar modelos com deficiência em
sua propaganda (Ver link abaixo) , desta
vez dois anúncios trouxeram crianças com síndrome de Down no mesmo folheto.
E para aproveitar o verão que começa a despontar no
hemisfério norte, nada melhor que óculos para nadar a U$ 9, mostrados por duas
meninas brincando na piscina, uma delas com síndrome de Down.
Como em toda boa publicidade inclusiva, nenhuma
menção é feita aos modelos.
Com essa atitude a loja reconhece e valoriza o
consumidor com deficiência, além de contribuir para a inclusão através da
mídia, poderosa ferramenta de conscientização na promoção dos direitos de
grupos excluídos.
A Target vende seus produtos e de quebra contribui
para a inclusão. Tudo sem fazer alarde nem gastar um tostão a mais do que
investiria no pagamento de modelos para a produção de seu encarte publicitário.
Por Patrícia Almeida
Fonte:
http://www.inclusive.org.br/?p=21866)
Autismo em busca de si mesmo
É bem possível que mesmo Leo Kanner não tenha
pensado o quanto instituições, profissionais e especialistas teriam que
trabalhar na derivação da sua proposta, em busca de caminhos que levassem ao
encontro de soluções para o autismo, após sua descrição na década de 40 do
século XX.
Para acompanhar o comportamento em sua diversidade,
com sensibilidade e conhecimento, os profissionais poderiam considerar a
aplicação de metodologias com base no senso lúdico do autista, levando em conta
o prazer que ele apresenta na participação do processo educacional, revelando o que permitirá a participação eventual no seu imaginário a partir da
família.
Prossiga com seu exemplo de mãe de autista Liê, perseverando sempre com Gabriel...
Nada poderá ser tão difícil que vocês já não tenham superado.
sábado, 26 de maio de 2012
ADOÇÃO
Está nos dicionários da língua portuguesa que, adotar
“é um verbo transitivo direto”, uma palavra genérica.
Sempre que dependa de outra situação pode ter seu
significado direcionado para: assumir, escolher, optar, aceitar, acolher,
admitir, reconhecer, entre outros.
Quando falamos da adoção de pessoa, porém, esse termo
ganha significado exclusivo e particular.
Nesta perspectiva adotar significa acolher, mediante a
ação legal e por vontade própria, como filho legítimo, uma pessoa desamparada
pelos pais biológicos, conferindo-lhe todos os direitos de um filho natural.
Além do significado, do conceito, está a significância
dessa ação, ou seja, o valor que ela representa na vida dos indivíduos
envolvidos: pais e filhos.
A adoção invariavelmente está vinculada a dor do abandono, marcado pela condição da pessoa
ser criança.
O ato de adotar, excluindo-se os processos biológicos,
todo o resto é igual. O amor, ansiedade, desejo, expectativa, espera, a
incerteza do sexo, da aparência das condições de saúde, educação, comportamento
e conflitos, quase nada se difere da decisão de ter um filho.
Tudo isso acontece nas relações entre pais e filhos,
independente de serem biológicos ou adotivos.
O instituto da Adoção é uma modalidade artificial de
filiação pela qual se aceita como filho, de forma voluntária e legal, um
estranho no seio familiar.
Só se descobre que a adoção é um tema de
extraordinária sensibilidade quando se começa a falar dela, pois transcende
todas as variáveis bio, psico, sócio espiritual e procedente do abandono, além
de estigmatizada na maioria das vezes pelos modelos políticos injustos.
Dia 25 de maio é celebrado o Dia Internacional da
Adoção, tendo seus registros a partir dos povos babilônios, egípcios, caldeus, gregos,
hebreus, romanos, germânicos, na Idade Média, Revolução Francesa, nos antigos
livros religiosos, na Bíblia, códigos, estatutos, leis, conceitos, ordenamento
jurídico e disciplina, sempre influindo culturas.
Em nossos dias o instituto da adoção mudou ao se
descobrir que ela nada mais é do que o cultivo da tolerância, quando culmina
por se traduzir na aceitação e no acolhimento das diferenças, quer social ou de
raça, prevalecendo no seu eixo central à filosofia da solução para aqueles que
não têm família.
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Os alunos de primeira série estavam examinando uma foto de família.
Uma das crianças da foto tinha os cabelos de cor bem diferente dos
demais.
Alguém logo sugeriu que essa
criança tivesse sido adotada.
Logo uma menina falou:
- Sei tudo sobre adoção, porque eu fui adotada.
Logo outro aluno perguntou-lhe:
- O que significa "ser adotado"?
- Significa - disse a menina - que você cresceu no coração de sua mãe, e
não na barriga!
Trechos publicados no livro:
ADOÇÃO - O Parto do Coração
Nilton Salvador
www.clubedeautores.com.br
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