quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
* Nasrudin e o Autismo
*Manuel Vázquez Gil
A cena é uma criação imaginativa, mas os fatos e
resultados são reais, verificáveis em um monte de lugares nesta vasta rede
mundial: a maior potência econômica e militar do planeta aprovou um projeto
ambicioso, com o apoio da ONU e de todos os países filiados. Escolheu os dez
melhores analistas forenses da atualidade e disponibilizou-lhes o mais completo
laboratório, o do FBI.
Inicialmente, enviou a eles dez amostras de saliva
apenas numeradas, sem qualquer informação e pediu-lhes uma análise detalhada.
Em pouco tempo, as planilhas mostravam resultados conclusivos: a amostra 1
correspondia a um sujeito Down, a 2 a um Rett, a 3 a sujeito com
fenilcetonúria, a 4 era de um com síndrome de Williams o sujeito 5 tinha
predisposição a câncer de mama, o 6 era Xfrágil, o 7 tinha ELA, o 8 tinha
predisposição a diabetes, a 9 estava grávida na 26ª semana e o 10 era
geneticamente saudável.
Numa segunda etapa, enviou cinco mil amostras de
saliva, todas de autistas, com o pedido de encontrar um denominador comum. O
resultado das planilhas mostrou que não havia dois sujeitos com alterações
genéticas iguais. Receberam uma ordem de repetir os testes, revisar
procedimentos e planilhas. O mesmo resultado foi mostrado.
Numa manhã de inverno, o assessor especial da
presidência para o projeto em curso apareceu no laboratório. Reuniu a equipe de
gênios e abriu o jogo: um projeto tão dispendioso e importante não poderia
apresentar não-resultados, era preciso encontrar algo. Se verificassem um a um,
não encontrariam mutações?
Ah! Visto assim é diferente! A amostra 6 apresenta
mutação no gene AM8K; a 98 tem teor de zinco acima do normal; a 222 mostra uma
atipia no cromossomo 16; a 3448 tem intolerância a glúten; a 3905 tem uma
mutação no gene ADR3LB e a 5000 demonstra tendência a hipertensão.
Muito bem, usemos isso. Apresente o relatório
dessas cinco amostras e vamos traçar procedimentos de intervenções
medicamentosas e terapêuticas para elas.
E as outras 4995 o que fazemos com elas?
As outras são desvios estatísticos.
Trinta anos atrás, eu já tinha trinta anos e era
au...au...au...eu tinha aquele negócio! Parece que foi ontem, mas era uma
sociedade extremamente preconceituosa, onde as crianças normais não podiam
brincar com Mongolóides (era como se chamavam Downs), epilépticos morriam
durante uma convulsão porque ninguém chegava perto, ninguém tinha câncer, tinha
“a doença”, loucos e alcoólatras eram segregados em sanatórios até que a morte
os libertasse, homossexuais eram agredidos e até mortos, empalados,
soropositivos perdiam tudo, incluindo a liberdade e au...au...aqueles caras
estranhos que tinham aqueles comportamentos estranhos eram presos em clínicas,
quartos, sótãos e porões.
Nessa escuridão total, a errática ciência decidiu
que aqueles caras estranhos eram doentes que precisavam ser tratados como doentes
mentais. Terapias surgiram e cresceram com o objetivo de arrancar pedaços deles
sob a desculpa que os rituais tinham que ser extintos. Psicotrópicos cuidavam
de deixá-los anestesiados para que não machucassem ninguém. Escolas especiais
cuidavam dos poucos que ainda iam para a escola, mantendo-os à distância da
sociedade normal.
Duas gerações inteiras de autistas perdidas no
grande túnel da prepotente ciência.
Se há uma coisa da qual nossa geração pode se
orgulhar é o salto que conseguimos sobre o preconceito. Ficou a hipocrisia, mas
o preconceito como marca de uma sociedade inteira se esvaiu. Brincamos com
Downs, convivemos com soropositivos, auxiliamos epilépticos, já temos câncer,
loucos estão em casa, alcoólatras são tratados e acolhidos pela família, temos
amigos gays, que às vezes são até nossos companheiros, pais e mães dos nossos
filhos.
Mas aqueles caras estranhos que fazem coisas
estranhas ainda são vistos e tratados como diferentes, inclusive por seus
próprios pais. Somo lógicos e racionais: diante de uma condição médica,
buscamos soluções médicas, então levamos nosso cara estranho ao psiquiatra;
diante de uma condição psicológica, buscamos soluções psicológicas, então
levamos nosso cara estranho para extinguir “rituais”; diante de uma condição social,
buscamos soluções sociais, então fazemos de tudo para que se pareça conosco.
Além disso, temos informações da grande pesquisa do
grande projeto. Precisamos fazer quelação no nosso cara estranho, não havia uma
amostra com metais acima da média? Também dieta alimentar, afinal há uma
comprovada intolerância ao glúten. E aquelas três amostras com mutações
genéticas? Viu, não falei? O autismo é genético, precisamos encontrar a cura.
Todos encontraram a luz no fim do túnel, apenas nós
nos apegamos a dogmas mais antigos do que eu.
Podemos mudar a cena, mas só se quebrarmos dogmas e
adotarmos novos paradigmas. Que tal decretar a falência de tudo o que fizemos
com nossos filhos hoje adultos, e que comprovadamente não trouxe grandes
resultados em termos de lhe conferir autonomia, e aceitarmos o fato que grita
diante de nós eu esses caras estranhos que fazem coisas estranhas são pessoas,
seres humanos iguais a nós com seu jeito peculiar de pensar e ver o mundo? Que
tal dar-lhes alta e conferir-lhes o status de cidadãos plenos?
Há uma multidão de crianças autistas chegando aos
nossos lares hoje, neste momento. Vamos acolhê-los, aceitá-los, amá-los,
protegê-los e educá-los como educaríamos qualquer filho ou vamos repetir a
mesma história, no mesmo túnel, com as mesmas “verdades” de uma atarantada
ciência?
Como a sociedade pode ver nossos filhos com
naturalidade, se nós, os pais, fazemos questão diuturna de mostrar que eles são
diferentes, os caras estranhos que fazem coisas estranhas e, por isso mesmo,
têm que ter tratamentos diferenciados em qualquer lugar que frequentem? Você se
lembra de Rain Man? Um menino pequeno au...au...au...enfim, aquilo, que foi
internado pelo pai numa clínica até que a morte o libertasse porque os médicos
o convenceram de que ele poderia machucar o irmão menor.
Que saída nossas crianças têm? São levados
costumeiramente a um psiquiatra, portanto só pode ser doente mental; enquanto
os amigos e irmãos assistem o desenho, ele visita a psicóloga, que vai arrancar
dele aqueles gestos estranhos, portanto ele é um cara estranho; é o único da
classe que tem provas diferentes em horários diferentes e que tem uma babá só
pra ele, portanto ele é diferente. Não pode lutar contra isso e vencer toda
aquela gente grande.
Crianças são frutos do meio em que vivem. Adultos
são os construtores do meio.
Quando o andarilho chegou à porta da cidade, *Nasrudin
aproveitava a sombra da oliveira. O andarilho cumprimentou-o e perguntou:
-Eu estou mudando de cidade, como é o povo daqui?
-Como é o povo da cidade em que você mora? –
retrucou Nasrudin
-Egoísta, interesseiro, barulhento, cada um só
pensa em si e ninguém ajuda ninguém.
-O povo daqui também é assim, disse Nasrudin.
No dia seguinte, no mesmo local, outro andarilho se
aproximou e fez a mesma pergunta:
-Como é o povo na cidade onde você mora?
-Fraterno, companheiro, acolhedor, como uma grande
família.
-O povo daqui também é assim, completou Nasrudin.
com cursos de extensão de ensino da Matemática e Alfabetização para Autistas,
Dislexia e Transtornos do Aprendizado,
coordena um projeto que considera o autismo como um dom a ser desenvolvido pela criança,
com auxílio da família e da escola.
* Nasrudin, O “Mullah" como ficou famoso, na realidade é um personagem desconhecido, que
muitos dizem ter existido e vivido durante o século 13 na Anatólia. Ele nasceu
no vilarejo de Hortu em Sivrihisar, Eskisehir; depois morou em Aksehir e mais
tarde em Konya, onde por fim morreu. Alguns alegam que ele tenha sido apenas um
personagem mitológico. Entretanto, várias nações do Oriente Próximo, Oriente
Médio e Ásia Central reivindicam o sábio como seu (Afeganistão, Turquia, Irã,
Índia e outros).
Osho dizia;
“nunca eu amei alguém como amei Nasrudin. Ele é um dos homens que aproximou a
religião do riso.”
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Autismo será abordado na substituta de “Salve Jorge”
Bruna Linzmeyer vai interpretar a personagem |
Segundo a
coluna Controle Remoto, assinada pela jornalista Patrícia Kogut e publicada no
jornal O Globo, a novela “Em Nome do Pai” – título provisório, substituta de
“Salve Jorge”, vai abordar o autismo.
A história
terá uma personagem, da atriz Bruna Linzmeyer, diagnosticada no espectro
autista. Não é a primeira vez que Bruna trabalha com Walcyr Carrasco. A
profissional atuou em “Gabriela”, também dele.
O autor e a
atriz estão fazendo pesquisas. Ele para aprofundar melhor o autismo na trama, e
ela para saber o suficiente sobre o tema que terá que interpretar.
De acordo com
a coluna Outro Canal, do jornal Folha de S. Paulo, a Globo trabalha com a data
de 20 de maio de 2013 para a estreia de “Em Nome do Pai”.
Além de Bruna
Linzmeyer, estão no elenco nomes como o de Paola Oliveira, Suzana Vieira,
Danielle Winits, Elizabeth Savalla, Ary Fontoura, Neusa Maria Faro, Fernanda
Machado, Leandra Leal, Klara Castanho, Rosamaria Murtinho, Mateus Solano e
outros.
FONTE:
http://almanaquedatv.com/2012/12/autismo-sera-abordado-na-substituta-de-salve-jorge.html
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Primeiros sinais do pequeno autista
Algumas pistas podem ajudar os pais a antecipar a
descoberta do problema em bebês e aumentar o progresso do tratamento
Estima-se que o Brasil reúna cerca de 2 milhões de autistas, 80% deles sem diagnóstico |
Receber o diagnóstico de autismo de um filho é como
embarcar rumo a um universo desconhecido. É preciso encontrar a maneira de
aterrissar nesse pequeno mundo em que a criança parece estar isolada. A doença,
uma espécie de pane do desenvolvimento neurológico, costuma ser identificada
pelos médicos entre 1 ano e meio e 3 anos, mas especialistas apostam que os
próprios pais são capazes de detectar os primeiros sinais a partir dos 8 meses
e, assim, buscar ajuda especializada quanto antes.
Pesquisadores da Universidade de Miami, nos Estados
Unidos, descobriram que a chave para esse flagra precoce está na comunicação
não verbal. A equipe do professor de psicologia Daniel Messinger comparou
crianças sem histórico familiar do problema com irmãos caçulas de autistas, que
teriam um risco maior de herdá-lo. Foi observado o modo como o bebê olha para
objetos, o jeito como ele pede o que deseja e como reage quando lhe apontam
para alguma direção. Pequenos com falhas gestuais nos primeiros meses de vida
apresentaram sinais mais evidentes de autismo após os 2 anos e meio de idade.
É possível observar outros indícios nos bebês, como
explica o médico Estevão Vadasz, coordenador do Programa de Transtornos do
Espectro Autista do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São
Paulo. "O olhar é extremamente importante para demonstrar o vínculo
materno", exemplifica. "Mas, enquanto é amamentado, o autista pode
não fitar a figura da mãe e ter um olhar perdido."
Outro comportamento que pode acender a luz amarela
é ele aceitar o colo de qualquer pessoa. "Com 8 meses, a criança costuma
estranhar quem não é do seu convívio e até chorar, mostrando que está
insatisfeita. Já um autista sente-se igualmente confortável com qualquer
um", lembra o psiquiatra.
O choro quase ininterrupto, uma inquietação
constante ou, ao contrário, uma apatia exacerbada também merecem atenção.
"Muitas vezes os médicos não observam a relação entre o bebê e as pessoas,
porque focam o aspecto orgânico", aponta Cristina Keiko Inafuku de
Merletti, psicóloga da ONG Lugar de Vida, especializada no acompanhamento de
autistas. Ela alerta que, quando o autismo é leve, exames
eletroencefalográficos, genéticos e de neuroimagem às vezes não acusam
alterações significativas. Daí, mais do que nunca, conta a percepção dos pais
no dia a dia.
Vale notar até mesmo se o pequeno se incomoda com o
toque, com alguns sons e com certas texturas de alimentos, o que chega a
dificultar demais a transição do leite para as comidas sólidas. Como o autista
tem os sentidos afetados, isso também costuma ocorrer.
Em casa, nota-se a ausência de fala, uma aparente
surdez e os movimentos pendulares estereotipados de tronco, mãos e cabeça. Já
os especialistas analisam transtornos de linguagem, de socialização,
comportamentos restritos e repetitivos. O espectro autista é diferenciado pelos
graus de comprometimento dessas características (saiba detalhes abaixo). A
doença atinge mais meninos - quatro para cada menina -, e metade dessas
crianças tem ainda algum retardo mental.
Muitas vezes são diagnosticadas enfermidades
associadas, como convulsões, e até epilepsia. Encrencas gastrointestinais são
igualmente comuns. Como não mostram o que sentem, principalmente a dor, os pais
devem ficar de olhos abertos. Crises de ansiedade e até a agressividade também
afetam o tratamento. Nesses casos, a medicação para tranquilizar é uma grande
aliada. Especialistas brasileiros e americanos já iniciaram os testes com o
hormônio oxitocina, ligado à afetividade, como alternativa.
As avaliações são individuais, mas as terapias
costumam ser feitas em grupos para estimular a socialização. Englobam o
acompanhamento comportamental, o pedagógico e o aprimoramento da comunicação.
"E, quanto mais cedo as intervenções forem iniciadas, maiores são os
progressos, principalmente nas relações afetivas, nas atividades diárias e
motoras", ressalta Daniel Messinger, líder do estudo americano.
Carolina Ramos Ferreira, coordenadora pedagógica da
Associação de Amigos do Autista (AMA), reforça que é importante dar
continuidade em casa ao trabalho realizado pelos especialistas. "É preciso
incentivar, ensinar a se vestir, a escovar os dentes e a comer sozinho. O
excesso de proteção pode fazer com que os pais bloqueiem ainda mais a autonomia
dessas crianças e jovens", alerta.
Família preparada
Portanto, o grande desafio é orientar a família.
Cristina Keiko, da ONG Lugar de Vida, acha que a mãe e o pai costumam receber a
notícia de forma inadequada, quase técnica, e transformam-se em pesquisadores,
deixando de perceber as nuances do desenvolvimento infantil. Aliás, muitas
entidades oferecem cursos para o aprimoramento dos pais, mas esses espaços
especializados são escassos para dar conta da demanda.
Com um bom acompanhamento, o autista pode ficar com
menos limitações e até frequentar a escola regular com alguém servindo de
apoio. Tudo vai depender do grau da deficiência. Por isso, a observação é
fundamental para captar detalhes valiosos que ajudam a entrar nesse mundo tão
especial.
Fugir de casa é mais um sintoma
Quase metade dos autistas americanos com menos de 4
anos já deu algumas escapadas. É o que revela um estudo do Instituto Kennedy
Krieger com 1,2 mil famílias. Na maioria das vezes, o que motiva essas crianças
é chegar a algum lugar específico. Os números são alarmantes, já que elevam o
risco de acidentes. Pelo menos 65% dos fujões foram atropelados ou quase
atropelados. Outros 24% sobreviveram a afogamentos.
Diagnóstico unificado em 2013
O manual americano psiquiátrico, usado como uma das
principais referências para doenças mentais, ganhará uma quinta e polêmica
revisão no ano que vem. Ele eliminará as diferenças das síndromes do espectro
autista - o nome Asperger deixaria de existir, por exemplo. Especialistas temem
que isso prejudique a investigação dos casos. "O risco é que os pacientes
sejam classificados com uma rotulação patológica muitas vezes equivocada",
alerta a psicóloga Cristina Keiko.
Entenda a diferença:
Autismo clássico
É uma pane neurofisiológica, que
cria obstáculos para o processamento cerebral. A sociabilidade é sempre
comprometida. Nos casos mais graves, a fala chega a ser afetada. Nos moderados,
há uma interação com o mundo, porém mais passiva.
Asperger
Menos grave, tem características
semelhantes às do autismo, como o interesse restrito por objetos e problemas de
socialização. Atinge sete meninos para cada menina. Mas, no caso, inteligência
e memória fora do comum roubam a cena.
Fonte:
http://saude.abril.com.br/edicoes/0358/familia/primeiros-sinais-pequeno-autista-725608.shtml
por Talita Eredia
domingo, 9 de dezembro de 2012
PITOCO no NATAL dos Autistas
sábado, 8 de dezembro de 2012
Projeto 168/11 - aprovado garante a autista os mesmos direitos de pessoa com deficiência
Deputada Mara Gabrili, deputada Rosinha da Adefal, o senador Paulo Paim, Fernando Cotta do MOAB e participantes no Plenário do senado Federal que aprovou o histórico PLS 168/11 no dia 05.12 |
Graças a um projeto que surgiu da pressão
popular, brasileiros com autismo vão ter os mesmos direitos de pessoas com
deficiência, para todos os efeitos legais.
A garantia foi conquistada ontem (6)
com a aprovação no plenário do Senado do Projeto de Lei do Senado 168/11, que
cria a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do
Espectro Autista.
A lei está sendo vista por pais e especialistas como
uma Carta Magna dos autistas no Brasil.
A partir dela, essas pessoas vão, por
exemplo, ter direito a tratamento multidisciplinar e diagnóstico precoce.
As
famílias também foram contempladas: além de acompanhamento psicológico, os pais
ou responsáveis por pessoas com autismo terão horário especial no trabalho.
“O tratamento dessas pessoas requer tempo e muitos
profissionais, por isso, esse horário especial é necessário para adequar a
rotina da família”, explica a microempresária, Berenice de Piana, mãe de Dayan
de Piana, de 18 anos.
Ainda segundo Berenice, que também é integrante do Mundo
Azul – grupo de pais de Itaboraí, no Rio de Janeiro, em defesa do autista –
essa lei é muito importante “porque tira essas pessoas do limbo”.
Ela ressalta
que antes da aprovação do projeto - que agora só depende da sanção da
presidenta, Dilma Rousseff, para virar lei - os autistas não eram considerados
nem pessoas normais, nem com deficiência.
No Brasil, não há estatísticas oficiais sobre o
transtorno funcional, mas segundo a Associação em Defesa do Autista (Adefa),
uma das que ajudou na construção da proposta, cerca de 2 milhões de brasileiros
têm o problema. Segundo a entidade, o autismo chega a ser mais comum entre
crianças, que doenças como a aids e o diabetes. Para resolver o problema da
falta de estatísticas oficiais, o projeto cria um cadastro único dos autistas.
Além de articular as ações de órgãos e serviços em
todos os níveis de governo nas áreas de saúde, educação, assistência social,
trabalho, transporte e habitação, o texto aprovado prevê punições para atitudes
discriminatórias, como multa de três a 20 salários mínimos e sanções
administrativas para o gestor escolar que recusar a matrícula de aluno com
autismo. A regra vale até mesmo quando não houver mais vagas nas instituições
de ensino. Em casos de "comprovada necessidade", o estudante com o
transtorno deve ser incluído nas classes comuns de ensino regular. Se houver
reincidência pelos professores ou outros integrantes da escola, preservado o
direito ao contraditório e a ampla defesa, está prevista a perda de cargo por
meio de processo administrativo.
Um dos grandes desafios do Brasil em relação a
pessoas com autismo é a falta de profissionais capacitados para atuar na área,
inclusive médicos. A esperança dos pais é que como o projeto estabelece a
criação de centros de tratamento multidisciplinar em todo o país, force essa
capacitação. “O período mais importante para tratamento é 0 até os 5 anos, mas
a gente fica perambulando pelos consultórios. Quando a gente consegue o
diagnóstico, já se perdeu um tempo precioso. Como o problema não tem cura,
quanto mais cedo a estimulação, mais chance essas pessoas têm de
desenvolvimento”, alerta Berenice.
Durante a discussão da proposta chegou a ser
apresentada uma emenda que previa penas para as práticas de castigo corporal,
ofensa psicológica, tratamento cruel ou degradante à criança ou adolescente com
deficiência ou com autismo como forma de correção, disciplina ou outro
pretexto. Mas o trecho foi retirado do texto porque o relator da proposta,
senador Wellington Dias (PT-PI), argumentou que as penas previstas no Código
Penal são mais rígidas que as propostas no projeto.
“Para nós, pais que temos filhos com autismo, é um
marco que encerra um período de pessoas abandonadas, que viviam enclausuradas
em suas casas. A partir da aprovação [do projeto], a história de sofrimento e
dor acabou.” comemorou o militar Ulisses da Costa Baptista, um dos fundadores
da organização não governamental Mão Amiga, do Rio de Janeiro, e pai de Rafael,
de 16 anos. Ele ressaltou que a mobilização dos pais foi fundamental para que a
lei fosse aprovada em dois anos, tempo considerado rápido para a tramitação de
projetos no Congresso. “ Os pais agora tem um instrumento legal e fazer esses
direitos saírem do papel só depende agora que eles continuem engajados”, disse.
A pedido Ulisses, em agosto de 2007, a Defensoria
Pública Geral do Estado do Rio entrou com uma representação na Organização dos
Estados Americanos (OEA) contra o Brasil. O documento, que até hoje está em
tramitação, pede a condenação do país por não oferecer condições adequadas de
atendimento aos autistas, como tratamentos avançados, existentes, por exemplo,
nos Estados Unidos.
O autismo, definido em 1943 pelo psiquiatra
austríaco, Leo Kanner, é um transtorno que compromete a capacidade de
comunicação e desenvolvimento de relações sociais do indivíduo, que passa a se
comportar de modo compulsivo e ritualista. É diferente do retardo mental ou da
lesão cerebral, embora algumas crianças com autismo também tenham essas
patologias. Os especialistas ainda não sabem explicar a grave dificuldade de
relacionamento dessas pessoas.
FONTE:
Karine Melo, da Agência Brasil
http://www.campograndenews.com.br/cidades/projeto-aprovado-garante-a-autista-os-mesmos-direitos-de-pessoa-com-deficiencia
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
"SANÇÃO PRESIDENCIAL do PLS 168/2011"
Trâmites a serem cumpridos.
1) O PLS 168/11 tem 2 (dois) dias úteis para sair do Senado
Federal com destino a Chefia de gabinete da Casa Civil (a partir do dia da
aprovação, 05/12/12).
2) Chegando lá, ele terá que esperar 15 (quinze) dias úteis
para atender trâmites internos, quando após, será assinado pela presidência da
República.
A torcida agora é para que o PLS 168/2011 seja sancionado antes do
NATAL.
É o presente que todos esperam.
O PLS 168/2011 é o nosso legado para as gerações futuras.
De agora em diante, quando olharmos para os nossos filhos,
autistas ou não, veremos que eles estão sentindo que fizemos a nossa parte.
Cumpre-nos então o dever de fiscalizar os atos do governo,
para que todos os direitos sejam garantidos.
Na medida do possível, continuemos com nossas homenagens a todos aqueles que direta, indiretamente e, anonimamente, tanto trabalharam para que chegássemos onde estamos.
Muita felicidade.
Luz e Paz
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Senado aprova política de proteção dos direitos dos autistas - PLS. 168/2011
"OS AUTISTAS PODERÃO TER SEUS DIREITOS RESPEITADOS EM LEI.
O SENADO APROVOU NESTA QUARTA-FEIRA A “POLÍTICA NACIONAL DE
PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA PESSOA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA”.
A proposta aprovada pelos senadores equipara os direitos dos
autistas aos das demais pessoas com deficiência. Ficam assegurados aos que
sofrem do transtorno do autismo a garantia de inserção social, o estímulo à
entrada no mercado de trabalho, o direito a acompanhante nas escolas e à
previdência social.
O projeto estabelece ainda que os autistas devem estudar em
classes comuns de ensino regular e as escolas que negarem as matrículas poderão
pagar multa de até vinte salários mínimos. Há ainda punição de até dois anos de
prisão para quem maltratar, castigar ou ofender as pessoas com este tipo de
distúrbio. A pena pode aumentar em até doze anos de cadeia se a agressão
resultar em morte.
O senador Wellington Dias, do PT do Piauí, é pai de uma
menina autista. Ele lembrou que o projeto que cria a Política Nacional de
Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista foi
apresentado pela Comissão de Direitos Humanos do Senado, a partir de uma
sugestão da Associação em Defesa do Autista.
Eu tenho o privilégio de Deus de ter uma filha que é
autista, a Daniele. A gente aprende muito com as pessoas que têm deficiências.
São pessoas que nos ensinam muito. Eu tenho sempre reafirmado o quanto mudou a
minha vida e a vida da minha esposa a partir desta experiência. Acho inclusive
que estas coisas têm seus propósitos, e eu creio que esta regulamentação vai
nos ajudar muito.
O médico Drauzio Varela explica que o autismo é um
transtorno de desenvolvimento marcado por três características mais
importantes: a falta de habilidade para interagir socialmente, a dificuldade no
domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos e um
padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
Reportagem:
Larissa Bortoni.
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Dilma é vaiada ao falar 'portador de deficiência' durante conferência
Depois, presidente corrigiu e disse "pessoas com deficiência"
e foi aplaudida.
Dilma também ouviu protestos do Fórum Nacional de Educação Inclusiva
A presidente Dilma Rousseff foi vaiada por chamar pessoas com deficiência de 'portadores' |
A presidente Dilma Rousseff foi vaiada nesta terça (4) ao chamar pessoas com deficiência de “portadores de deficiência" durante a 3ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em Brasília.
Dilma falava sobre duas visitas recentes que fez à Rede Sarah de hospitais de reabilitação, uma em Brasília, há duas semanas, e outra em São Luís (MA), nesta segunda-feira (3). Ela afirmava que a fisioterapia torna o processo de recuperação menos doloroso e destacava o uso de alta tecnologia no tratamento quando chamou as pessoas com deficiência de “portadores”.
“Eu fiquei muito impressionada como a tecnologia pode nos ajudar a dar condições melhores de vida, melhores oportunidades para portadores de deficiência”, momento em que foi vaiada pela plateia.
“Desculpa, pessoas com deficiência. Entendo vocês porque portador não é muito humano, não é? Pessoa é”, disse a presidente, sendo aplaudida em seguida.
Dilma foi vaiada ao chamar pessoas com deficiência de "portadores". A presidente também foi pressionada, por meio de faixas estendidas no evento, a promover no país uma política de educação inclusiva. |
Durante seu discurso, Dilma ouviu protestos do Fórum Nacional de Educação Inclusiva.
“Dilma, cadê você? Educação inclusiva para valer”, gritaram alguns integrantes do fórum que carregavam uma faixa com a frase: “Educação inclusiva é respeito à Constituição”.
A presidente respondeu: “Nós somos a favor de educação inclusiva para valer. Somos também a favor das instituições especiais. Uma coisa não exclui a outra”. Nesse momento, a plateia a aplaudiu bastante e entoou: “Olê, olé, olé, olá. Dilma, Dilma”.
A presidente afirmou que seu governo procura promover a efetiva participação da sociedade nas discussões. “A participação popular é para isso.
É para conferir se está tudo nos conformes”.
Dilma afirmou ainda que “um país que na dá oportunidades iguais a pessoas com deficiência não é um país nem civilizado nem desenvolvido”.
“As pessoas com deficiência têm um extraordinário potencial. Precisamos nos preparar para oferecer oportunidades iguais a todos os nossos cidadãos e para conviver com a diversidade. Até porque nosso país é um país baseado na diversidade”, disse durante.
A presidente destacou ações do programa do governo federal Viver sem Limites. Lançado há quase um ano, o plano visa investir R$ 7,6 bilhões nas áreas de saúde, educação, acessibilidade e trabalho a pessoas com deficiência, segundo informou a presidente.
“Nós sabemos que as pessoas são diferentes umas das outras, mas as oportunidades têm que ser as mesmas. E para se ter oportunidades, as condições têm que estar adequadas”, afirmou.
De acordo com Dilma, até março do no que vem, serão entregues 741 veículos adaptados para o transporte público escolar e 13,5 mil escolas receberão equipamentos com recursos multifuncionais. Além disso, o governo prevê construir 170 mil moradias adaptáveis para a população de baixa renda por meio do programa de financiamento Minha Casa, Minha Vida.
“Ninguém pode achar que governa sozinho, ninguém. Nós precisamos de parcerias com os estados, precisamos de parceiras de com os municípios, com as empresas, com os grupos sociais e sobretudo precisamos de parcerias com vocês”, disse Dilma.
FONTE:
Priscilla Mendes
Do G1, em Brasília
Foto 1: Pedro Ladeira/Frame/Folhapress
Foto 2: Priscila Mendes/G1 Brasília
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Retorno da polêmica Quelação - Tratamento controverso para autismo faz mais mal do que bem
A Dra. Tonya N. Davis afirma que o tratamento de quelação para o autismo não possui sustentação científica |
Um tratamento polêmico para desordens do espectro autista (DEA) - comumente conhecidas como autismo - não somente é ineficaz, mas pode ser prejudicial aos pacientes, alertam pesquisadores.
O tratamento, conhecido como quelação, tenta eliminar do corpo metais como o mercúrio.
Mas muitos cientistas afirmam que nunca se comprovou devidamente a conexão entre o autismo e esses íons metálicos.
A aprovação do uso clínico da quelação tem sido motivo de controvérsia entre os médicos e as autoridades de saúde há anos.
Riscos da quelação
Quelato é um composto químico que deriva seu nome do grego chele, que significa pinça, devido à forma como os íons metálicos são capturados pelo composto usado no tratamento da quelação.
Mas o novo estudo mostra que esses compostos não são inertes.
"As substâncias químicas utilizadas no tratamento de quelação têm uma infinidade de efeitos colaterais potencialmente graves, como vômitos, febre, hipertensão, hipotensão, arritmias cardíacas e hipocalcemia, podendo causar parada cardíaca," disse Tonya N. Davis, médica da Universidade de Baylor (EUA) e líder do estudo.
Em um exemplo citado na pesquisa, "uma criança de 5 anos de idade com diagnóstico de DEA morreu de parada cardíaca causada por hipocalcemia ao receber a quelação intravenosa."
Falta de sustentação científica
Em 2008, um estudo clínico do tratamento de quelação para o autismo foi suspenso devido a potenciais riscos de segurança associados com a técnica.
"A terapia de quelação representa um cenário do tipo 'carro na frente dos bois', em que a hipótese que dá suporte ao uso de quelante não foi validada antes de ser usada como uma forma de tratamento," diz a pesquisadora.
As evidências não sustentam a hipótese de que os sintomas de DEA estejam associados com níveis específicos de metais no corpo," conclui a Dra. Davis.
FONTE:
Diário da Saúde
Imagem: Baylor University
Dia Internacional das Pessoas com Deficiência - 20 ANOS
Três de Dezembro, Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, estabelecido pela ONU em 1992, completa 20 anos
Na data de 03 de dezembro comemora-se o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.
Esse marco foi definido na* *37ª Sessão Plenária Especial sobre Deficiência da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, realizada em 14 de outubro de 1992, em comemoração ao término da “Década da Pessoa Deficiente”, estabelecida de 1982 a 1992.
Em 2012, portanto, completa-se 20 anos que a ONU estabeleceu o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.
A data escolhida coincide com o dia da adoção do Programa de Ação Mundial para as Pessoas com Deficiência pela Assembleia Geral da ONU, em 1982.
As entidades mundiais atuantes na defesa dos direitos e protagonismo do segmento esperam que com a criação do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência todos os países passem a comemorar a data, gerando conscientização, compromisso e ações que transformem a situação em todo o mundo.
Fonte:
domingo, 2 de dezembro de 2012
Choro do bebê aos 6 meses pode ajudar a diagnosticar autismo
Pesquisa sugere que crianças em situação de risco elevado para o autismo produzem sons
mais elevados e agudos
Pesquisadores da Brown University, nos EUA, descobriram que choro dos bebês aos 6 meses de idade pode ser usado, juntamente com outros fatores, para determinar o risco de autismo.
Os pesquisadores gravaram o choro de 39 crianças de 6 meses de idade, das quais 21 estavam em risco para autismo porque tinham um irmão mais velho com a condição. Os outros eram bebês saudáveis, sem histórico familiar de autismo.
Uma análise assistida por computador mostrou que o choro dos bebês em situação de risco elevado para o autismo eram mais elevados e agudos do que os bebês que não corriam risco da doença. Segundo o líder da pesquisa, Stephen Sheinkopf, este resultado só foi verdadeiro quando o choro foi causado pela dor, como quando um bebê caiu e bateu com a cabeça.
No entanto, os pesquisadores ressaltam que as diferenças de choro dos bebês autistas "provavelmente não poderiam ser detectadas pela maioria das pessoas utilizando somente seus ouvidos."
No momento em que as crianças do estudo fizeram 3 anos de idade, três delas foram diagnosticadas com autismo. Enquanto bebês, estas três crianças tinham choro que estava entre os mais altos e agudos e que soava mais tenso.
As descobertas sugerem que o choro dos bebês de 6 meses pode ser usado, juntamente com outros fatores, para determinar o risco de um bebê ter autismo.
Se confirmada em estudos futuros, a descoberta pode permitir aos pesquisadores identificar crianças com risco da doença muito antes dos problemas de comportamento típicos se tornarem aparentes.
Estudos anteriores sugeriram que com um ano de idade, as crianças com autismo produzem sons e gritos que atípicos, mas esta pesquisa é a primeira a avaliar os bebês a partir dos seis meses.
A equipe ressalta que mais estudos são necessários para confirmar os resultados.
Fonte:
Revista Autism Research.
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
AUTISMO - PL 168/11 - 28 de Novembro de 2012, um dia inesquecível!
Fernando Cotta do MOAB - senador Paulo Paim, autor do projeto, senador Wellington Dias, relator do projeto na CDH e Berenice Piana de Piana a idealizadora do Mundo Azul |
Na apresentação do relatório, pelo senador Wellington Dias, estavam presentes Fernando Cotta, Adriana Cotta, Adriana Monteiro da Silva, Heunica Dourado, Gerimias Dourado, Aline Guerreiro, Rita Louzeiro, Giselle de Freitas e integrantes do MOAB-DF e AMA-DF, Lorena Prado, Vinicius H. Araújo e outros do Grupo Autismo-Jataí/GO, Marlice Zonzin da APADEM - Volta Redonda/RJ e a incansável guerreira Berenice Piana do Blog Mundo Azul, mãe de autista, todos imbuídos com o objetivo único de acompanhar a aprovação histórica o PL 168/11 em prol dos milhões de autistas do Brasil.
No decorrer do dia até a chegada do projeto no plenário do Senado, foram registradas pelo MOAB-DF, inúmeras manifestações de apoio daqueles que estavam em Brasília, bem como o acompanhamento de postagens pelas redes sociais ligadas ao fato, além daqueles pais e interessados que ficaram atentamente acompanhando pela TV Senado em transmissão ao vivo para todo o Brasil.
Tendo em vista as votações de Medidas Provisórias que estavam trancando a pauta, não foi possível a votação do PL 168/11 no mesmo dia, embora o senador Wellington Dias tenha recebido do presidente do Senado para o dia 05.12.2012, que votado e aprovado, seguirá para sanção presidencial.
ESTA FOI A PAUTA DO DO PL 168/2011
28/11/2012 - CDH - Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa Situação: PRONTA PARA A PAUTA NA COMISSÃOAção: Devolvido pelo Senador Wellington Dias, com Relatório concluindo pela rejeição da Emenda nº 3 da Câmara dos Deputados ao Projeto de Lei do Senado nº 168, de 2011, e pela aprovação das Emendas nºs 1 e 2, com os ajustes redacionais impostos pelos ditames da Lei Complementar nº 95, de 1998, consistentes na eliminação da sigla NR após a Emenda nº 1 e na dicção para a Emenda nº 2.
Textos: Relatório
28/11/2012 - CDH - Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa Situação: APROVADO PARECER NA COMISSÃO Ação: O Parecer da Comissão é pela aprovação do Relatório do Senador Wellington Dias, conclusivo pela aprovação das Emendas da Câmara nº 1 e nº 2, com ajustes redacionais, e pela rejeição da Emenda nº 3.
28/11/2012 - CDH - Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa Situação: APROVADO PARECER NA COMISSÃO Ação: O Parecer da Comissão é pela aprovação do Relatório do Senador Wellington Dias, conclusivo pela aprovação das Emendas da Câmara nº 1 e nº 2, com ajustes redacionais, e pela rejeição da Emenda nº 3.
À SSCLSF
Textos: Parecer aprovado na comissão
Relatório
28/11/2012 - SSCLSF - SUBSEC. COORDENAÇÃO LEGISLATIVA DO SENADO Ação: Recebido neste Órgão, às 17h 20.
28/11/2012 - SSCLSF - SUBSEC. COORDENAÇÃO LEGISLATIVA DO SENADO
Situação: AGUARDANDO LEITURA PARECER (ES) Ação: Aguardando leitura de Pareceres da CAS e CDH.
Juntada, às fls. 136 e 137, legislação citada dos pareceres.
28/11/2012 - ATA-PLEN - SUBSECRETARIA DE ATA - PLENÁRIO Situação: AGUARDANDO INCLUSÃO ORDEM DO DIA Ação: Leitura dos seguintes Pareceres:
- nº 1.517, de 2012-CAS, relator Senador Lindbergh Farias, favorável, com as emendas aprovadas na Câmara dos Deputados.
- nº 1.518, de 2012-CDH, relator Senador Wellington Dias, pela rejeição da Emenda nº 3, da Câmara dos Deputados, e pela aprovação das Emendas nº 1 e 2, daquela Casa, com ajustes redacionais.
A matéria será incluída em Ordem do Dia oportunamente.
Publicação em 29/11/2012 no DSF Página(s): 64501 - 64513 (Ver Diário)
Textos: Avulso do Parecer (P.S 1517 / 2012)
29/11/2012 - SSCLSF - SUBSEC. COORDENAÇÃO LEGISLATIVA DO SENADO Situação: AGENDADA PARA ORDEM DO DIA
Ação:
Matéria agendada para a Ordem do Dia
da sessão deliberativa orginária de 5.12.2012
Discussão, em turno único.
Fonte:
Projetos e Matérias Legislativas
Gravidade do autismo pode ter relação direta com o medo do paciente
Estudo ressalta necessidade de ajudar crianças com a doença a fazer transições emocionais,
principalmente na luta contra o medo
Mikle South e seu filho preparam equipamento para realizar experimento |
Mikle South durante os testes com seu filho |
Mikle South, responsável pelo estudo
Cientistas da Brigham Young University, nos EUA, descobriram que a dificuldade de crianças com autismo em lutar contra medos antigos está diretamente ligada à severidade dos sintomas da doença.
A pesquisa ressalta a necessidade de ajudar as crianças com a condição a fazer transições emocionais, principalmente no que diz respeito ao medo.
"As pessoas com autismo não experimentam ou compreender o mundo da mesma forma que fazemos. Uma vez que eles não podem mudar as regras no cérebro, e muitas vezes não sabem o que esperar do meio ambiente, precisamos ajudá-los a planejar com antecedência o que esperar", afirma o pesquisador Mikle South.
South e seus colegas recrutaram 30 crianças diagnosticadas com autismo e 29 sem para participar do experimento.
Após visualizar uma pista como um cartão amarelo, os participantes receberam um sopro inofensivo, mas surpreendente de ar sob o queixo.
No decorrer do teste, as condições foram alteradas de modo que uma cor diferente precedeu o sopro de ar. Os pesquisadores mediram a resposta da pele dos participantes para ver se o seu sistema nervoso percebeu a mudança e sabia o que estava por vir.
"Crianças típicas aprendem rapidamente a antecipar sua reação com base na cor nova, em vez da antiga. É preciso muito mais para as crianças com autismo aprenderem a notar a mudança", explica South.
A quantidade de tempo necessária para extinguir o medo original foi associada com a gravidade dos sintomas característicos do autismo.
Segundo os pesquisadores, a persistência de temores desnecessários é prejudicial à saúde física. Os níveis elevados de hormônios que nos ajudam em uma luta real podem causar danos ao cérebro e ao corpo se sustentado ao longo do tempo.
A equipe acredita que as famílias que participam de grupos de habilidades sociais e seus alunos podem se beneficiar das novas descobertas.
Fonte:
O estudo foi publicado na revista Autism Research.
Fotos:
Foto: Jonathan Hardy/BYU
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Conquista dos autistas marca audiência pública da CDH
A expectativa pela iminente aprovação de um projeto de lei reconhecendo os direitos das pessoas com autismo marcou o debate realizado na manhã desta quinta-feira (29) na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Ativistas que lutam pelos direitos das pessoas com deficiência celebraram, na audiência, o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, comemorado no dia 3 de dezembro.
Nesta quarta feira (28), a CDH aprovou o relatório do senador Wellington Dias (PT-PI) às emendas da Câmara dos Deputados ao PLS 168/2011, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. A proposta está pronta para votação no Plenário do Senado. Comemorando essa conquista, a presidente do Mundo Azul – Grupo de Pais, Berenice Piana de Piana, mãe de uma criança autista, falou, durante a audiência, de como tudo começou.
- Hoje, nós temos um projeto de lei que começou na minha casa. Nós começamos a escrever aquele projeto de lei com muito entusiasmo, até com ingenuidade, acreditando que a gente poderia realmente escrever do começo ao fim um projeto de lei para pessoas com autismo. Mas foi assim que começou – lembrou.
Berenice afirmou que a aprovação do projeto vai dar ao autista o reconhecimento de que ele é pessoa com deficiência, o que será um grande marco. Paulo Paim (PT-RS), que preside a comissão, ficou emocionado após a fala de Berenice, ao relembrar as cartas que ela escrevia sobre a situação dos autistas.
A audiência contou ainda com Martinha Clarete Dutra dos Santos, representante do ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Ela falou que o Brasil tem uma dívida histórica com as pessoas deficientes.
– Foi uma dívida constituída por um processo de exclusão social dessa população e, por essa razão, todo esforço conjunto se faz necessário de forma articulada e permanente para que nós tenhamos, em nosso país, o resgate da cidadania, do direito dos sujeitos com deficiência à construção da sua história e do seu tempo – afirmou Martinha.
O diretor do Movimento Orgulho Autista Brasil, Fernando Cotta, denunciou que as salas de recursos, onde funciona um atendimento educacional especializado para as pessoas com deficiência matriculadas em escolas comuns, estão sendo fechadas no Distrito Federal.
– Hoje as pessoas estão reunidas, discutindo a terminalidade dos maiores de 21 anos, pessoas com deficiência. Problema grave, senador. O senhor tem direito de estudar até quando o senhor quiser, eu tenho, deputada Rosinha, mas as pessoas com deficiência estão sendo cerceadas nesse sentido aqui no Distrito Federal – afirmou Cotta.
Martinha disse a Cotta que fizesse uma denúncia oficial ao Ministério da Educação para que ele intervenha nesse problema do DF. A audiência contou também com Acioli Antonio de Olivo, representante do ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp; deputada Rosinha da Adefal (PTdoB- AL) e vários ativistas da luta pelos direitos das pessoas com deficiência.
fonte: Agência Senado
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Política Nacional de Proteção ao Autista vai ao Plenário
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) aprovou nesta quarta-feira (28) o relatório do senador Wellington Dias (PT-PI) às emendas da Câmara dos Deputados a projeto que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (PLS 168/2011). A proposta agora segue para votação no Plenário do Senado.
A Câmara apresentou três emendas ao texto. Wellington Dias modificou a redação da segunda, que prevê multas e sanções administrativas para o gestor escolar que recusar a matrícula de aluno com autismo.
A emenda da Câmara especificava que as multas e sanções deveriam ser aplicadas ao gestor que recusasse a matrícula “de maneira discriminatória”. O relator na CDH optou por retirar do texto a expressão entre vírgulas, por entender que a simples recusa da matrícula da criança com autismo constitui atitude discriminatória.
Pelo texto aprovado, o gestor ou autoridade competente que assim proceder poderá ser punido com multa de três a vinte salários mínimos. Em caso de reincidência, perderá o cargo, por meio de processo administrativo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
A emenda ressalva os casos em que, comprovadamente, e somente em função de especificidades do aluno, o serviço educacional fora da rede regular de ensino for mais benéfico ao aluno.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), relator das emendas na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), elogiou a especificidade do texto. Ele se disse favorável à inserção do autista na rede regular de ensino, mas observou que “existem situações e situações”.
- Não encarar isso é um equívoco. É uma vitória termos quebrado essa visão engessada – observou.
Mudanças no Código Penal
Outra alteração promovida por Wellington Dias ao texto encaminhado pela Câmara foi a exclusão da Emenda 3, que previa as penas para as práticas de castigo corporal, ofensa psicológica, tratamento cruel ou degradante à criança ou adolescente com deficiência ou com autismo como forma de correção, disciplina ou outro pretexto.
Isso porque, de acordo com o relator, as penas já previstas no Código Penal (Lei 9.455/1977) são mais severas que as sugeridas no texto. A solução encontrada foi encaminhar à comissão especial que estuda a reforma do Código Penal sugestões para que as referidas penas sejam ainda mais severas.
Iniciativa da sociedade
A Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista – agora mais perto de se tornar lei – é fruto de uma sugestão legislativa encaminhada à CDH pela Associação em Defesa do Autista (Adefa) e encapada pela comissão na forma do PLS 168/2011.
A senadora Ana Rita (PT-ES), relatora do projeto original na CDH, destacou o empenho das duas Casas do Congresso para que a proposta caminhasse de forma acelerada.
- A partir de agora, toda pessoa com autismo será considerada pessoa com deficiência, e, portanto, portadora de todos os direitos da pessoa com deficiência. Isso é um grande avanço - disse.
Acompanharam a votação na CDH representantes de várias entidades defensoras dos direitos dos autistas.
Raissa Abreu
Agência Senado
APROVADO o PL 168/2011
HOJE:
Quarta-feira - 28.11.2012
FOI APROVADO
na Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal (CDH), o PROJETO 168/2011 que
Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa
com Transtorno do Espectro Autista.
Votação em Plenário do Senado Federal dia 05.12.2012. daí para sanção da presidência da República.
Que dia meu Deus!
Que sejamos Felizes, todos.
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