segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Para 72% dos pais de criança autista, escola não ajuda no aprendizado do filho



 Mesmo assim, 85% dos pais de autista avaliam a escola como uma experiência positiva, mostra pesquisa da USP
Uma dissertação de mestrado da Universidade de São Paulo (USP) mostra que apenas 27,7% dos pais de crianças com autismo avaliam que a escola colabora na aprendizagem acadêmica do filho. Por outro lado, 85% dos genitores entendem a escola como uma experiência positiva e 53% acreditam que o desenvolvimento social é o resultado mais relevante na frequência às aulas.
Para realizar sua pesquisa, Ana Gabriela Lopes Pimentel ouviu 56 cuidadores na região oeste da Grande São Paulo. Do total, 54 crianças iam para escola. A maioria dos pacientes era meninos, com idade entre 3 e 16 anos.
Gisleine Hoffmann, mãe de Lucas, de 5 anos, viu a evolução do filho ao procurar por uma nova escola
Para Ana Gabriela, a pouca menção dos resultados educacionais dos filhos é devido a um de dois fatores: ou o potencial educativo das crianças e adolescentes com autismo está sendo subestimado ou os resultados escolares estão sendo ignorados.
A orientadora da pesquisa, professora Fernanda Dreux Miranda Fernandes, explica que os 85% de aprovação, mesmo que não signifiquem aprendizado, é resultado de uma gratidão. Ela acredita que o medo de o filho não ser aceito é tão grande que, somente o fato de a criança estar matriculada e com direito ao convívio já é visto como suficiente.
Um equívoco, explica Fernanda. "A socialização não pode ser vista como o mais importante". Mesmo porque, afirma, a maior parte das crianças com autismo consegue acompanhar o currículo de uma escola regular, ainda que alguns com um aproveitamento relativo, desde que com acompanhamento adequado.
Adaptações
Para Gisleine Hoffmann, mãe de Lucas, de 5 anos, a solução foi mudar de escola. Matriculado em uma colégio no interior de São Paulo desde que tinha um aninho, o garoto costumava ficar muito agitado. “Além disso, até uns três anos, ele não falava, se comunicava apenas com gestos", conta.
Quando a criança completou três anos, veio o diagnóstico de autismo. "Nisso, pedi para acompanhar algumas aulas e descobri que ele ficava afastado dos colegas. Quando não se dava bem em uma atividade, era deixado de lado”, conta.
O diagnóstico coincidiu com a mudança de cidade e Gisleine aproveitou para procurar uma escola menor. Apesar de ser regular, a atual instituição de ensino onde Lucas estuda tem apenas cinco alunos na sala.
"Busquei uma escola com poucas crianças. Foi um desafio para o Lucas e para a escola também, já que eles não tinham tido um aluno com autismo antes."
A evolução veio com pequenas coisas no dia a dia: Lucas começou a contar eventos da escola para a mãe, falar sobre os colegas e a escrever sozinho. No último Natal, escreveu a primeira cartinha para o Papai Noel. Além disso, aprendeu a jogar xadrez. "Ele é muito bom. Me contaram que os amigos pedem para jogar com ele", conta a mãe orgulhosa.
História parecida é de Paula Naime, mãe da Carolina, de 5 anos. Com dois anos e sem Carolina andar ou falar, a mãe decidiu procurar por ajuda. O neurologista recomendou que ela procurasse uma escola para que a filha se integrasse. "Na escola, me falaram que ela era diferente", conta. O diagnóstico de autismo veio dois anos depois
Questionada sobre o aprendizado da filha, ela diz que muitas escolas estão bem menos preparadas do que os pais. Matriculada em um escola regular, porém pequena, Carolina já consegue escrever o alfabeto e sabe os números. "Ás vezes, eu brinco com ela à noite, digo que ela vai ser presidente de uma multinacional. Mas, a verdade, é que ela pode ser o que ela quiser, o mais importante é que seja feliz", diz Paula.
Tempo na escola
Outra questão que chamou atenção durante a pesquisa é que apenas 70% das crianças com autismo frequentam a escola durante toda a semana, enquanto mais de 16% vão apenas três dias por semana.
Resultado de falta de estrutura e preparo, explica Fernanda Dreux. "A política pública é incluir as crianças em escolas regulares. Mas ainda há situações como a de professores que têm uma sala com 50 alunos e mais uma criança autista", pondera.
A fonoaudióloga Danielle Defense, que trabalha com crianças autistas, diz que, mesmo aliviados, muitos pais acabam frustrados com a situação e não raro, têm um histórico de tentativas em muitas escolas. "Eles mostram bastante insatisfação em como são recebidos e como são ouvidos pelos professores e diretores, por mais que as crianças estivessem na escola. Há muita resistência."
Ainda assim, Daniele insiste para que os pais não desistam, e acompanhem o progresso acadêmico do filho. "É trabalho de sociabilização é muito importante, mas a criança tem que ter aprendizado", completa.

FONTE:
Por Julia Carolina - iG São Paulo
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2014-01-26/para-72-dos-pais-de-crianca-autista-escola-nao-ajuda-no-aprendizado-do-filho.html
Links importantes para pais e professores conhecerem o assunto:
Cartilha das diretrizes do autismo feita pelo Ministério da Saúde
Lei de Proteção ao Autismo
Cartilha da Defensoria Pública do Estado de São Paulo
Programa de Inclui - Inclusão de alunos com necessidades especiais no Municipio de São Paulo.
Contatos importantes:
Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo (Solicitação de Tratamento Gratuito e Orientação sobre a parte escolar)
Rua Drº Enéias de Carvalho Aguiar 188, primeiro andar, Cerqueira César
CAPE - Centro de Apoio Pedagógico Especializado (Prefeitura de São Paulo)
Rua Pensilvânia, 115 - Fundos
Tel: (11) 3396-0649

domingo, 26 de janeiro de 2014

Bruna Linzmeyer: '‘Um autista e sua família podem nunca ter um momento como esse’'



     Em exclusiva, atriz conta curiosidades e fala sobre a 
preparação da personagem
“A Linda agora faz parte de mim”, diz Bruna
    Um belo dia, Bruna Linzmeyer foi convidada a emprestar seu talento à novela “Amor à Vida”. Exatos nove meses depois, nascia Linda. De parto normal e sem complicações, a atriz deu à luz a personagem autista que desperta elogios desde os primeiros capítulos da trama de Walcyr Carrasco.
     Em entrevista exclusiva ao Gshow, ela comenta a experiência. O local da conversa, inusitado, ela própria que escolheu: o gramado do Projac. No estúdio em frente, acabara de ser gravada a cena emblemática da história de Linda, na qual a moça pede socorro à família. E foi assim, recém-saída da gravação, sentada na grama com pés descalços e voz suave, que a jovem catarinense respondeu às perguntas:
     Por que você escolheu dar a entrevista de pés descalços sobre o gramado?
      Porque eu sou uma pessoa da natureza, assim como a Linda. Ela adora as formiguinhas. De vez em quando eu venho para cá, me sento aqui e aproveito o tempo para relaxar, refletir, ler um pouco.
     Você poderia comentar a gravação da cena em que a Linda pede socorro à família?
    Com prazer. A cena é linda, é muito linda. Às vezes, um autista e sua família podem nunca ter um momento como esse, mas em muitos outros casos ele existe. E trata-se de um momento muito arrebatador, porque ninguém espera. A Linda não é um personagem verbal, não sabe o que o verbo significa, ele não a satisfaz.    
      O verbo é só mais uma coisa na vida, só mais uma maneira de ser. É preciso muito aprendizado com terapias, fonoaudiologia e psicologia para que um autista chegue a esse estágio verbal. Então, é muito bonito, principalmente para as pessoas não autistas, porque eles são seres verbais, precisam de palavras para se comunicar. Para a Linda, o que é potente é o que acontece depois desse momento. Ela só percebe a potência daquela cena no dia a dia que acontece depois.
     Você comentou com o diretor, Mauro Mendonça Filho, que o texto da cena estava muito bom… Por quê?
     Estava muito bem construído. Sua construção foi muito boa por não ser exatamente linear. O pensamento de uma pessoa não autista é linear, diferente de como acontece com a Linda. O pensamento dela é entrecortado. Além disso, o texto é recheado de referências, e o trabalho é feito a partir de histórias que já existem. A Linda existe porque os autistas existem, e porque eles precisam que a Linda exista também. Foi um texto cheio de história.

     Como a Linda afetou você?
     Por inteiro. A Linda me afetou muito, de muitas maneiras. Ela mudou meu olhar, meu ritmo, meu tempo, mudou muita coisa. Eu não tenho a dimensão do quanto ainda, mas espero que isso ainda reverbere por algum tempo em mim.
     Quadro de Danielle Carcav no cenário 
 
Quadro da artista compõe o cenário nas gravações

     Isso é tudo que você vai levar da Linda quando a novela terminar?
   Não. Eu pedi para ficar com um dos quadros da Linda. Na verdade, eles são de uma artista muito sensível, e eu realmente acho os quadros dela verdadeiras obras de arte, porque eles me atravessam. Eu os acho lindos, e eles são um signo do que a Linda foi e é na minha vida. Gostaria de ter um signo para levar comigo.      
     Pode ser qualquer um deles. Ainda não sei onde vou pendurar o quadro. No meu coração, com certeza.
     Como você pretende influenciar as pessoas com o seu trabalho?
     Quando a gente inventa ou decide fazer um trabalho, tudo o que queremos é que nosso trabalho possa afetar as pessoas, assim como os quadros da Linda me afetam. Talvez essa seja a característica de uma obra de arte: atravessar as pessoas. Isto ou aquilo são obras de arte para mim porque me atravessam, porque mudam a batida do meu coração. Tudo o que um artista quer é fazer uma obra de arte, mas nem sempre ele faz. Nem sempre dá para fazer. Eu não sei se a Linda é uma obra de arte, mas existe em mim o desejo de que ela seja. Eu fui muito afetada pela Linda, e isso já é importante para mim.
     Como são os momentos após as gravações?
     Muito bons! Há algo de inexplicável no trabalho de um ator. Você traz à tona emoções muito profundas, algumas são suas, outras são de outras pessoas, e outras são inventadas. E depois que a cena acaba você fica num lugar vazio. Isso parece ser ruim, mas é bom. Como está vazio, você pode inventar uma coisa nova para colocar nesse lugar. Você pode ser uma nova pessoa depois de fazer uma cena em que você ficou vazio no final. Ou seja, trabalhar como atriz cria espaços vazios, além de criar muita coisa.
 Cachecol foi presente de um autista 
Cachecol usado em cena é presente de uma autista
     E os momentos que antecedem as gravações? Como são?
     Está aqui o pré-cena, eu carrego na bolsa. As músicas que ouço desde o começo são as mesmas, incluindo uma inédita, que nunca foi publicada. Só eu tenho essa música porque é do meu namorado, o Michel Melamed. E tem também os livros, que me acompanham sempre. São muitos, desde biografias até livros de poesia. Mesmo que eu não consiga lê-los, só de tê-los por perto já faz alguma diferença. Nunca são os mesmos livros. Às vezes eu olho para a minha estante e elejo aquele, sem nenhum motivo específico. Os livros e as músicas são tão importantes quanto o texto e o figurino. Eles são uma conexão com pessoas que eu admiro, com pessoas que mudaram a minha vida.
     O que existe no universo interior que você construiu para a Linda?
     Muita consciência de tudo. A Linda sabe de tudo, muito mais que todo mundo. E essa vida interna existe desde a primeira faísca de existência da personagem. Desde as primeiras cenas, eu procurava olhar para as coisas com o olhar de quem vê, de quem sabe. E é tão bonito chegar ao final da novela e perceber que houve conexão com o autor, porque ele faz a Linda dizer exatamente isso: “Eu ouvia vocês”. E isso significa “eu entendia, eu sabia, eu sei”.
     O que você gostaria de dizer às pessoas que têm acompanhado seu trabalho?
     Gostaria de dizer “obrigada”. Ouço tanta coisa das pessoas, e a Linda não existiria sem elas também. A construção de uma personagem depende do público, especialmente em uma novela em que a história é influenciada pelo que o público espera, e tudo muda o tempo todo. Então eu tenho que agradecer a todo mundo que está em volta. Parece um clichê, mas é verdade.
FONTE:
http://gshow.globo.com/novelas/amor-a-vida/por-tras-das-cameras/noticia/2014/01/bruna-linzmeyer-um-autista-e-sua-familia-podem-nunca-ter-um-momento-como-esse.html
Fotos: TV Globo

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Marcos Mion declara-se para filho especial

 Apresentador desabafou em texto lindo no seu perfil do Facebook sobre o primogênito,
Marcos com a mulher, Suzana, e o filho, Romeo (Foto: Reprodução/Instagram)

Emocionante e inspirador. É assim que pode-se definir o texto que Marcos Mion compartilhou em seu perfil do Facebook para falar do filho, Romeo. O garoto, de 8 anos, é fruto do relacionamento do apresentador com a designer Suzana Gullo – o casal tem também Donatella, de 5 anos, e Stefano, de 3. Confira o texto na íntegra:
"Deus me deu um presente.
 Fui um dos escolhidos. Somos muitos, mas ainda uma minoria. Se fossemos a maioria, o mundo seria um lugar com muito mais amor incondicional e puro, com mais respeito, paciência e valores. Quem somos nós? Famílias abençoadas com uma criança especial. Sim, nos seus primeiros anos de vida, eu e minha mulher, Suzana, percebemos que nosso filho mais velho, Romeo, é uma criança com dificuldades de desenvolvimento. Demorou algum tempo para termos essa certeza porque ele não se encaixa em nenhum diagnostico e segue evoluindo e aprendendo no seu ritmo.
 Todos especialistas dizem que ele não é autista, não é asperger, enfim, que ele não é nada além de uma criança que se encaixa na sigla NOS - Not Otherwise Specified, que significa "Sem Outras Especificações", mas que faz parte do spectrum autista. E por que é bom ele não se encaixar em nenhum diagnostico? Porque ele pode ser ele! Com todo seu potencial, seu jeito único, suas características, vitórias e limitações, e não o que um especialista determine que ele seja. O diagnostico é a maneira mais eficaz de limitar alguém, de não ver sua beleza e singularidade. Qualquer criança que pertence ao spectrum, seja qual for a especificação, tem uma luz única, diferente e seu caminho é ilimitado! Peço, de coração, para que os pais nunca parem de acreditar, independente de um rotulo, e estimulem sempre seus filhos especiais, pois eles tem muito a nos ensinar. Eles só precisam de amor e apoio.
Nós, desde seu nascimento, acompanhamos seu desenvolvimento de perto e buscamos os melhores especialistas no Brasil e fora. Sempre sou questionado do porque fiz a segunda base da minha família em Miami e porque passamos tanto tempo aqui. Essa mudança aconteceu, porque aqui encontramos uma especialista que desenvolveu um método com o qual nos identificamos muito, que foi essencial para entendermos a situação e para o Romeo ter as melhores condições para firmar suas bases de desenvolvimento. Foi um perfeito complemento ao trabalho dos médicos e todos profissionais brasileiros que trabalham com a gente.
 Assim, hoje em dia, Romeo vive uma vida normal, na escola, nas atividades, com família e amigos e é amado por todos que o cercam! Estes, alias, os grandes sortudos que, como eu e minha família, tem a felicidade de conviver e aprender todos os dias com um ser humano tão evoluído. Ele é minha maior inspiração como pai, como ser humano. Como uma vez ele me disse: "Pai, eu sou seu irmão".
 Sim filho, você é meu irmão de alma.

Meu maior orgulho."
FONTE:
http://revistaglamour.globo.com/Celebridades/noticia/2014/01/marcos-mion-declara-se-para-filho-especial.html

“Rene” e o português “Zeca” ajudam crianças com autismo


VÍDEO no endereço abaixo:
http://pt.euronews.com/2014/01/22/rene-e-o-portugues-zeca-ajudam-criancas-com-autismo/

Um pouco por todo o mundo existem projetos em desenvolvimento para ajudar crianças autistas com recurso a robôs. Em Portugal, no Minho, está em desenvolvimento o “Zeca”, cujo nome é a sigla da expressão inglesa Zeno Engaging Children with Autism.
O projeto luso foi iniciado em 2009, é ainda experimental e resulta de uma parceria entre a Universidade do Minho e a representação de Braga da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental. Na página de Facebook do projeto (Robótica-Autismo), lê-se que está a decorrer o segundo estudo piloto com o “Zeca”, o robô produzido pela Hanson Robotics, que é capaz de simular sentimentos como tristeza, admiração ou alegria e cujo objetivo é melhorar a vida social das crianças autistas.
Na Croácia, encontrámos o “Rene”, um robô desenvolvido pela Faculdade de Ciências de Educação e Reabilitação da Universidade de Zagreb. Através de uma câmara, um microfone e altifalantes, o “Rene” regista a voz das crianças e avalia a forma como elas estabelecem contacto pelo olhar e como reagem na presença dos pais. As crianças autistas têm dificuldade de interação social. Por isso, é mais fácil para elas interagir com uma máquina.
“O objetivo do projeto é desenvolver o protocolo robótico de diagnóstico de autismo. Isto consiste em juntar o clínico e o robô na avaliação, num género de equipa “cyborg” (mecânica e humana) que estabelece o diagnóstico da chamada Desordem de Espetro Autista”, explica a investigadora Maja Cepanec, da Faculdade de Ciências de Educação e Reabilitação, de Zagreb, explicando que o o plano é “realizar-se este tipo de protocolo com crianças autistas e crianças em normal desenvolvimento”.
“Queremos ter a certeza de que vamos conseguir identificar os comportamentos corretos e de que fazemos o tipo de análise que nos vai permitir separar estes dois grupos de crianças”, acrescenta Maja Cepanec.
Os informáticos programam o robô de acordo com as reações das crianças, permitindo que os sinais de autismo possam ser melhor detetados. O “Rene” envia às crianças estímulos simples, padronizados e de forma repetida, o que as ajuda a focarem-se numa única e clara mensagem, sem as variáveis humanas, que muitas vezes as confundem.
Marija Cukelj é mãe de uma criança autista e aprova o recurso à robótica. “O Filip, por acaso, observou o robô com atenção, o que não é habitual. Ele, normalmente, anda a correr por todo o lado e a atenção em algo não dura mais do que breves segundos. Mas quando viu o robô, olhou para ele, sentou-se, estudou-o e ficou muito interessado”, conta esta mãe de uma criança autista.
Os cientistas ressalvam, contudo, que a ideia por trás desta tecnologia não é a de substituir os clínicos, mas sim ajudar de forma inovadora os profissionais humanos, em colaboração com as máquinas, a reunir informação e a codificar os comportamentos das crianças com autismo.
FONTE:
Copyright © 2014 euronews

http://pt.euronews.com/2014/01/22/rene-e-o-portugues-zeca-ajudam-criancas-com-autismo/

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Personagem de 'Amor à Vida' causa polêmica

 
Linda e Rafael se beijam em 'Amor à Vida'. (Foto: TV Globo/ Divulgação)

          * Alessandro Vianna 
         Muitos amigos e paciente noveleiros tem me questionado se realmente pode haver um relacionamento como o de Rafael (Rainer Cadete) e Linda (Bruna Linzmeyer), da novela "Amor à Vida". Minha primeira colocação é de que não podemos esquecer que uma telenovela é uma obra de ficção, portanto, tem suas peculiaridades que não necessariamente são condizentes com a vida real.
        Essa dúvida surge principalmente pelo estigma de que as pessoas autistas são isoladas em seu próprio mundo, alienando-se de qualquer comunicação. Porém, no autismo cada caso tem suas características, suas dificuldades que variarão de acordo com alguns aspectos, como - por exemplo - o ambiente familiar e os estímulos nele proposto.
        As conquistas e um possível relacionamento dependerão do grau de capacidade, complexidade e principalmente do tipo e tempo de tratamento.  Normalmente, os autistas não respondem igualmente e rapidamente a evolução que a personagem Linda teve durante a trama. É sempre um longo caminho, baseado em paciência e colaboração da família e tratamento contínuo.
Linda ( Bruna Linzmeyer) dá presente para Perséfone. (Foto: TV Globo/ Divulgação)

O autista geralmente apresenta dificuldades de entender as emoções e consequentemente de expressá-las, o que não significa que elas não poderão manifestar o que sentem. No entanto, a forma de expressão será diferente da maioria das pessoas. Normalmente, apresentam uma certa resistência ao toque. Abraços e carinhos provavelmente não farão parte de seu repertório comportamental.
É importante ressaltar que não há nenhum problema em pessoas autista se relacionarem afetivamente. Dependerá sempre do nível de deficiência intelectual, suas limitações, podendo até constituir uma família.
A trama da TV Globo mostra com maestria e encantamento a possibilidade de um relacionamento entre pessoas consideradas “normais” e as que possuem algum tipo de transtorno, mas não podemos esquecer, como citei no começo, que em uma ficção alguns caminhos são menos dolorosos, mais sintetizados, mais românticos do que a vida real e isso fica muito claro no amor entre Rafael e Linda.
Linda (Bruna Linzmeyer) e Rafael (Rainer Cadete). (Foto: TV Globo/ Divulgação)

Na minha opinião, a pessoa que se relacionar com um autista deve conhecer a fundo o transtorno e se posicionar sempre numa postura de acolhimento, tendo consciência das dificuldades que serão apresentadas. É importante saber que se trata de um transtorno mental do desenvolvimento humano que afeta a linguagem, a interação social e o comportamento, que tende a ser estereotipado e contínuos. Tem intensidades variáveis, que envolvem de sintomas leves, ligados à cognição social, aos mais intensos, associados ao retardo mental. Nos quadros mais graves, há a possibilidade da pessoa não desenvolver a capacidade para o aprendizado e a linguagem.
Os sintomas costumam surgir antes dos três anos de idade, sendo possível fazer o diagnóstico aos 18 meses. Apatia, falta de apego, atraso na fala e atitudes agressivas são comportamentos presentes. O tratamento exige acompanhamento de um psiquiatra, terapias e medicamentos.
Uma coisa posso afirmar: o parceiro dentro de um relacionamento com um autista terá uma evolução gigantesca como ser humano.

* Alessandro Vianna 
é psicólogo clínico e sente um enorme prazer em estudar e entender o comportamento humano.

Especial para o Yahoo 
http://br.mulher.yahoo.com/personagem-de--amor-%C3%A0-vida--causa-pol%C3%AAmica-225522814.html

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Mães de autistas criticam personagem Linda de "Amor à Vida": "É uma utopia"

Bruna Linzmeyer
Na reta final de "Amor à Vida", nem as pegações de Michel (Caio Castro) e Patrícia (Maria Casadevall) conseguiram ofuscar o romance entre Linda (Bruna Linzmeyer) e Rafael (Rainer Cadete). A relação entre a autista e o advogado foi crescendo ao longo da trama de Walcyr Carrasco e alcançou seu ápice dramático com a prisão de Rafael após trocar um beijo com a jovem.
Autismo
Incentivada por Leila (Fernanda Machado), Neide (Sandra Corveloni) denunciou o advogado por abuso de incapaz. Procurada pelo UOL, Rita Valéria Brasil Santos, presidente da Associação de Amigos do Autista da Bahia, condenou a maneira como Walcyr tem conduzido a trajetória de Linda. "É uma utopia o que a novela apresenta no momento", opinou ela.
Mãe de um autista de 21 anos, Rita relembrou que Linda foi criada sob um rígido controle dos pais e longe da sociedade, tornando pouco crível a possibilidade de uma interação com o "namorado".
"O autor preferiu mostrar apenas a questão de sexualidade e não mostrou a luta da família para conseguir escola, tratamento, diagnóstico. Ele [Walcyr] é um formador de opinião e tenho medo de que mães de autistas tenham a ideia da Linda na cabeça", comentou.
A opinião foi corroborada por Ana Maria Mello, superintendente da Associação de Amigos do Autista de São Paulo, e mãe de um autista de 32 anos. "A realidade da Linda está muito distante do que é o autismo. Está muito romanceado. Não existe gente com autismo como a Linda, pelo menos que eu conheça", disse.
Segundo Ana Maria, da forma como é mostrado na trama, o relacionamento entre Linda e Rafael não deveria acabar em prisão – na vida real, porém, a situação seria diferente. "Dentro do enredo da novela, eu acharia uma injustiça denunciá-lo. Na vida real, seria abuso porque não existe a menor possibilidade de ser uma ação conjunta. O relacionamento é uma das maiores dificuldades que eles têm. É difícil você perceber um afeto. Até para demonstrarem afeto pela própria família é complicado".
Marisa Furia, presidente da Associação Brasileira de Autismo, contou que há um caso na Suécia envolvendo o casamento entre autistas, mas que a situação é rara, além de receber apoio do governo. "Na novela percebo que o rapaz [Rafael] está cuidando dela, proporcionando boas coisas, e por isso ela consegue interagir com ele, mas acho muito complexo falar de uma relação amorosa", ponderou ela, mãe de um homem autista de 36 anos.
Para Marisa, o descontrole de Neide com o fato é aceitável.  "Entendo que exista uma grande preocupação da família, é preciso de um acompanhamento intenso para que essa relação seja decente. Não sei dizer o percentual de 'Lindas' no Brasil, mesmo assim acredito que a discussão é interessante", ressaltou.
"Na vida real não é assim"
A doutora Carla Gikovate, neurologista e especialista em autismo, acredita que a trama envolvendo Linda ficou confusa. "A personagem tem características de autismo severo, mas também de autismo leve", considerou. Para ela, o namoro de Linda com Rafael jamais existiria na vida real.
"Não há chances de um rapaz normal se apaixonar por um autista moderado, como acredito ser o caso da Linda. Na vida real o cara ia perceber e cair fora", opinou. Indagada se os pais de Linda têm razão de manter Rafael longe da jovem, Carla brincou: "A denúncia não aconteceria porque essa situação [amorosa] também não aconteceria". Contudo, a simples abordagem do autismo em uma trama da Globo já é bem vista pela profissional.
"O número de crianças que apareceram no consultório em razão da abordagem demonstra o quanto o assunto é importante, mesmo sendo tratado dessa forma na novela", finalizou enfatizando que o caso da Linda não seria de um autista.

FONTE:
UOL

OS 300 AMIGOS DO VIVÊNCIAS...

Para melhor visualização, clique na imagem.

Entrevista com Romário

Genial nos gramados, ele agora é um campeão 
a serviço do povo
Romário e sua filha, Ivy.
foto: Divulgação

Craque da bola, Romário de Souza Faria é um dos cinco maiores jogadores da história do futebol, segundo escolha da Fédération Internationale de Football Association (FIFA).

Aos 47 anos, o Baixinho - como é popularmente conhecido -, acumula ainda outros títulos. Entre eles, o de terceiro maior artilheiro da Seleção Brasileira, com 55 gols marcados com a camisa verde-amarelo, e de artilheiro em 27 das 83 competições oficiais que disputou.

Em 1995, após ser protagonista na conquista do Tetracampeonato, Romário fundou o Instituto Romário de Souza Faria. Com o objetivo de diminuir as desigualdades sociais e criar oportunidades para as crianças carentes por meio do futebol, o projeto atendeu centenas de crianças e jovens dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
Fora dos campos, Romário continua se destacando, mas, como um dos mais importantes deputados federais do País, trabalhando em defesa do povo.
Pai de seis filhos - entre eles Ivy, de 8 anos, que tem síndrome de Down -, ele foi eleito deputado federal em 2010, pelo PSB-RJ, e atua em defesa dos interesses das crianças e jovens de comunidades carentes, além de prover as pessoas com deficiência de atenção, respeito e direitos junto à sociedade.
Na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), Romário é o 1º vice-presidente da Comissão de Turismo e Desporto, suplente da Comissão de Educação e Cultura, Vice-presidente da Frente Parlamentar da Pessoa com Deficiência, Diretor de Assuntos Esportivos e Acessibilidade da Frente Parlamentar da Atividade Física.






FONTE:
Telefone: 011 - 3437-7676
Endereço: Rua Coronel Mário de Azevedo, 239
Cep: 02710-2020 - São Paulo/SP
======================================================================
Nota do
Vivências Autísticas 
Romário foi peça fundamental na promulgação da 
Lei 12.764 (Lei Berenice Piana).
Sempre que podemos o homenageamos.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Novela Amor à Vida - Ator Rodrigo Andrade e considerações finais

Um dos galãs da nova geração da TV, Rodrigo Andrade, o Daniel da novela Amor à Vida (Globo), conta que torce por um final feliz entre o seu personagem e Perséfone (Fabiana Karla).  Perto do desfecho do folhetim, o ator diz que o trabalho na novela de Walcyr Carrasco tem um significado especial na sua carreira, pois permitiu que ele passasse mensagens relevantes sobre o autismo e também sobre o preconceito contra as mulheres com excesso de peso.
Mesmo imerso nas gravações da novela, ele já vislumbra mais trabalho para os primeiros meses deste ano, quando pretende lançar o CD 30 Anos, dando continuidade à carreira musical, que é uma de suas paixões desde a infância. Em mais esse projeto, ele conta com uma torcida especial, da namorada,  a empresária Joyce de Paulo.
Amor à Vida está caminhando para a reta final. Daniel conseguirá reconquistar Perséfone e assim ter um final feliz ao lado da enfermeira?
RODRIGO ANDRADE – Acho que o Daniel merece, acima de tudo, um final feliz. Vejo um amor mal resolvido entre ele e Perséfone. Mesmo após o término e com possíveis novas relações, os dois ainda vivem um em função do outro, ficam se provocando, fazendo ciúme... (risos). Torço para que deixem o orgulho de lado, conversem e sigam felizes juntos! Confio muito no trabalho do Walcyr e sei que, qualquer que seja o final, será excelente.
Em pleno horário nobre, seu personagem se casou com uma mulher que foge do estereótipo do corpo perfeito. Você acredita que essa era a mensagem que o autor queria passar?
RODRIGO – Além da questão de quebrar os estereótipos, que é muito importante, ele tem também outras questões interessantes: a da irmã com autismo (Linda, interpretada por Bruna Linzmeyer), por exemplo. Aprendi desde cedo a respeitar o próximo e as diferenças, mas quando trabalhamos em tramas assim, recebemos muitas mensagens de pessoas que, de fato, passaram pela situação. Nós aprendemos sempre com essa troca. Nunca tive muito contato com o tema autismo e a novela me trouxe essa oportunidade. Sou grato por isso. O autismo está mais presente do que a gente imagina, mas é tão pouco divulgado que, às vezes, nem a própria família sabe identificar. Acho que novela é entretenimento, mas é também uma ferramenta muito eficiente de alerta e conscientização. E é ótimo fazer parte disso!
Para você seria um problema se casar com uma mulher gordinha, como Daniel fez com Perséfone?
RODRIGO – Eu não teria preconceito nenhum em assumir ou me casar. Tem tantas outras coisas que são mais relevantes e importantes do que o peso, que é até difícil entender como isso, para algumas pessoas, é tão gritante.
Mas o preconceito contra mulheres com excesso de peso existe ainda...
RODRIGO – Infelizmente, existe e eu pude constatar isso com o personagem. Muita gente chega para compartilhar experiências parecidas com as que assistiram na novela.
Qual foi o maior desafio que você enfrentou com o personagem? Teve alguma cena especial?
RODRIGO – Acho que um grande desafio é sempre o começo, a construção do personagem. O Daniel, de uma forma geral, é gente como a gente. Então tem de haver sutileza nas atitudes, não é nada caricato. Tinha acabado de sair do Berto (da novela Gabriela, de 2012), um mau-caráter de marca maior, sem escrúpulos e sentimentos, para entrar de cabeça no Daniel, que é boa-praça. Para mim, como ator, foi excelente.
Você já tinha trabalhado com Walcyr Carrasco em Gabriela. Qual a importância de Amor à Vida na sua carreira?
RODRIGO – Uma novela das 21h, com um personagem desses, com um autor como Walcyr e um elenco talentoso, não teria como não somar muito na minha carreira. Um dos meus maiores desejos é seguir uma trajetória sólida e ter muitas boas oportunidades de mostrar meu trabalho para o maior número possível de pessoas.
Você e Caio Castro são superamigos e dividem a mesma casa. Como conseguem morar no mesmo espaço sem conflitos? Seguem algumas regras para terem uma boa convivência?
RODRIGO – Sou melhor na cozinha, gosto de cozinhar, mas, por outro lado, sou desorganizado; chego em casa e vou jogando tudo. O Caio (Castro) é mais organizado do que eu, ele acorda e arruma a cama dele. Eu não, se vou dormir à noite, não vejo motivo para arrumar a cama (risos).
Depois de Amor à Vida, o que seria um personagem desafiador em novelas?
RODRIGO – Adoraria interpretar, por exemplo, um personagem com algum distúrbio psicológico, que confunda, intrigue. Ou algum que tenha duas caras ou mais para um lado esquizofrênico, em um nível grave, de não conseguir diferenciar imaginação de realidade.
Você nasceu em Altinópolis, uma pequena cidade do interior de São Paulo. Hoje, está em uma novela da Globo, no horário nobre. Tinha imaginado chegar tão longe?
RODRIGO – Sempre sonhei alto e sou muito otimista, então sempre espero o melhor.
Por não conhecer ninguém no meio artístico, provavelmente, foi complicado para você conseguir chegar às novelas. Em algum momento passou pela sua cabeça desistir?
RODRIGO – Às vezes passam pensamentos ruins pela nossa cabeça, com certeza. Mas eles nunca duraram tempo suficiente para me guiar para a desistência.
Após o final de Amor à Vida, você pretende voltar a investir na carreira musical? Algum outro projeto como ator?
RODRIGO – A carreira musical nunca esteve de lado, música é uma grande paixão, desde criança. Neste ano, lanço meu CD 30 Anos e o meu primeiro videoclipe. Vocês podem aguardar muitas novidades!
Atualmente, você namora a empresária Joyce de Paulo. Qual é o segredo para ter uma relação feliz? Ela comenta as cenas de Daniel e sai a favor de Perséfone?
RODRIGO – Ela torce muito pela minha felicidade e sucesso e vice-versa. Acho que isso é muito importante em uma relação.
FONTE:
Agência ESTADO


sábado, 11 de janeiro de 2014

Crianças com autismo serão cadastradas



Foto: Google.
     A partir de agora, assim que uma criança for diagnosticada com autismo em Campo Grande, ela deve passar a fazer parte de um cadastro único da prefeitura. 
       Para isso, profissionais da saúde e da educação devem ser sensibilizados sobre os sinais de riscos de autismo.

     
      Quando diagnosticadas com a doença, as crianças devem ser cadastradas para receber tratamento. As estatísticas devem estar disponíveis para averiguar a evolução da doença.

Fonte:Patrícia Belarmino
    Campo Grande - MS.


          

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A ciência bossa-nova


Alysson Muotri

Como seria essa “ciência bossa-nova”?


Cheguei a conclusão de que se realmente tivesse essa oportunidade, mudaria muita coisa. O método cientifico tem sido eficaz, é verdade, mas lento. Descobrimos o principio fundamental da genética, evolução, biologia molécula, etc. Com isso, fomos capazes de curar diversas doenças, prever processos biológicos complicados entre outras coisas. Porém, ainda sinto que estamos bem pra atrás em diversas áreas, como por exemplo no entendimento do cérebro. A ciência tem sido lenta por diversas razões, incluindo interesses financeiros, egocentristas e falta de visão cooperativista. Então, penso que a ciência poderia ser ainda mais eficiente se fosse otimizada seguindo algumas dessas idéias que listo abaixo.

Começaria por fazer a ciência um patrimônio da humanidade. Seria a real ciência sem fronteiras, aonde não haveria conhecimento restrito por barreiras territoriais. O fim da ciência “nacional” seria acompanhado por um esforço mundial, aonde grupos de cientistas trabalhando numa mesma área usariam de ferramentais virtuais para dividir resultados antes de serem publicados. Obviamente que esse tipo de parceria iria gerar questionamentos sobre os direitos autorais ou mesmo royalties gerados por produtos oriundos dessa pesquisa. Não quero causar a impressão que sou a favor de uma ciência comunista, não é isso. Argumento que da mesma forma que hoje já existem consórcios mundiais que conseguem resolver a questão financeira, as consequências da ciência mundial seriam voltadas para o bem da humanidade, portanto o produto final seria igualmente dividido entre os grupos participantes.

A forma de publicar também deveria ser seriamente alterada. Na minha visão “bossa-nova” existiriam apenas três jornais, de livre acesso, funcionando como uma dinâmica forma de blog. A submissão dos trabalhos é uma só, direta. Manteria a revisão por pares, mas abriria o processo para deixá-lo mais transparente. Além disso, incluiria comentários da comunidade em geral. A diferença entre publicar no jornal X em relação ao jornal Y seria apenas de caráter classificatório: trabalhos que descrevem um novo fenômeno (exploratórios), aqueles que propõe uma nova teoria baseando-se em alguns dados e trabalhos que provem uma hipótese (mecanisticos). A própria comunidade cientifica se encarregaria de julgar qual a classificação dos trabalhos através de votos online. Essa classificação ajudaria os outros cientistas (que não são necessariamente daquela área), a julgar como os resultados publicados permitiram a avançar o conhecimento.

Acabaria de vez com a estabilidade do pesquisador em universidades ou institutos de pesquisa públicos, fazendo com que o processo seja o mais meritocrático possível. Além disso, dividiria os pesquisadores em categorias como administrador, executor e teórico. Todos teriam o mesmo treinamento, mas escolheriam a carreira a seguir basendo-se naquilo que gostam mais de fazer. Hoje em dia, a maioria dos pesquisadores fazem tudo junto, não necessariamente da melhor forma possível. A última categoria seria a de professor, encarregados de passar o conhecimento e não necessariamente gerá-lo. Sei que todo tipo de classificação é, de certa forma lúdico, e portanto não imagino que essas classes sejam rígidas, mas flexíveis, mutáveis. Poderíamos até dispor de um serviço rotacional.

Outra parte que eu alteraria seria o financiamento para pesquisas. Acho que todo pesquisador que começa deveria receber um “startup” rico o suficiente para deixá-lo independente por um certo período. Depois disso, o volume de financiamento para determinado grupo ou pesquisador seria modulado em relação a produtividade. Já sei, alguém vai dizer que produção é difícil de se julgar. Concordo que seja difícil, mas não podemos esquecer que conhecemos apenas no esquema atual. Ao eliminarmos a perfumaria dos jornais (impacto, nome, grupo editorial, etc) conseguiríamos ter uma visão mais clara da contribuição do pesquisador, pois estaríamos julgando qualidade do conhecimento gerado.

Enfim, é impossível criar um modelo de ciência novo o suficiente que deixe de lado todos os problemas anteriores. Também é impossível criar o modelo ideal. Mas o exercício de imaginar um mundo cientifico mais eficiente, pode incitar discussões  interessantes entre gerações de cientistas que tem o poder de fazer alterações significativas no sistema.

FONTE:
G1

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

ESCLARECIMENTO

O intuito de nosso Comunicado foi o de alertar a todos aqueles que fizeram “download” da integra da Cartilha "Autismo - Uma Realidade" a partir de um site de notícias, que essa publicação se deu de maneira não autorizada e, portanto, ilegal.

De fato, nossa assessoria de imprensa havia enviado o material em comento para alguns jornalistas, para que conhecessem o projeto, que deverá ser oficialmente lançado em breve. Inadvertidamente, o site de notícias publicou o conteúdo total da obra, cujos direitos autorais foram adquiridos pela A&R.

No momento certo, a A&R disponibilizará a Cartilha "Autismo - Uma Realidade" para download, a exemplo de todos os materiais informativos publicados no Site A&R.

Aqui vale ressaltar: nosso objetivo primordial é a disseminação de informações sobre o autismo. Aliás, foi pensando nisso que encomendamos ao cartunista Ziraldo esta Cartilha. Ocorre que estamos negociando com patrocinadores a impressão de milhares de exemplares para distribuição gratuita junto à rede regular de ensino. O vazamento de seu conteúdo e a viral circulação que se iniciou a partir da ilegal publicação, antes mesmo da assinatura dos contratos de patrocínio, prejudicam sobremaneira nossas tratativas.

Assim sendo, solicitamos a todos aqueles que replicaram as imagens da Cartilha "Autismo - Uma Realidade", mormente em blogs, sites e rede sociais, evidentemente desconhecendo que não havia autorização para sua publicação, que por ora suspendam sua veiculação, até o momento de seu lançamento oficial e disponibilização no site da A&R.

Agradecemos a atenção.

São Paulo, 07 de Novembro de 2013

Alessandra Camargo Ferraz
Diretora Jurídica
AUTISMO & REALIDADE - Associação de Estudos e Apoio
www.autismoerealidade.org